O final da temporada se aproxima, a emoção continua em alta. Vamos ver como foi o agitado mês de setembro da LMC!
TROFÉU BRASIL
Os ciclistas tiveram a primeira semana do mês para treinos e descanso. E a primeira prova do mês ocorreu somente no feriado de 7 de Setembro. Todos os atletas estavam em Niterói, para a disputa do Troféu Brasil. A prova, com apenas uma subida de 8% na metade, é perfeita para os sprinters e foi disputada em um dia de céu praticamente limpo e temperatura agradável.
A prova não foi de bom nível. A maioria dos ciclistas correu em ritmo mais diminuto, preferindo se poupar para a Vuelta a España, mas um grupo saiu em fuga e logo ficou claro que era entre eles que a vitória seria disputada. Quem dava show, acelerando muito, era Vincenzo Nibali. Mas, após a subida, ele começou a cansar e terminou em um decepcionante sétimo lugar.
Mas a grande emoção estava lá na frente. Na chegada a Itaipu, o público viu um brasileiro na frente e passou a empurrá-lo com todas as suas forças. E foi assim que Luciano Pagliarini (Saunier Duval) acelerou forte, deixou os adversários para trás e terminou com a vitória, para delírio dos torcedores brasileiros. Em segundo lugar chegou o holandês Tom Dumoulin (Sunweb) e, em terceiro, o inglês Chris Froome (Sky). Foi o quinto título de Luciano Pagliarini na LMC.
 |
O pódio do Troféu Brasil. No alto, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Chris Froome (Sky), terceiro colocado. |
VUELTA A ESPAÑA
No sábado, 10, um contra relógio dava início à última das 3 Grandes Voltas do ciclismo mundial. O resumo, etapa a etapa, você confere aqui.
CLÁSSICA DE ALMERÍA
Na segunda-feira, 26, os ciclistas independentes e os que abandonaram a Vuelta se encontraram em Almería, no sul da Espanha, para a disputa da Clássica de Almería. A prova, com uma montanha de 8% logo no início e outra de 6% após a metade, é voltada para os sprinters, mas um ataque no terreno inclinado pode dar chance aos ciclistas de outros estilos. Um lindo dia de céu azul e temperatura agradável brindou o público presente.
Realmente, a chance daqueles que não têm o sprint é atacar nas montanhas e tentar abrir diferença para o pelotão. E foi isso que aconteceu aqui, com um grupo se destacando no terreno inclinado e acelerando mais forte para abrir distância.
No final, não havia um sprinter para tentar a aceleração final e quem acabou se destacando dos demais foi o inglês Chris Froome (Sky), que conseguiu uma excelente vitória, com o colombiano Nairo Quintana (Movistar) em segundo e o belga Axel Merckx (T-Mobile) em terceiro, em uma boa prova e sem abandonos.
 |
O pódio da Clássica de Almería. No alto, o inglês Chris Froome (Sky), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o colombiano Nairo Quintana (Movistar), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Axel Merckx (T-Mobile), terceiro colocado. |
CAMPEONATOS NACIONAIS E REGIONAIS
No dia 29, começavam os campeonatos nacionais e regionais. Foram cinco provas que emocionaram os torcedores, vendo seus heróis locais competindo entre si. Esses campeonatos não contam pontos para o ranking.
CAMPEONATO ITALIANO
Os ciclistas italianos estavam em Roma para o início da semana festiva do ciclismo italiano, que começa com a a disputa do seu campeonato nacional, depois passa pela Lombardia e se encerra com a Settimana Ciclística Internazionale. Também conhecido como Roma Maxi Classic ou Giro del Lazio, o campeonato italiano é uma prova complicadíssima, com subidas de 8% e 11% logo de cara, um trecho plano, mais uma subida de 10% após a metade e tudo plano para chegada em sprint. Este perfil misto, com subidas e sprint, é mais afeito aos ciclistas de clássicas. Mas todos os italianos que competem na LMC e no circuito independente têm as habilidades para a disputa do título.
