Para o brasileiro (principalmente o carioca), o ano só começa depois do carnaval. Para a LMC, no entanto, este já é o terceiro mês de competições, recheadas de emoção. Vamos ver como foi o mês de março nas estradas do mundo.
GP DE ESTORIL
O
carnaval no início do mês e muitas coisas acumuladas para fazer no fim de
fevereiro e início de março atrasaram um pouco o reinício das atividades na
LMC. Somente no dia 12, os ciclistas independentes se encontraram no extremo
oeste de Portugal, para o GP de Estoril 2025. Plana até a metade, a prova
começa a subir a partir dali, com montanhas entre 7 e 9%, ideal para os
montanhistas.
Disputada
em um dia de sol, mas com temperatura aceitável, foi uma prova emocionante, com
o pelotão andando junto até a subida final. Apesar do show de Woult Van Aert e
Tadej Pogacar durante toda a corrida, eles acabaram fora do pódio, em quarto e
quinto, respectivamente. Quem deu show foi o colombiano Egan Bernal (Ineos),
que foi crescendo durante a prova e aumentando o ritmo gradualmente nas
montanhas, até passar por todos e dar um último gás para vencer a prova pelo
segundo ano consecutivo, derrotando o francês Bryan Coquard (Cofidis), vencedor
em 2022 e terceiro em 2024, na linha de chegada. Em terceiro, repetindo o
seu lugar no pódio de 2023, chegou o belga Axel Merckx (T-Mobile).
No
zigue-zague para dar a última arrancada, Coquard e Carapaz disputaram posições,
o equatoriano da Movistar se desequilibrou e terminou em sexto, mas Dave
Brailsford analisou as imagens e resolveu não punir ninguém. Desta forma, todos
os ciclistas completaram a prova.
Após
o GP de Estoril, Nairo Quintana permanece na liderança do ranking, com 24
pontos.
TOUR DE FLANDRES
No
dia 13, aconteceu a primeira Clássica Monumento da temporada. O Tour de
Flandres é disputado no norte da Bélgica, na região de mesmo nome e também é
conhecido como Ronde Van Vlaanderen ou A Mais Jovem. Passa por difíceis trechos
de pavê e alguns muros bem duros, sendo o Muur-Kapelmuur o mais temido, com 12%
de inclinação e precedendo a chegada em sprint.
Disputada
em um dia de sol e pouco calor, a corrida mostrou-se o contrário do que a
lógica de uma Clássica Monumento diz. Normalmente, os ciclistas vão atacando
aos poucos, formando pequenos grupos e disputando entre si. Raramente um
ciclista que ataca no início mantém o ritmo. Mas o francês Sylvain Chavanel
(Quickstep) fez o contrário, atacando desde o início, aumentando o ritmo a cada
pedacinho de pavê que passava e administrando no final para vencer o Tour de
Flandres 2025 de ponta a ponta. Seguindo a lógica de uma Clássica Monumento, os
demais ciclistas foram atacando e formando pequenos grupos atrás, longe de
Chavanel, limitando-se a ver quem ficaria nos lugares restantes do pódio.
Usando as suas habilidades de sprinter, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ),
terceiro colocado em 2023, chegou em segundo. E, em terceiro, chegou o campeão
de 2022, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne), em uma prova de alto
nível, que teve apenas um abandono: Vincenzo Nibali.
Após
o Tour de Flandres, Frank Schleck mantém a liderança do ranking, com 70 pontos.
![]() |
O pódio do Tour de Flandres 2025. No alto, com o troféu de vencedor, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep). Abaixo dele, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne), terceiro colocado. |
TOUR DE FLANDRES ESPOIRS
No
dia 14, os ciclistas independentes alinharam na mesma região de Flandres que os
do calendário, para o Tour de Flandres Espoirs. Passando por uma versão
reduzida do traçado da LMC, os atletas teriam que encarar trechos em pavê e
dois muros, sendo um deles o temido Muur-Kapelmuur. O Tour de Flandres Espoirs
é conhecido, na LMC, como “Monumentinho”.
Disputada
em um dia de temperatura agradável e com nevoeiro, a corrida foi uma das
melhores do ano até aqui. O pelotão saiu junto, mas no primeiro trecho de pavê,
Bryan Coquard arriscou um ataque e começou a abrir distância. Só que cansou e
os outros foram, lentamente se aproximando, até o Muur-Kapelmuur, quando todos
se embolaram e prepararam uma grande chegada em sprint, com os cinco primeiros
passando praticamente juntos.
