sábado, 4 de setembro de 2021

Tour de France 2021 - 04/09/2021

Na segunda-feira, 23 de agosto, começava a edição 2021 da maior prova do ciclismo mundial. O Tour de France 2021 foi disputado de forma intensa e emocionante. O público se deleitou com os maiores ciclistas do mundo em corridas épicas e novidades na LMC. Vamos ver, etapa a etapa, como se desenrolou a competição.


1ª Etapa

No dia 23/08, o Tour de France 2021 se iniciava com um contra relógio em um dia de céu azul e calor.


O contra relógio se resumiu a três atletas que deram show. No final, após 6 segundos lugares e 6 terceiros na temporada, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R) finalmente conseguiu a sua primeira vitória. Em segundo, o norte americano Lance Armstrong (USPS), repetindo a posição na mesma prova em 2020. Em terceiro, Michele Scarponi (Lampre) conseguiu o seu primeiro pódio na LMC com uma grande atuação, fazendo a dobradinha italiana no pódio. Os franceses começaram esperançosos, ao verem Romain Bardet fazer o sexto lugar. A vitória fez de Domenico Pozzovivo o primeiro camisa amarela do Tour 2021.


O pódio da primeira etapa do Tour de France e a primeira novidade. No alto, com o scudetto francês (o novo troféu de etapas do Tour), o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R). Abaixo dele, o norte americano Lance Armstrong (USPS), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Michele Scarponi (Lampre), terceiro colocado.

2ª Etapa

A primeira corrida de linha do Tour de France 2021 foi totalmente plana, paraíso para os sprinters. O dia de sol e muito calor seria um desafio aos ciclistas.


Apesar da prova ser inteiramente plana, muitas quedas foram vistas ao longo do percurso. O ritmo era elevado, o que poderia levar a cortes no pelotão, mas como haviam muitas quedas, os ciclistas eram obrigados a diminuir e o pelotão se reagrupava. Próximo do final, o líder Primoz Roglic caiu e não conseguiu voltar à disputa por pontos, terminando em nono lugar e abrindo caminho para Oscar Freire, que acelerou forte e viu caminho livre à sua frente para sprintar e ganhar, mas o campeão do Tour de 2019 acabou indo ao chão e fez com que vários ciclistas que vinham atrás tivessem que diminuir ou parar para evitar um boliche.


Quem escolheu o caminho certo foi o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank). O campeão do Tour 2020 conseguiu desviar da queda, acelerou forte e venceu, com o alemão Marcel Kittel (Katusha) também escolhendo o traçado certo e chegando em segundo na mesma prova que havia sido terceiro em 2020. Apesar da queda, o espanhol Oscar Freire (Rabobank) conseguiu voltar à bicicleta e chegar em terceiro. O TCB foi acionado e não viu nenhuma manobra que pudesse ter causado a queda de Freire, que estava sozinho. Assim, ninguém foi punido e Contador e Alaphilippe escaparam, chegando em quarto e quinto lugares, respectivamente.


Com os resultados da segunda etapa, Fabian Cancellara e Domenico Pozzovivo dividem a camisa amarela, em uma etapa sem abandonos.

3ª Etapa

A terceira etapa do Tour era quase que totalmente plana. Somente uma leve inclinação de 5% na metade do percurso aparecia como dificuldade em mais uma prova com chegada em sprint. Um lindo dia de céu azul e temperatura agradável emoldurava a etapa do dia com belíssimas paisagens.


Os atletas pareciam ter dificuldades, mesmo com um percurso plano. Muitos pediram atendimento médico e algumas quedas foram vistas, uma constante no Tour até aqui. Outra constante é o bom desempenho dos franceses, que souberam acelerar no momento certo e, empurrados pelo público, alcançaram bons resultados.


