Chegou o grande dia! A Espanha vai tremer com a disputa da terceira e última das três Grandes Voltas do Ciclismo Mundial. A Vuelta a España 2024 é recheada de montanhas em todas as etapas, à exceção da última. Por isso, além dos ciclistas por etapas, os escaladores também têm chances aqui. Vamos ver, etapa a etapa, com foi a edição desse ano!
No
dia 08/09, uma cronoescalada dava início à Vuelta a España. O
trecho era plano até a metade e, dali em diante, se inclinava bem. O
dia de sol e temperatura agradável deu o clima para uma grande
competição.
O
Tour de France iniciou em grande estilo, com um dos melhores contra
relógios de todos os tempos, mas a Vuelta conseguiu superá-lo, com
a melhor prova deste tipo na temporada e uma das melhores da História
da LMC. Os ciclistas entregaram um espetáculo de primeira, com uma
nota de corte muito baixa e nada menos do que quatro ciclistas
fazendo no tempo mínimo e indo para os critérios de desempate.
Ao
final, a vitória ficou com o holandês Tom Dumoulin (Sunweb). O
belga Tom Boonen (Quickstep), vencedor em 2019 (a primeira prova de
Vuelta da LMC), ficou em segundo. Em terceiro, o francês Sylvain
Chavanel (Quickstep), segundo em 2022.
Com
a vitória, Tom Dumoulin é o primeiro a vestir a camisa vermelha.
2ª Etapa
No
dia 09/09 era disputada a primeira corrida de linha da Vuelta. Sem
metas volante, com apenas uma subida de 5% após a metade da prova e
chegada em sprint, em um lindo dia de sol e temperatura agradável.
Oscar
Freire partiu cedo, disposto a fazer História na Vuelta 2024. Com um
ritmo forte, aumentava a distância para o pelotão a cada pedalada.
Assim, o ciclista da Rabobank conseguiu uma vitória a solo nos
braços do povo, por ser a primeira de um ciclista local nesta edição
da competição, mas foi além, fazendo a performance do ano até
aqui, com 109 pontos de esforço (média de 18,1), que dificilmente
será batida. Oscar Freire foi arrasador para vencer aqui.
A
História continuou sendo feita nesta etapa de altíssimo nível, com
uma dobradinha dupla nas posições seguintes (ambos italianos e da
Lampre). Em segundo ficou Damiano Cunego (repetindo seu lugar no
pódio de 2022) e, em terceiro, Michele Scarponi.
Na
disputa pelo pódio, Danilo Di Luca foi tocado por Marcel Kittel e
foi ao chão, terminando na décima primeira posição. O TCB
resolveu punir o alemão (que chegara em quinto) com a
desclassificação da etapa. Assim, foi para a última posição,
enquanto os que estavam atrás dele ganharam uma posição, cada.
Com
essa vitória arrasadora, Oscar Freire empata com Tom Dumoulin e,
agora, ambos vestem a camisa vermelha. Em uma prova emocionante,
ninguém abandonou.
3ª Etapa
No
dia 11/09, uma etapa quase totalmente plana trazia a primeira meta
volante da Vuelta. Trazia, também, uma subida de 5% após a metade
da prova e chegada em sprint. E seria disputada em um dia de sol e
muito calor.
Esta
foi a melhor etapa da Vuelta até aqui, talvez a melhor da temporada
e uma das melhores de todos os tempos. Os ciclistas entregaram um
espetáculo de primeira, com tentativas de ataque até a meta volante
e o pelotão se reagrupando inteiro na montanha, pronto para uma
chegada em sprint. Na reta final, o ritmo aumentou e o que se viu foi
uma chegada muito disputada. A vitória coube ao inglês Chris Froome
(Sky), que superou o excelente trabalho da Quickstep para levar o
belga Tom Boonen ao segundo lugar (mesma posição que conquistara em
2022). Em terceiro chegou o espanhol Oscar Freire (Rabobank), levando
o público mais uma vez ao delírio.
A
disputa foi tão intensa que somente após a contagem total dos
pontos se chegou à conclusão de que Tom Boonen é o novo camisa
vermelha, com uma vantagem muito pequena sobre Oscar Freire. E o
nível foi tão alto que todos os ciclistas completaram a prova, sem
sustos.
4ª Etapa
No
dia 12/09, duas subidas, com 5% de inclinação na primeira e 6% na
segunda e chegada em sprint mostravam como seria a quarta etapa. Além
disso, teríamos muitos pontos em disputa e um dia muito quente e
abafado.
