quarta-feira, 1 de junho de 2022

LMC - Maio - 01/06/2022

O mês de maio foi muito bom para os torcedores da LMC. Entre outras provas, tivemos a primeira das 3 Grandes Voltas do ciclismo mundial e a Copa do Mundo. Vamos ver o resumo do quinto mês do ano!

FLECHE WALLONNE

No dia 03, a região da Valônia (sul da Bélgica) via os ciclistas alinharem para a 50ª corrida do ano. A Fleche Wallonne 2022 é uma clássica dura, com muitas montanhas inclinadas, inclusive no final. Basicamente, um sobe e desce desde o início, com inclinação em 6, 9 e 11% (esta, na linha de chegada). O perfil parece ser para os montanhistas, mas as constantes subidas e descidas fazem com que os ciclistas de clássicas sejam os favoritos disparados aqui. O dia, de céu parcialmente nublado e temperatura amena, ajudou a coroar mais uma grande clássica belga de primavera, a época favorita do ano para os fãs de ciclismo daquele país.


A corrida foi bem no estilo de clássica. O constante sobe e desce do percurso dividiu os atletas em vários grupos numerosos, sem a formação de um pelotão propriamente dito. O grupo da frente se desfez completamente depois das últimas subidas, as mais duras da prova. Quando chegou o momento da derradeira montanha, Frank Schleck estava à frente. Montanhista, o luxemburguês da Saxo Bank não deu chances aos rivais e venceu com sobras, mostrando que este é o seu terreno. Foi o segundo título dele no ano (já havia vencido o Protour do Benelux) e o quinto na LMC.


O resto do pódio foi decidido em uma luta incrível, envolvendo 4 ciclistas e uma rivalidade que já se mostra ser ferrenha neste ano. E, novamente, quem se deu melhor foi o italiano Fabio Aru (Liquigás), que chegou em segundo ao superar o inglês Chris Froome (Sky), o terceiro. Os belgas alimentaram esperanças com Tom Boonen na fuga, mas uma subida em 11% foi demais para o ciclista da Quickstep, que terminou em quinto.


Muitos atletas reclamaram de dores ao longo do percurso e o italiano Danilo Di Luca acabou abandonando. Após a Fleche Wallonne, Alberto Contador segue na liderança do ranking.

O pódio da Fleche Wallonne. No alto, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o italiano Fabio Aru (Liquigás), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Chris Froome (Sky), terceiro colocado.

AMSTEL GOLD RACE

No dia 04, Danilo Di Luca se juntou aos ciclistas independentes em Limburgo, extremo sul da Holanda, para a disputa da Amstel Gold Race 2022. A prova magna do ciclismo holandês seria disputada em um dia de sol entre nuvens, mas de muito calor.


Com três duríssimas subidas (com 10, 8 e 11% de inclinação), a corrida tem uma chegada em sprint espetacular e, ao vencedor, é outorgada uma enorme caneca de cerveja Amstel. Um bom motivo para querer ser o primeiro.


A história das corridas independentes em 2022 se repetiu aqui. O belga Axel Merckx (T-Mobile) arrancou numa fuga a solo até a metade da prova e, a partir dali, administrou para vencer com sobra. É a quarta corrida seguida em que ele está no pódio, sempre chegando uma em segundo e a seguinte terminando em vitória. Quem também partiu em fuga foi o equatoriano Richard Carapaz (Movistar). A sobra dele para os demais era tão grande que ele chegou a cair na reta final e ainda conseguiu voltar à bicicleta para ser o segundo colocado. Quem também caiu durante a prova foi o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), mas conseguiu voltar à bicicleta e se manter à frente dos demais para conquistar o terceiro lugar. Os quatro atletas seguintes não fizeram boa prova e chegaram juntos, longe dos três primeiros.

O pódio da Amstel Gold Race. No alto, o belga Axel Merckx (T-Mobile), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), terceiro colocado.

