Novembro foi o último mês de atividade da LMC no ano. As últimas provas foram disputadas, saiu o campeão da LMC e, agora, os atletas descansam para trazerem um 2022 de mais ação. Antes disso, vamos ver como foi o mês de novembro.
SETTIMANA CICLÍSTICA INTERNAZIONALE
Ainda em outubro, no dia 23, começava a grande festa do ciclismo italiano. Apesar do Giro D’Italia ser uma das 3 Grandes Voltas, a festa ocorre
mesmo na Settimana Ciclística Internazionale, que teve seu início em um contra
relógio totalmente plano. Fora esta etapa, todas as demais teriam subidas. A
segunda tinha montanhas de 5 e 6%; a terceira, 7 e 9%; a quarta, 7 e 8%; a
quinta e a sexta, que compunham as etapas de montanha, tinham subidas que
chegavam a 12% de inclinação.
Ciclistas voltando de inatividade e em final de temporada contribuíram
para um contra relógio em ritmo lento. Somente dois ciclistas se destacaram e,
deles, quem se deu melhor foi Primoz Roglic. O esloveno da Imperatriz, líder do
ranking, venceu a prova (a décima da temporada), deixando Romain Bardet (AG2R)
em segundo. Em terceiro, Julian Alaphilippe (Quickstep) finalizou a dobradinha
francesa no pódio e repetiu o lugar conquistado em 2019 na mesma etapa. Os
franceses ainda tiveram Thibaut Pinot (FDJ), atual campeão, em quinto lugar.
Mas o público vibrou mesmo foi com Damiano Cunego (Lampre). O campeão mundial
terminou na quarta posição.
Foi uma semana bem longa, pois a sexta e última etapa só foi disputada em 09 de novembro. Mas se é para ser a grande festa do ciclismo italiano, emoção não pode faltar. A última etapa também fazia parte da competição de montanha, mas as peculiaridades da prova não vinham do terreno inclinado. Para começar, 3 ciclistas chegaram à última corrida com a maglia azzurra, de líder: Thibaut Pinot (atual campeão), Marcel Kittel (campeão do Giro D’Italia) e Greg Van Avermaet (em busca do primeiro título). Mas o mais interessante foi que, pela primeira vez, todos os ciclistas chegavam à última etapa com chances de título.
Graças à disputa de montanha, a sexta etapa tinha 3 metas volantes, ou
seja, um máximo de 15 pontos em jogo. Os líderes chegaram até aqui com 14
pontos. Com um único abandono (Fabian Cancellara, na terceira etapa), a
Settimana Ciclística Internazionale 2021 seria decidida por 39 atletas.
Com um terreno difícil, um dia frio e com chuva fina em alguns trechos,
a emoção estava garantida. Após as metas volantes, caiu para 5 o número de
postulantes ao título, mas na prática quem tinha a taça nas mãos era Greg Van
Avermaet, já que os outros 4 precisavam no mínimo de um segundo lugar e estavam
longe de tal posição.
Em uma prova de altíssimo nível, quem levou a melhor foi o espanhol
Alejandro Valverde (Caja Rural). Em segundo chegou o norte americano Lance
Armstrong (USPS), coroando uma grande prova. Em terceiro ficou o luxemburguês
Andy Schleck (Saxo Bank), mas a emoção mesmo se deu atrás, na disputa pelo
quarto lugar.
O público italiano empurrou e o italiano Vincenzo Nibali (Astana) fez um
esforço monumental para cruzar na quarta posição e ficar com o título de
montanha. Aliás, foi o bicampeonato de Nibali na montanha da Settimana, já que
também ficou com o troféu em 2019.
Campeão de montanha, o italiano Vincenzo Nibali (Astana) comemora com o seu troféu |
Mas quem comemorou mesmo foi o quinto colocado. Os pontos nas metas
volante, os adversários andando atrás e um cálculo bem feito deram ao belga
Greg Van Avermaet (CCC) o título da Settimana Ciclística Internazionale, seu
primeiro na LMC. Vincenzo Nibali ficou com o vice campeonato e, em terceiro,
houve um empate entre Thibaut Pinot e Marcel Kittel.