Ao final, quem acelerou forte e conquistou sua primeira vitória no Tour foi o belga Remco Evenepoel (Quickstep). Em segundo, chegou o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), mas foi o terceiro lugar que fez o público francês delirar. Sylvain Chavanel conseguiu o primeiro pódio para os locais, além de fazer dobradinha para a Quickstep e voltar ao pódio na mesma etapa onde foi segundo em 2020.


Com a vitória e os pontos conquistados em metas volante, Remco Evenepoel é o novo camisa amarela, em mais uma etapa sem abandonos.

 

4ª Etapa

Etapa bem parecida com a anterior, a quarta corrida do Tour seria quase totalmente plana. Com apenas uma leve inclinação de 5% no início da prova e farta distribuição de pontos em metas volante, teria um grand finale em sprint. A prova seria disputada em um dia nublado, com chuva em alguns trechos e um pouco de frio.


Com um terço do Tour disputado até aqui, podemos dizer que a edição 2021 está bem decepcionante. Os ciclistas correm em ritmo diminuto e as quedas são muito frequentes. Nesta etapa, não foi diferente. Tirando um pequeno grupo que se esforçou, o resto preferiu manter a velocidade baixa, o que ocasionou cortes no pelotão.


Do grupo que se esforçou, o colombiano Fernando Gaviria usou uma estratégia de se poupar nos piores trechos e acelerar em pontos-chave para ter energia de sobra para o sprint. Assim, o ciclista venceu e deu à Quickstep sua segunda vitória consecutiva no Tour deste ano. Mas quem deu show mesmo foi o segundo colocado. O espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural) dominou a prova praticamente inteira, fraquejando apenas na parte da montanha, quando viu Gaviria passar. Mesmo assim, se recuperou no final e, com um bom sprint, conquistou o segundo lugar, seu primeiro pódio na LMC. Quem também conseguiu seu primeiro pódio foi o belga Greg Van Avermaet (CCC), que estilingou a prova  inteira e chegou em terceiro.


Com o segundo lugar na prova e a vitória nas 3 metas volante, Alejandro Valverde veste a camisa amarela, em uma etapa que teve o primeiro abandono: o alemão Marcel Kittel (Katusha) alegou muitas dores e deixou o Tour 2021.

5ª Etapa

A primeira montanha mais difícil do circuito aconteceria na metade desta etapa, com 7% de inclinação. De resto, muitas metas volante ao longo do percurso e uma chegada em sprint, em um dia de céu nublado e temperatura amena.


A quinta etapa foi de alto nível, com os ciclistas se esforçando e buscando estar sempre na frente. As metas volante eram bem espaçadas e distribuíram bem os pontos. No final, um emocionante sprint se desenhou e, empurrado pela torcida, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep) conseguiu a primeira vitória de um ciclista local nesta edição do Tour. Em segundo chegou o norte americano Lance Armstrong (USPS), repetindo a posição da mesma etapa em 2019, e em terceiro o belga Tom Boonen fez mais uma dobradinha da Quickstep no pódio do Tour. Esta foi a terceira vitória seguida da Quickstep no Tour 2021.


Ao chegar em segundo lugar pela segunda vez neste Tour, mais os pontos em metas volante, Lance Armstrong é o novo camisa amarela, em uma etapa que teve o abandono do holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus).

 

6ª Etapa

A última etapa antes das montanhas trazia duas subidas como uma espécie de preparação para o que estava por vir. Com uma subida logo no início em 6% e uma mais dura em 7% antes do final em sprint, os ciclistas teriam que pensar em uma boa estratégia para vencerem. A prova foi disputada com muita chuva e frio, dificultando ainda mais a vida dos ciclistas.


Se o nível do Tour de France 2021 está muito baixo na sua primeira metade, um dia de chuva com duas montanhas não seria exceção. Festival de quedas e um grupo grande de ciclistas andando em ritmo diminuto, o que dividiu o pelotão em vários grupos. Mas houve quem se esforçasse e, novamente, uma bela história foi escrita.


