domingo, 2 de maio de 2021

LMC - Abril - 20/05/2021

Pode-se dizer que o mês de abril da LMC começou ainda em março, pois a Volta Ciclística ao Algarve começou nos últimos dias daquele mês, mas seu campeão só foi coroado no mês seguinte. Assim, entre provas por etapas e Clássicas, abril teve 6 competições e muita emoção para os fãs de ciclismo. Vamos a um resumo de cada competição.


VOLTA CICLÍSTICA AO ALGARVE


Em 28 de março, os ciclistas largavam em Portugal, no contra relógio da Volta Ciclística ao Algarve, uma bela competição em 6 etapas, com montanhas e paisagens maravilhosas. A Itália dominou a competição, com vitórias nas 3 primeiras etapas e um pódio na quarta. Na quinta etapa, que decidiria o campeão da montanha, os ciclistas pareciam cansados e não forçaram muito a barra. Vencedor das duas primeiras etapas e despontando como grande favorito, Filippo Pozzato não conseguiu repetir o bom desempenho no restante da competição e perdeu a camisa para Danilo Di Luca, que chegou apenas em décimo nono nas últimas montanhas.


Mark Cavendish brilhou na quinta etapa e venceu, conquistando o prêmio de montanha, mas os ciclistas chegavam à última corrida já com a fatura praticamente liquidada, pois somente dois atletas ainda tinham chances de título. Tom Boonen precisava chegar pelo menos em segundo e torcer para Danilo Di Luca não chegar abaixo do sexto lugar.


A última etapa foi no dia 03 de abril, com os ciclistas pedalando forte, mantendo um ritmo elevado. Para ser campeão, Tom Boonen tinha que andar no grupo da frente, mas isso nunca aconteceu e ele terminou em vigésimo lugar. Já Danilo Di Luca fez a estratégia perfeita, contando com o auxílio de seu companheiro de equipe, Fabio Aru. Quando Aru sofreu uma queda, Di Luca acelerou, esperou o momento certo e sprintou. O italiano da Liquigás venceu, com o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) em segundo e o americano Lance Armstrong (USPS) em terceiro.


O segundo e o terceiro colocado se tocaram e Armstrong se desequilibrou. O TCB considerou a manobra de Oscar Pereiro Sio temerária e o puniu com a perda de 1 ponto de esforço na próxima etapa. Como não há mais etapas a correr, foi apenas aplicada uma advertência, sem mudança na classificação final.


O pódio da última etapa da Volta Ciclística ao Algarve. No alto, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne), segundo colocado. Abaixo do troféu, o americano Lance Armstrong (USPS), terceiro colocado.


Com a vitória, Danilo Di Luca se sagrou campeão da Volta Ciclística ao Algarve, coroando uma competição incrível, onde venceu duas etapas e ficou em terceiro em outra. O vice campeão foi o belga Tom Boonen (Quickstep) e o terceiro colocado foi o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), fazendo não só uma dobradinha italiana no pódio final como mostrando o domínio da nação no esporte. A Itália venceu 4 das 6 etapas (2 vitórias para Di Luca e 2 para Pozzato) e um terceiro lugar (com Danilo Di Luca). Somente na quinta etapa não vimos um italiano no pódio.


O prêmio de montanha ficou com o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), seu terceiro título na LMC. O título de Danilo Di Luca foi o quinto do italiano na Liga. A Volta Ciclística ao Algarve viu apenas dois abandonos, ambos na segunda etapa: Rafael Andriato e Thor Hushovd.


O inglês Mark Cavendish (T-Mobile) recebe o troféu de campeão de montanha das mãos do craque português de futebol, Luís Figo.


O título da Volta Ciclística ao Algarve fez Danilo Di Luca saltar para a liderança do ranking, com 66 pontos. Em segundo está Tom Boonen, com 56 e, em terceiro, Mark Cavendish, com 49.


O pódio da Volta Ciclística ao Algarve. No alto, com os troféus de campeão e vencedor da última etapa, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás). Abaixo do troféu de campeão, o belga Tom Boonen (Quickstep), vice-campeão. Abaixo do troféu de vencedor da etapa, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), terceiro colocado.