Apesar
do clima adverso, os ciclistas entregaram mais uma grande prova, com
sucessivos ataques e o pelotão tentando neutralizá-los, mas isso
acabou na última montanha, quando os escapados conseguiram abrir
vantagem e alguns do pelotão preferiram contra atacar, na esperança
de alcançar a fuga.
Superada
a última montanha, Murilo Fischer tinha boa vantagem, mas os
esforços no terreno inclinado começaram a cobrar suas pernas e ele
foi caindo de rendimento. Melhor para quem já conhece o traçado e
este é o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), que soube dosar a
energia, sprintou no momento certo e repetiu a sua vitória do ano
passado. Ao brasileiro da Française De Jeux restou o segundo lugar
(já havia sido terceiro aqui, em 2020). Em terceiro chegou o
italiano Michele Scarponi (Lampre).
Os
pontos nas metas volante devolveram a Oscar Freire a camisa vermelha.
Se os espanhóis ficaram felizes com isso, tiveram uma decepção
enorme ao verem Alberto Contador (um dos favoritos ao título) ser o
primeiro a abandonar a Vuelta.
5ª Etapa
A
quinta etapa, quase toda plana, com apenas uma inclinação de 7%
antes da chegada em sprint, foi disputada numa sexta-feira 13 de
muito calor. O azar do dia se fez presente nas inúmeras quedas e
problemas mecânicos, mas não atrapalhou mais uma grande prova, que
teve uma fuga desde o início e o pelotão se organizando tarde
demais para buscá-la, só depois da metade da prova. Assim, os
escapados tiveram tranquilidade para disputar a vitória.
E
ela coube a Chris Froome, que deixou seus adversários para trás com
um ataque nas montanhas e venceu pela segunda vez nesta Vuelta. Em
segundo, fechando a dupla dobradinha (inglesa e da Sky), chegou
Bradley Wiggins, também a uma boa distância dos demais. Em terceiro
chegou o italiano Michele Scarponi (Lampre), pela terceira vez em
quatro provas nesta posição.
A
brilhante vitória e os pontos conquistados nas metas volante deram a
Chris Froome a camisa vermelha. Apesar dos diversos problemas, todos
os ciclistas completaram a prova.
6ª Etapa
O
dia 14/09 marcou a metade da Vuelta, a última antes das montanhas.
Com duas subidas no final da prova, com 8 e 5% de inclinação, iriam
separar os ciclistas antes da chegada em sprint. E o dia estava muito
quente, sem uma nuvem para dar um refresco.
O
calor sufocante prejudicou uma prova que tinha tudo para ser
excelente. Os ciclistas andaram num ritmo diminuto, pararam muitas
vezes para pedir atendimento e pensaram em tudo menos competição. O
único que quis mesmo é um dos grandes destaques da temporada. O
espanhol Oscar Freire (Rabobank) percebeu que os demais não iriam
incomodar, arriscou fuga no início e venceu com uma sobra absurda. A
Espanha celebraria uma dobradinha, pois Oscar Pereiro Sio também
estava em fuga, mas acabou caindo na última montanha e, até se
recuperar, terminou em quarto. A dobradinha, então, passou para a
Bélgica, com o vencedor desta etapa em 2022, Greg Van Avermaet
(CCC), em segundo e Philippe Gilbert (Lotto Belisol) repetindo o
terceiro lugar do ano passado. Os espanhóis ainda viram o excelente
desempenho de Alejandro Valverde, que terminou na sexta posição.
O
eslovaco Peter Sagan não aguentou o calor forte e preferiu abandonar
a disputa, após ser atendido pela equipe médica, tornando-se o
segundo a deixar a Vuelta. A vitória e os pontos em metas volante
devolveram a Oscar Freire a camisa vermelha.
7ª Etapa
A
segunda metade da Vuelta se iniciou no domingo, 15/09, com as etapas
de montanha. De início, uma etapa mais tranquila, com subidas 5 e 7%
e o período mais duro no Puerto de Portillo de las Batuecas, antes
da metade da prova. Depois disso, ficava em 5 e 6% até a chegada, no
Alto de la Covatilla, com 8% de inclinação. E o calor finalmente
deu uma trégua, em um dia nublado e de temperatura amena.
