Setembro foi um mês mais agitado para os fãs de ciclismo, com a conclusão do Tour de France e clássicas importantes. Vamos ver como se desenrolou o nono mês do ano no mundo das bicicletas!
TOUR DE FRANCE
Em 23 de agosto, um dia de sol e calor dava início à maior prova do
ciclismo mundial. O Tour de France 2021 começou com um contra relógio. Em uma
disputa intensa entre os três primeiros, quem venceu foi o italiano Domenico
Pozzovivo (AG2R), sua primeira vitória na temporada, com o norte americano
Lance Armstrong (USPS) em segundo e o italiano Michele Scarponi (Lampre) em
terceiro, conquistando seu primeiro pódio na LMC. O resto do Tour de France
você pode conferir, clicando aqui.
TROFÉU BRASIL
O feriado de 7 de Setembro comemora o dia da Independência Nacional e,
também, é o dia do Troféu Brasil. A clássica que celebra tão importante data
percorre as ruas de Niterói, começando na praia de Icaraí, em frente ao MAC,
passando pelas ruas de São Francisco, subindo a Estrada da Cachoeira (com 8% de
inclinação), o Largo da Batalha, a subida da Serrinha (com 5% de inclinação e
muito sinuosa), as ruas de Piratininga e chegada em sprint, na praia de Itaipu.
A corrida seria disputada em um lindo dia de sol, temperatura agradável e algum
vento.
O pelotão andou junto até a metade da prova, quando um grupo formado por
Danilo Di Luca, Romain Bardet, Alejandro Valverde e Oscar Freire percebeu que o
nível da prova era baixo e, assim, resolveu atacar. O pelotão continuou sem se
esforçar, jamais conseguiu pegar a fuga e logo ficou claro que a vitória seria
disputada entre os escapados, que tentavam ataques sucessivos em Piratininga.
Na chegada a Itaipu, Alejandro Valverde deu o seu ataque e o público
vibrou com a possibilidade de sua primeira vitória, mas faltou experiência de
LMC a ele, que viu Romain Bardet passar feito um foguete. O francês da AG2R
cruzou a linha de chegada em primeiro, para conquistar o bicampeonato do Troféu
Brasil (ele havia vencido a primeira edição, em 2019) e deixar o espanhol da
Caja Rural com o segundo lugar. Em terceiro, Oscar Freire (Rabobank)
conseguiu um sprint incrível para fazer a dobradinha espanhola no pódio e
superar Danilo Di Luca, que se esforçou a prova inteira e não teve pernas no
final.
O pelotão veio logo a seguir, mas sem nenhuma disputa emocionante no
sprint, mostrando o baixo nível visto nesta edição do Troféu Brasil. A decepção
pôde ser vista também no desempenho dos brasileiros. O melhor foi
Murilo Fischer, em décimo segundo, depois veio Luciano Pagliarini, em décimo
quarto. Rafael Andriato fez pior e foi apenas o trigésimo sétimo. O campeão de
2020, Remco Evenepoel, também não fez uma boa prova. Caiu em São Francisco,
tentou se recuperar, mas só conseguiu um décimo sétimo lugar. Ao menos não
tivemos abandonos nesta corrida.
Após o final da prova, o ranking segue com Filippo Pozzato na liderança,
com 147 pontos, seguido de Primoz Roglic, com 137. Agora, Mark Cavendish tem a
companhia de Danilo Di Luca na terceira posição, com 128 pontos.
OLIMPÍADAS DE TÓQUIO
No dia 10 de setembro, os ciclistas alinhavam para a disputa do contra
relógio das Olimpíadas de Tóquio, versão 2021. 17 atletas disputaram as
medalhas em uma prova sem a presença dos medalhistas de ouro (Andy Schleck) e
prata (Mathieu Van Der Poel) em 2020, já que os representantes de Luxemburgo e Holanda
seriam Frank Schleck e Tom Dumoulin, respectivamente. Vale lembrar que, no
contra relógio, só compete um ciclista por país. Assim, o país que tiver 2 ou
mais ciclistas tem que realizar um pré-olímpico para saber quem o representará.
Em um dia nublado e com chuva em alguns momentos, a prova contou tanto
com ciclistas do calendário regular como independentes. Os 3 independentes não
foram bem, com Bryan Coquard terminando em sétimo, Juan José Cobo Acebo em
décimo terceiro e Richard Carapaz em décimo quinto.
Terceiro a entrar na prova, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole)
mostrou por que é bom neste tipo de prova, apesar de sprinter. Com um contra relógio praticamente perfeito, sentou no hot seat e não saiu mais de lá,
conquistando a medalha de ouro nas Olimpíadas, seu primeiro título na LMC.
A disputa pelas medalhas restantes se intensificou, com 5 atletas no páreo. Quem levou a melhor foi o eslovaco Peter Sagan (Bora), que conquistou a prata, com o holandês
Tom Dumoulin (Sunweb) ficando com a medalha de bronze. Desta forma, a Holanda
conquista sua segunda medalha nas Olimpíadas, já que Van Der Poel foi prata em
2020.
