quarta-feira, 1 de maio de 2024

LMC - Abril - 01/05/2024

Abril foi um mês difícil para o ciclismo. Com a promessa de muitas competições, problemas técnicos paralisaram as corridas por quase todo o mês. Ainda assim, tivemos algumas provas e é agora que vamos ver como foram!

BRABANTE PRIJLS

No dia 02, os ciclistas independentes se encontraram na região central da Bélgica para mais uma clássica. O Brabante Prijs só é plano e sem problemas na largada e na chegada, porque o meio disso é recheado de subidas, muros e pavês duríssimos.


Disputada num dia de sol e temperatura alta, a prova foi de um bom nível, com ataques e contra ataques sucessivos e o pelotão jamais conseguindo se organizar para pegar os escapados, em uma clássica típica. Ao final, a vitória coube ao brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama), terceiro em 2023. Em segundo chegou o espanhol Juan Jose Cobo Acebo (Caja Rural), justamente o vencedor no ano passado. Em terceiro veio o belga Axel Merckx (T-Mobile), segundo em 2022.


O único abandono aqui foi de Vinícius Rangel, o primeiro da temporada independente. Mesmo deixando a prova, o brasileiro da Imperatriz segue liderando o ranking independente, com 22 pontos.


MILAN SANREMO

No dia 06, chegava a segunda Clássica Monumento do ano. La Classicissima trazia seus trechos planos mesclados com subidas duríssimas, em uma prova de resistência. Os ciclistas teriam que passar pelo Passo del Turchino (em 7%) logo no início, o Capo Mele (em 6%) após a metade da prova e, antes do sprint final, os dificílimos Cipressa (em 10%) e Poggio (em 11%). Sem trechos em pavê, lama ou muros, a Milan Sanremo é diferente das demais Clássicas Monumentos, primando muito mais pela regularidade do que pela resistência à dor por si. Todos os estilos podem se dar bem aqui; o que decide é a melhor estratégia.


Disputada em um dia de sol entre nuvens, a Monumento fez jus ao seu status, com uma prova de altíssimo nível e um final complicado. As subidas do Cipressa e do Poggio foram repletas de caídas, levando o TCB a analisar as imagens e decidindo por não punir ninguém. Tirando isso, vimos o surgimento do Rei das Clássicas em 2024. Sempre na fuga e acelerando forte, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep) não deu chances aos rivais. Mesmo sendo um dos que caíram no Cipressa, ainda conseguiu voltar para vencer a segunda Clássica Monumento do ano, batendo o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) no sprint derradeiro. Em terceiro chegou o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval).


Esta foi a segunda Clássica Monumento que Gaviria levou na temporada, sua quarta na carreira, o terceiro título no ano (todos em clássicas) e o décimo primeiro na LMC. Gaviria escreve de vez seu nome na história do esporte com esta conquista.


O nível da corrida foi enorme e prova disso foi que todos os 40 ciclistas completaram a Clássica. Após a Milan Sanremo, Frank Schleck segue na liderança do ranking, com 77 pontos.

O pódio da Milan Sanremo 2024. No alto, com o troféu de vencedor, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep). Abaixo dele, o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone), segundo colocado. Abaixo do troféu, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), terceiro colocado.

OMLOOP HET NIEUWSBLAD

Com os problemas técnicos que paralisaram a Liga, apenas no dia 29, os ciclistas independentes puderam voltar a Flandres, para a disputa da Omloop Het Nieuwsblad. Uma difícil clássica, com trecho plano apenas no início. Depois, muitos muros, pavê e chegada em uma difícil subida com 10% de inclinação, fazendo com que não só os ciclistas de clássicas, mas os montanhistas também tenham chances aqui.


Disputada em um dia nublado e muito abafado, a prova se mostrou difícil para os atletas, menos para Egan Bernal. O colombiano da Ineos se posicionou na frente no início e, vendo que os outros ciclistas não reagiam, resolveu atacar cedo. Não foi mais incomodado e acabou vencendo com sobras. A alguma distância, o francês Bryan Coquard (Cofidis) segurou os ataques de Axel Merckx para repetir o seu lugar no pódio em 2022, a segunda posição. Ao belga da T-Mobile, vencedor em 2022, restou a terceira posição, em uma prova sem abandonos.


Ao final da Omloop Het Nieuwsblad, Bryan Coquard e Egan Bernal dividem a liderança do ranking independente, com 27 pontos.

