sexta-feira, 1 de julho de 2022

LMC - Junho - 01/07/2022

Junho chega ao fim, julho pede passagem. Vamos ver como foi o último mês do primeiro semestre na Liga Mundial de Ciclismo! 

VOLTA DA COLÔMBIA

No dia 03, uma cronoescalada dava início à Volta da Colômbia. A competição é recheada de montanhas e, por isso, teve o título de montanha decidido na última etapa. O perfil das provas faz com que os escaladores sejam os favoritos aqui, mais até do que os competidores por etapas.


O dia chuvoso não impediu os atletas de se dedicarem ao máximo, com a nota de corte alta. Ao final, a vitória coube ao inglês Bradley Wiggins (Sky), com o italiano Fabio Aru (Liquigás) em segundo e o francês Julian Alaphilippe em terceiro.


No sábado, 11, os atletas partiam para a última etapa, para definir os campeões no geral e na montanha. Por isso, muitos pontos em metas volante ao longo do trecho fizeram com que 25 ciclistas tivessem chances de título. Esta corrida derradeira, com rampas inclinadíssimas e em um dia frio e chuvoso, tinha Marcel Kittel largando com a camisa amarela e Fabio Aru de camisa vermelha com bolinhas amarelas e azuis.


Após a primeira meta volante, o número de postulantes ao título caiu para 14 e, após a segunda meta, para 8. As duas metas volante eram próximas, em montanhas de 8 e 7% de inclinação. Após terem um respiro em um trecho plano, veio a última meta volante, em 10% de inclinação. Dali, os que disputavam o título caíram para 8, a depender de combinações de resultados.


A Volta da Colômbia foi uma competição incrível. Os ciclistas se esforçaram muito, entregaram espetáculos de primeira linha e, na última etapa, não foi diferente. Com inclinações duríssimas, muitos sofreram, mas outros se superaram e foi aí que a linda história foi escrita.


Na última montanha, 3 sprinters estavam na frente, junto com um ciclista por etapas. A vitória seria disputada entre esses 4 escapados e, lógico, o ciclista por etapas levava a vantagem. Sem dar chance para o azar, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) superou os demais e venceu de forma incrível, deixando o espanhol Oscar Freire (Rabobank) em segundo e o belga Tom Boonen (Quickstep) em terceiro. O quarto foi o alemão André Greipel (Lotto Belisol).

O pódio da última etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo dele, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Tom Boonen (Quickstep), terceiro colocado.


Ao conquistar sua segunda vitória no ano e nesta competição, Primoz Roglic ultrapassou todos os rivais e conquistou a Volta da Colômbia de forma heroica. O sexto título de Roglic na LMC foi possível graças a uma improvável combinação de resultados. Após vencer a última meta volante, precisava da vitória e que Marcel Kittel não pontuasse. Além de vencer, viu o então camisa amarela chegar em décimo quarto. Assim, Roglic levou o título por apenas um ponto.


A conquista de montanha também foi incrível. O então camisa vermelha com bolinhas azuis e amarelas, Fabio Aru, correu muito mal e chegou em último lugar. Assim, uma vitória em meta volante e o terceiro lugar no final deram a Tom Boonen o título. Campeão da Milan Sanremo desse ano, o belga da Quickstep seu terceiro título na LMC.


O belga Tom Boonen (Quickstep) com o troféu de montanha.


Após a Volta da Colômbia, o ranking da LMC tem um novo líder. Fabio Aru está no topo, com 91 pontos.

O pódio final da Volta da Colômbia 2022. No alto, com os troféus de campeão e vencedor da última etapa, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo do troféu de campeão, o alemão Marcel Kittel (Katusha), segundo colocado. Abaixo do troféu de vencedor de etapa, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), terceiro colocado.

CLÁSSICA DE SAN SEBASTIAN

O domingo foi um dia para quem é apaixonado. 12 de junho é o Dia dos Namorados, mas também o dia dos amantes do ciclismo acompanharem a Clássica de San Sebastian. Disputada em Donostia/San Sebastian, no extremo norte da Espanha, a prova tem três subidas duríssimas, com 9, 10 e 11% de inclinação entre trechos planos e chegada em sprint. Com isso, os montanhistas e ciclistas de clássicas têm o favoritismo aqui para ganhar o tradicional chapéu dado ao vencedor. A prova seria disputada em mais um dia frio, com chuva fina constante, um sofrimento adicional.


Aos ciclistas independentes, se juntaram os dois que abandonaram a Volta da Colômbia. O espanhol Oscar Pereiro Sio tinha a torcida ao seu lado, uma vez que sua equipe é do mesmo País Basco onde se disputa a competição. Além dele, o norueguês Thor Hushovd alinhava para a largada.


