domingo, 10 de outubro de 2021

Vuelta a España 2021 - 10/10/2021

Uma semana após a comemoração da Independência do Brasil, começava a Vuelta a España, a última das 3 Grandes Voltas do ciclismo mundial, conhecida por suas subidas em todas as etapas, exceto na última. Vamos ver, etapa a etapa, como foi esta emocionante competição.


1ª Etapa

No dia 14 de setembro de 2021, uma crono escalada dava início à Vuelta a España. Os 20 quilômetros de prova seriam disputados no plano até a metade. Dali em diante, o terreno se inclinava e dificultava a vida dos ciclistas.


A decisão da organização de fazer uma crono escalada trouxe condimentos extras à prova e aos atletas, que não sabiam a estratégia correta a se utilizar. Os tempos foram altos e somente um conseguiu fazer no tempo mínimo, mas com uma performance excepcional.


O italiano Domenico Pozzovivo (AG2R) fez uma prova quase perfeita e, tal qual no Tour de France, venceu o contra relógio na Vuelta. Em segundo ficou o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank) e, em terceiro, o belga Greg Van Avermaet (CCC), que foi terceiro em duas etapas do Tour de France. Destaque, também, para o francês Romain Bardet, que levou a AG2R ao quarto lugar, além da vitória de Pozzovivo, e também para o espanhol Oscar Freire (Rabobank), que alegrou os torcedores locais ao chegar em quinto.


Com a vitória no contra relógio, Domenico Pozzovivo é o primeiro camisa vermelha desta Vuelta.


O pódio da primeira etapa da Vuelta. No alto, com o scudetto de vencedor de etapa, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R). Abaixo dele, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Greg Van Avermaet (CCC), terceiro colocado.

2ª Etapa

A primeira corrida de linha da Vuelta não tinha meta volante. Uma etapa quase plana (com exceção de uma subida de 5% após a metade da prova), com chegada em sprint, em um dia frio e nublado.


Os torcedores viram uma prova de altíssimo nível. Desde o início, várias tentativas de ataque, de muitos ciclistas. Com isso, o ritmo foi muito elevado até a fuga realmente se formar, na metade da prova. Fabian Cancellara foi quem mais puxou e, até a chegada da montanha, foi acompanhado por outros ciclistas, mas foi na subida que conseguiu uma fuga a solo. Confiante da vitória, Cancellara começou a diminuir o ritmo e se poupar, em um verdadeiro passeio que foi visto mais como arrogância, paga pelo excelente sprint de Rafael Andriato. Quando Cancellara percebeu, já era tarde e o brasileiro da Imperatriz conseguiu uma vitória épica, a sua primeira na Vuelta. Ao suíço da Saxo Bank restou o segundo lugar, com um gosto amargo. Na disputa pela terceira posição, os torcedores locais foram ao delírio quando o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural) conseguiu cruzar. É o quarto pódio do campeão olímpico, com tão poucas provas disputadas.


O amargo segundo lugar pôde ser aliviado pelo fato de ser a segunda vez que Cancellara chega nesta posição, em suas etapas da Vuelta. Com isso, ele fica com a camisa vermelha, em prova que teve o primeiro abandono. Bauke Mollema sentiu uma lesão e deixou a Vuelta.


3ª Etapa

Etapa plana no início, com a primeira meta volante da Vuelta, uma subida de 5% após a metade da prova e chegada em sprint. O lindo dia de sol com poucas nuvens e temperatura agradável deu um toque extra de felicidade aos ciclistas e torcedores.


Uma queda logo no início da prova dividiu o pelotão e obrigou o grupo que ficou atrás a acelerar para retomar o contato. Mas o ritmo elevado dos ciclistas, em mais uma prova de alto nível, fez com que vários grupos se formassem e o pelotão só conseguiu se reagrupar na montanha. O único escapado naquele momento era Oscar Pereiro Sio.


Após a montanha, o espanhol da Caisse D’Epargne continuou acelerando forte e, empurrado pelo público, conseguiu a primeira vitória de um local nesta Vuelta, em fuga solo. Outro grupo de escapados se destacou do pelotão e um emocionante sprint levou o francês Sylvain Chavanel (Quickstep) ao segundo lugar, na mesma etapa que venceu em 2019, e o italiano Damiano Cunego (Lampre) ao terceiro posto.


