domingo, 1 de agosto de 2021

LMC - Julho - 01/08/2021

Julho foi um mês de triunfos e prejuízo para a LMC. O paradoxo surgiu quando o promissor mês trouxe novidades, mas também um problema estrutural que fez a Liga perder uma semana de competição, atrasando uma ou duas provas previstas. Mesmo assim, não faltou emoção e é disso que o torcedor quer saber. Vamos ver como foi o início do segundo semestre da LMC!

TOUR DA CALIFÓRNIA

Ainda em junho, no dia 29, os atletas disputavam um contra relógio para dar início ao Tour da Califórnia 2021. O traçado escolhido mostrava que venceria quem tivesse a melhor técnica, já que a metade inicial era totalmente plana, mas a parte final tinha algumas subidas, quase uma crono-escalada. Também venceria quem fosse resistente, uma vez que o chão estava molhado, devido à chuva que caiu antes da corrida, fazia frio e ventava muito forte.


E quem conseguiu a melhor estratégia foi o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), que venceu pela primeira vez na Califórnia. Em segundo chegou o francês Sylvain Chavanel e, em terceiro, o belga Tom Boonen completou a dobradinha da Quickstep.


Em 08 de julho, um dia antes da última etapa do Tour da Califórnia, A LMC teve o seu Dia D em 2021. O presidente da Liga, Lothaire Bluteau, convocou uma coletiva de imprensa para apresentar os 10 novos ciclistas e suas equipes, sendo que 4 iriam disputar o calendário da Liga e os outros 6 fariam provas independentes e especiais. Os atletas e maiores explicações estão na seção "Notas Rápidas".

O presidente da LMC e os novos ciclistas.

No dia 09, no Tour da Califórnia, apenas 3 ciclistas chegavam à última etapa com chances de título e, curiosamente, foram os 3 que haviam vencido as 5 etapas anteriores. Com uma meta volante em jogo, a distância do camisa amarela Sylvain Chavanel para o terceiro colocado, Damiano Cunego, era de apenas 4 pontos, tendo ainda Rafael Andriato como vice líder, um ponto atrás de Chavanel.


A etapa, totalmente plana, prometia. Mas não foi isso que aconteceu. O pelotão andou junto, se revezando em um ritmo diminuto. Sylvain Chavanel marcou de perto Damiano Cunego e Rafael Andriato e, ao ver que os dois não pareciam ter forças para disputar as primeiras posições, sentou na bicicleta e relaxou.


O único a sair em fuga foi Mark Cavendish. O inglês da T-Mobile venceu com uma sobra incrível, naquela que é uma das candidatas a performance do ano. O pelotão veio atrás e quem levou a melhor foi Remco Evenepoel, que chegou em segundo. Tom Boonen foi o terceiro colocado e completou a dobradinha dupla, da Bélgica e da Quickstep.

O pódio da última etapa do Tour da Califórnia. No alto, com o troféu de vencedor, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile). Abaixo dele, o belga Remco Evenepoel (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Tom Boonen (Quickstep), terceiro colocado.

Sylvain Chavanel fez uma corrida tática perfeita. Camisa amarela, marcou os adversários e, ao ver que eles não iriam fazer nada, resolveu acelerar para chegar bem. O quarto lugar lhe rendeu o título do Tour da Califórnia, seu quarto no ano e quinto na LMC, o que serviu para apagar a decepção de perder o Tour da Colômbia na última etapa, quando já comemorava com a sua equipe. De quebra, ainda fez uma bela carreira para a Quickstep na última etapa, com o segundo, o terceiro e o quarto lugares.


Mark Cavendish terminou a competição em quarto lugar, mas com um segundo lugar na quinta etapa e a vitória na sexta, conquistou o título de montanha e a camisa azul com estrelas vermelhas, seu quinto título em 2021 e o sexto na LMC.

O inglês Mark Cavendish (T-Mobile), com os troféus de campeão de montanha e vencedor da sexta etapa.

O Tour da Califórnia teve 5 abandonos: Andy Schleck, Julian Alaphilippe e Filippo Pozzato na terceira etapa, e Lance Armstrong e Peter Sagan na sexta e última. Armstrong não conseguiu repetir o feito de 2019, quando ficou com o título, mas conseguiu um segundo lugar na segunda etapa que fez os torcedores comemorarem. Na última etapa, as dores não o permitiram continuar, mas ele saiu aplaudido pelo público. Quem decepcionou mesmo foi Chris Froome. Campeão em 2020, jamais deu mostras de que defenderia seu título. Andou sempre em grupetos e terminou a competição sem um único ponto conquistado. Segue o péssimo ano de Chris Froome.


