quarta-feira, 1 de março de 2023

LMC - Fevereiro - 01/03/2023

Chega ao fim o primeiro mês de competições na Liga Mundial de Ciclismo e, com inúmeros problemas operacionais, as bicicletas só foram para as ruas do mundo em fevereiro. Mesmo com esse atraso de um mês, não faltou emoção ao fã do ciclismo mundial!


REAL LIGA DE CICLISMO

A temporada só começou mesmo no dia 04/02, um sábado de sol e muito calor, com a primeira Joia da Coroa da Real Liga de Ciclismo, disputada no Império Branco e com uma prova quase toda plana (à exceção de uma subida de 5% na metade do percurso). A primeira vitória do ano coube ao inglês Mark Cavendish (T-Mobile), que saiu em fuga logo no início e não foi mais alcançado. Em segundo chegou o belga Greg Van Avermaet (CCC), voltando ao pódio onde havia sido terceiro em 2022. Em terceiro, o italiano Vincenzo Nibali (Astana) volta ao pódio onde havia sido segundo em 2019.

O pódio da primeira prova do ano. No alto, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o belga Greg Van Avermaet (CCC), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), terceiro colocado.


Memorável nesta Real Liga foi a prova do Reino Preto da Vovó, onde Frank Schleck venceu com aquela que já é candidata a performance do ano, com 105 pontos. Já no dia 16/02, os ciclistas partiram no Reino Branco da Bisa para a última Joia da Coroa desta edição, com quatro ciclistas ainda na disputa. Para Fabio Aru e Greg Van Avermaet, o título só viria em caso de vitória, desde que Mark Cavendish não chegasse em segundo e Frank Schleck, em sexto. Para Mark Cavendish, o título poderia vir até com um terceiro lugar, desde que Frank Schleck não chegasse entre os seis primeiros. Já o luxemburguês da Saxo Bank só teria que torcer para nada disso acontecer e sairia como campeão.


Disputada em um dia quente e abafado, a última prova viu um show de estratégia dos irmãos Schleck. Os dois partiram desde o início para a ponta do pelotão, controlando qualquer tentativa de fuga, principalmente de Mark Cavendish. Quando chegaram às montanhas, o inglês da T-Mobile não aguentou o ritmo e, vendo que não teria chances de título, acabou se poupando. Frank Schleck percebeu isso e deu sinal verde para seu irmão atacar, enquanto ele próprio também se poupava para cruzar a linha final como campeão.


O ataque deu certo e o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank) acabou vencendo com uma boa folga para os demais. No emocionante sprint pelas posições restantes no pódio, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás) ficou com a segunda posição e o alemão Marcel Kittel (Katusha) foi o terceiro.

O pódio da última Joia da Coroa da Real Liga de Ciclismo 2023. No alto, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), segundo colocado. Abaixo do troféu, o alemão Marcel Kittel (Katusha), terceiro colocado.

Frank Schleck cruzou em décimo oitavo e celebrou pela segunda vez o título da Real Liga de Ciclismo (já vencera em 2019), o primeiro título no ano e sua sétima conquista na LMC. Como a Real Liga não leva os pontos conquistados para o ranking, apenas a classificação final de primeiro a sexto, Frank Schleck é o primeiro líder da LMC, com 9 pontos. 

O pódio final da Real Liga de Ciclismo 2023, no salão do Reino Branco da Bisa. No alto, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), com a bandeira de campeão. Abaixo dele, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) e o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), vice-campeões. Abaixo deles, o italiano Fabio Aru (Liquigás) e o belga Greg Van Avermaet (CCC), terceiros colocados.


TROFÉU DO PAPA

Na sexta-feira, 17/02, os ciclistas independentes largaram do Reino Preto da Vovó para a grande novidade da temporada. O Troféu do Papa é a clássica do circuito independente que equivale à Real Liga de Ciclismo. A maior parte do traçado era plana, inclusive com chegada em sprint. Mas tinha duas montanhas no meio, com 6 e 7% de inclinação, para complicar um pouco a vida dos ciclistas.


Apesar de ser a primeira prova do ano e do calor, os ciclistas entregaram uma boa prova. Partiram juntos, em ritmo acelerado e se revezando nos ataques. Em uma batalha de estratégias durante e após as últimas subidas, quem saiu vitorioso em um eletrizante sprint foi o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), com o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) em segundo e o belga Axel Merckx (T-Mobile) em terceiro.

O pódio do Troféu do Papa 2023. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural). Abaixo dele, o vascaíno Magno Nazaret (Vasco da Gama), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Axel Merckx (T-Mobile), terceiro colocado.

TOUR DA MALÁSIA

No dia 19, domingo de carnaval, o primeiro contra relógio do ano dava início ao Tour da Malásia. Com etapas sem muitas inclinações, é uma competição voltada aos ciclistas por etapas. O contra relógio foi vencido pelo italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), que travou um lindo duelo com o segundo colocado, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), que repetiu o mesmo lugar no pódio de 2022. Em terceiro ficou o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), repetindo o mesmo lugar que conquistara nesta etapa, em 2021.