O pódio da Omloop Het Nieuwsblad 2024. No alto, com o troféu de vencedor, o colombiano Egan Bernal (Ineos). Abaixo dele, o francês Bryan Coquard (Cofidis), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Axel Merckx (T-Mobile), terceiro colocado.

PARIS ROUBAIX

No dia 30, os ciclistas se encontraram em Paris para a Rainha das Clássicas. A Paris Roubaix também é conhecida como O Inferno do Norte, graças aos seus intermináveis trechos de pavê e lama que separam a largada com 6% de inclinação e a chegada, no Velódromo de Roubaix. Essa prova é muito mais de resistência do que técnica. Por isso, os ciclistas de clássicas têm as maiores chances de conquistar a glória eterna.


O lindo dia de sol trouxe um calor absurdo, para fazer jus à alcunha de Inferno do Norte. Foram várias quedas e problemas mecânicos ao longo da prova, causando os três abandonos (Primoz Roglic, Greg Van Avermaet e Michele Scarponi) antes da metade da prova. Mas também teve momentos de pura emoção.


Pode-se dizer que foi, praticamente, uma vitória de ponta a ponta. Desde o início, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval) se posicionou na frente, partiu em fuga e permitia que alguém se aproximasse apenas quando cansava e precisava de outro ciclista para puxar o ritmo. Desta forma, venceu com sobras a sua primeira Clássica Monumento, seu segundo título no ano e o oitavo na LMC. Com uma bela arrancada no Velódromo, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R) conseguiu a segunda posição e, em terceiro, chegou o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), segundo no ano passado.


Após a Paris Roubaix, Frank Schleck se mantém na liderança do ranking, com 77 pontos.


O pódio da Paris Roubaix 2024. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval). Abaixo dele, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), terceiro colocado.

RANKING
1º Frank Schleck (Saxo Bank) - 77 pontos;
2º Luciano Pagliarini (Saunier Duval) - 76 pontos;
3º Marcel Kittel (Katusha) - 57 pontos.

RANKING INDEPENDENTE
1º Bryan Coquard (Cofidis) e Egan Bernal (Ineos) - 27 pontos;
3º Vinícius Rangel (Imperatriz) - 22 pontos.

NOTAS RÁPIDAS
  • Apesar da paralisação, a Liga conseguiu entregar 4 provas, todas clássicas, porém duas Monumento. Em março, tivemos 5 provas e nenhum problema.
  • Frank Schleck e Marcel Kittel não pontuaram no mês e, com o ótimo desempenho de Luciano Pagliarini nas Monumento (uma vitória e um terceiro lugar), o ranking embolou de vez e o luxemburguês agora vê o brasileiro pedindo passagem.
  • Foram 4 abandonos durante as provas, puxados principalmente pela Paris Roubaix (com 3), menos do que no mês passado (que teve 5 abandonos), mas a média ficou de 1 por prova.
  • Espera-se que, agora, as coisas normalizem e possamos retornar ao ritmo normal de corridas. Ainda neste dia primeiro teremos a Gent Wevelgem e a esperança é de podermos realizar ainda em maio a primeira das Três Grandes Voltas.
  • Embora o ciclismo tenha ficado prejudicado, o mês esportivo andou em alta, com o retorno das atividades da FIFUBO.

QUADRANGULAR INTERNACIONAL DE SUBBUTEO

O campo de terra do Guaraná Antárctica no Imperatriz Arena recebeu um quadrangular de seleções no estilo society, com Argentina, Brasil, Inglaterra e Itália. Todos jogaram contra todos e os dois melhores fizeram as finais.

A nata do futebol se reuniu aqui, para celebrar o retorno das competições de Subbuteo, que vem crescendo com ligas nacionais e torneios entre seleções. A Itália, atual tricampeã mundial, tem no Calcio alguns dos melhores jogadores do mundo. A Inglaterra, com sua Sunday League, vem pedindo passagem com uma liga forte e de altíssimo nível. O Brasil, com a sua Liesa, é o único país em cuja liga os times jogam com 4 na linha (contra 5, nos demais países). Já a Argentina, embora amadora no quesito formação de liga, é a atual terceira colocada no mundial, tendo sido vice nas duas ocasiões anteriores à última Copa.

