Voltamos com a sessão Arte e Botões. A ideia é fazer uma postagem nova a cada final de semana, preferencialmente no domingo. Como não teve jogo neste sábado, vamos adiantar a brincadeira um dia.
O time da vez é o Vasco campeão da Copa do Brasil 2011! Quer dizer, o escolhido é o Vasco de 2011, pois alguns dos jogadores não estavam naquela vitoriosa conquista, mas o tema é a Copa do Brasil, por conta de um antigo sonho. Como bom torcedor do Vasco, já vi meu time do coração conquistar vários títulos. Mas a Copa do Brasil me incomodava, pois parecia que o Vasco não era talhado para esta competição. Enquanto Grêmio, Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras e outros sempre se davam bem, o Vasco entrava no torneio com uma preguiça incrível, parecia que a Copa do Brasil jamais tinha importância para o clube. As eliminações eram traumáticas. Algumas, como o 0x3 para o XV de Novembro (RS) em 2004 e o mesmo placar para o Baraúnas, em 2005, foram humilhantes. Outras, como o 1x1 com o Remo em 91, 0x1 para o CSA em 92, ou 1x2 para o Gama em 2007 (no Maracanã, pronto para o milésimo gol de Romário) não foram tão dilatadas, mas igualmente dolorosas. Em 2006, aos trancos e barrancos o time chegou à final, contra o Flamengo. Com Valdiram e Valdir Papel no ataque, o time da Cruz de Malta jamais ameaçou os rubro negros e perdeu os dois jogos (0x2 e 0x1). Será que a Copa do Brasil jamais iria para São Januário?
Eis que chega o ano de 2011, o campeonato estadual se avizinhava e Roberto Dinamite prometia um ano de glórias para o Vasco. No primeiro jogo, derrota para o Resende (0x1). No segundo, novo revés, agora para o Nova Iguaçu (2x3). No terceiro jogo, perde para o Boavista (1x3) e, com campanha pífia, o clássico contra o Flamengo apresenta a quarta derrota seguida (1x2) e a queda do treinador PC Gusmão. Com o pior início de temporada de sua história, o Vasco precisava de uma sacudida. Ricardo Gomes foi o escolhido e a equipe começou a vencer. A goleada sobre o América (9x0) mostrava que, enfim, o trabalho deslancharia. E é aí que entra a Copa do Brasil.
Na estreia, o Vasco bate o Comercial (6x1) e elimina a necessidade de jogo de volta. Contra o ABC de Natal, a eliminação esteve próxima, após o 0x0 no jogo de ida e o empate com gols se avizinhando na volta. Mas Alecsandro e Bernardo fizeram os gols e o Vasco avançou com o 2x1. Contra o Náutico, vitória fora de casa (3x0) e empate em São Januário (0x0), o Vasco ia avançando. Contra o Atlético-PR, um chutaço de Diego Souza decreta o empate fora de casa (2x2) e, em casa, novo drama no empate em 1x1 levava o Vasco às semifinais. Era só passar pelo Avaí e ir para a sonhada final! No jogo de ida, a equipe joga mal e Diego Souza salva o vexame, no empate em 1x1. Teria que vencer fora de casa para avançar à final. Diego Souza novamente chama a responsabilidade e lidera a equipe na vitória por 2x0, levando o Vasco à decisão da Copa do Brasil contra o Coritiba.
São Januário lotou para ver a equipe fazer o jogo de ida da decisão e vibrou quando Alecsandro marcou o gol solitário no 1x0 que dava ao Vasco a vantagem do empate, ou derrota por 1 gol de diferença, desde que marcasse.
No jogo de volta, Couto Pereira lotado e um Coritiba impressionante, amassando o Vasco em seu campo. A equipe errava muito e estava nervosa, com a possibilidade de voltar a ser campeã nacional depois de 11 anos. Em um contra ataque, Diego Souza lançou Eder Luis na ponta direita e o camisa 7 cruzou para a área. Alecsandro desviou e fez Vasco 1x0. Agora, a equipe só não seria campeã se levasse 3 gols! Mas o Coritiba não desistiria fácil e, ainda no primeiro tempo, já tinha virado o jogo.