Na disputa pelos lugares seguintes, Francisco Chamorro acabou tocando em Michele Scarponi e o italiano foi ao chão. Acionado, o TCB resolveu manter a posição do argentino (que chegara em quarto), mas o puniu com a perda de um ponto na competição, uma vez que a queda deixou Scarponi em décimo primeiro lugar.


Em uma etapa sem abandonos e com boa distribuição dos pontos em jogo, Fabian Cancellara manteve a camisa vermelha. O destaque nesta prova ficou para os italianos, que conseguiram o terceiro lugar de Cunego, o quinto de Filippo Ganna e o sexto de Danilo Di Luca.


4ª Etapa

A quarta etapa trazia duas subidas, com 5% de inclinação na primeira e 6% na segunda. Mas era bem tranquila na maior parte e teria chegada em sprint, além de farta distribuição de pontos. O sol aparecia entre nuvens e fazia calor, trazendo dificuldades para os ciclistas.


Um boliche ocorreu no primeiro trecho, levando alguns ciclistas ao chão. Com isso, Chris Froome e Filippo Pozzato não aguentaram as lesões e abandonaram a Vuelta.


Não tivemos mais abandonos depois disso, mas sim uma prova de altíssima velocidade. O pelotão andou junto o tempo todo, impedindo qualquer tentativa de fuga. Só na segunda montanha houve um pequeno desmonte do pelotão, que logo se agrupou. Após as montanhas, Greg Van Avermaet tentou lançar um ataque, no que foi acompanhado por Bradley Wiggins, Alberto Contador, Michele Scarponi, Mathieu Van Der Poel e Alejandro Valverde. Nos últimos quilômetros, o belga da CCC atacou forte e não foi acompanhado por mais ninguém, conseguindo sua primeira vitória na LMC. Na disputa pelos lugares restantes no pódio, o inglês Bradley Wiggins (Sky) chegou em segundo e o espanhol Alberto Contador (Astana) foi o terceiro, para delírio dos torcedores locais, que também aplaudiram Alejandro Valverde (Caja Rural) pelo sexto lugar.


Com a vitória na etapa e os pontos nas metas volante, Greg Van Avermaet é o novo camisa vermelha.


Tradição na LMC, o belga Greg Van Avermaet (CCC) é erguido pelo segundo colocado, o inglês Bradley Wiggins (Sky), e pelo terceiro, o espanhol Alberto Contador (Astana), após vencer sua primeira corrida na LMC.

5ª Etapa

Uma etapa quase toda plana, com apenas uma inclinação de 7% antes da chegada em sprint. A prova foi disputada em um dia de céu azul e muito vento, o que causou bordures a prova inteira. Vários grupos se formaram e pedalaram forte, tentando alcançar o grupo da frente ou prejudicar o de trás.


Após a montanha, dois italianos saíram em fuga, mas o pelotão trabalhou duro para pegá-los e tentar o sprint. Não conseguiram pegar Filippo Ganna (Acqua & Sapone), que venceu pela primeira vez na Vuelta. O argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole) conseguiu um belíssimo sprint e chegou em segundo, deixando Vincenzo Nibali (Astana) em terceiro para formar a dobradinha italiana.


Em mais uma prova de altíssimo nível, Damiano Cunego abandonou e Greg Van Avermaet manteve a camisa vermelha.

6ª Etapa

A última etapa antes das montanhas já começava a trazer alguma subida mais difícil, para os ciclistas se aclimatarem ao que estava por vir. Ambas no final da prova, com 8 e 5% de inclinação, iriam separar os ciclistas antes da chegada em sprint. O dia era frio, apesar do céu aberto com algumas nuvens. Um pequeno acidente no primeiro trecho dividiu o pelotão em três grupos, mas aos poucos os atletas foram se reagrupando, à exceção de uma pequena fuga.


Na fuga, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep) não deu chances a ninguém. Cada vez que um escapado fraquejava, ele acelerava mais, inclusive nas montanhas, chegando de forma tranquila para vencer a etapa pelo segundo ano consecutivo. A disputa pelas posições seguintes no pódio e na zona de pontuação foi emocionante e o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval) foi o segundo, com o inglês Bradley Wiggins (Sky) chegando em terceiro.