GIRO D'ITALIA

No sábado, 07, começava a primeira das 3 Grandes Voltas do ciclismo mundial. A disputa do Trofeo Senza Fine marca o Giro D’Italia, cuja versão 2022 se iniciou em um contra relógio. O Giro é uma prova por etapas longa, com trechos em montanha, chegadas em sprint e o contra relógio normal, sem escaladas. Apesar dos campeões até aqui serem de estilos variados, os favoritos são os ciclistas por etapas. Mas até hoje só um neste estilo venceu a competição, o francês Thibaut Pinot, em 2020. O resumo de cada uma das 12 etapas você confere aqui.


PARIS BRUXELAS

No dia 21, um sábado, os ciclistas independentes e os seis que abandonaram o Giro D’Italia alinhavam na França para a Paris Bruxelas. Na verdade, a clássica começa em Picardy, 85 quilômetros ao norte de Paris, passa pela capital francesa e termina em Bruxelas. No meio disso, muito pavê e muros complicadíssimos em toda a parte. A prova seria disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura baixa, bom para clássicas.


Depois de 12 etapas sem gosto no Giro D’Italia, havia grande expectativa em cima dos atletas que disputariam a Paris Bruxelas. E eles não decepcionaram! Com uma prova de altíssimo nível, os ciclistas pedalaram forte, arriscaram ataques, organizaram-se para pegar os escapados, passaram pelo pavê com maestria e fizeram estratégias distintas em busca da vitória.


No último muro, dois ciclistas saíram na fuga derradeira, um escalador e outro de clássicas. No sprint final, os dois se esforçaram ao máximo e acabaram cruzando juntos. O photofinish mostrou uma leve vantagem para o belga Greg Van Avermaet (CCC), que fez a alegria dos torcedores locais ao vencer pela primeira vez na temporada, deixando o colombiano Nairo Quintana (Movistar) na segunda posição. Mais atrás, o francês Bryan Coquard (Cofidis) fez um bom sprint e garantiu a terceira colocação.


CAMPEONATO EUROPEU
No sábado, 28, se dava a disputa dos campeonatos continentais. Essas provas fazem parte do calendário, contam para a estatística, mas não para o ranking. Desta forma, participam os ciclistas do calendário e os independentes.

O país onde é disputada a competição é o mesmo do vencedor do ano anterior. Como Mark Cavendish venceu em 2021, os 37 ciclistas alinharam na Inglaterra para a disputa. A prova tinha duas montanhas bem espaçadas, uma em 5% logo no início e outra, em 8%, na segunda metade. O dia de sol e temperatura agradável deu um lindo toque britânico à disputa.

A prova foi de um nível muito bom, com os ciclistas se esforçando. Uma fuga foi formada, numerosa, e o pelotão acompanhou a uma distância segura. Na fuga, um ciclista saiu mais forte, formando “la fuga de la fuga” e os demais escapados precisaram aumentar o ritmo para não deixá-lo aumentar a vantagem. Isso resultou que, no final, havia 3 grupos de fuga na disputa e o pelotão, ainda na distância segura, sem chances de vitória.

O ciclista da “fuga de la fuga” era Remco Evenepoel. Naquela que é candidata a performance do ano, o belga da Quickstep venceu com uma sobre incrível o Campeonato Europeu, seu primeiro título no ano e segundo na LMC. Na disputa pelos lugares seguintes no pódio, o italiano Vincenzo Nibali (Astana) conseguiu um sprint incrível e saiu do quinto para o segundo lugar. Completou o pódio o espanhol Oscar Freire (Rabobank), em terceiro, que se recuperou do Giro D'Italia fraquíssimo que apresentou.