No segundo tempo, Eder Luis resolveu entrar para a história ao arriscar um chute de muito longe. O goleiro do Coritiba aceitou e a partida ficou em 2x2. Mas, aos 21 minutos do segundo tempo, o Coritiba acertou um chute incrível de fora da área e fez 3x2. O estádio inteiro veio abaixo e o sonho de ver meu time ser campeão da Copa do Brasil parecia desaparecer de vez. Dois dos mais experientes jogadores, Felipe e Diego Souza, foram substituídos e, no banco de reservas, colocaram toalhas na cabeça para não ver o fim do jogo. Bernardo entrou como um veterano de mil competições, liderou a equipe e, no final, a taça finalmente pôde vir para São Januário. Foi um teste para cardíaco, mas eu poderia morrer tranquilo, finalmente tinha visto meu time vencer a Copa do Brasil!
A temporada ainda traria muita emoção. No campeonato brasileiro, o Vasco se manteve sempre no grupo de cima, terminando a competição em segundo lugar. Juninho voltou para a Colina, Ricardo Gomes quase morreu na beira do campo, o Vasco teve em 2011 um dos melhores anos de sua história.
Como se vê, a Copa do Brasil foi a cereja no bolo daquele ano, mas o time era muito mais do que a competição do primeiro semestre. Alguns jogadores chegaram, outros saíram e eu até fugi à regra de fazer o goleiro e doze jogadores de linha. Esse Vasco é tão especial que eu separei quinze jogadores de linha para se juntarem ao goleiro. Vamos à arte e às explicações táticas e sobre a convocação!
Podemos montar o time base com 1. Fernando Prass; 23. Fagner, 26. Dedé, 25. Anderson Martins, 33. Ramon; 5. Nilton, 6. Felipe, 8. Juninho, 10. Diego Souza; 7. Eder Luis, 9. Alecsandro.
Em tese, essa equipe jogaria no 4-4-2 losango. Nilton seria primeiro volante, Juninho e Felipe fariam os lados do meio de campo, como volantes e armadores, e Diego Souza ficaria centralizado mais à frente, como enganche ou ponta de lança. Mas, na prática, acabou jogando num 4-3-3. Nilton, Felipe e Juninho formavam o meio de campo, Eder Luis abria na ponta direita, Diego Souza fazia a ponta esquerda e Alecsandro ficava de centroavante.
Victor Ramos foi escolhido como reserva da zaga, porque tinha potencial. Ao lado de Anderson Martins, no Vitória, foi muito bem. Mas no Vasco não rendeu e não teve muitas oportunidades. Allan também faz parte do elenco por sua versatilidade. Sou fã deste jogador, que podia jogar tanto de volante como na armação. Testado na lateral, também se saiu bem. Eduardo Costa, com passagens pelo futebol europeu e pela seleção brasileira, andou beliscando uma vaga no time titular. Podia jogar tanto de volante como de zagueiro. Bernardo era o xodó da torcida e um dos maiores desperdícios do mundo da bola. Mesmo na reserva, era artilheiro do time. Chegou praticamente dado pelo Cruzeiro, como volante. Passou a jogar mais à frente e até no ataque se saiu bem. Mas não tinha cabeça e, por isso, não foi longe na carreira. Outro problemático também tem vaga nesse elenco. É Carlos Alberto, o craque da série B que foi o embrião desse time. Devia ter uma cabeça melhor, assim sua carreira teria sido brilhante.
Neste time, com tantos craques, gostaria de destacar dois: Eder Luis e Diego Souza. Eder Luis, dono da camisa 7, era uma espécie de "Euller 2.0". Lógico que não jogava metade do que Euller jogou, mas suas arrancadas pela direita, sua habilidade e seus gols fizeram os torcedores lembrarem do Filho do Vento e, mesmo jamais repetindo as atuações daquele longínquo ano de 2011, tem lugar no coração do torcedor vascaíno, principalmente pelo gol que nos deu a Copa do Brasil.
Diego Souza é um capítulo à parte. Chegou num momento de baixa do clube, estreou com a camisa 10 num clássico contra o Botafogo e marcou os dois gols na vitória por 2x0. Ali, já virou ídolo e até hoje a torcida espera ansiosamente seu retorno. Na minha modesta opinião, o melhor camisa 10 que o clube teve desde Edmundo.
Então é isso. Esse é o time/elenco do Vasco de 2011. Espero que gostem. Na próxima semana, vamos internacionalizar a brincadeira!
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