domingo, 30 de abril de 2023

Giro D'Italia 2023 - 30/04/2023

Em abril chegou a primeira das 3 Grandes Voltas do Ciclismo Mundial. O Giro D'Italia 2023 pede passagem, com seu troféu Senza Fine, mostrando realmente que o amor por esta competição é infinito. 

Disputada em 12 etapas com corridas para sprinters no início, montanhistas no meio e voltando a ser dos sprinters nas duas últimas provas, além da farta distribuição de pontos em metas volante, o Giro é mais voltado aos ciclistas por etapas. Vamos ver, etapa a etapa, como foi a disputa desse ano.

É hora do Giro D'Italia 2023!

1ª Etapa

O Giro D’Italia 2023 começou na sexta-feira, 21/04, feriado de Tiradentes, com um contrarrelógio de 20 quilômetros em um dia de céu azul e temperatura amena.


A prova foi de um nível altíssimo, um alento aos péssimos contra relógios feitos até aqui na temporada. Os ciclistas se esforçaram, ninguém decepcionou e uma disputa eletrizante foi travada para ver quem venceria.


Ao final, tal honraria coube ao francês Julian Alaphilippe (Quickstep). Vencedor em 2019, o espanhol Oscar Freire (Rabobank) foi segundo e, em terceiro, ficou o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus). Os italianos começaram bem, com Danilo Di Luca em quinto.


Foi a quarta vitória de Alaphilippe na temporada. E esta lhe rendeu a primeira Maglia Rosa do Giro 2023.

O pódio da primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep). Abaixo dele, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), terceiro colocado.

2ª Etapa

No dia 22 os ciclistas largavam para a primeira corrida de linha do Giro 2023. Inteiramente plana, paraíso para os sprinters, tinha a primeira meta volante desta edição, na metade da prova. E seria disputada em um dia de céu azul e calor.


Foi uma prova de altíssimo nível. Por ser totalmente plana, os homens rápidos ditaram o ritmo, saíram em fuga e tentaram se afastar do pelotão, assolado por inúmeras quedas. Mas o pelotão também se reorganizava, pedalava forte e buscava os escapados. Ao final, dos 5 primeiros na disputa, 4 eram sprinters, mas o resto do pelotão vinha atrás. Somente 4 ciclistas ficaram para trás nessa disputa massiva e emocionante.


E ficou mais emocionante ainda quando, superando todos os sprinters, Vincenzo Nibali (Astana) surpreendeu e conseguiu a primeira vitória para a Itália neste Giro. O segundo lugar ficou com o campeão de montanha em 2019, o alemão André Greipel (Lotto Belisol). E, completando a dobradinha e o delírio italiano, Filippo Ganna (Acqua & Sapone) chegou em terceiro.


Com a vitória de Nibali e os pontos de Greipel na meta volante, a maglia rosa tem um triplo empate. Além dos dois citados, Julian Alaphilippe também se manteve na liderança. O traçado da prova tinha muitas curvas, o que ocasionou várias quedas ao longo do percurso. Mesmo assim, ninguém abandonou.

O pódio da segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Vincenzo Nibali (Astana). Abaixo dele, o alemão André Greipel (Lotto Belisol), segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha italiana no pódio, Filippo Ganna (Acqua & Sapone), terceiro colocado.

3ª Etapa

No dia 23, começava uma etapa ainda totalmente plana e com duas metas volante. O paraíso dos sprinters era completado por um dia de céu azul, muito vento e temperatura agradável.


Assim como na etapa anterior, nesta os ciclistas pedalaram forte. O pelotão não deu chance para nenhuma tentativa de fuga e só nas disputas de metas volante acontecia alguma quebra. Na parte final, alguns ciclistas sem características de sprint resolveram atacar para tentar a sorte e acabou dando certo. E pela segunda vez neste Giro, Julian Alaphilippe (Quickstep) conseguiu uma arrancada brilhante para vencer. Em segundo ficou o holandês Bauke Mollema (Rabobank), na mesma etapa que vencera em 2019. Em terceiro chegou Romain Bardet (AG2R). Se a segunda etapa teve uma dobradinha italiana, agora tivemos uma francesa.


Em mais uma etapa de altíssimo nível, nenhum ciclista abandonou. E a segunda vitória manteve Julian Alaphilippe com a maglia rosa. Desta vez, isolado.

