domingo, 29 de abril de 2018

Copa Olé 2018 - Quartas de final - 29/04/2018

Domingo de sol, temperatura agradável e Itaquá Dome lotado para assistir ao complemento das quartas de final da Copa Olé. Independiente e San Lorenzo já estão nas semifinais, quem fará companhia a estas duas equipes?

HURACÁN 1x5 ESTUDIANTES

Eterna incógnita, o time do Huracán tem feito muitas reuniões para tentar entrosar o time. Boatos de que há ciúmes dos jogadores às regalias de Cigogna sempre aparecem e a comissão técnica faz de tudo para afastar estes rumores. Do outro lado, a meta é voltar a sonhar. Depois da ressaca com o vice campeonato do Clausura 2017, o Estudiantes começou o ano em marcha lenta. Em quatro jogos entre Torneio Início e Apertura, o time de La Plata venceu apenas um e empatou os outros. A ordem é voltar aos dias de glória e tentar a inédita conquista de um troféu na FIFUBO.

Grandes períodos sem jogos prejudicam a parte física. Os jogadores demoram a entrar no ritmo, não conseguem correr atrás da bola e precisam se readaptar ao terreno de jogo. Os mais experientes, ao perceberem essas dificuldades, simplificam o jogo, tocam curto e ficam próximos. E foi assim que o Estudiantes começou. Com apenas 45 segundos de jogo, o Huracán isolou a bola e Angeleri pegou-a, tocando a Enzo Perez. O camisa 7 deu um toque no meio dos jogadores adversários e encontrou Leandro Benítez. Sem pernas para correr, o camisa 8 usou o corpo para proteger a bola, ajeitou da meia lua e acertou um lindo chute, vencendo Islas e fazendo Estudiantes 1x0.

Com a vantagem no placar e o adversário perdido, o Estudiantes começou a pegar ritmo e se sentir à vontade. Do outro lado, as desavenças eram nítidas e os jogadores procuravam resolver sozinhos. Pior, não faziam muito esforço para recompor o esquema e ainda tentavam irritar o adversário, apelando para subterfúgios, que não funcionaram.

Assim, aos 6 minutos, Islas cobrou tiro de meta para Ruben Masantonio, que pegou a bola com muita má vontade. Boselli percebeu e correu, roubando a bola do camisa 10. Só aí Masantonio tentou recuperá-la, mas levou um drible desmoralizante de Boselli, que ainda fez um toque ao estilo Ronaldinho para Gastón Fernandez. O camisa 10 do Estudiantes recebeu nas costas da zaga, invadiu a área e tocou na saída de Islas, fazendo Estudiantes 2x0.

Neste momento, o time de La Plata era senhor absoluto da partida e o adversário só queria que o jogo acabasse logo, para colocarem mais uma eliminação na conta. Com o placar dando-lhes a vantagem, os atletas do Estudiantes tinham liberdade para tocar e se posicionavam com perfeição para receber o passe. Assim, aos 9 minutos, uma linda jogada foi de pé em pé com Angeleri, Verón, Leandro Benítez e Enzo Perez, que deu o último passe para Gastón Fernandez já dentro da área. Se cada jogador só podia dar um toque na bola, Gastón não fez diferente. De primeira, pegou Islas no contrapé e fez Estudiantes 3x0.

No intervalo, Cristaldo fez uma mudança polêmica. Ninguém entendeu quando o artilheiro do jogo, Gastón Fernandez, e o capitão do time, Verón, foram sacados para as entradas de Mathias Sanchez e Hernan Rodrigo Lopez, com Federico Fernandez passando a ser o capitão. Mas Cristaldo explicou, após o jogo, que queria poupar os principais jogadores e ver como a equipe se comportaria sem eles. Já Sr Rabina, perdido e desesperado, sacou Centurión e Cigogna e colocou Erramuspe e Barrales. Puxou o time mais para trás quando precisava atacar.

As mudanças do Huracán não surtiram efeito nenhum. Mesmo com Sanchez no lugar de Verón, o Estudiantes continuou em cima. Embora Sanchez seja mais defensivo e forme uma dupla de volantes bem recuada com Rodrigo Braña, isso deu a Enzo Perez e Leandro Benítez maior liberdade para avançar. O camisa 8, com as pernas travadas no início, se soltou no segundo tempo e foi um dos principais jogadores da partida.

O Estudiantes teve a melhor atuação destas quartas de final, mas não é necessário fazer muito quando se enfrenta um adversário tão ruim. O próprio Huracán faz questão de se auto destruir. Aos 3 minutos, Enzo Perez estava com a bola nas cercanias da área, mas sem a menor condição de transformar o lance em algo perigoso. Mesmo assim, Erramuspe o atropelou, numa falta completamente desnecessária. O próprio Enzo Perez cobrou com perfeição e venceu Islas, fazendo Estudiantes 4x0.