O pelotão andou junto até a primeira montanha. Dali em diante, uma sucessão de ataques dividiu os ciclistas, que correram sozinhos até a linha de chegada. E foi empurrado pelo público que o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural) saiu da última montanha acelerando forte para vencer superando o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama), o segundo colocado aqui pelo segundo ano consecutivo. A festa da torcida local ficou completa quando Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) completou a dobradinha espanhola no pódio. Após a segunda montanha, Axel Merckx sofreu uma queda e  abandonou a corrida, justo quando liderava. Foi o único abandono da Clássica de San Sebastian 2022.

O pódio da Clássica de San Sebastian. No alto, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama), segundo colocado. Abaixo do troféu, Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne) comemora o terceiro lugar e a dobradinha espanhola no pódio.

TOUR DA CALIFÓRNIA

No dia 16, os ciclistas alinhavam para o contra relógio de abertura do Tour da Califórnia, em um dia de céu azul e temperatura baixa. A competição atravessa o estado americano em sua maior parte no plano, com poucas montanhas. As que surgem não são tão acentuadas, então os montanhistas não têm muita vantagem. Esta é uma prova mais para os corredores por etapas ou até para os sprinters.


Em uma disputa eletrizante, o vencedor da primeira etapa foi o inglês Bradley Wiggins (Sky), com o espanhol Alberto Contador (Astana) em segundo. Em terceiro, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank).


No dia 21, a última etapa do Tour da Califórnia foi disputada em um percurso totalmente plano e com 5 ciclistas na disputa do título. Sem metas volante em jogo, Luciano Pagliarini e Francisco Chamorro teriam que vencer e torcer por uma combinação de resultados para ficarem com o título. O camisa branca com estrelas Murilo Fischer podia chegar em segundo, a depender de resultados, enquanto Sylvain Chavanel podia ser até terceiro. Já o camisa azul, Filippo Ganna, tinha que marcar esses resultados para se sagrar campeão.


A prova, disputada em um dia de céu azul e temperatura agradável, contrastou com o restante da competição. Se as cinco etapas anteriores foram de alto nível, esta foi bem fraca. Os ciclistas andaram no pelotão o tempo todo e muitas quedas foram vistas, resultando inclusive no abandono de Remco Evenepoel. Outra das várias quedas foi de Fabio Aru, que vinha para ganhar a prova com sobras e acabou apenas em oitavo.


No final, dois ciclistas dispararam e era claro que a vitória seria disputada entre eles. Quem levou a melhor foi o holandês Bauke Mollema (Rabobank), com o espanhol Alberto Contador (Astana) sendo o segundo colocado e repetindo o lugar no pódio desta mesma etapa em 2019. Em terceiro ficou o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank).

O pódio da última etapa. No alto, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o espanhol Alberto Contador (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.

Dos postulantes ao título, nenhum andava na frente. Somente Sylvain Chavanel fez uma estratégia para levar o bicampeonato. No final da prova, ele estava em terceiro, pronto para conquistar o resultado que precisava para ser campeão. Mas faltaram pernas e ele acabou em sexto, resultado insuficiente para o título. Assim, quem cruzou a linha de chegada erguendo os braços foi trigésimo quarto colocado, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), que conquistou o Tour da Califórnia 2022, seu terceiro título na LMC. O brasileiro Murilo Fischer (FDJ) ficou com o título de montanha, seu segundo na Califórnia e sexto na LMC.

Após o Tour da Califórnia, Alberto Contador volta ao topo do ranking, com 99 pontos.

O pódio final do Tour da Califórnia. No alto, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), com o troféu de campeão. Abaixo dele, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep), vice campeão. Abaixo do troféu, com o troféu de montanha, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), terceiro colocado.

CLÁSSICA DE MONTREAL

No dia 25, Vincenzo Nibali, Remco Evenepoel e Alejandro Valverde se juntaram ao ciclistas independentes no Canadá, para a disputa da Clássica de Montreal. Disputada em um dia nublado e com um ventinho gelado, a prova tinha apenas uma subida, de 7%, no meio do percurso. O resto era todo plano, ideal para os sprinters.

Basicamente, a prova se resumiu a um ciclista que saiu em fuga, um grupo de uns 4 ciclistas vindo atrás e o resto passeando. Alejandro Valverde lembrou seus tempos de Movistar e andou atrás, junto de Nairo Quintana e Richard Carapaz, em um passeio entre amigos.