Os ingleses esperavam muito de seus atletas, mas todos eles decepcionaram. Os 3 andaram sempre nas últimas posições, chegaram a ficar em último e acabaram no final, em grupeto. Mark Cavendish jamais deu sinais de que poderia ser bicampeão, acabando em 31º. Bradley Wiggins chegou a restabelecer o apelido de Bradley “Sempre Em Último” Wiggins e terminou em antepenúltimo, em 35º. Chris Froome foi o pior deles, fazendo um passeio ciclístico de nível baixíssimo e terminando na 36ª e penúltima colocação, à frente apenas de Bauke Mollema.

Apesar do grande número de quedas, principalmente na primeira montanha, ninguém abandonou. Com o título de Remco Evenepoel, o Campeonato Europeu de 2023 será disputado na Bélgica.

O pódio do Campeonato Europeu. No alto, o belga Remco Evenepoel (Quickstep), com o troféu de campeão. Abaixo dele, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), terceiro colocado.

CAMPEONATO PANAMERICANO
Ainda no sábado, 28, 9 ciclistas alinhavam nos Estados Unidos para a disputa do Campeonato Panamericano. Disputado no país do vencedor de 2021 (Lance Armstrong), seria uma prova de resistência, com 4 subidas difíceis. Logo no início, uma em 7%; na metade, uma subida de 8% e outra de 6% encadeadas; e uma com 9% antes da chegada em sprint. O dia estava parcialmente nublado, com temperatura agradável e uma leve brisa correndo, um alento no Texas, que é sempre desgastante para esportes ao ar livre.

A prova foi desenhada para o estilo de Lance Armstrong e viu o norte americano sair em uma fuga desde o início, sempre acompanhado por algum ciclista. Após a metade da prova, enquanto todos descansavam das duas montanhas encadeadas, Armstrong ampliou sua vantagem, indicando o bicampeonato. Mas uma queda na última montanha pôs o sonho americano por terra e viu começar o sonho colombiano.

Os dois ciclistas daquele país passaram e se prepararam para a disputa final, mas só um deles era sprinter. E foi justamente Fernando Gaviria (Quickstep) quem arrancou para vencer, conseguindo o bicampeonato panamericano (havia vencido em 2019) e vendo Nairo Quintana chegar (Movistar) em segundo. A decepção com a queda foi amenizada com a terceira posição. O norte americano Lance Armstrong (USPS) conseguiu se recuperar e foi ao pódio pelo terceiro ano consecutivo (campeão em 2021, terceiro em 2020 e 2022).

Gaviria conquistou seu sétimo título na LMC e, com esse triunfo, leva o Panamericano de 2023 de volta para a Colômbia.

O pódio do Campeonato Panamericano. No alto, com o troféu de campeão, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), voltando a conquistar após o título de 2019. Abaixo dele, completando a dobradinha colombiana no pódio, Nairo Quintana (Movistar). Abaixo do troféu, o norte-americano Lance Armstrong (USPS), terceiro colocado.

COPA DO MUNDO
Após os campeonatos continentais, os 46 ciclistas da LMC se reuniram para a prova magna da Liga. A Copa do Mundo de 2022 seria disputada na Itália, país de Damiano Cunego, campeão em 2021.

A corrida foi bem distribuída, começando no plano e, logo depois, aparecia uma montanha de 6% para brindar os ciclistas. Seguia mais um trecho plano e, na sequência, duas montanhas encadeadas, em 8 e 7%. Mais um trecho plano e duas montanhas piores ainda, encadeadas, em 10 e 12%. Um refresco com dois trechos planos, uma montanha de 5% para preparar a chegada e um sprint final. O lindo dia de céu azul ajudou a coroar este dia tão especial para a LMC.

46 ciclistas na disputa da Copa do Mundo 2022 e pelo direito de usar as cores do arco-íris em sua camisa pelo restante da temporada.

O pelotão andou junto até a metade da prova, quando começaram os ataques. Primoz Roglic e Mathieu Van Der Poel atacaram mais forte e abriram vantagem, mas foram pegos por outros ciclistas ao longo do percurso. Com as montanhas mais pesadas, o pelotão se desfez em vários grupos e, ao final, seis atletas passaram a última montanha e apontaram no último trecho para disputar a vitória entre si, em um sprint emocionante.