Apesar da brilhante prova de Gaviria, vencendo não só a corrida como as 3 metas volante, a camisa vermelha segue com Greg Van Avermaet, mesmo este chegando em vigésimo sétimo. A sexta etapa não teve abandonos.

7ª Etapa

As etapas de montanha chegaram, com uma corrida tranquila de início. As subidas ficavam entre 5 e 7%, sendo o período mais difícil o de Puerto de Portillo de las Batuecas, antes da metade da prova. Depois disso, ficava em 5 e 6% até a chegada, no Alto de la Covatilla, com 8% de inclinação. O lindo dia de céu azul era um pouco frio, mas não havia vento.


Os ciclistas ficaram juntos no início da prova, mas logo começaram os ataques e pequenos grupos foram se formando, numa clássica etapa de montanha. Alberto Contador chegou a empolgar os torcedores, mas cansou após a metade da prova e terminou em um decepcionante décimo terceiro lugar.


Um grupo formou uma fuga e abriu boa vantagem, ficando claro que o mais forte ali venceria. E este foi o inglês Bradley Wiggins (Sky), que venceu esta etapa pelo segundo ano consecutivo. Em segundo ficou o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), repetindo a posição na mesma etapa de 2019. Em terceiro ficou o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), que chega ao pódio da Vuelta pela primeira vez na LMC.


Com a vitória e os pontos em metas volante, somado ao vigésimo quinto lugar de Van Avermaet, Bradley Wiggins é o novo camisa vermelha e, também, o primeiro a vestir a camisa azul de bolinhas brancas. A primeira etapa de montanha não teve abandonos.

8ª Etapa

Ainda nas montanhas, os ciclistas encarariam uma etapa com inclinação entre 6 e 7%, até passarem pelo Puerto de la Rasa, com 8% de inclinação, onde as coisas ficariam piores até a chegada, no Alto de Moncalvillo, com 10% de inclinação. O dia, parcialmente nublado e com temperatura amena, era um refresco aos ciclistas, principalmente por não haver vento.


A Astana impôs um bom ritmo, obrigando os outros ciclistas a trabalharem juntos. Assim, no único trecho plano, o pelotão se esfacelou completamente e os atletas se dividiram em pequenos grupos. No Puerto de la Rasa, o pelotão voltou a se agrupar, ainda liderado pela Astana.


O excelente trabalho de Alberto Contador provocou novo corte no pelotão e limitou a quatro os ciclistas com chances de vitória no Alto de Moncalvillo. Mas os 10% de inclinação eram um esforço enorme para os atletas, que precisaram andar em ziguezague para compensarem o esforço. Com isso, Alberto Contador se desequilibrou e foi ao chão, terminando a prova em um decepcionante oitavo lugar.


O esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) não teve nada com isso, pois liderava a prova e atacou para vencer pela primeira vez na Vuelta. Em segundo chegou o italiano Michele Scarponi (Lampre) e, em terceiro, o alemão André Greipel (Lotto Belisol), que volta ao pódio da Vuelta depois da vitória na segunda etapa de 2019.


Acionado, o TCB não viu irregularidade nenhuma na queda de Alberto Contador e, por isso, não puniu ninguém. O pódio foi debaixo de vaias. Com os resultados desta etapa, que não teve abandonos, Bradley Wiggins mantém a camisa vermelha, mas o novo dono da camisa azul de bolinhas brancas é Primoz Roglic.

9ª Etapa

Aqui, as montanhas ficavam piores ainda, com inclinação de 7 a 8% até a metade da prova, depois uma passagem pelo Alto de la Mozqueta, com 9% de inclinação e chegada ao Alto de L’Angliru, com 11% de inclinação. A prova foi disputada em um dia de calor, o que dificultava a vida dos ciclistas.


Até a metade da prova, o pelotão andou junto. Quando veio o trecho plano, no entanto, uma fuga foi formada, liderada por Thibaut Pinot, mas tendo os sprinters Mark Cavendish e Thor Hushovd no meio. Os dois aceleraram para terem bom posicionamento durante as subidas mais duras e já no Alto de la Mozqueta atacaram novamente, partindo a solo. Logo ficou claro que a vitória seria disputada entre eles, embora o público empurrasse Oscar Pereiro Sio e os franceses Thibaut Pinot, Romain Bardet e Julian Alaphilippe tivessem um bom ritmo.