Lá na frente, o show foi de Bryan Coquard. O francês da Cofidis saiu em uma fuga a solo, não foi incomodado e apenas administrou para vencer com muita tranquilidade. Em segundo, também sem ser incomodado, chegou o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural). A disputa veio na terceira posição e, num bom sprint, quem conseguiu o lugar no pódio foi o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama).


O pódio da Clássica de Montreal. No alto, o francês Bryan Coquard (Cofidis), com o troféu de campeão. Abaixo dele, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), segundo colocado. Abaixo do troféu, o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama), terceiro colocado.

LIEGE-BASTOGNE-LIEGE
No dia 26, os ciclistas alinharam nas Ardenas, a montanhosa região na fronteira entre Luxemburgo e Bélgica, para mais uma Clássica Monumento. A Liege-Bastogne-Liege, conhecida como A Decana, é uma prova repleta de subidas duríssimas.


Com largada em Liege, passa por uma montanha em 6% logo no início. A metade da prova marca a chegada dos ciclistas em Bastogne e é brindada por duas montanhas, em 9 e 10%. Eles voltam a Liege pelo lado oposto das montanhas e ainda têm uma última subida, com duríssimos 11%. Depois disso, uma chegada em sprint para quem sobreviver. O perfil favorece os ciclistas de clássicas, mas os escaladores podem atacar nas montanhas e tentar uma fuga. Os sprinters têm missão difícil aqui.


O dia frio e chuvoso não facilitou a vida dos ciclistas. Um grupo com 4 atletas tomou a liderança da corrida desde o início e ditou o ritmo, ora em fuga, ora em um grupo maior. Logo ficou claro que a vitória seria disputada entre eles, com uns 2 ciclistas a mais se juntando na parte final. Clássicas, principalmente as Monumento, são provas de resistência. Para ganhar, mais que técnica e tática, é preciso suar sangue. E André Greipel descobriu isso da forma mais dolorosa. Até então o melhor da prova, o alemão é o que detém a mais longa streak da LMC atualmente. E essa longa seca de vitórias (desde a Fleche Wallonne de 2020) parecia chegar ao fim. Mas uma queda na última montanha fez o alemão sentir muitas dores e abandonar, deixando para o restante do seu grupo de escapados a disputa pela vitória.


E foi em um eletrizante sprint que o italiano Damiano Cunego (Lampre) arrancou para a vitória, deixando o segundo lugar para o francês Romain Bardet. Em terceiro ficou o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), muito aplaudido na linha de chegada. Terceiro em 2020, Damiano Cunego conseguiu uma vitória espetacular, conquistando sua segunda Clássica Monumento (já havia conquistado a Paris Roubaix em 2019) e seu nono título na LMC.


O pódio da Liege-Bastogne-Liege. No alto, o italiano Damiano Cunego (Lampre), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o francês Romain Bardet (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.

RANKING
1º Alberto Contador - 99 pontos;
2º Fabio Aru - 91 pontos;
3º Alejandro Valverde - 88 pontos.

NOTAS RÁPIDAS
  • Com 5 provas, o mês de junho teve duas a menos do que o mês anterior, mas não faltou emoção e novidades na Liga.
  • O ritmo subiu, o nível das provas melhorou e os ciclistas entregaram boas corridas para os fãs.
  • Do lado das novidades, a primeira é a adoção do dado de 30 lados, para tentar aumentar as fugas e diminuir os escudos (quando mais de 4 ciclistas ficam lado a lado).
  • A LMC apresentou novos troféus para os ciclistas. Agora, o segundo e terceiro colocados nas 3 Grandes Voltas e na Copa do Mundo serão premiados com troféus exclusivos, mas a grande novidade do mês vem com os outros troféus.
  •  LMC anunciou que os ciclistas independentes terão uma prova por etapas, que neste ano será disputada depois do Tour de France, mas a partir de 2023, pode ser disputada após o Giro D'Italia.
  • É o Tour do Rio, que terá seis etapas percorrendo o estado e trazendo mais emoção aos fãs de ciclismo, já que cada etapa terá um troféu diferente e, ao vencedor do geral, será entregue a Taça Guanabara!
  • Com a virada do semestre, é tempo de reflexão. Nos próximos dias, será elaborado o relatório do primeiro semestre do ano e publicado aqui, no blog. Teremos estatísticas, ranking completo, análises e muito mais!
Os novos troféus da LMC. No alto, os seis troféus dados ao vencedor de cada etapa do Tour do Rio. Abaixo, da esquerda para a direita, a Taça Guanabara (vencedor do Tour do Rio), o Troféu de Diamante (vice campeão das Grandes Voltas), o Troféu WAA (terceiro colocado nas Grandes Voltas) e os Troféus OHL Jim Gregory (vice campeão e terceiro colocado na Copa do Mundo).

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