As
condições climáticas foram extremamente favoráveis a uma grande
corrida. Os ciclistas se esforçaram bem, arriscaram fugas, tinham um
pelotão organizado para buscá-los, mas era etapa de montanha; os
ataques acabariam sendo bem sucedidos alguma vez.
O
terceiro lugar no ano passado fez bem a Thibaut Pinot. Sabendo o que
precisava ser feito, o ciclista da FDJ dosou bem as forças, atacou
no momento certo e conseguiu a vitória na etapa com uma boa vantagem
sobre o inglês Bradley Wiggins (Sky), vencedor em 2020 e 2021 e,
agora, segundo colocado. Fechando a dobradinha francesa no pódio,
Romain Bardet (AG2R) volta a ser terceiro lugar, após ter
conquistado esta posição em 2020.
Oscar
Freire fez uma boa prova, pontuou nas metas volante e terminou em
sétimo lugar, mantendo-se com a camisa vermelha. Já a vitória e os
pontos nas metas volante deram a Thibaut Pinot a camisa branca de
bolinhas azuis, de melhor montanhista. Remco Evenepoel não aguentou
o ritmo das montanhas e abandonou a Vuelta, a terceira baixa desta
edição.
8ª Etapa
No
dia 16/09, os ciclistas encararam uma etapa com montanhas de 6 e 7%
no início, a passagem pelo Puerto de la Rasa, com 8% de inclinação,
e dali só piorando até a chegada, no Alto de Moncalvillo, com 10%
de inclinação. O tempo foi de sol entre nuvens e temperatura
agradável.
Foi
mais uma corrida de altíssimo nível nesta Vuelta, típica de
montanha, com tentativas de ataque, pequenos grupos se formando e o
pelotão lá atrás, lutando para conseguir superar as subidas. Três
ciclistas abriram vantagem cedo e a aumentaram cada vez mais,
deixando claro que a vitória ficaria com aquele que tivesse as
melhores pernas no final. E este foi o francês Romain Bardet (AG2R),
terceiro aqui em 2022, que superou os seus rivais para conquistar sua
primeira vitória de etapa numa Vuelta. Em segundo, para delírio dos
locais, chegou o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne),
deixando o inglês Chris Froome (Sky) em terceiro.
Esta
prova mostrou claramente os objetivos dos ciclistas. Enquanto Froome
atacou para vencer as metas volante e depois relaxou para ficar no
pódio, visando a camisa vermelha (que recuperou), Romain Bardet
ficou de perto, pontuando, atacando para vencer a prova e ficar com a
camisa branca de bolinhas azuis. Ambos conseguiram seus intentos e,
agora, têm 4 etapas para mantê-los. A única baixa desta etapa, a
quarta da Vuelta, foi de Sylvain Chavanel, que sentiu muitas dores e
preferiu abandonar.
9ª Etapa
No
dia 17/09, as montanhas pioraram, com inclinação de 7 a 8% até a
metade da prova, depois uma passagem pelo Alto de la Mozqueta, com 9%
de inclinação e chegada ao Alto de L’Angliru, com 11% de
inclinação.
Subir
montanha já é difícil; com chuva e frio, pior ainda. Isso
prejudicou demais a corrida, que foi disputada em ritmo diminuto, mas
fez valer bem o estilo de montanha, com pequenos grupos se formando e
lutando para sobreviver. No final, cinco ciclistas estavam no grupo
que disputaria a vitória, mas sem pernas para subir o L’Angliru.
Apenas o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol) conseguiu arrancar e
terminou com a vitória. Os brilhantes esforços do inglês Mark
Cavendish (T-Mobile) não serviram para, enfim, vencer em 2024, mas
trouxeram um louvável segundo lugar (mesma posição que conquistara
em 2021. Mas mais louvável ainda foi o trabalho de Domenico
Pozzovivo, para levar seu companheiro de AG2R, o francês Romain
Bardet (segundo em 2022), ao terceiro lugar. Pozzovivo terminaria em
sexto.
Apesar
das dificuldades da corrida, ninguém abandonou. Ao final da etapa,
Chris Froome manteve a camisa vermelha e Romain Bardet, a branca de
bolinhas azuis.
10ª Etapa
No
dia 18/09 chegava a Etapa Rainha da Vuelta. Sem subida com menos de
9% de inclinação, ia piorando após sua metade, começando pelo
Alto de la Cobertoria (10%), passando pelo Puerto de San Lorenzo
(11%) e chegando no Alto de la Farrapona (12%).