O circuito já era difícil. Com a chuva e o vento frio, pior ainda. Mas a prova foi de um nível muito bom, fruto da excelente escola italiana de ciclismo. Os atletas impuseram um ritmo forte, principalmente nas montanhas, mas à maioria faltou pernas para o sprint final.
Quem não teve problemas com isso foi Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), que saiu da última montanha em velocidade e venceu com uma sobra incrível, conquistando seu primeiro campeonato italiano e o quinto título na LMC.
Lá atrás, em uma disputa feroz, vieram dois montanhistas e quem levou a melhor foi Domenico Pozzovivo (AG2R), que ficou com o segundo lugar. Ele havia sido o terceiro em 2020, posição que ficou com Fabio Aru (Liquigás) esse ano. A única (e enorme) decepção deste campeonato italiano foi Michele Scarponi, que sequer largou.
 |
O pódio do campeonato italiano. No alto, Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), com o troféu de campeão. Abaixo dele, Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, Fabio Aru (Liquigás), terceiro colocado. |
CAMPEONATO FRANCÊS
Os ciclistas franceses largaram em Marselha, para a disputa do seu campeonato nacional. Uma prova com apenas duas subidas, uma no início (em 7%) e outra (em 9%) antes da chegada em sprint, também era voltada para os ciclistas de clássicas e foi disputada em um dia frio e chuvoso.
A prova foi de altíssimo nível. Logo de cara, três ciclistas saíram em fuga, deixando claro que a vitória seria disputada entre eles. À medida aumentavam a distância para os demais, eles aceleravam para tentarem se desgrudar um do outro, mas ninguém conseguiu escapar e os três prepararam uma chegada épica em sprint.
Como entre eles estava um sprinter, era óbvio que este teria vantagem. E sem querer dar sopa para o azar, Bryan Coquard (Cofidis) impôs seu estilo, manteve-se à frente dos demais e venceu o campeonato francês, seu primeiro título na LMC. Em segundo ficou Thibaut Pinot (FDJ) e, em terceiro, Julian Alaphilippe (Quickstep), em uma prova sem abandonos.
 |
O pódio do campeonato francês. No alto, Bryan Coquard (Cofidis), com o troféu de campeão. Abaixo dele, Thibaut Pinot (Française De Jeux), segundo colocado. Abaixo do troféu, Julian Alaphilippe (Quickstep), terceiro colocado. |
CAMPEONATO ESPANHOL
Os ciclistas espanhóis se encontravam em Bilbao para disputar o seu campeonato nacional. Uma prova típica para os escaladores, só tinha dois trechos planos, na largada e no meio. De resto, uma subida de 9% logo no início e três complicadíssimas após a metade da prova, em 10%, 12% e chegada em 11%. Para piorar, uma chuva forte caiu nas montanhas e dificultou ainda mais a vida dos ciclistas.
Os ciclistas deram tudo no início e cansaram na metade, numa vã tentativa de se destacarem dos demais. Mesmo assim, não faltou emoção. O ritmo foi alto, houve uma sucessão de ataques, mas ninguém foi mais resistente do que Alejandro Valverde (Caja Rural), que venceu e conquistou o campeonato espanhol, seu segundo título na LMC. Em segundo ficou Oscar Freire (Rabobank), o único que não tinha características de escalador. Em terceiro veio Alberto Contador (Astana), em uma prova sem abandonos.
 |
O pódio do campeonato espanhol. No alto, Alejandro Valverde (Caja Rural), com o troféu de campeão. Abaixo dele, Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, Alberto Contador (Astana), terceiro colocado. |
COPA DE BENELUX
Os ciclistas da Bélgica, Luxemburgo e Holanda se encontravam em Flandres, na divisa da Holanda com a Bélgica, para a disputa da Copa de Benelux, o único campeonato regional da LMC. Uma autêntica clássica belga, com trechos “normais” apenas na largada e na chegada. Entre eles, subidas de 9 a 12%, pavês e muros, em um dia típico de clássica, com chuva fina em alguns trechos e muita lama.