Ao
final, quem sorriu foi o esloveno Tadej Pogacar (UAE), que venceu o Tour de
Flandres Espoirs 2025, apenas a sua segunda vitória na LMC. Em segundo chegou o
colombiano Egan Bernal (Ineos) e, em terceiro, o francês Bryan Coquard
(Cofidis), vencedor em 2023. Daquele sprint eletrizante, o espanhol Juan Jose
Cobo Acebo (Caja Rural) foi o quarto e o brasileiro Vinícius Rangel
(Imperatriz) cruzou em quinto.
Após
o Tour de Flandres Espoirs 2025, Nairo Quintana segue na liderança do ranking
independente, com 24 pontos.
TIRRENO ADRIATICO
No
sábado, 15, uma cronoescalada dava início a um dos pontos altos do calendário
da LMC. O Tirreno Adriático é uma das provas mais conceituadas no mundo
ciclístico e corta a Itália de uma costa a outra, ao sul da Ilha de Elba.
Conhecida como A Corrida Entre Dois Mares, a competição começa na costa do Mar
Tirreno e se encerra na do Mar Adriático, com montanhas em todas as etapas,
inclusive definindo o seu vencedor só na última etapa. Por isso, é mais voltada
aos escaladores do que aos corredores por etapas, mas todos os ciclistas se
esforçam ao máximo para conquistar o cobiçado Tridente de Ouro.
A
cronoescalada de abertura foi um dos piores (senão o pior) contra relógio da
LMC, com uma nota de corte muito alta, desempenho pífio dos ciclistas e ninguém
fazendo o tempo mínimo. Como alguém tem que vencer, este foi o inglês Bradley
Wiggins (Sky), com o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) repetindo o
segundo lugar que conquistara em 2020 e o norte americano Lance Armstrong
(USPS) em terceiro. O público que foi às ruas assistir a elite do ciclismo
mundial merecia uma prova condizente com a importância do Tirreno Adriático.
Talvez
pensando nisso, os ciclistas melhoraram bastante o nível e entregaram provas de
primeiríssima linha, como na terceira etapa, onde Rafael Andriato e Mathieu Van
Der Poel protagonizaram o melhor duelo do ano até aqui, terminando com a
vitória do brasileiro e com o holandês da Corendon Circus em segundo. A alegria
da Imperatriz foi maior ainda com a chegada do esloveno Primoz Roglic, vencedor
em 2020 e segundo em 2021, em terceiro. Com 105 pontos de esforço e média de
17,5 por trecho, Rafael Andriato cravou a performance do ano até aqui, com uma
apresentação que dificilmente será igualada.
Na
sexta-feira, 21, os 39 ciclistas restantes largavam em San Benedetto del Tronto
para a sexta e última etapa do Tirreno Adriático 2025. Por ser etapa de
montanha, tinha muitos pontos em jogo. Por isso, 13 ciclistas ainda tinham
chances de título.
Disputada
em um lindo dia de céu azul e temperatura agradável, a corrida foi muito boa,
tecnicamente falando. Típica etapa de montanha, formou pequenos grupos
escapados que o pelotão, cada vez mais longe, não conseguia acompanhar. Após a
última meta volante, já próxima à linha de chegada, o número de postulantes ao
título caiu pela metade, para 6. Mas, na prática, apenas 2 ciclistas ainda
podiam tirar o Tridente de Ouro de Oscar Pereiro Sio, que fazia péssima corrida
e penava na penúltima posição.
No
final, em uma subida com 11% de inclinação, o argentino Francisco Chamorro
(Credite Agricole) já vinha um pouco afastado de seu grupo e, com uma grande
arrancada, conseguiu confirmar a vitória. Mas quem comemorou mesmo foi o
brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), que só precisava chegar em sexto, mas
conseguiu um belíssimo segundo lugar que lhe garantiu o título. Em terceiro
chegou o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol).
O então líder, Oscar Pereiro Sio, só podia rezar, pois chegou em trigésimo quarto, mas Rafael Andriato não quis dar chances para o azar, superou suas dificuldades na parte mais inclinada no percurso e conquistou o Tirreno Adriático 2025, seu primeiro título no ano e o sexto na LMC. Curiosamente, seus seis títulos na Liga só vieram na Bélgica ou na Itália.
