sábado, 1 de outubro de 2022

LMC - Setembro - 01/10/2022

O final da temporada se aproxima, a emoção continua em alta. Vamos ver como foi o agitado mês de setembro da LMC!

TROFÉU BRASIL

Os ciclistas tiveram a primeira semana do mês para treinos e descanso. E a primeira prova do mês ocorreu somente no feriado de 7 de Setembro. Todos os atletas estavam em Niterói, para a disputa do Troféu Brasil. A prova, com apenas uma subida de 8% na metade, é perfeita para os sprinters e foi disputada em um dia de céu praticamente limpo e temperatura agradável.


A prova não foi de bom nível. A maioria dos ciclistas correu em ritmo mais diminuto, preferindo se poupar para a Vuelta a España, mas um grupo saiu em fuga e logo ficou claro que era entre eles que a vitória seria disputada. Quem dava show, acelerando muito, era Vincenzo Nibali. Mas, após a subida, ele começou a cansar e terminou em um decepcionante sétimo lugar.


Mas a grande emoção estava lá na frente. Na chegada a Itaipu, o público viu um brasileiro na frente e passou a empurrá-lo com todas as suas forças. E foi assim que Luciano Pagliarini (Saunier Duval) acelerou forte, deixou os adversários para trás e terminou com a vitória, para delírio dos torcedores brasileiros. Em segundo lugar chegou o holandês Tom Dumoulin (Sunweb) e, em terceiro, o inglês Chris Froome (Sky). Foi o quinto título de Luciano Pagliarini na LMC.

O pódio do Troféu Brasil. No alto, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Chris Froome (Sky), terceiro colocado.

VUELTA A ESPAÑA
No sábado, 10, um contra relógio dava início à última das 3 Grandes Voltas do ciclismo mundial. O resumo, etapa a etapa, você confere aqui.

CLÁSSICA DE ALMERÍA
Na segunda-feira, 26, os ciclistas independentes e os que abandonaram a Vuelta se encontraram em Almería, no sul da Espanha, para a disputa da Clássica de Almería. A prova, com uma montanha de 8% logo no início e outra de 6% após a metade, é voltada para os sprinters, mas um ataque no terreno inclinado pode dar chance aos ciclistas de outros estilos. Um lindo dia de céu azul e temperatura agradável brindou o público presente.

Realmente, a chance daqueles que não têm o sprint é atacar nas montanhas e tentar abrir diferença para o pelotão. E foi isso que aconteceu aqui, com um grupo se destacando no terreno inclinado e acelerando mais forte para abrir distância.

No final, não havia um sprinter para tentar a aceleração final e quem acabou se destacando dos demais foi o inglês Chris Froome (Sky), que conseguiu uma excelente vitória, com o colombiano Nairo Quintana (Movistar) em segundo e o belga Axel Merckx (T-Mobile) em terceiro, em uma boa prova e sem abandonos.
O pódio da Clássica de Almería. No alto, o inglês Chris Froome (Sky), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o colombiano Nairo Quintana (Movistar), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Axel Merckx (T-Mobile), terceiro colocado.

CAMPEONATOS NACIONAIS E REGIONAIS

No dia 29, começavam os campeonatos nacionais e regionais. Foram cinco provas que emocionaram os torcedores, vendo seus heróis locais competindo entre si. Esses campeonatos não contam pontos para o ranking.

CAMPEONATO ITALIANO

Os ciclistas italianos estavam em Roma para o início da semana festiva do ciclismo italiano, que começa com a a disputa do seu campeonato nacional, depois passa pela Lombardia e se encerra com a Settimana Ciclística Internazionale. Também conhecido como Roma Maxi Classic ou Giro del Lazio, o campeonato italiano é uma prova complicadíssima, com subidas de 8% e 11% logo de cara, um trecho plano, mais uma subida de 10% após a metade e tudo plano para chegada em sprint. Este perfil misto, com subidas e sprint, é mais afeito aos ciclistas de clássicas. Mas todos os italianos que competem na LMC e no circuito independente têm as habilidades para a disputa do título.

