sábado, 28 de abril de 2018

Copa Olé 2018 - Quartas de final - 28/04/2018

Depois de todos os problemas extra campo que levaram ao cancelamento do Apertura, a Copa Olé pede passagem e aproveita o feriado para colocar os times argentinos em campo. Muita teia de aranha para tirar, equipes reforçadas e torcedores aproveitando o dia de sol para lotar o Itaquá Dome e deixar a saudade para trás. Vamos ver como foram os dois primeiros jogos das quartas de final!

INDEPENDIENTE 1x1 RACING

Existe forma melhor de se iniciar um novo campeonato do que com um clássico? Pois foi o que o sorteio fez, colocando o Clássico de Avellaneda para abrir a Copa, com as duas equipes dando motivos para os torcedores lotarem o estádio.

Do lado do Independiente, a equipe já vinha fazendo boa campanha no Apertura (5x0 no Velez e 2x2 com o Racing). Mas o que empolgou mesmo a torcida foi a tão sonhada estreia de Mauro Burruchaga. Filho daquele que é, talvez, o maior ídolo da história do clube, Mauro vem para ser uma sombra a Gracián e sua contratação já é pedida há dois anos. A comissão técnica ficou impressionada com os treinos do seu novo camisa 10, tanto na parte física quanto na técnica, mas deixaram-no no banco, pois ainda faltava entrosamento com os demais atletas.

Do lado do Racing, o ano começou bem no Apertura, com vitória sobre o Boca (4x3) e empate com o Independiente (2x2), mostrando que o bom futebol que os levou ao vice campeonato no Apertura 2017 apareceria novamente. As 9 semanas sem jogos foram aproveitadas por Paralelo para ajeitar a parte tática e forçar na parte física, dando a esperança de dias melhores ao time azul e branco.

Com esses ingredientes, o Clássico de Avellaneda tinha tudo para ser um jogão e realmente foi. As duas equipes procuraram o ataque desde o início, com boas tramas e muitas chances desperdiçadas. Quando há um grande hiato entre jogos, é comum que os jogadores fiquem mais travados, mas os atletas dos dois times estavam muito bem fisicamente. O Independiente contava com uma movimentação constante de Gracián, buscando e distribuindo o jogo, mostrando que a melhor forma de motivar um jogador é colocar uma sombra nele. O Racing tinha no entrosamento de seus jogadores a principal arma, trocando passes constantemente e variando muito o jogo.

O primeiro gol, no entanto, só saiu aos 6 minutos. Facundo Parra cobrou córner para Silvera, mas Martin Simeone desarmou o camisa 11, tocando a Pelletieri na entrada da área. O camisa 7 puxou o contra ataque pelo centro do campo e deu um lindo passe em profundidade para Acosta. O camisa 9 recebeu em velocidade, invadiu a área e tocou na saída de Navarro, fazendo explodir o lado azul e branco do estádio: Racing 1x0.

Apesar da derrota, a torcida do Independiente se levantou no intervalo ao ver Mauro Burruchaga se dirigindo para a beira do campo. Ao lado de Gandin, o estreante camisa 10 entrou, nos lugares de Gracián e Facundo Parra. Já o Racing trocou o lado esquerdo, tirando Enrique e Latorre para as entradas de Fariña e Hauche.

Pode-se dizer que Burruchaga entrava uma fria gigantesca. Estrear é sempre complicado; estrear contra o maior rival, mais ainda; estrear com o time perdendo, muito mais ainda. Mas nada disso parece ter incomodado o camisa 10 do Independiente. Com apenas 1 minuto de jogo, já havia usado sua velocidade para se desmarcar e receber de Fredes. Mas a ansiedade o fez errar a passada e chutar sem direção.

Aos 4 minutos, a situação foi completamente diferente. Tuzzio desarmou Hauche e tocou a Montenegro, que avançou pela intermediária. Burruchaga se desmarcou e pediu a bola, recebendo-a do camisa 5. O camisa 10 avançou pelo meio em velocidade, até as proximidades da meia lua, de onde resolveu arriscar um chute. A bola ganhou altura, descreveu um arco e desceu no fundo das redes, vencendo Saja e fazendo explodir o lado vermelho da arquibancada: Independiente 1x1.

Os torcedores do Independiente ficaram enlouquecidos com o impacto do seu novo camisa 10. Burruchaga é um jogador que se movimenta constantemente, chama a responsabilidade, orienta os companheiros e organiza o jogo. Com essas qualidades e a torcida ao seu lado, o Independiente cresceu no jogo e desperdiçou inúmeras chances. O Racing não ficou atrás e continuou com seu toque de bola constante, também desperdiçando muitas oportunidades. Assim, a partida terminou empatada e foi para os pênaltis.