O pódio da terceira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Julian Alaphilippe (Quickstep). Abaixo dele, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, fechando a dobradinha francesa no pódio, Romain Bardet (AG2R), terceiro colocado.

4ª Etapa

Ainda no dia 23, uma rodada dupla de ciclismo iniciava a farra da distribuição de pontos, além de surgir a primeira subida do Giro, com uma leve inclinação de 5% na metade da prova. Mais um dia de céu azul e temperatura agradável apareceu para brindar os atletas e os torcedores.


Seguindo as etapas anteriores, esta também foi de altíssimo nível, com os ciclistas entregando um espetáculo de primeira. O ritmo foi muito alto, impossibilitando a fuga de ter alguma chance. Só nas montanhas os ciclistas se separaram em grupos, que logo se juntaram para outra eletrizante chegada em sprint. Apesar de não terem vencido até aqui, os sprinters ditaram o ritmo e se colocaram na cabeça do pelotão, procurando o melhor posicionamento para a linha de chegada.


Desta vez, no entanto, a vitória foi de um sprinter. O eslovaco Peter Sagan (Bora) não deu chances aos rivais e conquistou sua primeira vitória no Giro 2023. Em segundo chegou o vencedor desta etapa em  2020 e 2022, o francês Thibaut Pinot (Française De Jeux). Em terceiro chegou o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep).


Com um terço do Giro disputado, Julian Alaphilippe segue com a maglia rosa, mas a disputa ficou apertada, pois muitos ciclistas pontuaram nas metas volante aqui. Nenhum ciclista abandonou esta etapa.

O pódio da quarta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o eslovaco Peter Sagan (Bora). Abaixo dele, o francês Thibaut Pinot (Française De Jeux), segundo colocado. Abaixo do troféu, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), terceiro colocado.

5ª Etapa

Na segunda-feira, 24, os ciclistas se prepararam para mais uma rodada dupla. Uma prova ainda plana, mas com duas colinas no meio, sendo a primeira com 5% de inclinação e a segunda em 6%. Entre elas, farta distribuição de pontos. A corrida foi disputada em um dia parcialmente nublado e de temperatura amena, mas sem ameaça de chuva.


Foi uma prova para a fuga, pela primeira vez nesse Giro. Mesmo assim, não deixou de ser mais uma etapa espetacular, pois esta foi um show de estratégia de quem escapou. Terceiro colocado nesta etapa em 2019, o alemão André Greipel (Lotto Belisol) escapou logo no início e manteve um ritmo forte e constante a prova inteira. Quando chegou às colinas, soube se proteger em Michele Scarponi para atacar novamente no plano. Desta forma, Greipel venceu tranquilamente, sua primeira vitória no ano. A alguma distância chegou o belga Philippe Gilbert, formando uma dobradinha para a Lotto Belisol. Em terceiro chegou Danilo Di Luca (Liquigás), repetindo o lugar conquistado nesta etapa em 2022. A alegria italiana foi maior pois, além deste terceiro lugar, conseguiu quarto e quinto com a dupla da Lampre, Damiano Cunego e Michele Scarponi.


A vitória e os pontos conquistados em metas volante deram a André Greipel a maglia rosa, tirando-a de Julian Alaphilippe após quatro etapas. A quinta etapa foi mais uma sem abandonos neste Giro.

O pódio da quinta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o alemão André Greipel (Lotto Belisol). Abaixo dele, o belga Philippe Gilbert, segundo colocado e formando a dobradinha da Lotto Belisol. Abaixo do troféu, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), terceiro colocado.

6ª Etapa

A segunda corrida do dia 24 era a última antes de começarem as etapas de montanha já era um prenúncio do que os ciclistas veriam a seguir. A prova tinha duas metas volante logo no início (sendo uma delas em uma subida com 5% de inclinação). No final, uma subida com 6% de inclinação após a última meta volante e antes da chegada em sprint trazia uma dificuldade extra. Um dia de céu azul e temperatura agradável dava o tom da corrida.


Os homens rápidos aproveitaram mais uma etapa em sua maioria plana para buscarem mais uma vitória antes do terreno começar a inclinar. Por esse motivo, ditaram o ritmo (fortíssimo) nesta prova. O pelotão andou junto até a primeira subida, quando um grupo numeroso saiu acelerando e conseguiu se desgarrar. Deste grupo surgiu uma pequena fuga, com 5 ciclistas. O pelotão trabalhou forte para pegá-los, mas alguns continuavam acelerando forte e logo ficou claro que a vitória seria disputada entre eles.