O circuito já era difícil. Com a chuva e o vento frio, pior ainda. Mas a prova foi de um nível muito bom, fruto da excelente escola italiana de ciclismo. Os atletas impuseram um ritmo forte, principalmente nas montanhas, mas à maioria faltou pernas para o sprint final.

Quem não teve problemas com isso foi Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), que saiu da última montanha em velocidade e venceu com uma sobra incrível, conquistando seu primeiro campeonato italiano e o quinto título na LMC.

Lá atrás, em uma disputa feroz, vieram dois montanhistas e quem levou a melhor foi Domenico Pozzovivo (AG2R), que ficou com o segundo lugar. Ele havia sido o terceiro em 2020, posição que ficou com Fabio Aru (Liquigás) esse ano. A única (e enorme) decepção deste campeonato italiano foi Michele Scarponi, que sequer largou.

O pódio do campeonato italiano. No alto, Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), com o troféu de campeão. Abaixo dele, Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, Fabio Aru (Liquigás), terceiro colocado.

CAMPEONATO FRANCÊS

Os ciclistas franceses largaram em Marselha, para a disputa do seu campeonato nacional. Uma prova com apenas duas subidas, uma no início (em 7%) e outra (em 9%) antes da chegada em sprint, também era voltada para os ciclistas de clássicas e foi disputada em um dia frio e chuvoso.

A prova foi de altíssimo nível. Logo de cara, três ciclistas saíram em fuga, deixando claro que a vitória seria disputada entre eles. À medida aumentavam a distância para os demais, eles aceleravam para tentarem se desgrudar um do outro, mas ninguém conseguiu escapar e os três prepararam uma chegada épica em sprint.

Como entre eles estava um sprinter, era óbvio que este teria vantagem. E sem querer dar sopa para o azar, Bryan Coquard (Cofidis) impôs seu estilo, manteve-se à frente dos demais e venceu o campeonato francês, seu primeiro título na LMC. Em segundo ficou Thibaut Pinot (FDJ) e, em terceiro, Julian Alaphilippe (Quickstep), em uma prova sem abandonos.

O pódio do campeonato francês. No alto, Bryan Coquard (Cofidis), com o troféu de campeão. Abaixo dele, Thibaut Pinot (Française De Jeux), segundo colocado. Abaixo do troféu, Julian Alaphilippe (Quickstep), terceiro colocado.

CAMPEONATO ESPANHOL

Os ciclistas espanhóis se encontravam em Bilbao para disputar o seu campeonato nacional. Uma prova típica para os escaladores, só tinha dois trechos planos, na largada e no meio. De resto, uma subida de 9% logo no início e três complicadíssimas após a metade da prova, em 10%, 12% e chegada em 11%. Para piorar, uma chuva forte caiu nas montanhas e dificultou ainda mais a vida dos ciclistas.

Os ciclistas deram tudo no início e cansaram na metade, numa vã tentativa de se destacarem dos demais. Mesmo assim, não faltou emoção. O ritmo foi alto, houve uma sucessão de ataques, mas ninguém foi mais resistente do que Alejandro Valverde (Caja Rural), que venceu e conquistou o campeonato espanhol, seu segundo título na LMC. Em segundo ficou Oscar Freire (Rabobank), o único que não tinha características de escalador. Em terceiro veio Alberto Contador (Astana), em uma prova sem abandonos.

O pódio do campeonato espanhol. No alto, Alejandro Valverde (Caja Rural), com o troféu de campeão. Abaixo dele, Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, Alberto Contador (Astana), terceiro colocado.

COPA DE BENELUX

Os ciclistas da Bélgica, Luxemburgo e Holanda se encontravam em Flandres, na divisa da Holanda com a Bélgica, para a disputa da Copa de Benelux, o único campeonato regional da LMC. Uma autêntica clássica belga, com trechos “normais” apenas na largada e na chegada. Entre eles, subidas de 9 a 12%, pavês e muros, em um dia típico de clássica, com chuva fina em alguns trechos e muita lama.

