quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

LMC - Novembro - 02/12/2021

Novembro foi o último mês de atividade da LMC no ano. As últimas provas foram disputadas, saiu o campeão da LMC e, agora, os atletas descansam para trazerem um 2022 de mais ação. Antes disso, vamos ver como foi o mês de novembro.

SETTIMANA CICLÍSTICA INTERNAZIONALE

Ainda em outubro, no dia 23, começava a grande festa do ciclismo italiano. Apesar do Giro D’Italia ser uma das 3 Grandes Voltas, a festa ocorre mesmo na Settimana Ciclística Internazionale, que teve seu início em um contra relógio totalmente plano. Fora esta etapa, todas as demais teriam subidas. A segunda tinha montanhas de 5 e 6%; a terceira, 7 e 9%; a quarta, 7 e 8%; a quinta e a sexta, que compunham as etapas de montanha, tinham subidas que chegavam a 12% de inclinação.

Ciclistas voltando de inatividade e em final de temporada contribuíram para um contra relógio em ritmo lento. Somente dois ciclistas se destacaram e, deles, quem se deu melhor foi Primoz Roglic. O esloveno da Imperatriz, líder do ranking, venceu a prova (a décima da temporada), deixando Romain Bardet (AG2R) em segundo. Em terceiro, Julian Alaphilippe (Quickstep) finalizou a dobradinha francesa no pódio e repetiu o lugar conquistado em 2019 na mesma etapa. Os franceses ainda tiveram Thibaut Pinot (FDJ), atual campeão, em quinto lugar. Mas o público vibrou mesmo foi com Damiano Cunego (Lampre). O campeão mundial terminou na quarta posição.

O pódio do contra relógio. No alto, com o troféu de vencedor, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo dele, Romain Bardet (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, completando a dobradinha francesa no pódio, Julian Alaphilippe (Quickstep), terceiro colocado.

Foi uma semana bem longa, pois a sexta e última etapa só foi disputada em 09 de novembro. Mas se é para ser a grande festa do ciclismo italiano, emoção não pode faltar. A última etapa também fazia parte da competição de montanha, mas as peculiaridades da prova não vinham do terreno inclinado. Para começar, 3 ciclistas chegaram à última corrida com a maglia azzurra, de líder: Thibaut Pinot (atual campeão), Marcel Kittel (campeão do Giro D’Italia) e Greg Van Avermaet (em busca do primeiro título). Mas o mais interessante foi que, pela primeira vez, todos os ciclistas chegavam à última etapa com chances de título.


Graças à disputa de montanha, a sexta etapa tinha 3 metas volantes, ou seja, um máximo de 15 pontos em jogo. Os líderes chegaram até aqui com 14 pontos. Com um único abandono (Fabian Cancellara, na terceira etapa), a Settimana Ciclística Internazionale 2021 seria decidida por 39 atletas.


Com um terreno difícil, um dia frio e com chuva fina em alguns trechos, a emoção estava garantida. Após as metas volantes, caiu para 5 o número de postulantes ao título, mas na prática quem tinha a taça nas mãos era Greg Van Avermaet, já que os outros 4 precisavam no mínimo de um segundo lugar e estavam longe de tal posição.


Em uma prova de altíssimo nível, quem levou a melhor foi o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural). Em segundo chegou o norte americano Lance Armstrong (USPS), coroando uma grande prova. Em terceiro ficou o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), mas a emoção mesmo se deu atrás, na disputa pelo quarto lugar.


O pódio da última etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural). Abaixo dele, o americano Lance Armstrong (USPS), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.


O público italiano empurrou e o italiano Vincenzo Nibali (Astana) fez um esforço monumental para cruzar na quarta posição e ficar com o título de montanha. Aliás, foi o bicampeonato de Nibali na montanha da Settimana, já que também ficou com o troféu em 2019.

Campeão de montanha, o italiano Vincenzo Nibali (Astana) comemora com o seu troféu

Mas quem comemorou mesmo foi o quinto colocado. Os pontos nas metas volante, os adversários andando atrás e um cálculo bem feito deram ao belga Greg Van Avermaet (CCC) o título da Settimana Ciclística Internazionale, seu primeiro na LMC. Vincenzo Nibali ficou com o vice campeonato e, em terceiro, houve um empate entre Thibaut Pinot e Marcel Kittel.