Em mais uma chegada em eletrizante sprint, a vitória coube ao brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz). Mantendo a tradição da edição deste ano, um não sprinter se meteu na festa e, empurrado pela torcida, conseguiu o segundo lugar. Foi o italiano Damiano Cunego (Lampre), que acelerou com muita força e fez a alegria dos locais, que ainda vibraram com o quinto lugar de Domenico Pozzovivo. Na disputa pelo terceiro lugar, melhor para o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole).


A disputa por pontos nas metas volante também foi acirrada, mas ninguém conseguiu o suficiente para atingir a liderança. Por esse motivo, André Greipel permanece com a maglia rosa, mesmo chegando em trigésimo primeiro lugar.


Em mais uma prova de altíssimo nível, o Giro D’Italia 2023 chega à sua metade sem nenhum abandono.

O pódio da sexta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz). Abaixo dele, o italiano Damiano Cunego (Lampre), segundo colocado. Abaixo do troféu, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), terceiro colocado.

7ª Etapa

Na segunda metade do Giro, as montanhas apareceram, cada etapa com uma passagem especial. A primeira destas corridas trouxe o Passo di Gavia. Os ciclistas começaram no plano, pegando logo a seguir uma subida com 5% de inclinação e, logo após, outra passagem plana. A partir dali, as coisas complicavam, com subidas em 6%, 7% e chegada no Passo di Gavia, com 9%. O céu azul trouxe um pouco de calor, mas nada que fizesse os ciclistas sofrerem demasiado.


É normal o ritmo diminuir quando chegam as montanhas, pois é muito mais difícil pedalar no terreno inclinado. Mesmo assim, a velocidade continua altíssima neste Giro. Como esperado, os sprinters começam a sair de cena e os ciclistas mais resistentes tendem a assumir o compromisso. Mas um sprinter resolveu inverter esta lógica. Rafael Andriato buscou a ponta do pelotão logo no início e atacou quando começaram as subidas. Saiu em uma fuga a solo, mas Danilo Di Luca também atacou e chegou a se juntar ao outro escapado, mas o brasileiro da Imperatriz não quis dar sopa para o azar e fez história, vencendo a segunda etapa seguida neste Giro. Ao italiano da Liquigás coube dar ao país anfitrião mais um pódio, repetindo o segundo lugar que conseguira em 2019. Muito depois chegou o espanhol Alberto Contador (Astana), repetindo o terceiro lugar que conquistara em 2021.


A segunda vitória seguida e os pontos em todas as metas volante deram a Rafael Andriato não só a maglia rosa como também a ciclamino. Mantendo o nível altíssimo deste Giro, nenhum ciclista abandonou a competição.

O pódio da sétima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz). Abaixo dele, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alberto Contador (Astana), terceiro colocado.

Etapa

Seguem as montanhas, apertando um pouco mais. Nesta etapa, os ciclistas já começaram com uma subida de 6% e só tiveram um trecho plano, no meio da prova. Dali, as coisas pioravam até a chegada, em 9%, no Passo del Mortirolo. Sempre para cima, os atletas pegaram um dia de céu azul e temperatura agradável, porém em elevação.


Esta etapa contrariou a lógica. Os sprinters se posicionaram desde cedo na cabeça do pelotão, arriscaram-se na fuga e mantiveram um ritmo forte conforme os grupos iam se formando. Só para se ter uma ideia da prova, dos 7 primeiros colocados, 5 foram sprinters. No final, era um montanhista (Andy Schleck) quem tinha boa vantagem para vencer, mas os adversários foram fazendo “sprint para cima” e o ultrapassando em velocidade. Ao final, a vitória coube ao alemão Marcel Kittel (Katusha), no mesmo lugar onde fora segundo em 2021 (ano em que conquistou o Giro). Em segundo chegou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) e, em terceiro, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile).


Apesar de Kittel ter feito uma prova excelente ao vencer e ficar em segundo em todas as metas volante, Rafael Andriato chegou em quinto e, com isso, conseguiu manter as maglias rosa e ciclamino. O ponto lamentável desta etapa foi o primeiro abandono do Giro, de forma extremamente decepcionante para os torcedores locais. Vincenzo Nibali sofreu uma queda no único trecho plano da corrida e, com muitas dores, deixa a competição.