TOUR DE FLANDRES

Em 04 de abril, domingo de páscoa, os ciclistas estavam na Bélgica para correrem a estreante do calendário, a primeira das 5 Clássicas Monumento do ano. Conhecida como De Ronde van Vlaanderen ou “A Mais Jovem”, é disputada na região de Flandres, no norte do país. Com um início dificílimo, com 3 subidas em 10, 8 e 11% e 3 trechos em pavê, exigiu muito preparo dos ciclistas. A estratégia seria importantíssima e, como sempre, há aqueles que começam dando show e, sem dosar a força, acabam decepcionando ao final.

Infelizmente, um deles foi Tom Boonen. O ciclista, que é de Mol (município que fica na região de Flandres), atacou forte no início, levantando o público. Mas as subidas duras e os paralelepípedos foram aos poucos minando as resistências e o belga da Quickstep acabou na sétima posição.

A liderança de Boonen provava um boato, de que sprinters vão bem em clássicas. Além dele, Francisco Chamorro, Mathieu Van Der Poel, Marcel Kittel e Mark Cavendish andaram sempre na frente, puxando um ritmo forte, enquanto os chamados corredores por etapas penavam lá atrás.

Ao final, quem venceu foi Mark Cavendish. O inglês da T-Mobile bateu o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole) em um eletrizante sprint final. Mathieu Van Der Poel foi outro que fez bonito no início, mas não teve pernas para o sprint e acabou batido pelo italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), que chegou em terceiro. Ao holandês da Corendon Circus, restou o quarto lugar.

O paralelepípedo causa trepidações e é ótimo para furar pneus. Vários ciclistas tiveram que parar para trocar as rodas, mas nenhum deles abandonou. A vitória de Mark Cavendish mostra seu excelente início de temporada, com 3 títulos conquistados nesse início de ano (ele havia conquistado apenas 1 título, em 2019) e escreve seu nome como o primeiro ganhador do Tour de Flandres da LMC.

A liderança do ranking permanece com o italiano Danilo Di Luca, com 66 pontos. O vice líder, no entanto, passou a ser Mark Cavendish, com 58, empurrando Tom Boonen para a terceira posição, com 56.

O pódio do Tour de Flandres. No alto, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), com o troféu da vitória. Abaixo dele, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), terceiro colocado.

TIRRENO ADRIÁTICO

Em 10 de abril, um contra relógio dava início à “Corrida entre Dois Mares”, como é conhecido o Tirreno Adriático. Disputado na parte central da Itália, percorre um circuito em seis etapas entre os mares Tirreno e Adriático. A edição de 2021 foi incrível, do ponto de vista técnico, tanto é que nenhum ciclista abandonou até a última etapa e nove deles tinham chances de título, incluindo um italiano.

A sexta etapa, totalmente plana, se deu no dia 17 de abril. Um lindo dia de sol entre nuvens, temperatura amena e pouco vento. Os corredores relaxaram, reservando-se para o sprint final. O pelotão andou junto e chegou junto, mas a grande surpresa foi a vitória de um escalador. O holandês Bauke Mollema (Rabobank) venceu a primeira no ano. O brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), campeão em 2019, chegou em segundo. O terceiro lugar foi do suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank).

O pódio da última etapa. No alto, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), segundo colocado. Abaixo do troféu, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), terceiro colocado.

Dos postulantes ao título, só Peter Sagan conseguiu andar na frente. O eslovaco da Bora precisava de um terceiro lugar, mas só chegou em quinto. Assim, o título foi para Romain Bardet. Mesmo chegando em nono, o francês da AG2R conseguiu conquistar o seu sexto título na LMC e o primeiro em uma prova por etapas. O excelente início, quando venceu o contra relógio e foi segundo na segunda etapa, deu uma boa sobra para Bardet aproveitar nas etapas seguintes e levar o título.

O título de montanha ficou com outro francês, Julian Alaphilippe (Quickstep). Ele também já havia conquistado o mesmo prêmio no Protour do Benelux, mostrando que é bom no terreno inclinado.


O francês Julian Alaphilippe (Quickstep) recebe o troféu de montanha do craque italiano do futebol, Filippo Inzaghi.


Os franceses, aliás, dominaram este Tirreno Adriático. Além de conquistarem os dois títulos, venceram metade das etapas disputadas. Os italianos festejaram o bom desempenho de Domenico Pozzovivo (com um segundo e um terceiro lugares) e de Vincenzo Nibali (um terceiro lugar). Mas saíram decepcionados por não verem um ciclista local vencer.