O Independiente converteu suas cobranças com Silvera, Gandin, Tuzzio, Burruchaga e Montenegro. Já o Racing converteu com Ruben Capria, Hauche, Acosta e Martin Simeone. Mas a terceira cobrança, de Pelletieri, parou nas mãos de Navarro e, com Montenegro cobrando e convertendo a última penalidade, o Independiente venceu por 5x4 e avançou às semifinais, com Burruchaga saindo ovacionado de campo.

SAN LORENZO 4x4 RIVER PLATE

Se o Clássico de Avellaneda empolgou o público, a partida de fundo não podia ficar por menos. O San Lorenzo melhorou muito na virada do ano, principalmente na parte física. E ainda pode se gabar de ser o único time argentino a ter conquistado algo no ano, com o Torneio Início do Apertura. Mas o adversário era o atual campeão, que sempre lhes complica a vida. A preocupação no River era com a inatividade. Saber como os jogadores responderiam fisicamente era a grande incógnita do time de Nuñez. Mas a empolgação estava em alta, ainda mais que a equipe poderia estrear seu novo reforço. Leonardo Ponzio chegou para ser uma alternativa à defesa, tanto como volante (sua posição de origem) como nas laterais e na zaga.

As duas equipes fizeram um jogo eletrizante, com 5 gols no primeiro tempo. Desde o início, quando Barrado se adiantou e virou a principal peça ofensiva do River, a torcida ficou na expectativa de ver a bola na rede cedo.

Mas foi o outro lado quem inaugurou o marcador. Aos 4 minutos, Migliore cobrou tiro de meta para o meio, encontrando Romagnoli. O camisa 10 abriu na esquerda para Erviti, que rolou no meio para Stracqualursi. De frente pro gol, o camisa 9 desferiu potente chute e venceu Carrizzo, fazendo San Lorenzo 1x0 na jogada clássica do rival.

O River se surpreendeu em ver-se envolvido pela própria tática e tratou de avançar em busca do empate. Mas os jogadores de frente não estavam inspirados, o que dificultava a conclusão de jogadas. Por esse motivo, os meiocampistas tiveram que se adiantar e foi assim que surgiu a igualdade no placar. Aos 7 minutos, Barrado recebeu de Berizzo na intermediária e resolveu arriscar o chute. Migliore se esticou e espalmou a bola para o lado esquerdo, onde Gallardo estava Migliore se atirou para fechar o ângulo, mas o camisa 11 deu um toque de extrema qualidade, mandando a bola no ângulo oposto e empatando o jogo: River 1x1.

O jogo ganhou em emoção. As duas equipes marcavam bem e criavam jogadas melhores ainda. O San Lorenzo não se apequenou e voltou a ficar na frente aos 9 minutos. Após passe mal dado por Ortega, Ameli recuperou a bola e fez um lançamento longo para a meia esquerda, encontrando Buffarini. Naquele lado do campo, haviam 5 jogadores do River marcando, dificultando demais o prosseguimento da jogada. Mas o camisa 8 do San Lorenzo foi genial e conseguiu um ótimo passe para Romagnoli. O camisa 10 avançou pela esquerda com Ferrari a marcá-lo, deu um corte para dentro que deixou o marcador no chão e chutou de pé direito para vencer Carrizzo. Neste momento, o camisa 10 batia no peito, apontava ao chão e fazia a taunt da Paloma: San Lorenzo 2x1.

O River empatou na saída de bola. Gallardo e Barrado fizeram uma variação trançada do 'toca y me voy'. Gallardo recebeu, trouxe para o pé direito e acertou lindo chute em curva, vencendo Migliore e fazendo River 2x2, aos 10 minutos.

Mas o San Lorenzo estava inspirado e voltou a ficar na frente na saída de bola. Romagnoli e Buffarini fizeram o 'toca y me voy' clássico, com o camisa 10 recebendo próximo à entrada da área. O chute foi perfeito, Carrizzo não alcançou e Romagnoli bateu no peito, apontou ao chão e fez a taunt da Paloma nos acréscimos: San Lorenzo 3x2.