Oscar
Pereiro Sio liderou a competição na maior parte, inclusive tendo um segundo e
um terceiro lugares no pódio e terminando com o vice-campeonato. Mas foi
Andriato quem se superou, fazendo a performance do ano até aqui e dando show em
várias etapas. A conquista foi mais que merecida.
Os
italianos celebraram bastante um Tirreno Adriático que começou tão mal. O nível
da competição foi crescendo etapa a etapa e os ciclistas locais foram muito
bem, conquistando uma vitória e um terceiro lugar, além de vários top 6. O
ponto alto foi a conquista do prêmio de montanha, de Michele Scarponi. O atleta
da Lampre venceu a quinta etapa de forma espetacular, vestiu a camisa branca de
bolinhas verdes e vermelhas e não largou mais, conquistando o seu primeiro
título no ano e o terceiro na LMC.
O
nível foi tão bom que somente Thor Hushovd abandonou. Os outros 39 ciclistas
chegaram ao final da competição. Encerrado o Tirreno Adriático, Frank Schleck
mantém a liderança do ranking, com 74 pontos.
No dia seguinte à conquista do título do Tirreno Adriático, Rafael Andriato foi recebido pela diretoria do Imperatriz F.B. no Imperatriz Arena. O presidente do clube, Brasil, parabenizou o campeão pela vitória e disse que o objetivo do Imperatriz F.B. é conquistar todos os títulos que disputar, mas que conquistas como as 3 Grandes Voltas, as 2 Voltas do Circuito Independente, a Copa do Mundo, medalhas olímpicas e o Tirreno Adriático são especiais e, por isso, cada conquista terá uma recepção de gala na sede do clube.
BRABANTE PRIJS
No
dia 24, os ciclistas independentes se encontraram na região central da Bélgica
para mais uma difícil clássica. O Brabante Prijs é plano e liso somente na
largada e na chegada. O restante do percurso é cheio de montanhas inclinadas,
pavê e muros.
Disputada
em um dia nublado, com trechos de chuva, mas muito calor, a clássica exigiu
muito dos ciclistas, que andaram juntos até a metade do traçado, quando Richard
Carapaz (vencedor em 2022 e segundo em 2023) resolveu atacar e começou a abrir
vantagem. Os demais não conseguiram acompanhar e tudo indicaria que Carapaz
venceria, mas o colombiano Egan Bernal (Ineos) deixou para atacar no último
muro (com 11% de inclinação) e acelerou na reta final, ultrapassando o
equatoriano da Movistar na linha de chegada, para vencer de forma espetacular.
Em terceiro, também em uma disputa emocionante, chegou o irlandês Sam Bennet
(Bora). O dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo Visma) chegou em quarto e somou
seus primeiros pontos na temporada. Ele era o único dentre todos os 52
ciclistas da LMC que não havia pontuado ainda, em 44 competições.
Em
uma prova de altíssimo nível, ninguém abandonou. Após o Brabante Prijs, Egan
Bernal é o novo líder do ranking, com 25 pontos.
MILAN SANREMO
No
dia 25, os ciclistas encaravam a segunda Clássica Monumento do ano. Conhecida
como La Classicissima, a Milan Sanremo é longa e duríssima, mesclando trechos
planos com subidas complicadas. Logo no início, os ciclistas teriam que encarar
o Paso de Turchino (7%); na metade, o Capo Mele (6%); e, no fim, as piores
subidas no Cipressa (10%) e no Poggio (11%), antes da chegada em sprint. A
Milan Sanremo é diferente das demais Clássicas Monumento, sem trechos de pavê,
muros ou lama, mas é uma prova de resistência e, por isso, todos os estilos têm
chances aqui.
O
lindo dia de céu azul e um pouco de calor trouxe mais cor para a corrida, que
foi uma clássica com todos os seus adjetivos. Teve drama, ataques e contra
ataques, pelotão buscando escapados, quedas e um nível técnico altíssimo, que
coloca a Milan Sanremo 2025 como uma das maiores Clássicas Monumentos nesses 7
anos de LMC. Sem definição até então, pois aqueles que atacavam eram buscados
depois, a prova foi definida na chegada das duas últimas subidas. O Cipressa e
o Poggio, realmente, separam os homens dos meninos e foi ali que 3 ciclistas
conseguiram se destacar do pelotão e abrir vantagem para buscar a vitória, bem
similar ao que aconteceu na vida real, inclusive no quesito “Mathieu Van Der
Poel e um ciclista italiano”.