Embora desenvolvam seus estilos ao longo da carreira, cada ciclista belga, holandês e luxemburguês começa como ciclista de clássica e carrega esse estilo no seu coração. E se sente à vontade para dar um verdadeiro show em provas com condições tão adversas. Aqui não foi diferente. Os ciclistas se esforçaram e mostraram que o terreno acidentado não seria problema, tanto que não houve nenhum abandono.
O luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) puxou o ritmo desde o início, saindo em fuga e mantendo uma distância segura dos demais, vencendo a Copa Benelux de uma forma, como diriam no automobilismo, de ponta a ponta e conquistando seu sexto título na LMC, o terceiro em 2022. Em segundo chegou o holandês Bauke Mollema (Rabobank) e, em terceiro, o belga Tom Boonen (Quickstep), em um autêntico pódio Benelux.
 |
O pódio da Copa de Benelux. No alto, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), com o troféu de campeão. Abaixo dele, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Tom Boonen (Quickstep), terceiro colocado. |
CAMPEONATO SULAMERICANO
Os ciclistas da América do Sul se encontraram no Equador para a disputa do Campeonato Sulamericano. Com 3 trechos planos e outros 3 em montanha (de 8 a 10%), era uma prova difícil para os sprinters, mas com alguma chance, se soubessem aproveitar os momentos de calmaria. Uma chuva fraca caiu em alguns trechos, nada que pudesse atrapalhar a competição.
Dos 8 ciclistas na prova, 4 saíram em fuga para disputar o título e os outros 4, prejudicados por quedas e má forma, lutaram para completar a corrida. Os 4 escapados deram um show, se revezando em ataques e contra ataques emocionantes nas montanhas e com um padrão que parece estar surgindo: o trabalho colombiano.
Tal qual no Panamericano, os colombianos saíram em fuga e se ajudaram para chegarem em condições de título e, tal qual no Panamericano, houve uma dobradinha nos dois primeiros lugares, com Fernando Gaviria (Quickstep) vencendo novamente e Nairo Quintana (Movistar) de novo em segundo. Em terceiro ficou o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), que frustrou os planos equatorianos de verem Richard Carapaz no pódio. O ciclista da Movistar ficou em quarto, em uma ótima prova e sem abandonos. O título de Gaviria foi o seu oitavo na LMC.
 |
O pódio do campeonato sulamericano. No alto, o Fernando Gaviria (Quickstep), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, Nairo Quintana (Movistar), segundo colocado e fechando a dobradinha colombiana no pódio. Abaixo do troféu, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), terceiro colocado. |
RANKING
1º Julian Alaphilippe (Quickstep) - 142 pontos;
2º Alberto Contador (Astana) - 138 pontos;
3º Remco Evenepoel (Quickstep) - 136 pontos.
NOTAS RÁPIDAS
- Setembro se encerra com incríveis 8 provas. Muito disso puxado pelos campeonatos nacionais e regionais, mas também por um grande esforço para fazer as competições, já que boa parte do mês foi utilizada para a Vuelta a España.
- O mês de outubro deve ser o último da LMC no ano. O calendário tem apenas mais 3 competições (Lombardia, Settimana Ciclística Internazionale e Tour de Hogwarts) e o circuito independente, mais 2 (Milan Torino e Copa del Piemonte).
- Isso significa que já estamos na festa italiana do ciclismo, com muitas provas para todos os gostos.
- Isso também significa que os campeões da LMC e do circuito independente serão conhecidos em breve. Embora a distância entre os 3 primeiros do ranking seja minúscula, não são só eles que estão com condições de levar o troféu. A disputa esse ano está embolada.
- Encerrado o calendário e coroados os campeões, os oito melhores ciclistas da LMC e os dois melhores do circuito independente disputarão as duas provas do Rock & Roll Racing, que não conta para nenhum ranking, mas apenas para o encerramento da temporada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A FIFUBO quer te ouvir!