Embora desenvolvam seus estilos ao longo da carreira, cada ciclista belga, holandês e luxemburguês começa como ciclista de clássica e carrega esse estilo no seu coração. E se sente à vontade para dar um verdadeiro show em provas com condições tão adversas. Aqui não foi diferente. Os ciclistas se esforçaram e mostraram que o terreno acidentado não seria problema, tanto que não houve nenhum abandono.

O luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) puxou o ritmo desde o início, saindo em fuga e mantendo uma distância segura dos demais, vencendo a Copa Benelux de uma forma, como diriam no automobilismo, de ponta a ponta e conquistando seu sexto título na LMC, o terceiro em 2022. Em segundo chegou o holandês Bauke Mollema (Rabobank) e, em terceiro, o belga Tom Boonen (Quickstep), em um autêntico pódio Benelux.

O pódio da Copa de Benelux. No alto, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), com o troféu de campeão. Abaixo dele, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Tom Boonen (Quickstep), terceiro colocado.

CAMPEONATO SULAMERICANO

Os ciclistas da América do Sul se encontraram no Equador para a disputa do Campeonato Sulamericano. Com 3 trechos planos e outros 3 em montanha (de 8 a 10%), era uma prova difícil para os sprinters, mas com alguma chance, se soubessem aproveitar os momentos de calmaria. Uma chuva fraca caiu em alguns trechos, nada que pudesse atrapalhar a competição.

Dos 8 ciclistas na prova, 4 saíram em fuga para disputar o título e os outros 4, prejudicados por quedas e má forma, lutaram para completar a corrida. Os 4 escapados deram um show, se revezando em ataques e contra ataques emocionantes nas montanhas e com um padrão que parece estar surgindo: o trabalho colombiano.

Tal qual no Panamericano, os colombianos saíram em fuga e se ajudaram para chegarem em condições de título e, tal qual no Panamericano, houve uma dobradinha nos dois primeiros lugares, com Fernando Gaviria (Quickstep) vencendo novamente e Nairo Quintana (Movistar) de novo em segundo. Em terceiro ficou o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), que frustrou os planos equatorianos de verem Richard Carapaz no pódio. O ciclista da Movistar ficou em quarto, em uma ótima prova e sem abandonos. O título de Gaviria foi o seu oitavo na LMC.

O pódio do campeonato sulamericano. No alto, o Fernando Gaviria (Quickstep), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, Nairo Quintana (Movistar), segundo colocado e fechando a dobradinha colombiana no pódio. Abaixo do troféu, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), terceiro colocado.

RANKING

1º Julian Alaphilippe (Quickstep) - 142 pontos;

2º Alberto Contador (Astana) - 138 pontos;

3º Remco Evenepoel (Quickstep) - 136 pontos.

NOTAS RÁPIDAS

  • Setembro se encerra com incríveis 8 provas. Muito disso puxado pelos campeonatos nacionais e regionais, mas também por um grande esforço para fazer as competições, já que boa parte do mês foi utilizada para a Vuelta a España.
  • O mês de outubro deve ser o último da LMC no ano. O calendário tem apenas mais 3 competições (Lombardia, Settimana Ciclística Internazionale e Tour de Hogwarts) e o circuito independente, mais 2 (Milan Torino e Copa del Piemonte).
  • Isso significa que já estamos na festa italiana do ciclismo, com muitas provas para todos os gostos.
  • Isso também significa que os campeões da LMC e do circuito independente serão conhecidos em breve. Embora a distância entre os 3 primeiros do ranking seja minúscula, não são só eles que estão com condições de levar o troféu. A disputa esse ano está embolada.
  • Encerrado o calendário e coroados os campeões, os oito melhores ciclistas da LMC e os dois melhores do circuito independente disputarão as duas provas do Rock & Roll Racing, que não conta para nenhum ranking, mas apenas para o encerramento da temporada.

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