Nesse momento, a torcida do Huracán passou a vaiar Erramuspe cada vez que ele tocava na bola e, para piorar, ele recebeu-a várias vezes, pois os outros jogadores não se apresentavam. E Erramuspe continuou errando. Ao tentar um passe para Milano, a bola foi para o outro lado e Rodrigo Braña reiniciou o jogo. Marco Rojo recebeu na esquerda e tocou mais à frente para Enzo Perez. O camisa 7 inverteu para a direita, onde encontrou Leandro Benítez sozinho na área. O camisa 8 girou e chutou contra um Islas perdido, fazendo Estudiantes 5x0, aos 6 minutos.

Debaixo de gritos de 'olé' de sua torcida, o Estudiantes tocou a bola e esperou o tempo passar. Foi nesse momento que os jogadores relaxaram e abandonaram suas posições. Aos 9 minutos, Federico Fernandez se arriscou no ataque e perdeu a bola. O Huracán encaixou um contra ataque e Ruben Masantonio, livre dentro da área, concluiu a jogada, fazendo o gol de honra de sua equipe, em uma eliminação sem honra alguma: Huracán 1x5.

BOCA JUNIORS 2x1 VELEZ SARSFIELD

Após o vexaminoso ano de 2017, o Boca mudou o comando técnico e pegou, justamente, o demitido treinador do Velez. Tripa Seca chegou e começou seu trabalho, sem ainda conseguir dar uma cara à equipe. Palacio ganhou nova oportunidade no ataque, mais recuado e aberto na ponta. Já o Velez vive total incerteza. A troca de toda a comissão técnica trouxe uma junta técnica para comandar a equipe. Os irmãos Pearl Jam e Ledbetter têm sua primeira oportunidade à frente de uma equipe na FIFUBO e a falta de experiência se reflete em campo. Eliminados cedo do Torneio Início, estrearam no Apertura perdendo de forma humilhante para o Independiente (0x5) e, depois, conseguiram um empate contra o Estudiantes (3x3), ou seja, o time ainda não venceu no ano.

Parecia que seria dessa vez. Bem fisicamente, com uma tática de forte marcação e boa presença no ataque, o Velez montou uma blitz para cima do adversário e, durante 3 minutos, bombardeou o gol do Boca, com Abbondanzieri e a trave salvando várias vezes as conclusões de Papa, Turco Assad e Romero. Até que, após uma reposição lateral, Romero recebeu de frente, ameaçou um chute forte e tocou colocado. Abbondanzieri até tocou na bola, mas não conseguiu evitar o gol: Velez 1x0.

Parece que a característica dos times de Pearl Jam é o toque de bola. Ele exigia e os jogadores do Velez davam todos os toques disponíveis, em busca da melhor situação para concluir. Mas treinar passes não faz sentido se não houver um treino de finalização. O Velez era muito melhor no jogo, mas pecava muito na conclusão. Essa situação ocorreu no primeiro tempo inteiro até que, aos 8 minutos, Palermo resolveu se movimentar. Schiavi desarmou Dario Hussain e tocou a Arruabarrena, que procurou Palermo na esquerda. O camisa 9 pegou a bola, partiu em velocidade, fez o 'dois-um' com Basualdo, recebeu de volta na entrada da área e chutou forte para vencer Sosa e empatar o jogo: Boca 1x1.

O intervalo trazia uma imensa injustiça. O Velez dominou o jogo, teve inúmeras chances e não conseguiu transformá-las em gol. Visando melhorar a marcação do lado onde Palermo atacava e a conclusão, Pearl Jam tirou Gino Peruzzi e Dario Hussain, colocando Cubero e Lucas Pratto em seus lugares. Já o Boca celebrava o gol que lhes caiu no colo, pois a equipe não criava nada. Saíram Serna e Riquelme e entraram Battaglia e Guillermo Barros Schelloto.

O Velez deu a saída de bola com Insua e Romero, que ficaram tocando um para o outro sem nenhuma produtividade. Até que Romero tentou fazer uma graça e foi desarmado por Battaglia, que tocou a Palermo na esquerda. O camisa 9 deu um toque de leve na bola e encontrou Basualdo, que avançou em velocidade e pegou a defesa do Velez aberta. Da entrada da área, chutou de pé esquerdo e venceu Sosa, fazendo Boca 2x1 logo a um minuto.

A partir daí, o Velez se desmontou. Outrora o melhor em campo, Romero era vaiado pelos torcedores. Insua tentou se movimentar e buscar os atacantes, mas o Boca marcou forte e conseguiu segurar a vantagem, se classificando na sorte.

NOTAS RÁPIDAS

  • Com os dois últimos classificados, as semifinais foram decididas. Nesta segunda-feira, Boca x San Lorenzo e Estudiantes x Independiente são os jogos que decidirão os finalistas da Copa Olé 2018. O mandante da final será definido através de sorteio, após o encerramento da rodada.

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