sábado, 29 de maio de 2021

Giro D'Italia 2021 - 29/05/2021

No sábado, 15 de maio, começava o Giro D'Italia 2021. Duas semanas depois, em 29 do mesmo mês, os ciclistas corriam a última etapa de uma edição épica da primeira das 3 Grandes Voltas do Ciclismo Mundial. Vamos ver, etapa a etapa, como foi o Giro 2021.


1ª Etapa

O Giro D’Italia 2021 começou no sábado, 15/05, com um contrarrelógio de 20 quilômetros em um lindo dia de sol e temperatura baixa. Neste tipo de prova, os ciclistas saem sozinhos e aquele que levar menos tempo para cruzar a linha de chegada é o vencedor.


Um prenúncio do que será a competição este ano, a primeira etapa foi de altíssimo nível, bem disputada. O esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) fez um contra relógio quase perfeito e venceu a etapa na qual tinha sido segundo no ano passado. Os italianos foram ao delírio com o segundo lugar de Domenico Pozzovivo (AG2R). O terceiro e o quarto lugar ficaram com os irmãos Schleck (ambos da Saxo Bank), com Andy indo ao pódio e Frank pontuando. Em quinto lugar, o francês Thibaut Pinot (FDJ), campeão em 2020, dando a entender que lutaria pelo bicampeonato.


Com a vitória, Primoz Roglic é o primeiro ciclista a ganhar o novo troféu de etapas do Giro, o scudetto e veste a maglia rosa.


O pódio da primeira etapa. No alto, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) é o primeiro ciclista a ganhar o scudetto dado ao vencedor de uma etapa do Giro. Abaixo dele, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.


2ª Etapa

A primeira corrida de linha do Giro 2021 era inteira plana, paraíso para os sprinters em um dia lindo, de céu azul e temperatura agradável. Também teria a primeira meta volante desta edição, na metade da prova.


A corrida foi de altíssimo nível, com os ciclistas pedalando forte desde o início. Mathieu Van Der Poel até arriscou uma fuga, mas o ritmo do pelotão logo o fez desistir. O holandês da Corendon Circus, então, resolveu se deixar ser pego pelos demais e se preparou para a chegada em sprint. Na reta final, os ciclistas preparavam um grande final, quando um toque de rodas fez Oscar Pereiro Sio ir ao chão e desequilibrou os demais, diminuindo a velocidade dos que estavam na frente. Com isso, os que vinham atrás começaram a acelerar e os torcedores empurravam os atletas locais, vendo que havia uma chance de vitória.


E ela acabou vindo, com o italiano Damiano Cunego (Lampre), que pulou do sexto para o primeiro lugar e venceu pela primeira vez uma etapa de Giro D’Italia. Em segundo lugar, o belga Tom Boonen (Quickstep) conseguiu repetir o pódio na mesma etapa que havia conquistado em 2019. Em terceiro, completando a festa, Danilo Di Luca (Liquigás) fez um ótimo sprint e deu a primeira dobradinha italiana no pódio do Giro.


Analisando as imagens, o TCB percebeu que Oscar Pereiro Sio se desequilibrou após ser tocado por Mathieu Van Der Poel. Assim, o ciclista holandês foi punido com a perda de 3 pontos, os mesmos que havia conquistado na meta volante, ficando apenas com o ponto do sexto lugar.


Com a vitória, Damiano Cunego divide a maglia rosa com Primoz Roglic. A segunda etapa do Giro não teve abandonos.

 

3ª Etapa

Esta etapa ainda era totalmente plana e com duas metas volante. O paraíso dos sprinters era completado por um lindo dia de céu azul e temperatura agradável, com uma leve brisa fresca correndo.

Mais uma vez, tivemos uma prova de altíssimo nível. Houve uma fuga, liderada por Oscar Pereiro Sio, mas o pelotão sempre acompanhou de perto. Quando se aproximava o final da prova, Oscar Pereiro Sio ainda liderava, mas perdia cada vez mais forças, fruto da lesão sofrida com a queda na etapa anterior.


O italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) percebeu e atacou, indo sozinho e cruzando a linha de chegada nos braços dos torcedores para celebrar sua vitória. Em segundo, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), que bateu o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep) no sprint, deixando aquele em terceiro lugar.