Após a Settimana Ciclística Internazionale e restando apenas uma competição no ano, o título da LMC está decidido. Com apenas 9 pontos em jogo, Primoz Roglic não pode mais ser alcançado e, assim, é o campeão da LMC em 2021. Roglic lidera o ranking, com 179 pontos. Em segundo, permanece Filippo Pozzato, com 148. Em terceiro houve uma mudança e, agora, Marcel Kittel é quem ocupa a posição, com 141. As outras posições no pódio estão em aberto…
AMSTEL GOLD RACE
No dia 10 de novembro, o suíço Fabian Cancellara se juntava aos
ciclistas independentes no sul da Holanda, na província de Limburgo, para a
disputa da Amstel Gold Race, uma das Clássicas das Ardenas. Repleta de subidas
curtas e acentuadas (de 8 a 10% de inclinação), a corrida foi disputada em um
dia nublado e frio, para trazer uma dificuldade aos ciclistas.
Logo na largada, enquanto os atletas saíram em ritmo diminuto, Richard
Carapaz atacou forte. Com o tempo, o equatoriano foi perdendo potência e sendo
ultrapassado pelos demais, chegando a cair para penúltimo e terminando na
quinta posição. De resto, os ciclistas andaram em duplas ou trios, sempre se
ajudando nesta difícil prova.
Em 13 de novembro, os ciclistas pegaram o trem na Plataforma 9 e ¾ e
embarcaram para Hogsmead. Ali começava a novidade da temporada 2021, o
Tour de Hogwarts, a magia do ciclismo! A competição entrou no lugar da Liga das
Nações e, disputado nos mesmos moldes da Real Liga de Ciclismo (formato de
clássica), terá quatro etapas. Cada uma delas tem uma característica e é
disputada em homenagem a uma das casas da famosa escola de bruxaria. Os pontos
conquistados nas provas são acumulados no ranking de Hogwarts e, ao final, quem
somar mais pontos é o campeão do Tour. Mas esses pontos acumulados não vão para
o ranking da LMC. Apenas os seis primeiros colocados levam os pontos (de 9 a
1). As provas não têm meta volante.
Desta forma, a primeira corrida do Tour de Hogwarts foi a de Corvinal,
disputada nas montanhas, com inclinações entre 8 e 10%, o que reflete bem o
elemento da Casa (o ar) e as características (é preciso ser ousado para atacar
nas montanhas e sagaz para não deixar a fuga nestes trechos). O dia, nublado e
frio, era típico da região e, com isso, os ciclistas teriam algum conforto para
buscarem a vitória.
O pelotão andou junto, com uma pequena fuga andando mais à frente,
controlada. Porém, quando as montanhas mais duras chegaram, a fuga ganhou
consistência. Com sprinters bem posicionados e chegada ao alto, nada estava
decidido, mas a magia do ciclismo se fez presente e quem se posicionou à frente
na última subida foi Chris Froome. O inglês da Sky, muito criticado pelos
péssimos resultados na temporada, manteve o ritmo elevado, administrou e
conseguiu a primeira vitória do Tour de Hogwarts, meio que vencendo em casa, já
que Hogwarts fica em algum lugar no Reino Unido. Dos sprinters, quem teve
fôlego para se manter na frente foi o colombiano Fernando Gaviria, que
comemorou muito a segunda posição. Completando a dobradinha da Quickstep, o
francês Julian Alaphilippe conseguiu um ritmo excelente nas duas últimas
montanhas e arrancou para a terceira posição. O ziguezague nas subidas causou
um acidente no final, quando Danilo Di Luca tocou Rafael Andriato e o derrubou.
O TCB condenou Di Luca com a perda de 6 pontos de esforço na próxima etapa.
Porém, a punição não pode ser aplicada, pois aqui não há etapas, mas clássicas
independentes.
No dia 14 de novembro, os ciclistas estavam prontos para disputar a
corrida de Lufa Lufa. Em meio a muita vegetação, plantações e belíssimos
canteiros de flores, os atletas tiveram duas subidas (uma logo no início, em
6%, e outra antes da chegada em sprint, com 8%), refletindo bem o lema da Casa,
de aceitar todos (é uma prova para todos os estilos) e de cooperar (o pelotão
teria que trabalhar junto para evitar fugas). A vegetação também refletia o
elemento da Casa de Lufa Lufa, a terra. Para coroar isso tudo, um lindo dia de
sol e temperatura amena saudou os ciclistas.