Após o Tour da Califórnia, a liderança do ranking permanece com Filippo Pozzato, com 133 pontos. Danilo Di Luca segue em segundo, com 112 e, em terceiro, agora aparece Sylvain Chavanel, com 106.

O pódio do Tour da Califórnia 2021. No alto, com o troféu de campeão, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep). Abaixo dele, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), vice campeão. Abaixo do troféu, o italiano Damiano Cunego (Lampre), terceiro colocado.

CRITERIUM DU DAUPHINÉ

Em 11 de julho, os ciclistas estavam nos Alpes Franceses para a abertura do Criterium du Dauphiné. A primeira das duas provas preparatórias para o Tour de France é disputada em etapas recheadas de subidas, visando preparar os competidores para as provas de montanha do Tour. No traçado deste ano, a última etapa será de montanha, coroando não só o campeão do geral, como também o daquela categoria.


Em um dia de sol e calor, um contra relógio com uma difícil subida na metade do percurso dava início à competição, pela primeira vez com 40 atletas em disputa. E o contra relógio foi de altíssimo nível, com os ciclistas andando rápido e atingindo boas marcas. Ao final, a vitória coube ao norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), com o inglês Mark Cavendish (T-Mobile) em segundo e o francês Thibaut Pinot (FDJ) em terceiro, sendo muito aplaudido pelo público. Dos estreantes, quem deu show foi o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), que conseguiu um excelente quinto lugar.


Em 16 de julho, a última etapa do Criterium du Dauphiné seria em condições duríssimas. Com apenas um trecho plano, subidas com um mínimo de 8% e um vento forte soprando para coroar o campeão. 7 ciclistas ainda tinham chances de título, com a emoção aumentando mais a cada passagem pelas duas metas volante da etapa.


Após as metas e ainda com montanhas a escalar, Thor Hushovd já não tinha mais como conquistar o título e as situações de Oscar Pereiro Sio, Andy Schleck e Bradley Wiggins eram muito difíceis, já que teriam que vencer para conquistar o título e só o espanhol andava na frente. Os outros dois estavam em grupeto. Thibaut Pinot tinha que chegar em terceiro para ser o campeão, mas andava na parte de trás do pelotão e via Primoz Roglic à sua frente, com as armas na mão para ser campeão.


Quando as montanhas chegaram a 11%, Oscar Pereiro Sio arrancou a solo e viu a vitória que lhe daria o título. Primoz Roglic percebeu e, precisando de um sexto lugar, acelerou também, ficando exatamente naquela posição. A chegada seria em 9% e, em etapas com muitas montanhas, é comum os ciclistas cansarem. Para ajudar na subida, não pedalam reto, mas em ziguezague. Foi isso que Oscar Pereiro Sio fez, por conta do esforço em toda a prova e, assim, os ciclistas vindos de trás tinham que desviar dele. Com essa incerteza no caminho de cada um, Oscar Pereiro Sio se desequilibrou e foi ao chão, terminando a prova em quarto lugar e abandonando de vez as pretensões de título. O TCB foi acionado e não viu irregularidade nas manobras de nenhum ciclista.


A vitória coube ao belga Remco Evenepoel (Quickstep), com o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) em segundo e o espanhol Alberto Contador (Astana) em terceiro.

O pódio da última etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o belga Remco Evenepoel (Quickstep). Abaixo dele, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alberto Contador (Astana), terceiro colocado.

A excelente recuperação de Roglic na corrida o levou ao segundo lugar e à conquista tanto dos títulos do Criterium du Dauphiné quanto de montanha, seus primeiros no ano, somando 3 na LMC. Com duas vitórias e um segundo lugar, Roglic não deu espaço para os rivais. Os franceses ainda tiveram a alegria de ver Thibaut Pinot conquistar um segundo lugar e dois terceiros em etapas, terminando com o vice campeonato, e Julian Alaphilippe chegar em terceiro em outra etapa. Além disso, o campeão de 2020 Alberto Contador, que conquistou um terceiro lugar na etapa que venceu no ano passado, e o italiano Michele Scarponi, brilhante nas montanhas, foram os grandes destaques. Com apenas 4 abandonos, o Criterium du Dauphiné 2021 se encerra em alto nível e sem decepções.

O pódio do Criterium du Dauphiné 2021. No alto, com os troféus de campeão geral e de montanha, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo do troféu de campeão, o francês Thibaut Pinot (Française De Jeux), vice campeão. Abaixo do troféu de montanha, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne), terceiro colocado.

Após a competição, Filippo Pozzato segue na liderança do ranking, com 137 pontos. Primoz Roglic é o novo vice líder, com 123 pontos e, em terceiro, está Danilo Di Luca, com 112.