Com a vitória e os pontos conquistados nas metas volante, Filippo Pozzato é o novo dono da maglia rosa, em uma etapa onde os italianos vibraram muito com esta vitória, mas tiveram a decepção de ver o antigo maglia rosa Damiano Cunego ser o primeiro a abandonar o Giro 2021. Além dele, Oscar Pereiro Sio também abandonou.


4ª Etapa

Aqui começava a farra da distribuição de pontos, além de surgir a primeira subida do Giro, com uma leve inclinação de 5% na metade da prova. Um lindo dia de céu azul e temperatura agradável marcaria esta etapa.


A prova começou com um grande acidente, levando alguns ciclistas ao chão e atrasando os demais. Mark Cavendish aproveitou para atacar e ficar na fuga por algum tempo, mas logo diminuiu o ritmo e o pelotão o alcançou. A corrida, então, ficou em ritmo diminuto e com muitas quedas ao longo do percurso, mas os ciclistas se prepararam para uma grande chegada em sprint e não faltou emoção na reta final.


A vitória coube ao alemão Marcel Kittel (Katusha), com o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) em segundo e o espanhol Oscar Freire (Rabobank) em terceiro. Com o segundo lugar e pontos em metas volante, Primoz Roglic volta a vestir a maglia rosa, em uma etapa sem abandonos.

 

5ª Etapa

Aqui, as coisas começavam a ficar complicadas. Apesar da maioria do traçado ser plano e a chegada, em sprint, haviam duas subidas para atrapalhar um pouco a vida dos ciclistas. Na primeira metade da prova, uma colina com 5% de inclinação. Na metade final, outra colina, mas com 6%. Entre elas, farta distribuição de pontos. A corrida foi disputada em mais um lindo dia de céu azul, mas com a temperatura um pouco mais elevada do que nos dias anteriores.


A prova de número 50 do ano foi bem emocionante. Uma fuga tentou se formar nas primeiras colinas, mas o pelotão logo alcançou os escapados e começou a andar junto. Chris Froome e Peter Sagan começaram a se destacar e ditar o ritmo na cabeça do pelotão, mas quando a chegada se aproximava, os atletas se arrumaram para o sprint e começaram a acelerar. Com isso, Fernando Gaviria foi tocado e acabou indo ao chão, diminuindo a velocidade dos atletas que sprintavam.


Quem escolheu o melhor traçado foi o francês Julian Alaphilippe (Quickstep). Ele conseguiu evitar os atletas que desviavam de Gaviria e conquistou sua primeira vitória no Giro D’Italia. O holandês Tom Dumoulin (Sunweb) também escolheu o traçado certo e chegou em segundo. Em terceiro lugar, chegou o espanhol Oscar Freire (Rabobank), que mostrou o quanto é familiarizado com a quinta etapa do Giro, já que foi ao pódio em todas as edições desta etapa, chegando em segundo em 2019 e 2020 e em terceiro agora.


Acionado após o término da corrida, o TCB entendeu que ninguém foi o culpado pela queda de Fernando Gaviria. Assim, ninguém foi punido e a classificação final, mantida. Sem abandonos na quinta etapa, a maglia rosa continuou em poder de Primoz Roglic, que chegou em quarto lugar.

 

6ª Etapa

A última corrida antes de começarem as etapas de montanha já era um prenúncio do que os ciclistas veriam a seguir. A prova tinha duas metas volante logo no início (sendo uma delas em uma subida com 5% de inclinação). No final, uma subida com 6% de inclinação após a última meta volante e antes da chegada em sprint trazia uma dificuldade extra aos ciclistas. Seria uma corrida tática e disputada sob mais um lindo dia de céu azul e temperatura agradável.


O pelotão andou junto e em ritmo diminuto a maior parte do tempo. Os sprinters se posicionavam na frente, querendo ter um bom lugar para partir quando acabasse a última montanha, mas esta cansou a maioria e, no topo, 3 ciclistas escaparam do pelotão e se candidataram à vitória. O torcedor italiano foi ao delírio ao ver que dois dos três escapados eram locais e faziam a tática perfeita para a vitória.