A
torcida empurrou, torceu, vibrou, mas no final, a vitória ficou com o belga
Greg Van Avermaet (CCC), com o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) em
segundo e o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), segundo em 2021,
em terceiro. A Bélgica comemora a sua segunda Milan Sanremo na LMC (Tom Boonen
venceu em 2022), enquanto a Itália continua sem conquistar La Classicissima.
Esta
foi a primeira Clássica Monumento de Greg Van Avermaet, seu primeiro título no
ano e o terceiro na LMC. A prova foi de um nível incrível e todos completaram.
Após
a Milan Sanremo, Frank Schleck permanece na liderança do ranking, com 74
pontos.
OMLOOP HET NIEUWSBLAD
No
dia 26, os ciclistas independentes voltaram a Flandres, na Bélgica, para mais
uma clássica local. A Omloop Het Nieuwsblad é muito difícil, largando no plano
e, depois disso, passando por dois muros bem inclinados, pavê e uma chegada em
uma montanha com 10% de inclinação. Com isso, os montanhistas têm muito mais
chances do que os ciclistas de clássicas.
Disputada
em um dia de céu azul e muito calor, foi uma prova muito boa, com um show de
estratégia. Desde o início, Bryan Coquard se posicionou à frente e ora tentava
um ataque, ora mantinha o ritmo alto para tentar cansar os demais. Mas o
pelotão se manteve junto a maior parte do tempo, até depois da metade, quando
mais um trecho de pavê começou a esfacelar o grupo. Coquard continuou
imprimindo um ritmo forte, mas faltavam um muro e uma montanha, ambos com 10%
de inclinação, e foi ali que as pernas começaram a pesar e a estratégia se fez
presente. Sempre acompanhando o francês da Cofidis de perto, o espanhol Juan
Jose Cobo Acebo (Caja Rural) soube enxergar quando Coquard cansou no muro e
atacou, mantendo uma distância segura para vencer onde fora terceiro em 2022.
Já ao francês da Cofidis, restou o segundo lugar, o mesmo que conquistara em
2022 e em 2024. Bem depois, confirmando a sua ótima fase, chegou o colombiano
Egan Bernal (Ineos), vencedor no ano passado. Foi o quarto pódio seguido de
Bernal.
Após
essa prova excelente e sem abandonos, Egan Bernal mantém a liderança do
ranking, com 29 pontos.
PARIS ROUBAIX
No
dia 27, chegava a Rainha das Clássicas, o Inferno do Norte, a prestigiadíssima
Paris Roubaix, com seus inúmeros trechos de lama e pavê entre a largada (em uma
montanha com 6% de inclinação) e a chegada (no Velódromo de Roubaix), sendo uma
prova de sofrimento e resistência, muito mais voltada para os ciclistas de
clássicas do que qualquer outro estilo. Mas os sprinters também podem
surpreender.
O
dia de muito calor fez jus à fama da Clássica, mas o nível técnico altíssimo
fez jus à fama de Rainha das Clássicas. Foi uma corrida espetacular, em todos
os sentidos. Teve drama, estratégia, ataques, contra ataques, muita emoção, bem
ao estilo de clássica, sem pelotão e com pequenos grupos se formando. Desde
cedo, Oscar Freire partiu em fuga e puxou um ritmo muito forte. Os outros
ciclistas que atacaram e abriram vantagem para os demais foram Frank Schleck e
Peter Sagan. Na metade da prova, Freire foi incapaz de manter a vantagem e viu
Schleck ultrapassá-lo e abrir vantagem, além de Sagan encontrá-lo. Mas o último
trecho de pavê foi o pior e, na entrada do Velódromo de Roubaix, os três
estavam próximos. Aí, valeu o poder do sprint, embora, em velódromos, a
habilidade mais apreciada seja a de Keirin, e os dois sprinters partiram com
tudo. No final, o espanhol Oscar Freire (Rabobank) conseguiu a vitória, com o
eslovaco Peter Sagan (Bora) em segundo e o luxemburguês Frank Schleck (Saxo
Bank), segundo aqui em 2020, na terceira posição.
Esta
foi a primeira vez que Oscar Freire venceu o Inferno do Norte e uma Clássica
Monumento, mas foi o seu segundo título no ano e o sétimo na LMC.