Disputada
em um dia de céu azul e temperatura agradável, a última etapa de
montanha desta competição viu o poderio da Armada Italiana e o
espírito de equipe, em mais uma prova de altíssimo nível. Os
italianos atacaram cedo, dispostos a vencer, mas um deles tinha outra
missão e a cumpriu com louvor. Domenico Pozzovivo atacou forte desde
o início e empreendeu esforços absurdos para fazer pontos nas metas
volante, com o intuito de impedir os adversários de Romain Bardet
(seu companheiro de AG2R) de frustrar o plano deste de ganhar o
prêmio de montanha.
O
italiano acabou sendo premiado por seus esforços e conseguiu uma
brilhante vitória, a primeira na temporada. Em segundo chegou o
luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) e, em terceiro, o holandês
Matthieu Van Der Poel.
Com
os resultados da etapa, Chris Froome mantém a camisa vermelha e
Romain Bardet, a branca de bolinhas azuis. O ritmo forte e as pernas
cansadas fizeram Fabian Cancellara abandonar, o quinto que deixa a
Vuelta.
11ª Etapa
No
dia 19/09, os ciclistas deixavam as montanhas para trás e voltavam
ao plano, mas com as últimas duas subidas da Vuelta, encadeadas e
com apenas 5% de inclinação, além das duas últimas metas volantes
da competição.
Uma
Vuelta de altíssimo nível produz pernas cansadas em seu final. A
maioria dos ciclistas pensa apenas em se divertir e completar a
competição, mas alguns querem uma vitória para encerrar com chave
de ouro. E foi assim, nesse misto de estratégias, que se desenrolou
a décima primeira etapa. Uma fuga saiu cedo, o pelotão não se
organizou e andou em ritmo diminuto, os escapados perceberam e
tentaram se desgarrar entre si.
O
que mais brilhou nesse quesito foi o italiano Danilo Di Luca
(Liquigás), que acelerava cada vez mais e via seus adversários
ficando para trás, até vencer de forma avassaladora e com um ponto
de esforço abaixo daquela de Oscar Freire, que é a performance do
ano. Com 108 pontos de esforço e média de 18 por trecho (contra 109
e 18,1 de Freire), Danilo Di Luca conseguiu uma vitória avassaladora
sobre os demais.
Outro
que brilhou foi o francês Romain Bardet. Depois de sentenciar o
título de montanha, o ciclista da AG2R (terceiro aqui em 2021) mira
a GC e, para isso, se esforçou bastante, terminando na segunda
posição. Em terceiro chegou o holandês Bauke Mollema (Rabobank),
segundo em 2020.
Os
dois primeiros na classificação chegaram nas duas últimas
posições, mas a gordura acumulada durante a Vuelta manteve Chris
Froome com a camisa vermelha. Como dito acima, Romain Bardet segue
com a camisa branca de bolinhas azuis. A décima primeira etapa não teve abandonos.
12ª Etapa
Sexta-feira,
20 de setembro de 2024. Os 35 ciclistas restantes chegavam a Madrid
para 6 voltas em um circuito totalmente plano, que marcaria a última
etapa da Vuelta a España 2024. Três ciclistas disputavam o título,
cada um pronto para escrever sua própria história nas páginas do
esporte.
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O pelotão rasga as ruas de Madrid, na última etapa da Vuelta a España 2024! |
Para Oscar Freire, seria a primeira conquista de um espanhol na Vuelta, a chance de fazer um inédito doblete de Grandes Voltas, já que conquistou o Giro D’Italia desse ano, e a Tríplice Coroa, já que tem o Giro D’Italia (2024) e o Tour de France (2019). Para isso, teria que vencer a prova e torcer para Chris Froome não terminar entre os seis primeiros e Romain Bardet não ir ao pódio, mas já faz um tempo que demonstra cansaço e não consegue se manter no pelotão.
Para Romain Bardet, seria o primeiro título francês numa Vuelta a España, o doblete GC-Montanha e sua primeira Grande Volta. Para isso, precisaria ao menos de um terceiro lugar e que Chris Froome não chegasse entre os seis primeiros. A boa fase da metade final da Vuelta se transformou num trunfo para tentar o sonhado título.
Chris Froome lidera e só tem que marcar os rivais para conquistar sua primeira Vuelta, que seria a terceira conquista inglesa (depois do bicampeonato de Bradley Wiggins, 2020/21) e o histórico doblete de Grandes Voltas, já que ganhou o Tour de France.