Único medalhista de 2020 na disputa, quando foi bronze, o argentino
Francisco Chamorro (Credite Agricole) não foi bem na prova, terminando em nono
lugar. Mas sua equipe volta a conquistar uma medalha, com o ouro de Hushovd.
No dia seguinte, 11 de setembro, um dia bem escuro e pesado recepcionou
os atletas para a disputa da prova de estrada das Olimpíadas 2021. Pela primeira
vez, os 40 ciclistas do calendário regular e os 6 independentes estariam juntos
em uma prova, que tinha dois trechos de montanha bem difíceis (com 8 e 9% de
inclinação, respectivamente) e chegada em sprint, para definir o campeão
olímpico de 2021.
Uma fuga numerosa se formou logo no início e o pelotão deixou-a sair,
controlando a uma distância segura. Composta com um bom número de espanhóis e
italianos, a fuga via o pelotão se aproximando e voltava a atacar, principalmente
nas montanhas. Alguns que se esforçaram no início, como Alberto Contador e
Damiano Cunego, cansaram e foram absorvidos pelo pelotão, mas a essência da
fuga se manteve e atacou na última montanha antes do sprint.
Quem atacou na subida e ainda teve forças para se destacar foi o
espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), que se fez valer de sua experiência
em clássicas e conquistou a medalha de ouro, sua primeira vitória na LMC. Outro
que soube se posicionar muito bem na fuga, atacar na montanha final e dar o
sprint foi o colombiano Nairo Quintana (Movistar), que conquistou a medalha de
prata. Naironman era o único ciclista em toda a Liga que não tinha um pódio
sequer até aqui. Em terceiro, completando a dobradinha espanhola no pódio
(feito inédito nas Olimpíadas), ficou Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne).
Destaque, também, para os italianos Michele Scarponi e Danilo Di Luca, que
conseguiram respectivamente o quarto e quinto lugares, e Chris Froome, o sexto.
A Espanha ainda teve Juan José Cobo Acebo em sétimo e a Itália, Damiano Cunego
e Domenico Pozzovivo em oitavo e décimo segundo, respectivamente. O Brasil
também se posicionou bem no top 12, com Luciano Pagliarini e Magno Nazaret em
décimo e décimo primeiro, respectivamente.
Pagliarini, aliás, foi um dos medalhistas de 2020 (ele havia sido
prata). O campeão em 2020, Julian Alaphilippe, fez boa prova de recuperação e
terminou em nono. O bronze em 2020, Frank Schleck, foi o vigésimo quinto. Dos
medalhistas do contra relógio (em ordem de medalha), Thor Hushovd foi o quadragésimo
primeiro, Peter Sagan foi o vigésimo sétimo e Tom Dumoulin foi o trigésimo
primeiro.
As Olimpíadas não contam pontos para o ranking.
PARIS TOURS
Em 13 de setembro, os ciclistas independentes estavam na França, para a
disputa da Paris Tours. A clássica, que deveria ocorrer após o Tour de France,
teve que ser adiada por conta das Olimpíadas. O percurso é totalmente plano,
ideal para sprinters, saindo de Paris indo até a cidade de Tours. A prova seria
disputada em um dia de céu azul, temperatura em elevação e nenhum vento.
Um pequeno pelotão se formou até pouco depois da metade da prova. As únicas exceções eram Richard Carapaz (que sentiu uma lesão e correu em ritmo diminuto) e Bryan Coquard, que decepcionou os franceses que foram às ruas esperançosos de sua vitória. Quando a corrida já se encaminhava para a parte final, o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) lançou um ataque, olhou para trás e não viu ninguém. Continuou acelerando e não foi mais incomodado, vencendo pela primeira vez na LMC com uma sobra incrível. No sprint pelas posições restantes, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural) chegou em segundo e o colombiano Nairo Quintana (Movistar) foi o terceiro.
- Como dito acima, o Tour de France foi disputado no mês que passou e teve postagem própria, contando sua história etapa a etapa. Ainda em setembro, começou a última das 3 Grandes Voltas, a Vuelta a España, que também terá postagem própria e estará no resumo de outubro.
- Após a Vuelta, a LMC terá apenas 3 competições em seu calendário para fechar o ano: o Giro da Lombardia (a última clássica do ano), a Settimana Ciclística Internazionale e a surpresa do ano, que fecha o calendário e só será revelada quando sua primeira prova for disputada.
- Após a Vuelta, a Lombardia, a Settimana e a última prova, teremos provas independentes, que também estão sendo marcadas conforme as provas do calendário vão se encerrando. O calendário de independentes estará fixado somente para a temporada 2022 em diante.
- Mas até lá os fãs de ciclismo terão muito a ver. Emoção não falta até o final do ano!
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