Abril foi um mês difícil para o ciclismo. Com a promessa de muitas competições, problemas técnicos paralisaram as corridas por quase todo o mês. Ainda assim, tivemos algumas provas e é agora que vamos ver como foram!
BRABANTE PRIJLS
No dia 02, os ciclistas independentes se encontraram na região central da Bélgica para mais uma clássica. O Brabante Prijs só é plano e sem problemas na largada e na chegada, porque o meio disso é recheado de subidas, muros e pavês duríssimos.
Disputada num dia de sol e temperatura alta, a prova foi de um bom nível, com ataques e contra ataques sucessivos e o pelotão jamais conseguindo se organizar para pegar os escapados, em uma clássica típica. Ao final, a vitória coube ao brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama), terceiro em 2023. Em segundo chegou o espanhol Juan Jose Cobo Acebo (Caja Rural), justamente o vencedor no ano passado. Em terceiro veio o belga Axel Merckx (T-Mobile), segundo em 2022.
O único abandono aqui foi de Vinícius Rangel, o primeiro da temporada independente. Mesmo deixando a prova, o brasileiro da Imperatriz segue liderando o ranking independente, com 22 pontos.
MILAN SANREMO
No dia 06, chegava a segunda Clássica Monumento do ano. La Classicissima trazia seus trechos planos mesclados com subidas duríssimas, em uma prova de resistência. Os ciclistas teriam que passar pelo Passo del Turchino (em 7%) logo no início, o Capo Mele (em 6%) após a metade da prova e, antes do sprint final, os dificílimos Cipressa (em 10%) e Poggio (em 11%). Sem trechos em pavê, lama ou muros, a Milan Sanremo é diferente das demais Clássicas Monumentos, primando muito mais pela regularidade do que pela resistência à dor por si. Todos os estilos podem se dar bem aqui; o que decide é a melhor estratégia.
Disputada em um dia de sol entre nuvens, a Monumento fez jus ao seu status, com uma prova de altíssimo nível e um final complicado. As subidas do Cipressa e do Poggio foram repletas de caídas, levando o TCB a analisar as imagens e decidindo por não punir ninguém. Tirando isso, vimos o surgimento do Rei das Clássicas em 2024. Sempre na fuga e acelerando forte, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep) não deu chances aos rivais. Mesmo sendo um dos que caíram no Cipressa, ainda conseguiu voltar para vencer a segunda Clássica Monumento do ano, batendo o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) no sprint derradeiro. Em terceiro chegou o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval).
Esta foi a segunda Clássica Monumento que Gaviria levou na temporada, sua quarta na carreira, o terceiro título no ano (todos em clássicas) e o décimo primeiro na LMC. Gaviria escreve de vez seu nome na história do esporte com esta conquista.
O nível da corrida foi enorme e prova disso foi que todos os 40 ciclistas completaram a Clássica. Após a Milan Sanremo, Frank Schleck segue na liderança do ranking, com 77 pontos.
OMLOOP HET NIEUWSBLAD
Com os problemas técnicos que paralisaram a Liga, apenas no dia 29, os ciclistas independentes puderam voltar a Flandres, para a disputa da Omloop Het Nieuwsblad. Uma difícil clássica, com trecho plano apenas no início. Depois, muitos muros, pavê e chegada em uma difícil subida com 10% de inclinação, fazendo com que não só os ciclistas de clássicas, mas os montanhistas também tenham chances aqui.
Disputada em um dia nublado e muito abafado, a prova se mostrou difícil para os atletas, menos para Egan Bernal. O colombiano da Ineos se posicionou na frente no início e, vendo que os outros ciclistas não reagiam, resolveu atacar cedo. Não foi mais incomodado e acabou vencendo com sobras. A alguma distância, o francês Bryan Coquard (Cofidis) segurou os ataques de Axel Merckx para repetir o seu lugar no pódio em 2022, a segunda posição. Ao belga da T-Mobile, vencedor em 2022, restou a terceira posição, em uma prova sem abandonos.
Ao final da Omloop Het Nieuwsblad, Bryan Coquard e Egan Bernal dividem a liderança do ranking independente, com 27 pontos.
PARIS ROUBAIX
No dia 30, os ciclistas se encontraram em Paris para a Rainha das Clássicas. A Paris Roubaix também é conhecida como O Inferno do Norte, graças aos seus intermináveis trechos de pavê e lama que separam a largada com 6% de inclinação e a chegada, no Velódromo de Roubaix. Essa prova é muito mais de resistência do que técnica. Por isso, os ciclistas de clássicas têm as maiores chances de conquistar a glória eterna.
O lindo dia de sol trouxe um calor absurdo, para fazer jus à alcunha de Inferno do Norte. Foram várias quedas e problemas mecânicos ao longo da prova, causando os três abandonos (Primoz Roglic, Greg Van Avermaet e Michele Scarponi) antes da metade da prova. Mas também teve momentos de pura emoção.
Pode-se dizer que foi, praticamente, uma vitória de ponta a ponta. Desde o início, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval) se posicionou na frente, partiu em fuga e permitia que alguém se aproximasse apenas quando cansava e precisava de outro ciclista para puxar o ritmo. Desta forma, venceu com sobras a sua primeira Clássica Monumento, seu segundo título no ano e o oitavo na LMC. Com uma bela arrancada no Velódromo, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R) conseguiu a segunda posição e, em terceiro, chegou o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), segundo no ano passado.
Após a Paris Roubaix, Frank Schleck se mantém na liderança do ranking, com 77 pontos.
- Apesar da paralisação, a Liga conseguiu entregar 4 provas, todas clássicas, porém duas Monumento. Em março, tivemos 5 provas e nenhum problema.
- Frank Schleck e Marcel Kittel não pontuaram no mês e, com o ótimo desempenho de Luciano Pagliarini nas Monumento (uma vitória e um terceiro lugar), o ranking embolou de vez e o luxemburguês agora vê o brasileiro pedindo passagem.
- Foram 4 abandonos durante as provas, puxados principalmente pela Paris Roubaix (com 3), menos do que no mês passado (que teve 5 abandonos), mas a média ficou de 1 por prova.
- Espera-se que, agora, as coisas normalizem e possamos retornar ao ritmo normal de corridas. Ainda neste dia primeiro teremos a Gent Wevelgem e a esperança é de podermos realizar ainda em maio a primeira das Três Grandes Voltas.
- Embora o ciclismo tenha ficado prejudicado, o mês esportivo andou em alta, com o retorno das atividades da FIFUBO.
Trio de arbitragem, jogadores e treinadores honorários entrando no campo de jogo para a grande decisão. |
Jogadores da Itália comemoram com o treinador Demétrio Albertini a conquista do quadrangular internacional. |
O sucesso da competição já chama outros campeonatos. A Liesa já está com dois torneios preparados e deve começar ainda neste final de semana. Também já temos a disputa da Sunday League. E mais um torneio de seleções deve ocorrer ainda em maio, a Jarra Tropón, que contará com Japão, Coreia do Sul, Brasil, Itália, Suécia e a Croácia. Será uma boa chance de ver em ação o craque croata Daver Sakre, que deixou o Mediolanum da Itália para jogar no Chelsea e aumentar ainda mais o nível da Sunday League.
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