No dia 25, um sábado, os ciclistas largavam para a última etapa do Tour da Malásia com 6 atletas na disputa. Para sair com o título, Oscar Pereiro Sio e Murilo Fischer tinham que vencer e Tom Dumoulin não podia chegar antes do sexto lugar. Chris Froome e Filippo Ganna também teriam que vencer, mas Dumoulin não podia chegar antes do quinto. Já Lance Armstrong e Frank Schleck poderiam chegar até em segundo, desde que Dumoulin não estivesse na zona de pontuação. Ao holandês da Sunweb restava marcar todos esses resultados.


O forte calor que massacrou a última etapa fez com que os ciclistas não tivessem muitas forças para se esforçar. O camisa amarela, Tom Dumoulin, sofreu bastante, andando sempre no grupeto e rezando contra seus adversários. Chris Froome e Frank Schleck perceberam que uma fuga ia se formar e partiram com ela, tentando o resultado que lhes traria o título. Mas a chegada era em sprint e acabou brilhando quem tem tal característica. O holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus) acabou vencendo, com o espanhol Alberto Contador (Astana) em segundo e o inglês Chris Froome (Sky) em terceiro. Frank Schleck chegou em sexto.

O pódio da sexta e última etapa do Tour da Malásia 2023. No alto, com o troféu de vencedor, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus). Abaixo dele, o espanhol Alberto Contador (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Chris Froome (Sky), terceiro colocado.

A polêmica começou cedo esse ano, pois Bradley Wiggins também estava no grupo de escapados e poderia até embalar Froome, mas preferiu diminuir o ritmo e deixar o companheiro se virar. Com isso, Tom Dumoulin chegou em trigésimo sétimo, penúltimo lugar, e comemorou o título do Tour da Malásia 2023, seu primeiro no ano e sexto na LMC. Foi uma estratégia fantástica de Dumoulin para chegar ao título, pois não venceu uma etapa sequer, chegando em segundo em uma e em terceiro em outra, mas pontuando em praticamente todas as etapas.

O título de montanha foi dividido entre Lance Armstrong e Frank Schleck. Foi o quinto título de Armstrong na LMC, enquanto Schleck comemora seu oitavo título na Liga, o segundo esse ano.


Os campeões de montanha. O norte americano Lance Armstrong (USPS) e o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank).

Com o título do Tour da Malásia, Tom Dumoulin lidera o ranking da LMC com 34 pontos, seguido de Frank Schleck com 28 e Chris Froome com 24.

O pódio final do Tour da Malásia 2023, com uma faixa homenageando o título da Imperatriz Leopoldinense no carnaval desse ano. No alto, com o troféu de campeão, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb). Abaixo dele, o inglês Chris Froome (Sky), vice campeão. Abaixo do troféu, com o troféu de vencedor da última etapa, Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), finalizando a dobradinha holandesa no pódio.

VUELTA A SAN JUAN

No domingo, 26, Peter Sagan e Francisco Chamorro se juntaram aos ciclistas independentes na província de San Juan, Argentina, para a disputa da clássica local. Com apenas uma subida de 5% logo no início, era perfeita para os sprinters, mas o dia de muito calor poderia atrapalhar a vida dos atletas.

Não se pode culpar os atletas pelo nível baixo da prova. O calor era muito alto e a maioria preferiu não se arriscar. Axel Merckx sequer largou e os demais, que saíram, foram em ritmo diminuto. Uma boa estratégia foi aplicada por Peter Sagan. O eslovaco da Bora se poupou no início e deixou para acelerar forte no final, vencendo de forma solitária e até se dando ao luxo de fazer um "weelie" na linha de chegada. Em segundo veio o colombiano Nairo Quintana (Movistar) e, em terceiro, o francês Bryan Coquard (Cofidis).

O pódio da Vuelta a San Juan. No alto, com o troféu de vencedor, o eslovaco Peter Sagan (Bora). Abaixo dele, o colombiano Nairo Quintana (Movistar), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Bryan Coquard (Cofidis), terceiro colocado.

RANKING

1º Tom Dumoulin - 34 pontos;

2º Frank Schleck - 28 pontos;

3º Chris Froome - 24 pontos.


RANKING INDEPENDENTE

1º Peter Sagan e Juan José Cobo Acebo - 5 pontos;

3º Magno Nazaret e Nairo Quintana - 3 pontos.


NOTAS RÁPIDAS

  • Apesar das dificuldades operacionais, o primeiro mês da temporada começou com 4 provas, sendo duas por etapas e duas clássicas, um bom número para um mês tão curto.
  • A LMC também trouxe melhorias estruturais, como seu novo ônibus, novos pódios e novos troféus. E também está a passadas largas para aumentar o número de ciclistas e mudar a direção, mas isso é algo que será visto mais para a frente ainda neste ano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A FIFUBO quer te ouvir!