O pódio da oitava etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o alemão Marcel Kittel (Katusha). Abaixo dele, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), terceiro colocado.

9ª Etapa

A nona etapa foi bem dura com os ciclistas, que começaram com uma subida de 6%, passaram para 8% e, depois, tiveram um momento de refresco com o único trecho plano, no meio da prova. Depois deste descanso, as subidas eram bem pesadas, começando em 9%, passando a 10% e terminando em duríssimos 12%, no Courmayeur. A disputa seria em meio a um dia chuvoso.


A chuva forte que caiu em vários momentos da prova ocasionou muitas quedas e diminuiu o ritmo da prova. Bastava algum ciclista arriscar uma fuga e ele caía na curva seguinte. Por isso, o pelotão andou junto, num modo atípico para etapas de montanha. Mesmo assim, foi mais uma corrida de altíssimo nível neste Giro, decidida na estratégia. No pé do Courmayeur, o pelotão se avaliava, cada um esperando o movimento do ciclista ao lado. Ninguém queria arriscar muito cedo, pois uma queda ali poderia significar fim de prova. Mas Bradley Wiggins resolveu arriscar. O inglês da Sky atacou logo no início da subida, pedalou com segurança e não foi mais alcançado, vencendo pela primeira vez no Giro e na temporada. A disputa pelas posições seguintes foi eletrizante, com um “sprint para cima” e terminou com dobradinha holandesa no pódio. Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus) foi o segundo e Tom Dumoulin (Sunweb) foi o terceiro.


Rafael Andriato venceu uma das metas volante e, mesmo chegando em vigésimo segundo, manteve as maglias rosa e ciclamino, superando inclusive uma queda. Apesar de vários ciclistas irem ao chão, ninguém abandonou esta etapa.

O pódio da nona etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o inglês Bradley Wiggins (Sky). Abaixo dele, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha holandesa no pódio, Tom Dumoulin (Sunweb), terceiro colocado.

10ª Etapa

A décima era a Etapa Rainha deste Giro, já começando em 7%. Depois, ia para 8%, tinha um trecho plano e, dali, só para cima. Ia a 10%, 11% e terminava em 12%, no Pinerolo. A corrida seria disputada em um dia parcialmente nublado e de temperatura amena.


Foi mais uma etapa de altíssimo nível, com uma fuga se formando logo cedo e o pelotão mantendo um ritmo muito forte para tentar pegar os escapados. Mas etapa de montanha é para a fuga e a cada aumento de velocidade do pelotão, os da frente também aceleravam.


Ao final, com um lindo ataque na penúltima subida, Remco Evenepoel (Quickstep) conquistou sua primeira vitória no ano. A alguma distância e completando a dobradinha belga no pódio chegou Philippe Gilbert (Lotto Belisol), na mesma etapa em que fora terceiro no ano anterior. Em terceiro, também a alguma distância, chegou o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural). Só depois de muito tempo o pelotão chegou, liderado pelo italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone).


Rafael Andriato chegou em décimo segundo, mas conseguiu manter a maglia rosa e sentenciar a ciclamino. Em mais uma etapa de altíssimo nível, nenhum ciclista abandonou.

O pódio da décima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Remco Evenepoel (Quickstep). Abaixo dele e fechando a dobradinha belga no pódio, Philippe Gilbert (Lotto Belisol), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), terceiro colocado.

11ª Etapa

Superadas as montanhas, o Giro voltava ao plano. A penúltima etapa teria somente uma inclinação leve, de 5%, na metade da prova. Esta montanha separava as duas últimas metas volantes do Giro D’Italia 2022. Após isso, uma chegada em sprint. A prova seria disputada em um dia chuvoso e de temperatura amena.


Mais uma vez o que se viu foi muita velocidade. O pelotão estava organizado e atento para buscar cada tentativa de fuga, mesmo quando havia disputa nas metas volante. Quando todos se organizavam para uma disputa de sprint, um grupo conseguiu acelerar e abrir pequena vantagem, deixando claro que a vitória ficaria entre eles. Marcel Kittel estava bem posicionado, esperou o momento certo e usou toda a sua habilidade como sprinter para ser o primeiro a cruzar a linha de chegada, mas não percebeu um foguete passando ao seu lado. Era o francês Romain Bardet (AG2R), que se superou na habilidade que não domina e venceu onde fora terceiro em 2020. Ao alemão da Katusha restou o segundo lugar, com o holandês Tom Dumoulin (Sunweb) em terceiro.