Foi uma prova muito boa, do ponto de vista técnico. Uma pequena fuga
se formou a uma distância controlada pelo pelotão. Encarnando o espírito da Casa,
houve um bom trabalho conjunto e, por isso, os ciclistas andaram juntos a
corrida inteira. O final, porém, era estreito e cheio de curvas, contornando as
arquibancadas onde os estudantes se aglomeravam e isso acabou causando um
pequeno acidente. Em disputa por posições, Julian Alaphilippe foi tocado e
caiu, ocasionando um corte no grupo que tentava a vitória. O TCB analisou as
imagens e entendeu que Damiano Cunego e Murilo Fischer foram os culpados, punindo-os
com a perda de 3 pontos no Tour de Hogwarts, mas mantendo as posições
conquistadas na corrida.
Desta forma, o brasileiro da Française De Jeux pôde manter a sua
vitória, a primeira na temporada, com o alemão André Greipel (Lotto Belisol) em
segundo e o norte americano Lance Armstrong (USPS) em terceiro. Damiano Cunego
chegou em quarto, mas a punição tirou o número exato de pontos que conquistaria
naquela posição. Desta forma, a liderança do Tour de Hogwarts permanece com
Chris Froome, que chegou em oitavo. André Greipel segue como o único ciclista
do calendário que não venceu na temporada. Bryan Coquard é o único dos
independentes que não venceu. A prova de Lufa Lufa viu o primeiro abandono no
Tour de Hogwarts, com Domenico Pozzovivo. Mas, por se tratar de provas
independentes, o italiano não abandona o Tour, retornando na próxima etapa.
Em 15 de novembro, foi a vez da corrida de Sonserina. Para ser membro
desta Casa, é preciso ter astúcia e utilizar quaisquer meios para alcançar os
objetivos. A água, elemento que caracteriza Sonserina, mostrava que a prova
seria disputada em terrenos enlameados, com pendentes curtas e acentuadas, além
do temido pavê. Em outras palavras, a corrida de Sonserina foi disputada no
estilo Clássicas do Norte, com muito sofrimento para os ciclistas, mas em um
lindo dia de céu azul e temperatura amena.
As subidas separam os ciclistas, mas o pavê é avassalador. Foi nos
momentos em que os paralelepípedos surgiram que o pelotão foi esfacelado,
principalmente no último trecho, que era um muro com 8% de inclinação. Depois
deste trecho, no entanto, tudo ficou plano para a linha de chegada, o pelotão
se reagrupou e 26 ciclistas se prepararam para um sprint incrível.
A vitória coube ao luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), com o
italiano Danilo Di Luca (Liquigás) em segundo e o suíço Fabian Cancellara
completando a dobradinha da Saxo Bank, em terceiro. Murilo Fischer sentiu
muitas dores e sequer largou, sendo o único abandono desta etapa.
Em 20 de novembro, a última corrida do Tour de Hogwarts foi a de
Grifinória. Refletindo a nobreza e a determinação da Casa, uma prova plana à
exceção de uma difícil montanha com 12% de inclinação após a metade traria o
ouro para o vencedor da prova, para o campeão do Tour e para o campeão da
temporada. O dia foi frio e nublado, com chuva em alguns trechos. A última
prova define o campeão e todos os 40 ciclistas podem levar o cobiçado troféu.
Antes da bandeirada de início, foi observado um minuto de silêncio, em
memória do Napoleão. Emocionados, os ciclistas prestaram a devida homenagem ao
nobre boxer e partiram acelerando forte. O ritmo foi alto nesta prova, sem uma
fuga se formando. Mas a montanha chegou e os seus 12% de inclinação cobraram um
preço alto. Primeiro que uma fuga finalmente se formou e segundo que a maioria
dos que aceleraram na subida foram sprinters, que ficaram sem pernas para a
chegada.
O Napoleão vai deixar muitas saudades. |
E assim se encerrou o calendário da LMC em 2021. Agora, restam apenas provas independentes e os campeonatos nacionais da Itália, Espanha e França. As oito provas independentes compõem o circuito italiano de ciclismo e têm um regulamento especial para convite dos atletas. O resumo de dezembro será feito até o natal e trará, na verdade, o fechamento do ano da LMC.
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