O Tirreno Adriático 2021 foi disputado em altíssimo nível, com corridas eletrizantes e será lembrado por não ter um abandono sequer. Os 36 ciclistas mantiveram o nível e conseguiram completar a competição.

A liderança do ranking da LMC segue com o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), com 67 pontos. Em segundo, empatados, estão o belga Tom Boonen (Quickstep) e o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), cada um com 60 pontos.

O pódio do Tirreno Adriático 2021. No alto, o francês Romain Bardet (AG2R), com o troféu de campeão. Abaixo dele, o eslovaco Peter Sagan (Bora) e o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), empatados no vice-campeonato. Abaixo do troféu, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), terceiro colocado.
 

MILAN SANREMO

No dia 18 de abril, os ciclistas disputavam a segunda Clássica Monumento do ano. La Classicissima, como é conhecida, é uma prova duríssima. Das duas Clássicas Monumento da Itália, é conhecida como “A Clássica dos Sprinters”, por ter final desta forma, em oposição à Volta à Lombardia, que é “A Clássica dos Montanhistas”. Mesmo tendo chegada em sprint, os ciclistas teriam que passar por duas montanhas complicadas: o Cipressa, com 10% de inclinação, e o Poggio di Sanremo, com 9%.

Os ciclistas andaram juntos a maior parte do tempo, com uma fuga ocorrendo ocasionalmente só para ser pega logo depois. A passagem pelo Cipressa foi difícil para os ciclistas, que se cansaram e ainda tinham muito o que correr, mas foi o Poggio que decidiu mesmo a prova. Algumas quedas ocorreram naquela subida, ocasionando o abandono de Fabio Aru e dividindo o grupo.

Thibaut Pinot atacou no Poggio e ninguém conseguiu acompanhá-lo. O francês da Française De Jeux conquista a Milan San Remo 2021 de forma espetacular. Em segundo, chegou o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus). É a sexta vez que ele chega em segundo lugar (a quarta em 2021), ainda em busca da primeira vitória. Em terceiro, chegou o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), repetindo o lugar no pódio em 2020. Gilbert tem a maior streak da LMC atualmente. Sua última vitória foi na quarta etapa do Giro D’Italia de 2019, antes da chegada de Van Der Poel à Liga.

Após La Classicissima, o ranking da LMC continuou com Danilo Di Luca na liderança, com 67 pontos, seguido de Tom Boonen e Mark Cavendish com 60, cada.

O pódio da Milan Sanremo. No alto, o francês Thibaut Pinot (FDJ) recebe o troféu de vencedor das mãos da lenda milanesa do futebol, Paolo Maldini. Abaixo de Maldini, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), terceiro colocado.

PARIS ROUBAIX

Em 19 de abril, chegava a Rainha das Clássicas Monumento, a Paris Roubaix 2021. Conhecida como “O Inferno do Norte”, é uma prova com somente um trecho inclinado, em 5%, mas com 4 de seus 7 trechos em pavê (incluindo a única subida) e chegada no velódromo em Roubaix. Além disso, é tradição chover no dia da prova para piorar ainda mais a vida dos ciclistas e a edição 2021 não foi diferente.

O pelotão andou junto nos primeiros trechos, mas quando o pavê apertou, os meninos foram separados dos homens. Um grupo se desgarrou e imprimiu um ritmo forte, deixando o resto para trás. Logo ficou claro que a vitória seria disputada por 5 ou 6 atletas, que apertavam o passo nos paralelepípedos, liderados por Fabian Cancellara. A cada trecho de pavê, era comum vários ciclistas parando para trocar pneus furados e, ironia do destino, foi no último trecho naquele tipo de piso que Cancellara teve que parar para trocar a roda, quando começava a se desgarrar do grupo líder. O suíço da Saxo Bank teve que se contentar com um sexto lugar.

O público foi ao delírio quando viu que, entre os 3 que disputavam a vitória, havia um francês. E foi exatamente Sylvain Chavanel (Quickstep) quem acelerou forte, empurrado pelos torcedores presentes ao velódromo, para faturar a vitória em casa e seu primeiro título na Paris Roubaix, o segundo no ano e terceiro na LMC.