Único do calendário da LMC a não conseguir um pódio até aqui, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) pedalou forte a prova inteira, principalmente nas subidas, e conseguiu sua primeira vitória na LMC, chegando muito emocionado. Em segundo lugar, chegou o inglês Chris Froome (Sky), voltando ao pódio na etapa onde havia sido terceiro em 2020. Em terceiro lugar, comemorando muito, chegou o belga Greg Van Avermaet (CCC), que volta ao pódio após o terceiro lugar na quarta etapa.


Brilharam também o eslovaco Peter Sagan (Bora), que saiu das montanhas acelerando forte e conseguiu um quarto lugar; o inglês Bradley Wiggins (Sky), que mostrou o belo trabalho de sua equipe e chegou em quinto; o criticado italiano Vincenzo Nibali (Astana), que fez um belo trabalho nas montanhas para cruzar em sexto; e o espanhol Alejandro Valverde, que fazia bela prova e já havia pontuado em metas volante quando caiu antes da última subida, se afastando da vitória mas conseguindo um sétimo lugar.


Com a vitória e os pontos em metas volante, Filippo Ganna é o novo camisa amarela, em prova que teve o abandono de André Greipel.

Após conquistar sua primeira vitória na LMC, o italiano Filippo Ganna é erguido no pódio por Chris Froome e Greg Van Avermaet, uma tradição na Liga.

7ª Etapa

A metade do Tour de France trouxe as etapas de montanha, começando com uma difícil prova nos Pirineus. A corrida começava plana, mas logo a seguir vinham as subidas, no início com 6%, depois chegando a 10% e terminando em 7%. O dia frio, parcialmente nublado, poderia ser um refresco aos ciclistas.


A segunda metade do Tour começou com uma prova de altíssimo nível. Os ciclistas pedalaram forte mesmo com as montanhas aparecendo e deram um show para o público presente ao longo do percurso. Os torcedores locais foram ao delírio quando viram Thibaut Pinot atacar no trecho de pior inclinação, mas infelizmente lhe faltou pernas para vencer. Quem se deu bem com um “sprint para cima” foi o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), que venceu a primeira das etapas de montanha desta edição do Tour. Em segundo lugar chegou o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), no mesmo estágio onde havia vencido no ano passado. Se faltou pernas a Pinot para vencer, ao menos o francês da Française De Jeux pôde chegar em terceiro e ser muito aplaudido.


Filippo Ganna foi o décimo oitavo, mas conseguiu manter a camisa amarela. O segundo lugar conquistado na prova e os pontos em metas volante deram a Tom Dumoulin a camisa branca com bolinhas vermelhas. A primeira etapa de montanha do Tour de France 2021 não teve abandonos.

 

8ª Etapa

Ainda nos Pirineus, os ciclistas teriam um dia mais duro que o anterior, já começando com uma subida em 7% e chegando a 11% na linha de chegada, o temido Col du Tourmalet. Para piorar, choveu e ventou forte durante toda a prova.


Mesmo com os fortes ventos, que levaram vários ciclistas ao chão, esta dificílima corrida foi a melhor desta edição do Tour de France. Os atletas se esforçaram muito e fizeram uma típica prova de montanha, com vários grupos se separando e tentando se ajudar. E também tivemos dois momentos tristes, para dar um toque extra de emoção à prova.


O primeiro deles foi com Thibaut Pinot. O ciclista da Française de Jeux deu show a prova inteira, saiu em uma fuga solo e continuou acelerando forte. No único trecho plano, no meio da corrida, o pelotão tentou se aproximar dele, mas quando veio a subida seguinte, Pinot voltou a acelerar. Remco Evenepoel, Damiano Cunego e Rafael Andriato atacaram para se desgarrarem do pelotão e, mesmo assim, não conseguiram chegar em Pinot. Porém, na penúltima subida, bateu um forte vento e Pinot foi ao chão, sendo ultrapassado pelos demais. O ciclista francês não conseguiu se recuperar e terminou a prova em oitavo lugar, decepcionando pela segunda vez seguida nas montanhas.