No final, Oscar Pereiro atacou forte, mas os dois sprinters escapados conseguiram resistir e a disputa se limitou a esses três. O norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole) foi o mais forte e conseguiu vencer, com o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) conseguindo a segunda posição. O espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) foi o terceiro, sendo muito aplaudido pelo público local ao repetir a posição que conquistara na mesma etapa, em 2020.


Bradley Wiggins chegou em décimo terceiro, mas conseguiu manter a camisa vermelha. Primoz Roglic foi pior, chegando em trigésimo terceiro, mas também se manteve com a camisa azul de bolinhas brancas, em uma etapa sem abandonos.

10ª Etapa

A última etapa de montanha era a pior de todas. Chamada Etapa Rainha, não tinha uma subida com menos de 9%. Depois da metade (o único trecho plano), eles passariam pelo Alto de la Cobertoria (10%), pelo Puerto de San Lorenzo (11%) e chegada no Alto de la Farrapona (12%), a pior subida desta Vuelta. Para complicar mais ainda, o dia nublado e frio tinha ventos fortes.


Foi um dia sofrido, realmente. Uma fuga se formou no início e o pelotão se esforçou para pegá-los. Após a metade da prova, quando as montanhas se inclinaram mais, aqueles que estavam no grupeto conseguiram alcançar o pelotão, mas a fuga continuava solta e logo ficou claro que era entre eles que a vitória seria disputada.


Sprinter conhecido por saber se posicionar muito bem quando se trata de montanhas, o eslovaco Peter Sagan (Bora) soube aproveitar o momento de cansaço de cada um do grupo da frente para atacar a solo. Na inclinação do Alto de la Farrapona, Sagan atacou forte e venceu com sobras. O brasileiro Murilo Fischer (FDJ) foi o segundo colocado, repetindo a posição na mesma etapa de 2019, enquanto uma emocionante disputa pela terceira posição ocorria logo atrás. Quem levou a melhor foi o francês Thibaut Pinot, que fez a dobradinha para a Française de Jeux, deixando o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R) em quarto.


Apesar das muitas quedas devido ao vento, ninguém abandonou a etapa. Bradley Wiggins sofreu a corrida inteira e terminou apenas em vigésimo sétimo, mas conseguiu manter a camisa vermelha. Primoz Roglic esteve na fuga, fez pontos em meta volante, mas terminou em sétimo. Mesmo assim, manteve a camisa azul de bolinhas brancas.

11ª Etapa

Superadas as montanhas, os 36 sobreviventes tinham uma etapa com duas subidas ainda, sendo uma no início e outra após a metade, mas ambas com apenas 5% de inclinação, e as duas últimas metas volantes da Vuelta 2021. O dia parcialmente nublado foi abafado, o que dificultou o desempenho dos atletas.


Após uma Vuelta de altíssimo nível, os atletas estavam cansados e preferiram se juntar em pelotão e esperar o final. Mas Michele Scarponi resolveu perturbar o pelotão e sair em fuga. O italiano da Lampre foi solitário, ninguém se esforçou para pegá-lo e ele acabou por vencer, sua primeira vitória na LMC.


A disputa esquentou pelos lugares restantes no pódio. Murilo Fischer e Filippo Ganna estavam lado a lado, se tocaram e o italiano foi ao chão, terminando em décimo quinto (o brasileiro foi o quarto colocado). O TCB foi acionado e não viu irregularidade na manobra de Fischer, absolvendo-o do acidente. No final, quem levou a melhor foi o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), que conseguiu o segundo lugar. Em terceiro ficou o francês Romain Bardet (AG2R).


Bradley Wiggins chegou em décimo lugar, mas manteve a camisa vermelha. Primoz Roglic continua com a camisa azul de bolinhas brancas. Em uma etapa sem abandonos, os 36 ciclistas vão para Madrid, para a última etapa da Vuelta 2021!

Repetindo o gesto da quarta etapa, o segundo colocado (o holandês Tom Dumoulin, da Sunweb) e o terceiro (o francês Romain Bardet, da AG2R) erguem o italiano Michele Scarponi (Lampre) em homenagem à sua primeira vitória na LMC.