Em
uma Clássica Monumento no sentido mais amplo, tivemos apenas os abandonos de
Andy Schleck e Chris Froome e, após o seu final, Frank Schleck segue na
liderança do ranking, com 78 pontos.
GENT WEVELGEM
No
dia 28, os ciclistas independentes voltaram a alinhar em Flandres, para a Gent
Wevelgem, mais uma clássica dificílima, cheia de pavês, pendentes curtas e
acentuadas (com até 11% de inclinação) e um muro de 9%, antes da chegada em
sprint. Por isso, é voltada mais para os ciclistas de clássicas, mas os
montanhistas também têm chances.
Se
os ciclistas do calendário entregaram uma corrida fantástica na Paris Roubaix,
os independentes não conseguiram repetir. O dia de calor trouxe sofrimento,
sim, mas a prova foi de um nível técnico muito baixo. Poucos se esforçaram
mesmo e o único que puxou o ritmo com vontade foi o espanhol Juan Jose Cobo
Acebo (Caja Rural), vencedor em 2022 e terceiro em 2023, que tentou a fuga
desde o início, não foi incomodado e venceu pela segunda vez consecutiva. A uma
distância, mas também sem ser incomodado, o irlandês Sam Bennet (Bora) cruzou
em segundo. E, também a solo, o belga Woult Van Aert (Jumbo Visma) fez a
alegria dos torcedores locais ao cruzar em terceiro.
Apesar
do nível baixíssimo, todos os ciclistas completaram. Após a segunda vitória
seguida na temporada, Juan Jose Cobo Acebo é o novo líder do ranking, com 34
pontos.
FLECHE WALLONNE
No
dia 29, a Valônia (sul da Bélgica) foi sacudida com mais uma clássica. A Fleche
Wallonne é um constante sobe e desce, com inclinações de 6, 9 e até 11% (este,
na linha de chegada). Aqui, os montanhistas e ciclistas de clássicas têm
chances.
Dizia-se
que a vitória de Rafael Andriato no Tirreno Adriático, com 105 pontos de
esforço e média de 17,5 por trecho, era a performance do ano e dificilmente
seria igualada. Mas ninguém contava com o show de Tom Boonen em casa. Desde o
início, o belga da Quickstep buscou a fuga e imprimiu um ritmo cada vez mais
veloz a cada volta do pedal, vencendo a Fleche Wallonne com incríveis 109
pontos de esforço e média de 18,1 por trecho, em uma das maiores (senão a
maior) exibições da História da LMC. Este foi o seu primeiro título no ano e o
quinto na Liga. Também foi o primeiro título da Bélgica, em 7 edições da corrida.
O
pelotão também contribuiu para o show de Boonen e deu um espetáculo à parte,
imprimindo ritmo forte até a subida final, quando dois ciclistas conseguiram
atacar, para completar o pódio. Repetindo o segundo lugar do ano passado, o
esloveno Primoz Roglic (Imperatriz) conseguiu cruzar à frente do italiano
Damiano Cunego (Lampre), que foi o terceiro, em uma prova de altíssimo nível
técnico e sem abandonos.
Após
a Fleche Wallonne, Frank Schleck dispara na liderança do ranking, com 81
pontos.
AMSTEL GOLD RACE
O
dia 30 caiu num domingo, perfeito para aquela cerveja gelada entre amigos. Se
envolver bicicletas, melhor ainda. Foi por isso que os ciclistas independentes
se encontraram no sul da Holanda, em Limburgo, para a corrida mais deliciosa da
temporada. A Amstel Gold Race, conhecida como a “Clássica Cervejeira” mescla
trechos planos com subidas de 10, 8 e 11% de inclinação e chegada em sprint,
sendo mais voltada para os ciclistas de clássicas. Mas todos se esforçam ao
máximo, pois o primeiro a cruzar ganha um copo gigante, cheio até a boca de
cerveja Amstel.
O
dia de calor e céu azul pedia uma cerveja gelada e, de olho no prêmio, os
ciclistas entregaram uma corrida muito boa, tecnicamente. Com tentativas de
fuga a prova inteira e o pelotão andando perto, a disputa pela vitória ficou em
aberto, inclusive quando Juan Jose Cobo Acebo tentou se desgrudar na última
montanha, mas acabou ficando sem pernas para o sprint, com todo o pelotão
junto. Acabou que a vitória ficou com o francês Bryan Coquard (Cofidis),
terceiro em 2021. Ao espanhol da Caja Rural, que tentava a sua terceira vitória
na Amstel Gold Race (2021 e 2023) e a terceira consecutiva na temporada, restou
o segundo lugar. Em terceiro chegou o belga Woult Van Aert (Jumbo Visma), em
uma prova excelente e sem abandonos.