Quem não teve nada a ver com isso foi Damiano Cunego. O italiano da Lampre soube atacar no momento certo, segurou o ímpeto dos rivais e venceu pela primeira vez, na mesma etapa onde foi terceiro, em 2020. Em segundo lugar chegou o belga Remco Evenepoel (Quickstep), que fez uma prova segura e tática e soube finalizar bem. Em terceiro, para delírio dos torcedores locais, Romain Bardet (AG2R) superou uma queda logo no início para impor um ritmo fortíssimo e repetir o pódio que havia conquistado na mesma etapa em 2019.


A segunda nota triste da corrida foi o abandono de Domenico Pozzovivo. O italiano da AG2R venceu a primeira etapa, vestiu a camisa amarela em duas ocasiões e vem de ótima temporada, mas não aguentou as dores e acabou deixando a competição.


Com 36 ciclistas, o Tour de France segue com novo líder tanto nas camisas amarela quanto branca de bolinhas. É o belga Remco Evenepoel (Quickstep), que volta a liderar depois de 5 etapas.

 

9ª Etapa

Superados os Pirineus, era hora de encarar os Alpes franceses. As montanhas ficam piores a cada etapa e, aqui, os ciclistas já começavam em 10%, mas a chegada seria em 7%. Ventou muito durante toda a corrida e choveu em alguns trechos, dificultando a vida dos ciclistas.


Houve um grande boliche no início e vários ciclistas foram ao chão, incluindo o líder do geral e de montanha, Remco Evenepoel. Isso levou a mais um episódio triste, pois o italiano Damiano Cunego (Lampre) não suportou combinar as subidas com as dores da queda e abandonou. O campeão mundial havia vencido a etapa anterior e disputava o título de montanha.


Tirando a queda logo no início, foi uma típica prova de montanha, com uma fuga se formando no início e pequenos grupos de ciclistas se juntando para tentarem sobreviver, sem conseguirem montar um pelotão. Emoção de sobra na fuga, pois Philippe Gilbert partiu com boa vantagem, mas cansou após a metade e se viu ultrapassado por Filippo Ganna. Mas, na subida final, o belga da Lotto Belisol conseguiu uma arrancada incrível, ultrapassou novamente o italiano da Acqua & Sapone e venceu, deixando Ganna em segundo. Completando a dobradinha italiana no pódio (a segunda neste Tour), Vincenzo Nibali (Astana) coroou uma excelente prova e conquistou o terceiro lugar. Méritos também para o eslovaco Peter Sagan (Bora) que, mesmo não sendo especialista em montanha, conseguiu impor um ritmo excelente e cruzou em quarto lugar.


Com o segundo lugar na etapa e os pontos conquistados em metas volante, Filippo Ganna volta a conquistar a camisa amarela. Já a vitória tanto na etapa quanto nas duas últimas metas volante deu a Philippe Gilbert a camisa branca de bolinhas.

 

10ª Etapa

O pior ficou para o final. A última etapa de montanha, ainda nos Alpes, levaria os ciclistas ao Mont Ventoux. O começo da prova foi em 9% e o final, em 12%. Jamais tivemos menos de 9% de inclinação nesta etapa duríssima, a não ser um trecho plano na metade. Como nada está tão ruim que não possa piorar, os ciclistas teriam um dia frio e de muito vento pela frente, com chuva forte em alguns trechos.