Em segundo lugar chegou o italiano Damiano Cunego (Lampre), campeão em 2019. Em terceiro, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne). Os três protagonizaram um duelo eletrizante, que rendeu aplausos do público presente ao velódromo e encerrou um final de semana em que os quatro troféus em disputa foram entregues aos quatro ciclistas franceses da LMC.

O pódio da Paris Roubaix. No alto, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep) recebe o troféu das mãos da lenda do futebol francês e mundial, Zinedine Zidane. Abaixo do troféu, o italiano Damiano Cunego (Lampre), segundo colocado. Abaixo de Zidane, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne), terceiro colocado.

FLECHE WALLONNE


Em 24 de abril, os ciclistas estavam no sul da Bélgica para o início da Fleche Wallone 2021. Transformada em corrida por etapas, terá provas com subidas duríssimas e algumas com trechos em pavê. O contra relógio que inaugurou a competição foi de baixíssimo nível e terminou com vitória do norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole). O nível baixo permaneceu durante toda a competição. Na segunda etapa, Thor Hushovd já havia perdido a camisa de líder para o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), vencedor da corrida em que tivemos os dois únicos abandonos da competição, com Fabio Aru e Primoz Roglic.


Na terceira etapa, Andriato perdeu a camisa de líder para Bradley Wiggins, que conseguiu mantê-la na quarta etapa, mas perdeu na quinta após um show de Filippo Pozzato. O italiano venceu a etapa de montanha com uma fuga incrível e, com as vitórias nas metas volante, não só conseguiu o título de montanha como garantiu o título da Fleche Wallonne com uma etapa de antecipação, bastando apenas cruzar a linha de chegada na sexta etapa para confirmar a conquista.


A sexta e última etapa foi disputada no dia 30 de abril. Filippo Pozzato fez uma corrida tática e sofreu uma queda logo no início, aumentando a tensão. Os ciclistas andaram devagar, como fizeram em todas as corridas e, para não dar chance ao azar, Pozzato acelerou forte e se posicionou bem dentro do pelotão. O público viu Remco Evenepoel acelerar e começou a empurrá-lo na linha de chegada. O belga da Quickstep venceu com uma arrancada incrível, superando o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), que chegou em segundo. O francês Sylvain Chavanel (Quickstep) fez um sprint sensacional e conseguiu alcançar o grupo da frente, terminando a prova em terceiro.

O pódio da última etapa da Fleche Wallonne 2021. No alto, o belga Remco Evenepoel (Quickstep), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha da Quickstep, o francês Sylvain Chavanel.


Seguro, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) chegou em quinto e conquistou o título da Fleche Wallonne, além do título de montanha, suas duas primeiras conquistas na LMC. O público aplaudiu o campeão e saudou muito o vencedor da corrida, que é natural de Flandres, que fica na região da Valônia, onde ocorreu a competição. Evenepoel salvou uma péssima competição dos belgas.


O pódio final da Fleche Wallonne. No alto, Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), com os troféus de campeão e campeão de montanha. Abaixo do troféu de campeão e completando a dobradinha italiana no pódio, Domenico Pozzovivo (AG2R), vice campeão. Abaixo do troféu de montanha, o inglês Bradley Wiggins (Sky), terceiro colocado.

RANKING


1º Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) - 77 pontos;

2º Danilo Di Luca (Liquigás) - 73 pontos;

3º Mark Cavendish (T-Mobile) - 66 pontos.


NOTAS RÁPIDAS

  • Entre clássicas e provas por etapas, os fãs de ciclismo viram 6 competições em abril.
  • A Liga Mundial de Ciclismo passou por mudanças em seu calendário durante o mês de abril, com a retirada da Liga das Nações e a inclusão de duas provas por etapas em seu lugar.
  • Uma dessas provas por etapas será a Volta da Colômbia, que entra no calendário recheada de montanhas. A outra é a prova que fechará o ano, uma grande surpresa da LMC.
  • Além disso, a Fleche Wallonne foi disputada por etapas pela última vez. A partir de 2022, a corrida volta a ser uma clássica.
  • Assim, a LMC diminui em nove provas o seu calendário ciclístico, mas a emoção continua altíssima para os fãs desse esporte que não para de crescer.

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