O pódio da Settimana Ciclística Internazionale. No alto, com o troféu de campeão, o belga Greg Van Avermaet (CCC). Abaixo dele, com o troféu de montanha, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), vice campeão. Abaixo do troféu, o francês Thibaut Pinot (FDJ) e o alemão Marcel Kittel (Katusha), terceiros colocados.

Após a Settimana Ciclística Internazionale e restando apenas uma competição no ano, o título da LMC está decidido. Com apenas 9 pontos em jogo, Primoz Roglic não pode mais ser alcançado e, assim, é o campeão da LMC em 2021. Roglic lidera o ranking, com 179 pontos. Em segundo, permanece Filippo Pozzato, com 148. Em terceiro houve uma mudança e, agora, Marcel Kittel é quem ocupa a posição, com 141. As outras posições no pódio estão em aberto…


AMSTEL GOLD RACE


No dia 10 de novembro, o suíço Fabian Cancellara se juntava aos ciclistas independentes no sul da Holanda, na província de Limburgo, para a disputa da Amstel Gold Race, uma das Clássicas das Ardenas. Repleta de subidas curtas e acentuadas (de 8 a 10% de inclinação), a corrida foi disputada em um dia nublado e frio, para trazer uma dificuldade aos ciclistas.


Logo na largada, enquanto os atletas saíram em ritmo diminuto, Richard Carapaz atacou forte. Com o tempo, o equatoriano foi perdendo potência e sendo ultrapassado pelos demais, chegando a cair para penúltimo e terminando na quinta posição. De resto, os ciclistas andaram em duplas ou trios, sempre se ajudando nesta difícil prova.


Ao final, a melhor estratégia foi de Juan José Cobo Acebo. O espanhol da Caja Rural atacou nas últimas montanhas e soube administrar para vencer pela primeira vez, mesmo que o colombiano Nairo Quintana (Movistar) tenha acelerado forte na última montanha. Naironman chegou perto, mas conseguiu apenas o segundo lugar. Em terceiro, após uma fuga a solo na última montanha, chegou o francês Bryan Coquard (Cofidis). Esta foi a segunda vitória seguida da Caja Rural, já que Valverde venceu a última etapa da Settimana Ciclística Internazionale.


Seguindo a tradição da LMC, os ciclistas erguem o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural) por sua primeira vitória na carreira. O colombiano Nairo Quintana (Movistar) foi o segundo colocado e o francês Bryan Coquard (Cofidis) ficou com a terceira posição.

TOUR DE HOGWARTS

Em 13 de novembro, os ciclistas pegaram o trem na Plataforma 9 e ¾ e embarcaram para  Hogsmead. Ali começava a novidade da temporada 2021, o Tour de Hogwarts, a magia do ciclismo! A competição entrou no lugar da Liga das Nações e, disputado nos mesmos moldes da Real Liga de Ciclismo (formato de clássica), terá quatro etapas. Cada uma delas tem uma característica e é disputada em homenagem a uma das casas da famosa escola de bruxaria. Os pontos conquistados nas provas são acumulados no ranking de Hogwarts e, ao final, quem somar mais pontos é o campeão do Tour. Mas esses pontos acumulados não vão para o ranking da LMC. Apenas os seis primeiros colocados levam os pontos (de 9 a 1). As provas não têm meta volante.


Desta forma, a primeira corrida do Tour de Hogwarts foi a de Corvinal, disputada nas montanhas, com inclinações entre 8 e 10%, o que reflete bem o elemento da Casa (o ar) e as características (é preciso ser ousado para atacar nas montanhas e sagaz para não deixar a fuga nestes trechos). O dia, nublado e frio, era típico da região e, com isso, os ciclistas teriam algum conforto para buscarem a vitória.


O pelotão andou junto, com uma pequena fuga andando mais à frente, controlada. Porém, quando as montanhas mais duras chegaram, a fuga ganhou consistência. Com sprinters bem posicionados e chegada ao alto, nada estava decidido, mas a magia do ciclismo se fez presente e quem se posicionou à frente na última subida foi Chris Froome. O inglês da Sky, muito criticado pelos péssimos resultados na temporada, manteve o ritmo elevado, administrou e conseguiu a primeira vitória do Tour de Hogwarts, meio que vencendo em casa, já que Hogwarts fica em algum lugar no Reino Unido. Dos sprinters, quem teve fôlego para se manter na frente foi o colombiano Fernando Gaviria, que comemorou muito a segunda posição. Completando a dobradinha da Quickstep, o francês Julian Alaphilippe conseguiu um ritmo excelente nas duas últimas montanhas e arrancou para a terceira posição. O ziguezague nas subidas causou um acidente no final, quando Danilo Di Luca tocou Rafael Andriato e o derrubou. O TCB condenou Di Luca com a perda de 6 pontos de esforço na próxima etapa. Porém, a punição não pode ser aplicada, pois aqui não há etapas, mas clássicas independentes.