O Mont Ventoux é mítico no sentido amplo da palavra. Lá vemos de tudo: sofrimento, superação, estratégia, drama total. E a edição 2021 não foi diferente. Os grupos se formaram, mas sempre ficaram próximos uns dos outros e, com isso, ataques e contra ataques se sucediam. Enquanto Filippo Gana sofria com sua primeira prova no Mont Ventoux e marcava Remco Evenepoel no grupeto, Lance Armstrong queria a camisa amarela e atacava sempre que conseguia reunir fôlego. A disputa da camisa branca de bolinhas também era apertada e, com isso, Tom Dumoulin e Vincenzo Nibali partiram. Philippe Gilbert só percebeu e aumentou o ritmo quando já era tarde. Assim, a décima etapa foi mais uma prova de altíssimo nível e emocionou os fãs do ciclismo.


No final, brilhou a estrela do holandês Tom Dumoulin (Sunweb), que foi o primeiro a derrotar o Mont Ventoux em 2021. A seguir, uma disputa eletrizante deu ao norte americano Lance Armstrong (USPS) o segundo lugar, deixando o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) em terceiro e o eslovaco Peter Sagan (Bora) em quarto. Sagan foi brilhante novamente, se protegeu bem e conseguiu somar pontos importantes.


Rafael Andriato não suportou as dores e abandonou o Tour, deixando a competição com 34 atletas. Filippo Ganna sofreu, mas se manteve com a camisa amarela. Apesar de Philippe Gilbert ter chegado em sexto, a vitória na etapa e os pontos em metas volante deram a Tom Dumoulin a camisa branca de bolinhas.

 

11ª Etapa

Superadas as montanhas, o Tour de France entra em sua reta final. Esta prova tinha as duas últimas metas volantes deste Tour e duas colinas, com apenas 5% de inclinação para dar alguma dificuldade aos ciclistas. A corrida foi disputada em um lindo dia de céu azul, temperatura em elevação e algum vento.


O vento que soprou forte no início era um bordure e provocou muitos cortes no pelotão, permitindo que alguns ciclistas escapassem. O cansaço do Tour também se fez presente e, por isso, muitos não quiseram se esforçar.


Apesar dos cortes, o pelotão voltava a se agrupar, à exceção de uma fuga que foi formada com quatro ciclistas: Fabian Cancellara, Sylvain Chavanel, Chris Froome e Greg Van Avermaet. Entre eles, foi formada “la fuga de la fuga”, com Fabian Cancellara (campeão do Tour 2020) e Chris Froome (vencedor desta etapa em 2019).


Após a segunda montanha, Froome cansou um pouco e foi aí que Cancellara atacou. O suíço da Saxo Bank vence sua segunda etapa nesta edição com sobras, deixando o inglês da Sky em segundo. Uma emocionante disputa se deu pelo terceiro lugar e, empurrado pelo público, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep) conseguiu o lugar no pódio. Os franceses ainda saíram felizes com o sexto lugar de Thibaut Pinot (FDJ) e o sétimo de  Romain Bardet (AG2R). Destaque, também, para Avermaet (CCC) e Mark Cavendish (T-Mobile), respectivamente quarto e quinto colocados.


Nenhum dos primeiros colocados pontuou nas metas volante ou no final da corrida e ninguém abandonou nesta etapa. Assim, o Tour de France se encaminha para Paris com Filippo Ganna com a camisa amarela.

 

12ª Etapa

O Tour de France 2021 chegou à sua derradeira corrida com festa, em uma etapa totalmente plana. Os 34 ciclistas que sobreviveram até aqui iriam até Paris e dariam três voltas em um circuito fechado, com chegada na Avenida Champs Elysées, de frente para o Arco do Triunfo. A corrida seria disputada em um lindo dia de céu azul, temperatura agradável e algum vento.


Os ciclistas entram em Paris, tendo a Torre Eiffel ao fundo, para a última etapa do Tour de France 2021.


Após 11 etapas, somente quatro atletas ainda tinham chances de conquistar o título. O italiano Filippo Ganna largou com a camisa amarela e precisava marcar os demais. Lance Armstrong tinha 3 pontos de desvantagem para o líder; Tom Dumoulin estava há 5 de Ganna; e 9 pontos separavam Remco Evenepoel da camisa amarela. Assim, sem pensar no resultado dos demais, Armstrong precisava, no mínimo, de um quarto lugar; Dumoulin, de um segundo; e Evenepoel precisava vencer.