E foi justamente este sprint que levantou o público presente na linha de chegada. Ao final, o photofinish apontou a vitória do holandês Tom Dumoulin (Sunweb), que superou o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), o segundo colocado. Atrás deles, houve um choque entre dois ciclistas e queda de Mathieu Van Der Poel. Com isso, o alemão Marcel Kittel (Katusha) sprintou de fora do grupo de seis para chegar na terceira posição. Completaram o G6 o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) em quarto e se redimindo do Giro D'Italia, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ) em quinto e o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) em sexto.

O TCB analisou as imagens do acidente com Mathieu Van Der Poel, que estava em segundo e acabou cruzando em décimo. Acabou concluindo que Oscar Pereiro Sio não poderia ser considerado culpado pela queda e o absolveu.

Além dos seis primeiros, outros ciclistas que se destacaram nesta Copa do Mundo foram Filippo Pozzato (7º), Bradley Wiggins (8°), Michele Scarponi (9º), Mathieu Van Der Poel (10º), o então campeão mundial Damiano Cunego (11º), Magno Nazaret (14º) e Richard Carapaz (20º).

Do outro lado, decepcionaram os colombianos que dominaram o Panamericano. Fernando Gaviria foi o único ciclista a abandonar a Copa do Mundo e Nairo Quintana foi o último colocado, passeando como se não houvesse amanhã e terminando muito depois do penúltimo colocado, Julian Alaphilippe, outra decepção. Além deles, o campeão europeu Remco Evenepoel (antepenúltimo) andou sempre atrás e foi decepcionante. Curiosamente, os campeões continentais não fizeram nada nesta Copa do Mundo.

Vice-campeão em 2019, Tom Dumoulin conquista o título mundial desta vez, seu segundo título no ano e o quinto na LMC. Com isso, a Copa do Mundo 2023 voltará a ser na Holanda. Em quatro edições, os italianos e holandeses venceram todas, sempre alternando as conquistas. Como a Copa do Mundo conta para o ranking, a classificação após esta prova mantém Alberto Contador na liderança, com 84 pontos.

O pódio da Copa do Mundo 2022. No alto, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), com o troféu de campeão mundial. Abaixo dele, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), segundo colocado. Abaixo do troféu, o alemão Marcel Kittel (Katusha), terceiro colocado.

RANKING
1º Alberto Contador - 84 pontos;
2º Fabio Aru - 73 pontos;
3º Thibaut Pinot - 71 pontos.

NOTAS RÁPIDAS
  • O mês de maio teve 7 provas, 3 a menos do que o mês anterior. Mas trouxe a primeira das 3 Grandes Voltas, o que aumenta o número de etapas, fora a importância da competição.
  • Além do Giro D'Italia, a Copa do Mundo e os campeonatos continentais deram uma importância ainda maior ao mês que passou.
  • Até aqui, o ritmo tem sido muito baixo. Tivemos provas emocionantes, mas a regra tem sido as decepções. A fuga tem vencido com frequência, com pouca disputa pelas posições de frente. No início do ano, a desculpa era o início de temporada e a falta de ritmo. 5 meses depois, no entanto, os ciclistas têm que arregaçar as mangas e começar a trabalhar mais duro para garantir emoção aos fãs do ciclismo.
  • Junho representa a metade do ano. A esperança é de provas mais emocionantes e maior disputa pelos títulos. O resumo daquele mês trará também o resumo do primeiro semestre.
  • A LMC continua estudando melhorias em sua estrutura. Além de buscar aumentar o número de ciclistas independentes e adquirir um novo ônibus para melhor acomodar os atletas, a Liga debate a criação de dois cargos de diretores regionais, um para a América e outro, para a Europa.
  • Também está em apreciação a aquisição de novos troféus para o segundo e terceiro lugares nas Grandes Voltas e na Copa do Mundo.

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