O pódio da prova de Corvinal no Tour de Hogwarts. No alto, com as alas de ouro de vencedor, o inglês Chris Froome (Sky). Abaixo dele, o colombiano Fernando Gaviria, segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Julian Alaphilippe, terceiro colocado, completando a dobradinha da Quickstep.

No dia 14 de novembro, os ciclistas estavam prontos para disputar a corrida de Lufa Lufa. Em meio a muita vegetação, plantações e belíssimos canteiros de flores, os atletas tiveram duas subidas (uma logo no início, em 6%, e outra antes da chegada em sprint, com 8%), refletindo bem o lema da Casa, de aceitar todos (é uma prova para todos os estilos) e de cooperar (o pelotão teria que trabalhar junto para evitar fugas). A vegetação também refletia o elemento da Casa de Lufa Lufa, a terra. Para coroar isso tudo, um lindo dia de sol e temperatura amena saudou os ciclistas.


Foi uma prova muito boa, do ponto de vista técnico. Uma pequena fuga se formou a uma distância controlada pelo pelotão. Encarnando o espírito da Casa, houve um bom trabalho conjunto e, por isso, os ciclistas andaram juntos a corrida inteira. O final, porém, era estreito e cheio de curvas, contornando as arquibancadas onde os estudantes se aglomeravam e isso acabou causando um pequeno acidente. Em disputa por posições, Julian Alaphilippe foi tocado e caiu, ocasionando um corte no grupo que tentava a vitória. O TCB analisou as imagens e entendeu que Damiano Cunego e Murilo Fischer foram os culpados, punindo-os com a perda de 3 pontos no Tour de Hogwarts, mas mantendo as posições conquistadas na corrida.


Desta forma, o brasileiro da Française De Jeux pôde manter a sua vitória, a primeira na temporada, com o alemão André Greipel (Lotto Belisol) em segundo e o norte americano Lance Armstrong (USPS) em terceiro. Damiano Cunego chegou em quarto, mas a punição tirou o número exato de pontos que conquistaria naquela posição. Desta forma, a liderança do Tour de Hogwarts permanece com Chris Froome, que chegou em oitavo. André Greipel segue como o único ciclista do calendário que não venceu na temporada. Bryan Coquard é o único dos independentes que não venceu. A prova de Lufa Lufa viu o primeiro abandono no Tour de Hogwarts, com Domenico Pozzovivo. Mas, por se tratar de provas independentes, o italiano não abandona o Tour, retornando na próxima etapa.



O pódio de Lufa Lufa. No alto, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ) comemora a vitória com suas alas de ouro. Abaixo dele, o alemão André Greipel (Lotto Belisol), segundo colocado. Abaixo do troféu, o americano Lance Armstrong (USPS), terceiro colocado.

Em 15 de novembro, foi a vez da corrida de Sonserina. Para ser membro desta Casa, é preciso ter astúcia e utilizar quaisquer meios para alcançar os objetivos. A água, elemento que caracteriza Sonserina, mostrava que a prova seria disputada em terrenos enlameados, com pendentes curtas e acentuadas, além do temido pavê. Em outras palavras, a corrida de Sonserina foi disputada no estilo Clássicas do Norte, com muito sofrimento para os ciclistas, mas em um lindo dia de céu azul e temperatura amena.


As subidas separam os ciclistas, mas o pavê é avassalador. Foi nos momentos em que os paralelepípedos surgiram que o pelotão foi esfacelado, principalmente no último trecho, que era um muro com 8% de inclinação. Depois deste trecho, no entanto, tudo ficou plano para a linha de chegada, o pelotão se reagrupou e 26 ciclistas se prepararam para um sprint incrível.


A vitória coube ao luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), com o italiano Danilo Di Luca (Liquigás) em segundo e o suíço Fabian Cancellara completando a dobradinha da Saxo Bank, em terceiro. Murilo Fischer sentiu muitas dores e sequer largou, sendo o único abandono desta etapa.