A competição aqui tinha em cada seleção um jogador renomado como técnico. Na Argentina, Juan Sebastian Verón. No Brasil, Rivaldo. Na Inglaterra, Jermaine Pennant. Na Itália, Demétrio Albertini. Uma forma de atrair o público para jogos de altíssimo nível.

Após a fase preliminar, Itália e Brasil se encontraram na final. A Itália empatou com a Argentina (2x2), venceu a Inglaterra (3x0) e também o Brasil (2x1) para se classificar em primeiro. O Brasil, com vitórias sobre a Argentina (3x0) e Inglaterra (4x2), perdeu para a Itália (1x2) quando já estava classificado e terminou em segundo. Porém, na final não havia empate.

Trio de arbitragem, jogadores e treinadores honorários entrando no campo de jogo para a grande decisão.


A partida foi de altíssimo nível, um desfecho emocionante para um excelente campeonato. Por ser a atual tricampeã mundial (em 3 competições) e por ter a melhor liga do mundo, a Itália era favoritíssima. Contando com seu artilheiro Marc Bivi, que havia feito 6 gols nas 3 primeiras partidas, os italianos tinham tudo para conquistar a competição com sobras. Mas o Brasil tem jogadores talentosos, que sabem igualar as condições. Com Rafinha marcando Bivi em cima, os italianos não conseguiam encontrar seu artilheiro em condições de finalizar.

O primeiro gol da final veio aos 4 minutos. Após boa jogada de André pela direita, Massaro tirou a bola para córner, que Marquinho cobrou no primeiro pau. Leozinho se antecipou a Massaro e ao goleiro Bazzagli para cabecear para o fundo das redes e fazer Brasil 1x0.

A Itália se assustou com o gol e tentou reequilibrar as ações, enquanto o Brasil tinha o campo aberto para puxar os contra ataques. A partida ficou emocionante e tensa, enquanto a torcida, que lotou as dependências do Imperatriz Arena, vibrava com cada lance de perigo.

Aos 8 minutos, a Itália chegou ao empate em boa jogada de contra ataque. Após Verona interceptar um passe que iria para André, o camisa 2 esticou na ponta para Bresciani. O camisa 7, conhecido como "Il Bomber", avançou em velocidade pela direita e viu Marc Bivi se deslocando para receber na área e puxando a marcação. Assim, Bresciani rolou atrás, na meia lua, onde encontrou Ruotollo de frente. O camisa 10, cérebro da equipe, dominou de frente pro gol e deu um chute de extrema categoria no canto direito de Daniel. O goleiro se esticou, mas não conseguiu alcançar: Itália 1x1.

Com o empate no tempo normal, a partida foi para os pênaltis. No Subbuteo, a disputa é no 1 contra 1, ou seja, se um atleta converter e o outro perder, o jogo acaba. Na primeira rodada, os goleiros pegaram os pênaltis de Ruotollo e Pablo. Na segunda, Marc Bivi converteu e jogou a pressão sobre Marquinho. O camisa 6 bateu, o goleiro tocou na bola, que pererecou um pouco e entrou. Mas o juiz Félix disse que a bola tocou de volta em Marquinho antes de entrar e anulou o tento, dando à Itália o título da competição.

ITÁLIA CAMPEÃ DO QUADRANGULAR INTERNACIONAL DE SUBBUTEO 2024

Mais uma vez fazendo jus ao seu status de favorita, a seleção italiana dominou seus rivais. Com duas vitórias e dois empates, conquistou o título do quadrangular internacional de forma invicta, ainda que polêmica com a decisão nos pênaltis. E ainda fez o artilheiro da competição com Marc Bivi. Jogador do Il Messaggero Ravena, o capitão da seleção fez 6 gols e mostrou por que é um dos principais nomes do Subbuteo mundial.

Jogadores da Itália comemoram com o treinador Demétrio Albertini a conquista do quadrangular internacional.

O sucesso da competição já chama outros campeonatos. A Liesa já está com dois torneios preparados e deve começar ainda neste final de semana. Também já temos a disputa da Sunday League. E mais um torneio de seleções deve ocorrer ainda em maio, a Jarra Tropón, que contará com Japão, Coreia do Sul, Brasil, Itália, Suécia e a Croácia. Será uma boa chance de ver em ação o craque croata Daver Sakre, que deixou o Mediolanum da Itália para jogar no Chelsea e aumentar ainda mais o nível da Sunday League.

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