No intervalo, Francescoli tentava entender como o adversário, outrora saco de pancadas, jogava tão bem. Aproveitou para trocar algumas peças que não funcionavam, mas errou ao sacar Berizzo. O camisa 6 saiu junto com Ortega para as entradas de Ponzio e Funes Mori. Quem deveria sair era Ferrari, pois era naquele lado que as jogadas do adversário estavam saindo, mas Ponzio foi parar na lateral esquerda mesmo. Já Nilson, contente com o que viu, tirou apenas os que não estavam no mesmo sistema. Saíram Luciatti e Raul 'Pipa' Estevez e entraram Tellechea e Bordagaray.

A entrada de Ponzio era tudo o que o River precisava. Mesmo do lado errado, o camisa 23 entrou muito bem, impediu os avanços de Bordagaray e ainda teve qualidade para sair jogando. E, assim como Burruchaga, estreou da melhor forma possível. Aos 2 minutos, Paz afastou a bola da área e Barrado puxou o contra ataque, tocando a Gallardo no meio. O camisa 11 percebeu Ponzio entrando em velocidade pela esquerda e fez o passe. O camisa 23 recebeu, invadiu a área e chutou forte na saída de Migliore, marcando logo em seu primeiro chute: River 3x3.

O jogo era sensacional. O San Lorenzo não se acanhava e continuava criando boas jogadas. O River cresceu com a entrada de Ponzio e teve mais organização para buscar o ataque. Melhor para o time de Almagro que, jogando no estilo do River, conseguiu ficar na frente novamente. Aos 5 minutos, Tulla interceptou passe para Buonanotte e tocou a Reynoso na entrada da área. O camisa 5 procurou Buffarini no meio de campo e o camisa 8 avançou pelo meio. Com a chegada da marcação, fez ótimo passe para Johnathan Ferrari na direita. O camisa 2 foi ao fundo e cruzou no segundo pau, onde Romagnoli entrou e cabeceou forte, para vencer Carrizzo, bater no peito, apontar ao chão e fazer a taunt da Paloma na celebração de seu hat trick: San Lorenzo 4x3.

Quando parecia que o time de Almagro iria derrubar o atual campeão da Copa Olé, uma grande polêmica com a arbitragem se instalou. Gallardo tabelou com Trezeguet, viu Migliore adiantado e resolveu arriscar um chute por cobertura. Boa parte do estádio viu a bola bater na parede da rede e sair, mas o árbitro Chico Lírio disse que a bola bateu na trave e, por isso, não assinalou gol. Trezeguet pegou o rebote e ia marcar, mas Migliore saiu da área e tocou na bola, impedindo o gol. O juiz anotou falta em dois lances e expulsou o goleiro.

É sempre bom lembrar que, pelas regras da FIFUBO, se qualquer parte do goleiro estiver fora da grande área e a bola bater nele (mesmo não sendo a parte que estava fora da área), é marcado tiro livre indireto e o goleiro é expulso. E também é sempre bom lembrar que o jogo não pode prosseguir sem goleiro. Se ele for expulso, é sorteado um jogador de linha para deixar o campo e cumprir a suspensão em seu lugar. E, desta vez, o sorteio decidiu que Erviti deveria sair de campo.

Depois de toda a polêmica, o jogo reiniciou. Eram oito minutos quando o River cobrou o tiro livre indireto. Trezeguet rolou para Gallardo, que chutou no canto direito de Migliore e empatou a partida em 4x4. Depois de tudo, o prejuízo do San Lorenzo era enorme, com o gol sofrido e o jogador expulso.

Neste incrível duelo de camisas 10 (Gallardo joga com a 11, mas faz a função de 10), o jogo terminou com cada um anotando um hat trick, o público inebriado e a partida indo para as cobranças de pênaltis.

Do lado do River, Ferrari e Gallardo acertaram a primeira e quarta cobranças, respectivamente. Mas Migliore defendeu as cobranças de Almeyda e Trezeguet. O San Lorenzo só precisou de quatro cobranças, com Romagnoli, Bordagaray, Tellechea e Stracqualursi para vencer a disputa por 4x2 e eliminar os atuais campeões.

NOTAS RÁPIDAS

  • Se tudo der certo, a Copa Olé será disputada toda no feriado. Neste domingo, Huracán x Estudiantes e Boca x Velez encerram as quartas de final e classificam os dois últimos times às semifinais. Na segunda, as semifinais definirão as duas equipes que decidirão o título e, na terça, a grande final do torneio.
  • A partir daí, a FIFUBO se dedicará à Copa do Mundo de Futibou de Butaum, com jogos amistosos entre as equipes e, assim que a oitava equipe chegar, o sorteio dos grupos.

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