Um
dia de temperatura agradável, porém muito vento, brindou os
ciclistas e isso ocasionou abanicos, o que dividiu o pelotão. Para
trazer mais emoção ainda, Oscar Freire resolveu acelerar na metade
da prova ao lado do também espanhol Oscar Pereiro Sio e os dois
foram parar no grupo da frente, junto com o italiano Filippo Ganna.
Sendo sprinter e tendo um ciclista de etapas e um contra relogista na
disputa, as fichas estavam todas do lado de Oscar Freire, para vencer
e conquistar o título. Chris Froome e Romain Bardet perceberam isso
e trataram de acelerar, mas estavam muito longe dos 3 escapados, em
outro grupo. O único que ainda tinha chances de tirar o título de
Freire era justamente Froome.
Sprintar
em uma chegada de sprint é uma coisa; sprintar com um vento
fortíssimo, outra bem diferente. Nessas horas, não basta acelerar
até as pernas gritarem; tem que ter experiência para saber dosar as
forças e evitar as armadilhas. Em outras palavras, um contra
relogista sabe o que tem que fazer. E foi isso que o italiano Filippo
Ganna (Acqua & Sapone) fez. Embora os outros girassem os pedais
desesperadamente, Ganna usava seu estilo para fazer a cadência certa
e, com isso, foi abrindo vantagem até vencer com muita sobra. Em um
tremendo anticlímax, restou a Oscar Freire (Rabobank) o segundo
lugar e a Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) o terceiro,
finalizando a Vuelta com uma dobradinha espanhola.
Filippo
Ganna finaliza de forma incrível as 3 Grandes Voltas em 2024,
chegando em segundo na última etapa do Giro D’Italia e vencendo
tanto no Tour de France quanto na Vuelta a España. Dos 35 que
largaram, Luciano Pagliarini sofreu uma queda e abandonou, por conta
das dores.
Com
esses resultados, Chris Froome relaxou na bicicleta, recuando para
liderar o pelotão (que se reagrupou antes da linha de chegada) e
cruzando em nono lugar para conquistar o doblete de Grandes Voltas na
temporada.
CHRIS FROOME CAMPEÃO DA VUELTA A ESPAÑA 2024
Froome
foi incrível nesta Vuelta. Vencedor na terceira e na quinta etapas,
vestiu a camisa vermelha pela primeira vez após esta vitória,
perdendo na etapa seguinte. As montanhas chegaram e ele voltou a
brilhar, conquistando pódios e muitos pontos, retomando a liderança
da competição na oitava etapa e não largando mais, apesar dos
brilhantes esforços de Oscar Freire e Romain Bardet para alcançá-lo.
Romain
Bardet veio com uma missão e a cumpriu com louvor. Esperou o terreno
inclinar de vez e atacou com vontade, conseguindo uma vitória e dois
terceiros lugares, conquistando o prêmio de montanha e aproveitando
o bom momento para tentar o título geral, terminando na terceira
colocação. Este
foi o primeiro título de Bardet na temporada, o terceiro de montanha
e o décimo na LMC.
Froome conquista seu terceiro título na temporada, o sexto em Grandes Voltas (sendo 3 de montanha) e o oitavo na LMC. Além disso, se tornou o primeiro ciclista a ganhar duas das três Grandes Voltas na mesma temporada e deu à Sky a sua terceira Vuelta, após o bicampeonato de Bradley Wiggins (2020 e 2021).
“O grande objetivo da temporada é o Tour de France e este eu já tinha dado a vida para vencer. Mas conquistar a Vuelta, também, tem um sabor especial. Eu sou o primeiro ciclista a ganhar duas das três Grandes Voltas na mesma temporada e, para isso, não tenho palavras. Mas queria dizer ao Oscar Freire e ao Romain Bardet que se não fosse por eles, essa vitória não teria a menor graça. Eu tive que me esforçar muito e, agora, é só comemorar” - Chris Froome.