Na frente, Fabio Aru e Rafael Andriato estavam lado a lado, enquanto Danilo Di Luca vinha atrás de Aru, pegando o vácuo para sprintar. Aru fez uma manobra, fechou a porta para Andriato e o brasileiro foi ao chão. Com isso, Danilo Di Luca sprintou perfeitamente para vencer e ainda viu Fabio Aru chegar em segundo, formando não só uma dobradinha italiana, como da Liquigás. Em terceiro chegou o belga Remco Evenepoel.


O TCB foi acionado, mas não condenou Fabio Aru pela manobra que vitimou Rafael Andriato (que chegaria em quinto), no que foi visto muito mais como um julgamento para os locais do que pela justiça do ato. Em uma etapa sem abandonos, Primoz Roglic volta a chegar em quarto lugar e mantém a maglia rosa.


7ª Etapa

As etapas de montanha começavam pra valer no Giro, cada uma com uma passagem especial. A primeira destas corridas foi na sétima etapa, com o Passo di Gavia. Os ciclistas começaram no plano, pegando logo a seguir uma subida com 5% de inclinação e, logo após, outra passagem plana. A partir dali, as coisas complicavam, com subidas em 6%, 7% e chegada no Passo di Gavia, com 9%. Os atletas teriam uma dificuldade extra com o dia nublado e quente, mais desgastante.


O início das montanhas do Giro 2021 serviu para fazer história na LMC. Os ciclistas andaram juntos a maior parte do tempo, com um pequeno grupeto se descolando e lutando pela sobrevivência. Mas a história foi feita mesmo para derrubar a maior streak da LMC atualmente. O Passo di Gavia se descortinava e um grupo grande lutava para ver quem teria mais força para atacar e vencer. E quem atacou foi Philippe Gilbert. O belga da Lotto Belisol cruzou a linha de chegada em primeiro sem conter as lágrimas. Sua última vitória havia sido justamente no Giro D’Italia, mas na 4ª etapa de 2019. Nesses dois anos sem vencer, as piadas sempre surgiam, diminuindo o grande corredor de clássicas que Gilbert é.


Em segundo lugar, chegou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) e, em terceiro, o espanhol Alberto Contador (Astana). O norte americano Lance Armstrong (USPS) correu com muitas dores e não aguentou quando as montanhas chegaram, abandonando o Giro.


No pódio da oitava etapa, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) e o espanhol Alberto Contador (Astana), segundo e terceiro respectivamente, levantam o vencedor da etapa, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), que quebrou uma streak de mais de 2 anos sem vencer uma corrida sequer.


Apesar do décimo quarto lugar, Primoz Roglic manteve a maglia rosa. Já Phillipe Gilbert, com a vitória e os pontos em metas volante, é o primeiro a vestir a maglia ciclamino.

 

8ª Etapa

Seguem as montanhas, apertando um pouco mais. Nesta etapa, os ciclistas já começaram com uma subida de 6% e só tiveram um trecho plano, no meio da prova. Dali, as coisas pioravam até a chegada, em 9%, no Passo del Mortirolo. Os atletas encontraram um lindo dia de sol e temperatura agradável.


Curiosamente, quem ditou o ritmo nas montanhas foram os sprinters. Marcel Kittel, Mark Cavendish, Fernando Gaviria e outros se revezavam na frente, enquanto um pequeno grupeto se formava atrás. No final, Kittel lançou um ataque para tentar a vitória.


Ocorre que a estratégia perfeita foi de Romain Bardet. O francês da AG2R se poupou na primeira metade, acelerou na segunda e ultrapassou Kittel no último quilômetro para ficar com a vitória. O alemão da Katusha chegou em segundo e, em terceiro, o espanhol Alberto Contador (Astana).


Kittel fez pontos em todas as metas volante, por isso divide a maglia ciclamino com Philippe Gilbert. Mas com o trigésimo primeiro lugar de Primoz Roglic, Marcel Kittel é o novo maglia rosa. A oitava etapa não teve abandonos.