Após
a Amstel Gold Race, Juan Jose Cobo Acebo mantém a liderança do ranking
independente, com 40 pontos.
RANKING
1º Frank Schleck (Saxo Bank) - 81 pontos;
2º Danilo Di Luca (Liquigás) - 50 pontos;
3º Francisco Chamorro (Credite Agricole) - 45 pontos.
RANKING INDEPENDENTE
1º Juan Jose Cobo Acebo (Caja Rural) - 40 pontos;
2º Bryan Coquard (Cofidis) - 33 pontos;
3º Egan Bernal (Ineos) - 30 pontos.
NOTAS RÁPIDAS
- Março se encerra com 11 corridas disputadas, mais do que o dobro de corridas de fevereiro e de março de 2024 (5, em ambos os casos). Isso se deu por conta da temporada de clássicas, principalmente com o início das Clássicas Monumento.
- Foram 4 abandonos durante as provas do mês, um a menos que em fevereiro, mostrando que o nível técnico está aumentando.
- Se março trouxe muitas emoções aos fãs do ciclismo, abril promete muito mais, com a primeira das 3 Grandes Voltas do Ciclismo Mundial abrindo o mês esportivo.
SUBBUTEO
A Sunday League continua a pleno vapor e, no final de semana de 14 a 16, a competição foi retomada, a partir da quinta rodada. O domingo, 16, foi especial, pois a FIFUBO seguiu a sua tradição iniciada na Liesa, de convocar lendas do futebol para prestigiarem a competição. Na Sunday League, cada equipe teve um jogador que marcou época na Premier League como treinador honorário. Assim, David Seaman representou o Arsenal; Gabriel Agbonlahor, o Aston Villa; Paul Robinson, o Blackburn; John Terry, o Chelsea; Jamie Beattie, o Everton; Dany Mills, o Manchester City, Teddy Sheringham, o Manchester United; Kieron Dyer, o Newcastle; Paul Gascoigne, o Oldham; e Aaron Lennon treinando o Tottenham.
A presença das lendas do futebol inglês ajudou a lotar o Imperatriz Arena, que viu grandes partidas na rodada conhecida como a rodada do "1x2 e 3x0", pois todos os resultados foram daquele jeito. Assim, tivemos Manchester City 1x2 Leeds, Chelsea 1x2 Aston Villa, Arsenal 3x0 Everton, Manchester United 3x0 Newcastle, Oldham 1x2 Tottenham e Blackburn 1x2 Liverpool
![]() |
Apresentação das equipes e seus treinadores honorários na sexta rodada da Sunday League, no Imperatriz Arena. |
Março se encerrou com 9 rodadas disputadas até aqui, das 22 previstas para o campeonato da Sunday League. O nível é tão alto neste campeonato que uma derrota tira a equipe da liderança e a joga fora do G4. Às vezes, mais longe ainda. A classificação é a seguinte:
1º Newcastle - 18 pontos, 18 gols marcados;
2º Manchester City - 18 pontos, 17 gols marcados;
3º Liverpool - 17 pontos;
4º Aston Villa - 16 pontos;
5º Manchester United - 15 pontos, 15 gols marcados;
6º Leeds - 15 pontos, 13 gols marcados;
7º Chelsea - 14 pontos;
8º Oldham - 13 pontos;
9º Tottenham - 10 pontos;
10º Arsenal - 8 pontos;
11º Everton - 4 pontos;
12º Blackburn - 3 pontos.
A tabela de artilheiros está assim:
1º Daver Sakre (Chelsea) - 11 gols;
2º Roy Fowler (Manchester City) - 10 gols;
3º Gunther Agbonlahor (Aston Villa) e Rob Hightower (Liverpool) - 8 gols.