A última etapa é sempre uma festa. Depois de uma competição dura na maior prova do ciclismo mundial, os atletas estão desgastados e só querem cruzar a linha de chegada. Alguns que ainda disputam o título tentam se esforçar para tal e outros querem finalizar o Tour vencendo. Assim, uma fuga foi formada pelo grupo de atletas que queriam a vitória na Champs Elysées e o resto do pelotão vindo atrás, confraternizando e se preparando para entrar em Paris em grande estilo.


Ocorre que a fuga pedalou forte e não foi mais alcançada. E, no sprint dos escapados, quem comemorou foi o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), que venceu a última etapa deixando o segundo lugar para o belga Tom Boonen (Quickstep). Na emocionante disputa pelo terceiro lugar, Michele Scarponi (Lampre) conseguiu derrotar o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank) e formou a dobradinha italiana no pódio.

O pódio da última etapa, de frente para a Torre Eiffel. No alto, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o belga Tom Boonen (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Michele Scarponi (Lampre), terceiro colocado.

Dos que disputavam o título, nenhum se esforçou. Filippo Ganna largou indo para a frente e marcando os demais. Tom Dumoulin estava mais preocupado em cruzar a linha de chegada com a camisa branca de bolinhas e terminou em vigésimo oitavo. Remco Evenepoel não se esforçou durante a prova, mas acelerou no final e foi o vigésimo quarto. O mesmo ocorreu com Lance Armstrong, que parecia cansado depois de onze etapas e chegou em décimo sétimo. Assim, Filippo Ganna só precisava cruzar a linha de chegada e o fez com emoção. Com uma queda na última curva, Ganna voltou à bicicleta e, com lágrimas mais de emoção do que de dor, cruzou em décimo nono para conquistar a maior prova do ciclismo mundial. O suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank) esteve envolvido na queda no início da prova, precisou de atendimento médico, correu com dores e não aguentou, abandonando na última volta por Paris. Com isso, perdeu a chance de fazer o ponto de bonificação para o ranking, já que terminaria em sexto, mas como abandonou, a colocação foi herdada pelo ciclista seguinte (Philippe Gilbert).

 

FILIPPO GANNA CAMPEÃO DO TOUR DE FRANCE 2021

 

A História foi feita na LMC. Estreante na temporada, Ganna não participou do Giro D’Italia; esta era a sua primeira competição de Grand Tour. E, tal qual Bradley Wiggins na Vuelta 2020, Ganna estreou como campeão. Com uma vitória na sexta etapa e um segundo lugar na nona (seus dois primeiros pódios na LMC), Ganna também fez pontos importantes ao longo da competição. Vestiu a camisa amarela em 5 das 12 etapas, começando pela sexta e mantendo na sétima. Ao perder a liderança, voltou à ponta na nona etapa e não perdeu mais. Um feito memorável de uma estrela em ascensão no ciclismo.


O holandês Tom Dumoulin (Sunweb) foi brilhante nas etapas de montanha. Vestiu a camisa branca de bolinhas na primeira etapa daquele tipo, perdeu na etapa seguinte, mas fez uma ótima prova no Mont Ventoux e conquistou o inédito bicampeonato de montanha no Tour de France, já que também havia vencido em 2020.


O holandês Tom Dumoulin (Sunweb) recebe do ciclista francês independente Bryan Coquard (Cofidis) o novo troféu de campeão de montanha do Tour de France, para comemorar seu bicampeonato nesta categoria.

Mas este foi o Tour da consagração de Filippo Ganna. Especialista em contra relógio, o italiano da Acqua & Sapone mostrou uma capacidade muito grande de marcar seus adversários e calcular riscos. De quebra, é o primeiro a levar o novo troféu do Tour de France.