O pódio de Sonserina no Tour de Hogwarts. No alto, o luxemburguês Frank Schleck, com as alas de ouro de vencedor. Abaixo dele, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), segundo colocado. Abaixo do troféu, fechando a dobradinha da Saxo Bank, o suíço Fabian Cancellara, terceiro colocado.


Em 20 de novembro, a última corrida do Tour de Hogwarts foi a de Grifinória. Refletindo a nobreza e a determinação da Casa, uma prova plana à exceção de uma difícil montanha com 12% de inclinação após a metade traria o ouro para o vencedor da prova, para o campeão do Tour e para o campeão da temporada. O dia foi frio e nublado, com chuva em alguns trechos. A última prova define o campeão e todos os 40 ciclistas podem levar o cobiçado troféu.


Antes da bandeirada de início, foi observado um minuto de silêncio, em memória do Napoleão. Emocionados, os ciclistas prestaram a devida homenagem ao nobre boxer e partiram acelerando forte. O ritmo foi alto nesta prova, sem uma fuga se formando. Mas a montanha chegou e os seus 12% de inclinação cobraram um preço alto. Primeiro que uma fuga finalmente se formou e segundo que a maioria dos que aceleraram na subida foram sprinters, que ficaram sem pernas para a chegada.

O Napoleão vai deixar muitas saudades.


Oscar Freire vinha fazendo uma prova incrível, candidata a performance do ano. Mas ele foi um dos sprinters que aceleraram na subida e, com uma boa vantagem, ficou sem pernas para sprintar e tentou administrar. Curiosamente, quem sprintou e conseguiu a vitória foi o italiano Michele Scarponi (Lampre), um montanhista que marcou Oscar Freire. Ao espanhol da Rabobank restou o segundo lugar, com Vincenzo Nibali (Astana) completando mais uma dobradinha italiana no pódio. O último lugar ficou com Marcel Kittel, o que é curioso, já que o alemão da Katusha abriu o ano vencendo e terminou com a última posição.

O pódio de Grifinória. No alto, com as alas de ouro, o italiano Michele Scarponi (Lampre), vencedor da prova. Abaixo dele, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o terceiro colocado, Vincenzo Nibali (Astana), que completou a dobradinha italiana no pódio.

Sem nenhum dos vencedores anteriores pontuando, o primeiro Tour de Hogwarts da LMC terminou com um inédito empate triplo entre os campeões. O luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), o inglês Chris Froome (Sky) e o italiano Michele Scarponi (Lampre) dividiram o título e o Cálice de Fogo dado ao campeão. E o empate só não foi quádruplo porque Murilo Fischer, vencedor em Lufa Lufa, perdeu 3 pontos por conta de acidente.

O lotado pódio final do Tour de Hogwarts. No alto, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), o inglês Chris Froome (Sky) e o italiano Michele Scarponi (Lampre), com o Cálice de Fogo dado ao campeão do Tour. Abaixo de Schleck, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), vice campeão. Na parte de baixo da foto, o quádruplo empate na terceira posição, com o espanhol Oscar Freire (Rabobank), o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), o alemão André Greipel (Lotto Belisol) e o brasileiro Murilo Fischer (FDJ).

Ao término do Tour de Hogwarts, teve início a cerimônia de premiação da temporada, com o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) se sagrando campeão da LMC, ao anotar 179 pontos. O vice campeão foi o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), com 148 pontos, com o campeão de 2020, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás) ficando na terceira posição e fechando mais uma dobradinha italiana na temporada, com 145. Roglic somou 10 vitórias, 5 segundos lugares e 2 terceiros, com 1 título e 2 de montanha, mantendo uma regularidade incrível que o levou ao campeonato com boa sobra, de mais de 30 pontos de vantagem sobre o segundo colocado.

PRIMOZ ROGLIC CAMPEÃO DA LMC EM 2021

O pódio da LMC em 2021. No alto, com o troféu de campeão, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo dele, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), vice campeão. Abaixo do troféu, o também italiano Danilo Di Luca (Liquigás), terceiro colocado.

E assim se encerrou o calendário da LMC em 2021. Agora, restam apenas provas independentes e os campeonatos nacionais da Itália, Espanha e França. As oito provas independentes compõem o circuito italiano de ciclismo e têm um regulamento especial para convite dos atletas. O resumo de dezembro será feito até o natal e trará, na verdade, o fechamento do ano da LMC.


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