NOTAS RÁPIDAS
- Desde o Giro D’Italia 2023, toda edição de uma Grande Volta tem um enorme alvo nas costas, pois aquela foi a melhor Grande Volta da História da LMC. Foi até esta Vuelta. Uma competição intensa, com emoção até o final. Trocas de liderança,o público vibrando com a possibilidade de um local vencer e quase conseguindo o resultado que lhe traria o título, as duas performances do ano até aqui (entre as maiores da História) e a primeira vez que um ciclista ganhou duas das três Grandes Voltas no mesmo ano. Sem dúvidas, a Vuelta a España 2024 é a maior edição de uma Grande Volta nos 6 anos de existência da LMC;
- No total, 10 ciclistas diferentes venceram ao menos uma etapa. Oscar Freire e Chris Froome foram os que mais venceram, duas vezes cada;
- 22 ciclistas diferentes foram ao pódio. Oscar Freire e Romain Bardet foram os que mais subiram ao pódio, quatro vezes cada;
- Entre as equipes, 9 diferentes conseguiram vencer, sendo a AG2R, a Rabobank e a Sky as que mais triunfaram, duas vezes cada. 16 equipes diferentes conquistaram pódios, sendo a AG2R, a Rabobank e a Sky as que mais conseguiram pódios, 5 vezes cada;
- Entre nações, 7 viram a sua bandeira tremular mais alto no pódio, sendo a Itália a mais vencedora, 3 vezes. Com relação aos pódios, 9 conseguiram chegar lá, sendo a Itália a que mais conquistou, 7 vezes;
- Tivemos dobradinhas nacionais. A Itália na segunda etapa (com Damiano Cunego em segundo e Michele Scarponi em terceiro), a Inglaterra na quinta etapa (com Chris Froome em primeiro e Bradley Wiggins em segundo), a Bélgica na sexta etapa (com Greg Van Avermaet em segundo e Philippe Gilbert em terceiro), a França na sétima etapa (com Thibaut Pinot em primeiro e Romain Bardet em terceiro) e a Espanha na décima segunda etapa (com Oscar Freire em segundo e Oscar Pereiro Sio em terceiro);
- Por falar nos ciclistas espanhóis, eles deram show nesta Vuelta. Conquistaram duas vitórias (ambas com Oscar Freire), dois segundos e dois terceiros (divididos igualmente entre Oscar Pereiro Sio e Oscar Freire). Tiveram o vice-campeão da Vuelta, Oscar Freire, que chegou a vestir a camisa vermelha no início, fez a performance do ano até aqui e por muito pouco não conquistou o título. Decepcionou com Alejandro Valverde (que fez apenas cinco pontos na competição) e, principalmente, com Alberto Contador, que chegou cercado de expectativas e acabou abandonando na quarta etapa, sem pontuar. Mas o brilho de Oscar Freire e Oscar Pereiro Sio ofuscou qualquer decepção;
- Por falar em abandonos, foram 7 nesta Vuelta, contra 2 no Giro e 5 no Tour. O número foi maior, mas o nível das provas foi tão excelente que esse detalhe passou batido;
- O TCB foi acionado apenas na segunda etapa, quando puniu Marcel Kittel pelo envolvimento no acidente com D. Di Luca com a desclassificação da etapa. Uma punição branda, consideradas as polêmicas dos anos seguintes;
- Podemos citar como decepção suprema o abandono de Alberto Contador. Difícil falar em decepções quando se tem a maior das edições de uma Grande Volta, com as duas performances do ano a lhe coroarem;
- Já destaques, foram vários. A começar pelo campeão Chris Froome, que deu show para vencer, ir a pódio, pontuar e se tornar o primeiro ciclista da LMC a conquistar duas Grandes na mesma temporada. Mas Oscar Freire também emocionou, correndo em casa como se fosse sua última prova a cada etapa. Vestiu a camisa vermelha, disputou até o fim e chegou a uma posição de ficar com o título. Romain Bardet, o terceiro colocado, também foi muito bem. Com o objetivo de se tornar campeão de montanha, conseguiu e ainda foi para o pódio final, em terceiro. Os ciclistas italianos tomaram conta da parte final e venceram as três últimas etapas. Primoz Roglic, criticado por não entregar resultados com o grande investimento da equipe de ciclismo do Imperatriz F.B., venceu a quarta etapa e terminou na sexta posição no geral. E Domenico Pozzovivo venceu pela primeira vez na temporada, deixando Mark Cavendish como o único ciclista do calendário a não ter vencido ainda (no Circuito Independente, Juan José Cobo Acebo e Tadej Pogacar são os que ainda não venceram);
- Após a Vuelta a España, Oscar Freire finalmente desbanca Frank Schleck e assume a liderança do ranking, com 179 pontos.
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