12ª Etapa

Em 04 de outubro de 2021, uma segunda-feira de céu aberto e muito calor, a Vuelta a España 2021 chega ao seu final. A última etapa seria um circuito dentro de Madrid, com 6 voltas e totalmente plano, preparando uma chegada em sprint, com grande festa para o encerramento da última das 3 Grandes Voltas do ciclismo mundial.


Uma pequena fuga à frente e o pelotão logo atrás, pelas ruas de Madrid, na última etapa da Vuelta a España 2021.


Dos 36 ciclistas que chegaram até aqui, 6 ainda podiam conquistar o título, diante de uma combinação de resultados. Sem depender dos demais, os ciclistas Greg Van Avermaet, Luciano Pagliarini, Fernando Gaviria e Primoz Roglic precisariam vencer. Para Michele Scarponi levar a Vuelta, bastaria um quinto lugar. Já para o camisa vermelha Bradley Wiggins ser bicampeão, era preciso marcar os demais, principalmente Scarponi, que não podia chegar na zona de pontuação 3 posições à frente dele.


A primeira volta teve uma fuga se formando e um acidente na parte de trás, que dividiu o pelotão em dois grupos. Entre os que caíram estavam Gaviria e Roglic.


Na segunda volta, André Greipel e Julian Alaphilippe permaneciam na fuga, mas a maior parte dos ciclistas se reagrupou no pelotão. Uma parte, liderada por Bradley Wiggins, ficou a alguma distância, tentando voltar ao grupo principal, enquanto um grupeto permanecia mais atrás, entre eles Primoz Roglic, que sentia dores da queda na primeira volta.


Na terceira volta, os escapados foram absorvidos pelo pelotão, no que Oscar Freire aproveitou para atacar e tentar uma fuga. Com isso, os ciclistas que estavam na frente apertaram o passo e o pelotão se separou novamente.


Na quarta volta, o pelotão alcançou Oscar Freire. Com isso, quem atacou foi Alejandro Valverde e Thor Hushovd. E lá foi o pelotão se esticar todo novamente, para tentar pegar os escapados. Ainda fora do pelotão, Primoz Roglic acelerou forte para liderar seu grupo e tentar voltar, provocando grupetos atrás.


A quinta e penúltima volta foi a mais emocionante. O pelotão apanhou os dois escapados e, aí, quem atacou foi Luciano Pagliarini. A vitória lhe traria o título, então ele aproveitou o toque do sino para dar tudo e conseguir o resultado necessário. Outros ciclistas se esforçaram para persegui-lo, esfacelando o pelotão completamente.


Mas o impossível voltou a dar as caras na LMC. Solitário em uma fuga, dependendo apenas de si para vencer e ser campeão, Luciano Pagliarini teve problemas no câmbio de sua bicicleta e começou a perder velocidade. Com isso, Danilo Di Luca (Liquigás) passou feito um foguete e venceu, com Vincenzo Nibali (Astana) também fazendo um sprint espetacular e chegando em segundo para coroar a dobradinha italiana no pódio. O terceiro lugar foi o mais celebrado pelo público, já que Alejandro Valverde (Caja Rural) deu mais um pódio à Espanha. Luciano Pagliarini conseguiu apenas um quarto lugar.


O pódio da última etapa da Vuelta a España 2021. No alto, com o scudetto de vencedor de etapa, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás). Abaixo dele, o também italiano Vincenzo Nibali (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), terceiro colocado.

O ciclista que mais comemorou, no entanto, foi o vigésimo sexto colocado. Bradley Wiggins fez uma corrida muito ruim, mas contou com a sorte e viu seus rivais andarem longe das posições que pretendiam, conquistando assim o título da Vuelta a España 2021 em uma etapa sem abandonos.

BRADLEY WIGGINS BICAMPEÃO DA VUELTA A ESPAÑA 2020-2021

Ao fazer História na LMC estreando na Liga com o título da Vuelta, em 2020, Wiggins volta a fazer História ao se tornar o primeiro bicampeão de uma Grande Volta. O ciclista britânico venceu uma prova, foi segundo em outra e terceiro em mais uma, assumindo a camisa vermelha na sétima etapa e não perdendo mais desde então.