JSL
No sábado, 22, o Imperatriz Arena, sediou a disputa do Tech Deck Pro. Por ser patrocinada pela Tech Deck, esta competição não conta com os skatinhos amadores; apenas com os pro. A primeira bateria foi de luxo, com os skatinhos entregando manobras incríveis e Nuno Santamaria fazendo a maior nota da primeira fase (9,5), seguido de Tony Walk e Fabiana Delfino (9), Rovani Fukuoka (8,5) e Aurelien Giraud (8). O nível continuou altíssimo nas manobras, com todos os skatinhos acertando 4 de 5 no strawberry milkshake e levando a decisão para os flips, onde o nível continuou incrível. Tony Walk, Fabiana Delfino e Aurelien Giraud acertaram 3 de 5, enquanto Rovani Fukuoka e Nuno Santamaria acertaram 2, cada. Assim, se classificaram Tony Walk, Fabiana Delfino (ambos com 16 pontos, mas Tony Walk ganhando na rodada de desempate) e Nuno Santamaria (15,5 pontos). Aurelien Giraud (15 pontos) e Rovani Fukuoka (14,5 pontos) foram eliminados.
Na segunda bateria, o nível caiu bastante. Cecil Peñarrubia e Pepe Bala Perdida fizeram 9, enquanto Chris Joslin, Nyjah Dallas e Raica Leal fizeram 8. O strawberry milkshake teve Chris Joslin e Pepe Bala Perdida dando show, acertando todas, enquanto Rovani Fukuoka acertou 4. Cecil Peñarrubia e Raica Leal decepcionaram, acertando apenas 1 vez, cada. Nos flips, Pepe Bala Perdida acertou 3, Chris Joslin, Nyjah Dallas e Raica Leal acertaram 2 e Cecil Peñarrubia acertou somente 1. Desta forma, Pepe Bala Perdida se classificou em primeiro, com a maior pontuação da primeira fase (17 pontos). Também se classificaram Chris Joslin (15 pontos), em segundo, e Nyjah Dallas (14 pontos), em terceiro. Cecil Peñarrubia e Raica Leal decepcionaram, terminando com apenas 11 pontos, cada, mas a Fatinha ainda amargou a última posição por causa dos critérios de desempate.
Na final, os skatinhos entregaram tudo. Na volta geral, Pepe Bala Perdida saiu na liderança, com 9,5 pontos. Mas Nuno Santamaria, Fabiana Delfino e Tony Walk fizeram 9, enquanto Nyjah Dallas e Chris Joslin cravaram 8,5. No strawberry milkshake, Nuno Santamaria deu show e acertou todos os 5. Chris Joslin e Pepe Bala Perdida não ficaram atrás e acertaram 4. Fabiana Delfino acertou 3, enquanto Nyjah Dallas e Tony Walk, 2. A decisão ficou para os flips, que destoou do resto da competição e foi de erro atrás de erro. Pepe Bala Perdida e Chris Joslin acertaram 2, Nuno Santamaria, Fabiana Delfino e Tony Walk acertaram 1 e Nyjah Dallas não acertou nenhum.
Com isso, o campeão do Tech Deck Pro foi Pepe Bala Perdida, do Brasil, com 15,5 pontos. Em segundo ficou Nuno Santamaria, do Brasil, com 15 pontos. Em terceiro, Chris Joslin, dos Estados Unidos, com 14,5 pontos. Em quarto, Fabiana Delfino, dos Estados Unidos, com 13 pontos. Em quinto, Tony Walk, dos Estados Unidos, com 12 pontos. E, em sexto, Nyjah Dallas, dos Estados Unidos, com 10,5 pontos. Eliminados na primeira fase, Aurelien Giraud (França) ficou em sétimo, Rovani Fukuoka (Brasil) foi o oitavo, Cecil Peñarrubia (Brasil) ficou em nono e, decepcionando geral, Raica Leal terminou na décima e última colocação.
Curiosamente, Chris Joslin foi terceiro nas quatro competições disputadas até aqui (Desafio dos Reis, Verão Radical, Campeonato Carioca e Tech Deck Pro). Após o título do Tech Deck Pro, Pepe Bala Perdida assume a liderança do ranking, com 26 pontos.
![]() |
O campeão do Tech Deck Pro, Pepe Bala Perdida, recebe o troféu das mãos de Rafael Andriato, campeão do Tirreno Adriático. |
Com apenas uma competição em março, a JSL promete mais campeonatos para abril. Até o momento, Negro Fumante lidera o ranking amador, com 27 pontos, e Pepe Bala Perdida o pro, com 26 pontos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A FIFUBO quer te ouvir!