 

9ª Etapa

A nona etapa foi bem dura com os ciclistas, que começaram com uma subida de 6%, passaram para 8% e, depois, tiveram um momento de refresco com o único trecho plano, no meio da prova. Depois deste descanso, as subidas eram bem pesadas, começando em 9%, passando a 10% e terminando em duríssimos 12%, no Courmayeur. A disputa seria em meio a um dia frio e nublado, com ameaça constante de chuva, dificultando ainda mais a vida dos ciclistas.


A estratégia das montanhas é se poupar para atacar no final. Não é uma boa atacar logo no início, pois quando o cansaço chegar, ainda teremos montanhas para subir. E foi isso que aconteceu com Luciano Pagliarini. O brasileiro da Saunier Duval atacou no início, foi embora sozinho e, na metade final da prova, ficou sem pernas e acabou com um frustrante oitavo lugar. Curiosamente, foram os sprinters quem souberam dosar as forças para acabar na frente na linha de chegada e é assim que se faz a estratégia de um campeão.


No final, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole) tinha pernas de sobra para “sprintar para cima” e acabou vencendo (repetindo o resultado de 2019), com o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) em segundo e o belga Tom Boonen (Quickstep) em terceiro, onde havia sido segundo em 2019.


A boa estratégia de Marcel Kittel lhe deixou sem pernas para um lugar ao pódio, mas rendeu um quarto lugar que, somado aos pontos das metas volante, o deixa isolado com as maglias rosa e ciclamino. Apesar da dureza das montanhas, ninguém abandonou na nona etapa.


10ª Etapa

A última etapa de montanha foi a pior de todas, pois já começava em 7%, depois ia para 8%, tinha um trecho plano e apertava mais após isso. Ia a 10%, 11% e terminava em 12%, em Pinerolo. A corrida seria disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura baixa, perfeito para subir montanhas.


O Pinerolo trouxe a verdadeira corrida em montanhas deste Giro D’Italia. Após o início, os grupos começaram a ser feitos, esfacelando o pelotão completamente. Na frente, entre 6 e 8 ciclistas se esforçavam para vencerem as subidas cada vez mais inclinadas, enquanto os demais iam se dividindo em grupos menores e lutando pela sobrevivência. Um deles foi Marcel Kittel, portador das maglias rosa e ciclamino, que tinha muitas dificuldades e ainda sofreu uma queda. Acabaria chegando em décimo segundo lugar.


No final, empurrado pelo público que afunilava a pista, o italiano Vincenzo Nibali (Astana) conseguiu vencer. O Tubarão de Messina levou os torcedores ao delírio, com a quarta vitória italiana em dez etapas. Em segundo chegou o holandês Bauke Mollema (Rabobank), enquanto o terceiro colocado foi o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank).


Em uma etapa duríssima, vários ciclistas pediram atendimento médico, mas nenhum abandonou. Apesar das dificuldades e do fato de Primoz Roglic chegar em quarto, Marcel Kittel manteve a maglia rosa. Mas a maglia ciclamino foi para Luciano Pagliarini, que fez pontos em metas volante e cruzou em quinto lugar no final.


11ª Etapa

Superadas as montanhas, o Giro voltava ao plano. A penúltima etapa teria somente uma inclinação leve, de 5%, na metade da prova. Esta montanha separava as duas últimas metas volantes do Giro D’Italia desse ano. Após isso, uma chegada em sprint. A prova seria disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura agradável, clima perfeito para uma ótima corrida.


Por estarmos já na penúltima etapa de uma competição de altíssimo nível, os ciclistas estavam cansados e/ou apresentando lesões por esforço. Assim, boa parte deles optou por fazer um passeio ciclístico, com muitas pausas para atendimento médico e, com isso, o pelotão se dividiu em vários pequenos grupos. Poucos ainda tinham algum interesse, principalmente os ciclistas que ainda tinham chance de título e os locais, empurrados pelo público.