 

CLASSIQUE DE PLOUAY

Em 17 de julho, mais uma novidade dava as caras na LMC. Começavam as provas independentes, também conhecidas como “provas de recuperação” para atletas que abandonaram ou foram desclassificados da competição anterior, além dos 6 ciclistas que fazem parte do circuito independente da LMC. Desta forma, a Classique de Plouay seria disputada por 10 atletas no Noroeste da França, em um dia nublado e com ameaça constante de chuva, mas com temperatura amena e sem vento.


Com tão poucos corredores na disputa, fica difícil formar pelotão. Tão logo foi dada a bandeirada de saída, os ataques se sucederam e, pouco a pouco, os ciclistas formavam pequenos grupos e iam tentando se aproximar dos que estavam à frente. Quando passou a segunda subida, os atletas pareceram relaxar à espera do que viria a seguir e foi aí que Richard Carapaz atacou. O equatoriano da Movistar não deu chance aos rivais e venceu em uma fuga a solo em sua primeira corrida na LMC. Na disputa pelo segundo lugar, quem levou a melhor foi o italiano Vincenzo Nibali (Astana), que acompanhou o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural) na fuga durante a prova inteira e teve mais forças para superá-lo e deixá-lo em terceiro.

O pódio da Classique de Plouay. No alto, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), vencedor da prova. Abaixo dele, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), segundo colocado. Mais abaixo, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), terceiro colocado.
  

RANKING

1º Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) - 137 pontos;

2º Primoz Roglic (Imperatriz) - 123 pontos;

3º Danilo Di Luca (Liquigás) - 112 pontos.


NOTAS RÁPIDAS

  • O Tour da Suíça, segunda prova preparatória para o Tour de France, começou no dia 24 de julho, tendo tempo suficiente para se encerrar antes do fim do mês e, também, para termos a Clássica de San Sebastian. Mas um problema técnico impediu o desenrolar das corridas e, assim, a segunda etapa só foi disputada no dia 31 do mesmo mês.
  • Mas o problema já foi sanado (ao menos é o que parece) e agosto vem fervendo com provas incríveis para os fãs de ciclismo.
  • Como dito acima, o grande dia da LMC em 2021 foi 08 de julho. Ali, Lothaire Bluteau reuniu os repórteres e torcedores para anunciar os 10 novos contratados da Liga. 4 ciclistas se integram ao calendário da LMC e disputam provas e pontos para o ranking. Os outros 6 são chamados de "ciclistas independentes" e disputarão provas independentes (outrora chamadas de "extraordinárias"), as Copas continentais e do Mundo, as Olimpíadas e outras provas especiais que forem autorizadas (como a Real Liga, por exemplo).
  • As provas independentes, disputadas após o encerramento de uma prova do calendário, não contam pontos para o ranking, nem título estatístico, mas contam para vitórias e pódios. Além dos atletas independentes, participam destas os ciclistas que abandonarem a prova anterior (seja por lesão ou desclassificação), inclusive se o abandono for na última etapa. Estas provas foram incorporadas à LMC para dar ritmo aos ciclistas independentes e recuperação aos que abandonarem uma competição. Contam com o mesmo regulamento das provas do calendário e, inclusive, se submetem ao jugo do TCB. Normalmente, são clássicas. Mas podem também ser disputadas por etapas que podem variar de 2 a 6.
  • Os novos atletas da LMC são os seguintes:
  • Greg Van Avermaet - Ciclista belga de clássicas, representará as cores da CCC, equipe polonesa que estreia na LMC.
  • Alejandro Valverde - Ciclista espanhol de clássicas e provas por etapas, representará as cores da Caja Rural, equipe espanhola que estreia na LMC.
  • Michele Scarponi - Ciclista italiano, montanhista, vem para ser o líder da Lampre.
  • Filippo Gana - Ciclista italiano, estrela do contra relógio, defenderá a Acqua & Sapone.
  • Os atletas independentes são os seguintes:
  • Bryan Coquard - Ciclista francês, sprinter, defenderá as cores da Cofidis, mais uma equipe estreante.
  • Juan José Cobo Acebo - Ciclista espanhol de provas por etapas, pedala pela Caja Rural.
  • Richard Carapaz - Ciclista equatoriano, montanhista, traz para a Liga a equipe espanhola Movistar e já conquistou uma vitória.
  • Magno Nazaret - Ciclista brasileiro de contra relógio defende as cores do Vasco da Gama, equipe brasileira que estreia no ciclismo da LMC.
  • Nairo Quintana - Ciclista colombiano, montanhista, é mais um da Movistar.
  • Axel Merckx - Ciclista belga de clássicas, filho da maior lenda da história do esporte, vem para ser companheiro de Mark Cavendish na T-Mobile e ajudar o britânico na preparação para grandes provas.

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