Em segundo lugar, ficou o norte americano Lance Armstrong (USPS), mostrando que o Tour de France é a sua especialidade. Em terceiro, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), que também conquistou o título de montanha.


Apesar da primeira metade do Tour ter sido muito fraca do ponto de vista técnico, as coisas melhoraram quando as montanhas chegaram e não faltou emoção. Além dos três primeiros, destaque também para Peter Sagan, Remco Evenepoel, Vincenzo Nibali, Chris Froome, Greg Van Avermaet, Tom Boonen, Philippe Gilbert e os ciclistas franceses. Muitos atletas se apresentaram bem aqui, alguns dando a volta por cima e outros mantendo a boa fase, o que mostrou que o Tour de France 2021 foi um espetáculo à altura de sua grandeza.

O pódio do Tour de France. À direita, com o troféu de bicampeão de montanha, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), terceiro colocado. À esquerda, o norte americano Lance Armstrong (USPS), vice campeão. No centro, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), com o novo troféu de campeão do Tour.

NOTAS RÁPIDAS


  • Fabian Cancellara foi o ciclista que mais venceu, com 2 vitórias;
  • Lance Armstrong foi quem mais subiu ao pódio, 3 vezes, todas em segundo lugar;
  • No total, 11 ciclistas diferentes venceram neste Tour de France (apenas Cancellara repetiu uma vitória) e 25 subiram ao pódio. Além dos recordistas desta edição, destaque para Remco Evenepoel, Filippo Ganna e Greg Van Avermaet, Michele Scarponi e Alejandro Valverde, todos estreantes e com pódios nesta edição. Além deles, Sylvain Chavanel também brilhou, com dois terceiros lugares;
  • Seis ciclistas vestiram a camisa amarela neste Tour: Filippo Ganna (5 vezes), Remco Evenepoel (2 vezes), Domenico Pozzovivo, Fabian Cancellara, Alejandro Valverde e Lance Armstrong (todos 1 vez);
  • Das equipes, a Quickstep foi a que mais venceu, 3 vezes, e subiu ao pódio, 8 vezes;
  • A Itália foi a nação que mais venceu, 4 vezes, e a que mais foi ao pódio, 8 vezes. Mas a Bélgica acompanhou de perto, com 7 pódios no total;
  • A Itália mostrou sua dominação no ciclismo, conquistando 3 dobradinhas no pódio, nas etapas 1, 9 e 12. Foi a única nação a conseguir dobradinha.
  • No total, tivemos 7 abandonos e 33 ciclistas completando o Tour de France. Este foi o menor número de abandonos em todas as edições do Tour, já que tanto em 2019 quanto em 2020, tivemos 13 em cada.
  • O TCB só foi acionado na segunda etapa e não puniu nenhum ciclista, outro recorde.
  • Os franceses só conseguiram uma vitória, com Julian Alaphilippe na quinta etapa, mas conquistaram 5 pódios. Além da vitória de Alaphilippe, Thibaut Pinot, Romain Bardet e Sylvain Chavanel (este duas vezes) conseguiram chegar em terceiro lugar, ou seja, todos os franceses presentes ao Tour conseguiram ir ao pódio. Além disso, andaram sempre no grupo da frente, pontuaram bem e não abandonaram. Os torcedores locais saíram satisfeitos.
  • Após a segunda das 3 Grandes Voltas no ano, o ranking da LMC não teve alterações em seus 3 primeiros lugares. O italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) segue líder, com 147 pontos; em segundo ainda está o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), com 136; e em terceiro permanece o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), com 128.

A volta da vitória em frente à Torre Eiffel. À frente, o campeão do Tour, Filippo Ganna. Atrás dele, o campeão de montanha, Tom Dumoulin. Ao lado de Dumoulin, o vencedor da última etapa, Danilo Di Luca.

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