Rafael Andriato não se arriscou, terminando em trigésimo primeiro e mantendo a maglia rosa em mais uma etapa sem abandonos, apesar do tempo chuvoso ter ocasionado várias quedas.

O pódio da décima primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o francês Romain Bardet (AG2R). Abaixo dele, o alemão Marcel Kittel (Katusha), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), terceiro colocado.

12ª Etapa

Domingo, 30 de abril de 2023. 39 ciclistas chegavam a Roma para a última etapa do Giro D’Italia 2023, mas somente 2 ainda tinham chances de conquistar o cobiçado Trofeo Senza Fine. Rafael Andriato alinhava para confirmar o título, que só não iria para as suas mãos se Marcel Kittel vencesse e ele não chegasse entre os seis primeiros. O dia, de sol entre nuvens, tinha o clima ideal para fechar com chave de ouro uma competição espetacular.

O pelotão nas ruas de Roma, para a última etapa do Giro D'Italia 2023.

Mantendo o ritmo alto de toda a competição, os ciclistas se confraternizaram até a metade da etapa, quando a disputa começou para valer. Alguns atletas se arriscaram na fuga enquanto o pelotão ia atrás, mantendo uma distância segura. Porém, os escapados continuavam em velocidade e logo ficou claro que a vitória ficaria entre eles.


No final, dois ciclistas partiram na frente e um deles foi empurrado pelo público, mas disputava contra um sprinter, mostrando que sua tarefa era quase impossível. No final, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep) fez valer suas características e acabou vencendo, mas o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) vendeu caro a derrota e terminou em um segundo lugar sob aplausos dos torcedores locais. Em terceiro chegou o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank).

O pódio da 12ª e última etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep). Abaixo dele, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.

A fatura já estava praticamente liquidada e, com a fuga se formando desde o início, nenhum dos postulantes se arriscou. Marcel Kittel foi o vigésimo quarto, não conseguindo o bicampeonato (havia vencido em 2021). Melhor para Rafael Andriato, que diminuiu o ritmo para evitar problemas, chegou em décimo terceiro lugar e comemorou o título entre muitas lágrimas.


RAFAEL ANDRIATO CAMPEÃO DO GIRO D’ITALIA 2023

O brasileiro deu show no Giro D’Italia desse ano. Venceu duas etapas, pontuou em cinco e assumiu a maglia rosa na sétima etapa (quando também ficou com a ciclamino). Desde então, não perdeu mais nenhuma das duas. Por esse motivo, além do título geral do Giro D’Italia, também conquistou o prêmio de montanha. As duas conquistas fizeram com que o brasileiro da Imperatriz chegasse a quatro na LMC, já que havia sido campeão geral e de montanha na Fleche Wallonne 2019.


O vice-campeonato ficou com Marcel Kittel. Campeão em 2021, o alemão da Katusha venceu uma etapa, foi segundo em outra e manteve a disputa aberta até a última etapa. Em terceiro ficou o belga Philippe Gilbert.


É uma sensação inexplicável. Eu sou sprinter e, portanto, espera-se que eu vença corridas. Agora, provas por etapas? Prêmios de montanha? Quase impossível! Uma Grande Volta? Praticamente impossível! Eu não tenho palavras para descrever essa conquista!” - Rafael Andriato, entre abraços dos dirigentes do Imperatriz F.B. 

A grande novidade da temporada é a chegada de pódios personalizados para as 3 Grandes Voltas e para a Copa do Mundo. Este é o pódio final do Giro D'Italia 2023. Abaixo de "Itália", o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol) e seu troféu de terceiro lugar. Abaixo de "Giro", o alemão Marcel Kittel (Katusha) e seu troféu de vice-campeão. Ao centro, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz) com o troféu de campeão de montanha e o Trofeo Senza Fine, de campeão do Giro D'Italia 2023.