E foi empurrado pelo público que Fabio Aru arriscou uma fuga e não mais foi pego. O italiano da Liquigás conquista mais uma vitória para o seu país neste Giro, a quinta em onze etapas. Na disputa pelo sprint, Peter Sagan e Luciano Pagliarini se tocaram e o brasileiro foi ao chão, terminando em décimo primeiro. O TCB foi acionado, não viu irregularidade na manobra de Sagan e o eslovaco da Bora conquistou o segundo lugar. Para delírio do público, Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) chegou em terceiro, completando mais uma dobradinha italiana no pódio. E a festa foi ainda mais completa com Danilo Di Luca (Liquigás) em quarto. Se Sagan tivesse sido punido, a Itália formaria uma histórica tripleta no Giro.


Como nenhum contender pontuou e graças à vitória na primeira meta volante, Marcel Kittel garante matematicamente o título do Giro D’Italia 2021. Mas ele precisa completar a última etapa para o título ser validado. Se abandonar, o segundo colocado será coroado campeão (neste momento, é Primoz Roglic).


Situação diferente vive Luciano Pagliarini. O brasileiro é o maglia ciclamino, mas o título já foi conquistado, então ele não precisa completar o Giro para levar o prêmio.


12ª Etapa

Sábado, 29 de maio de 2021. Os ciclistas chegavam a Roma para a última etapa do Giro D’Italia 2021. Um lindo dia de sol, céu azul e muito calor brindava os ciclistas em uma prova totalmente plana, paraíso para os sprinters. Marcel Kittel já largava como campeão, mas precisava cruzar a linha de chegada para confirmar o título.


O pelotão junto, pelas ruas de Roma, para a última etapa do Giro 2021.


Em parte por causa do calor, em parte por causa do cansaço acumulado após 12 difíceis etapas, em parte se poupando para o que virá pela frente, os atletas descansaram. Sentados no selim de suas bicicletas, os ciclistas foram em ritmo diminuto, mantendo-se dentro do pelotão, à exceção de Peter Sagan e Vincenzo Nibali, que se poupavam claramente para a sequência da temporada e iam em um grupeto bem lento. O Campeonato Europeu será na Eslováquia e Sagan quer o bi em casa.


Após a metade da prova, um susto quando Marcel Kittel sofreu uma queda, mas o alemão logo voltou à bicicleta e continuou rumo à eternidade. Alguns ciclistas diminuíram para esperar o maglia rosa, enquanto outros aceleraram para buscarem a vitória da etapa.


Um deles foi Primoz Roglic. O esloveno da Imperatriz saiu em fuga solo, não foi mais incomodado e cruzou a linha de chegada em primeiro. No sprint pelas posições restantes no pódio, Domenico Pozzovivo (AG2R) voltou a fazer a alegria dos italianos ao chegar em segundo, repetindo as dobradinha da primeira etapa. Em terceiro, chegou o inglês Mark Cavendish (T-Mobile). Mas a grande festa foi do décimo colocado. Marcel Kittel cruzou com lágrimas nos olhos e confirmou o título conquistado uma etapa antes. Murilo Fischer sofreu com dores, pediu atendimento médico e acabou abandonando a última etapa.

 

O pódio da última etapa do Giro D'Italia 2021. No centro, com o troféu de vencedor, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Ao lado dele, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Ao lado do troféu, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), terceiro colocado.

 

MARCEL KITTEL CAMPEÃO DO GIRO D’ITALIA 2021


O alemão da Katusha fez um Giro tático. Com apenas uma vitória e um único segundo lugar, Kittel conseguiu conquistar pontos importantes em metas volante e manteve uma regularidade impressionante, conquistando o troféu Senza Fine com apenas dois pontos de vantagem sobre Primoz Roglic. Kittel conquista seu terceiro título na LMC e um “back to back”, já que também foi o vencedor da prova anterior ao Giro, a Clássica Monumento Liege-Bastogne-Liege.


Luciano Pagliarini não conseguiu o bicampeonato (foi campeão em 2019), devido a uma grande irregularidade, mas soube se posicionar bem nas montanhas, somando pontos tanto nas metas volante quanto nas etapas e conquistou o título de montanha do Giro 2021. Incrivelmente, Pagliarini não foi ao pódio uma vez sequer neste Giro.


O brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), com o troféu de campeão de montanha do Giro D'Italia 2021.