Primoz Roglic vinha fazendo uma Vuelta sofrível, andando sempre nos grupos de trás. Mas a chegada das montanhas despertou o esloveno, que foi terceiro na primeira delas e venceu a segunda, conseguindo assim o título de montanha da Vuelta, seu terceiro no ano e quarto na LMC.

O esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), no pódio com o troféu de campeão de montanha da Vuelta a España 2021.

Mas todos os louros foram mesmo para Bradley Wiggins. Ao ver Chris Froome abandonar logo na quarta etapa, os planos do bicampeonato pareciam abandonados, mas Wiggins soube escolher a estratégia certa, pontuar e segurar os adversários para voltar a fazer História no ciclismo. É o terceiro título dele na Liga.


Michele Scarponi precisava apenas de um quinto lugar para conquistar seu primeiro título na LMC, mas uma queda na penúltima volta o deixou com muitas dores. Assim, o italiano terminou na trigésima quinta e penúltima posição, ficando com o vice-campeonato da Vuelta. Em terceiro ficou o brasileiro Luciano Pagliarini, um prêmio de consolação após a decepcionante última volta.


No geral, a Vuelta a España foi espetacular. Tal qual em 2020, foi a melhor das 3 Grandes Voltas, com o pelotão acelerando forte e muita emoção. Apesar de Bradley Wiggins praticamente ter sacramentado o título na metade da competição, os duelos foram muito interessantes e o público aplaudiu intensamente.

O pódio da Vuelta a España 2021. No centro, com o troféu de campeão, o inglês Bradley Wiggins (Sky). Ao seu lado direito, o italiano Michele Scarponi (Lampre), vice campeão. Na outra extrema, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), terceiro colocado.

NOTAS RÁPIDAS

  • A disputa foi tão intensa que as 12 etapas tiveram 12 ganhadores diferentes;
  • Quem mais subiu ao pódio foi justamente o campeão Bradley Wiggins, com 3;
  • No total, 26 equipes subiram ao pódio, sendo que 11 conseguiram ao menos uma vitória, números superiores a 2020 (19 e 9, respectivamente);
  • A equipe que mais venceu foi a Imperatriz, com 2 vitórias. A que mais subiu ao pódio foi a Astana, com 4;
  • A Itália foi a nação que mais venceu, com 4 vitórias, e a que mais subiu ao pódio, com 8. Só para se ter uma ideia do domínio italiano, outras 8 equipes venceram (1 cada) e 12 chegaram ao pódio, sendo que Brasil e Espanha ficaram com a segunda posição, com 4 pódios, cada;
  • Assim, não é de se espantar que a Itália tenha sido a única nação a conquistar dobradinha no pódio, com 2 (na sétima e na décima segunda etapas);
  • 36 ciclistas completaram a Vuelta, com apenas 4 abandonos. Em 2020, foram 8 abandonos e, em 2019, 11;
  • O TCB teve atuação discreta. Acionado 3 vezes, só puniu o argentino Francisco Chamorro, com a perda de um ponto na competição. De resto, absolveu os ciclistas;
  • Os espanhóis fizeram a festa dos torcedores locais. Com 4 pódios (sendo 1 vitória), tiveram bom desempenho. Oscar Pereiro Sio e Alberto Contador foram os melhores na classificação final, empatados em décimo sétimo. Contador disputava o título até ter uma queda  que lhe causou uma lesão e, assim, diminuiu o ritmo. Oscar Pereiro Sio conseguiu a vitória espanhola e, como uma celebração especial aos locais, passeou na última etapa e chegou em último;
  • Após a última das 3 Grandes Voltas do ciclismo mundial, o ranking da LMC teve alterações. Primoz Roglic é o novo líder, com 157 pontos. Filippo Pozzato é, agora, o segundo colocado, com 147 pontos. Em terceiro, Mark Cavendish e Danilo Di Luca, com 138 pontos, cada. 

A volta dos campeões da Vuelta 2021 pelas ruas de Madrid com os seus troféus. Na frente, o campeão da Vuelta, o inglês Bradley Wiggins (Sky). Um pouco atrás, o campeão de montanha, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Mais atrás, o vencedor da última etapa, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás).


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