NOTAS RÁPIDAS

  • Pode-se dizer que esta não foi só a melhor edição de um Giro D’Italia, mas a melhor de uma Grande Volta nas 5 temporadas desde que a LMC foi fundada. Um espetáculo de primeira grandeza, com os ciclistas andando em um ritmo muito veloz, muita emoção na disputa por cada etapa e recordes quebrados. Uma excelente forma de apagar a pobre competição apresentada em 2022;

  • Julian Alaphilippe e Rafael Andriato foram os que mais venceram neste Giro, cada um com 2 triunfos;

  • André Greipel, Danilo Di Luca, Filippo Ganna, Fernando Gaviria, Julian Alaphilippe, Marcel Kittel, Philippe Gilbert, Rafael Andriato, Romain Bardet, Tom Dumoulin e Mathieu Van Der Poel foram os que mais subiram ao pódio. Cada um subiu duas vezes;

  • No total, 10 ciclistas diferentes venceram e 25 subiram ao pódio;

  • Entre as equipes, a Quickstep foi a que mais venceu, com 4 triunfos, e a que mais subiu ao pódio, 5 vezes;

  • Entre as nações, a que mais venceu foi a França, 3 vezes. A que mais subiu ao pódio foi a Itália, 6 vezes;

  • Tivemos quatro dobradinhas no pódio. Na segunda etapa foi a Itália (Nibali em primeiro e Ganna em terceiro); na terceira, a França (Alaphilippe em primeiro e Bardet em terceiro); na nona, a Holanda (Mathieu Van Der Poel em segundo e Tom Dumoulin em terceiro); e na décima e Bélgica (Remco Evenepoel em primeiro e Philippe Gilbert em segundo);

  • Por sinal, os ciclistas italianos entregaram um espetáculo de primeira para os fãs locais. Com uma vitória, 3 segundos lugares e 2 terceiros lugares, foram ao pódio várias vezes e chegaram a ter o maglia rosa após a segunda etapa;

  • Mas foi justamente Vincenzo Nibali quem decepcionou os fãs de ciclismo, ao ser o único ciclista a abandonar este Giro. No ano passado foram 4 abandonos. A edição deste ano representa um recorde nas Grandes Voltas;

  • O TCB não foi acionado uma vez sequer. A edição deste ano do Giro foi tão espetacular que não tivemos polêmicas que precisaram da intervenção do Tribunal;

  • Por esse motivo, não podemos falar em decepções. Talvez os italianos podem sair um pouco frustrados por ver Vincenzo Nibali ser o único a abandonar, ou porque o então campeão (Filippo Pozzato) não fez absolutamente nada na edição deste ano. Mas o espetáculo foi de primeira grandeza e, por isso, qualquer decepção fica apagada;

  • Foi um Giro para os sprinters, que venceram 5 etapas, tiveram o campeão e o vice. Mas podemos destacar também o bom início de Julian Alaphilippe (que venceu a primeira e a terceira etapas) e ficou com a maglia rosa até a quinta etapa. Outro destaque foi André Greipel, que superou as adversidades de 2022, venceu e chegou a liderar a competição, mas foi para trás quando as montanhas chegaram. Mesmo assim, terminou com a quinta colocação no geral;

  • Após o Giro D’Italia, Mathieu Van Der Poel manteve a liderança do ranking, com 79 pontos.

A FESTA

Rafael Andriato foi recebido com festa no Imperatriz Arena. O campeão do Giro D'Italia 2023 foi recepcionado na sede do Imperatriz F.B. pelos botões que fizeram a História do clube. O Imperatriz é o maior campeão da FIFUBO, totalizando 21 títulos só na Federação (fora os títulos externos, ou internacionais), incluindo a Tríplice Coroa 3 vezes.

Gigante no futibou de butaum desde 1990, o Imperatriz F.B. também coleciona títulos no ciclismo. Primoz Roglic venceu a Volta Ciclística ao Algarve em 2020, o Criterium du Dauphiné no geral e na montanha em 2021, o título de montanha na Vuelta a España em 2021, a LMC em 2021, a Volta da Colômbia em 2022, o título de montanha no Tour do Rio de 2022 e a Strade Bianchi de 2023. Rafael Andriato tem os títulos do geral e de montanha da Fleche Wallonne de 2019 e do Giro D'Italia de 2023. Isso dá um total de 12 conquistas na LMC. Mas o Giro D'Italia é o primeiro título de uma das 3 Grandes Voltas e, por isso, tem um sabor todo especial.

Recepção de herói no Imperatriz Arena.

Rafael Andriato e os troféus de campeão geral e de montanha do Giro D'Italia 2023, ao lado das quatro principais autoridades do Imperatriz F.B. Da esquerda para a direita, Quiñonez (diretor geral), Brasil (presidente), Bolinha de Ouro (vice-presidente) e São Paulo (diretor geral).


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