  

Kittel começou bem o Giro, mas caiu de produção depois. Curiosamente, tirou o atraso nas montanhas, onde não é especialista e, dali, não perdeu mais a maglia rosa. Primoz Roglic também teve boa regularidade na maioria das provas, vencendo duas etapas e chegando em segundo em uma, além de chegar em quarto algumas vezes. Mas em outras provas (principalmente nas montanhas) não conseguiu um ponto sequer e isso fez a diferença ao final.

Em terceiro, houve um triplo empate, com Frank Schleck, Luciano Pagliarini e Danilo Di Luca, que fez a alegria dos torcedores locais.

O pódio do Giro D'Italia 2021. No alto, à direita, o alemão Marcel Kittel (Katusha), com o troféu Senza Fine, dado ao campeão. Ao lado dele, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), com o troféu de vencedor da última etapa, vice campeão. Abaixo de Roglic, da esquerda para a direita, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval, com o troféu de montanha) e o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), os três empatados em terceiro lugar.


NOTAS RÁPIDAS

  • O esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) foi quem mais conseguiu vencer neste Giro, com 3 triunfos;
  • Primoz Roglic também foi quem mais subiu ao pódio, 3 vezes;
  • No total, 11 ciclistas diferentes venceram neste Giro e 24 subiram ao pódio, mostrando como foi disputada a edição deste ano. Poucos foram ao pódio mais de uma vez.
  • No total, 15 equipes subiram ao pódio, sendo que Imperatriz, Liquigás e Katusha foram as que mais venceram, com 2 vitórias cada. Quem mais subiu ao pódio foram Imperatriz, Liquigás Quickstep e Saxo Bank, cada uma 4 vezes.
  • 11 países subiram ao pódio, sendo que 5 viram sua bandeira tremular mais alto. A Itália dominou o Giro neste quesito, com 5 vitórias e 11 pódios, além de ter sido a única nação a conseguir dobradinha, na segunda etapa (Damiano Cunego em primeiro e Danilo Di Luca em terceiro), na sexta (Danilo Di Luca em primeiro e Fabio Aru em segundo) e na décima primeira (Fabio Aru em primeiro e Filippo Pozzato em terceiro).
  • Os italianos fizeram a alegria dos torcedores locais. Todos chegaram ao pódio ao menos uma vez e somente Domenico Pozzovivo não venceu (mas foi segundo duas vezes). E ainda viram Danilo Di Luca subir ao pódio final, em terceiro lugar. A única decepção foi o abandono de Damiano Cunego, na etapa seguinte após sua vitória, justo quando vestia a maglia rosa.
  • Por falar em abandonos, apenas 4 ciclistas deixaram a competição deste ano, sendo que Murilo Fischer abandonou na última etapa. Com isso, 32 ciclistas completaram o Giro 2021, um recorde até aqui (8 abandonaram em 2019 e 9 em 2020).
  • O TCB teve uma atuação muito discreta. Em apenas 3 etapas teve que julgar casos, absolvendo os envolvidos em 2 e punindo somente na segunda etapa, quando Mathieu Van Der Poel se envolveu em um acidente que fez Oscar Pereiro Sio abandonar. O holandês da Corendon Circus perdeu 3 pontos na competição.
  • As grandes decepções deste Giro foram Chris Froome, Thibaut Pinot e Murilo Fischer. O inglês da Sky e o francês da FDJ andaram a maioria do Giro na parte de trás do pelotão e só somaram 8 pontos cada, mas o pior foi Thibaut Pinot. Campeão em 2020 com uma etapa de antecipação, veio cercado de expectativas para o bi e decepcionou completamente. Murilo Fischer, campeão de montanha em 2020, também só andou na parte de trás do pelotão, fez apenas 2 pontos e ainda abandonou na última etapa.
  • Outras decepções foram André Greipel e Bradley Wiggins, os únicos que não fizeram um ponto sequer neste Giro.
  • Com a competição encerrada e o pódio na classificação final, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás) voltou à liderança do ranking, com 100 pontos, com o antigo líder e também italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) indo para a segunda posição, com 98 pontos. O título rendeu ao alemão Marcel Kittel (Katusha) um salto no ranking e, agora, está em terceiro lugar, com 89 pontos.

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