sábado, 18 de maio de 2024

Giro D'Italia 2024 - 18/05/2024

Enfim chegou o grande dia! A primeira das 3 Grandes Voltas do ciclismo mundial está nas ruas e seus 40 competidores irão disputar o cobiçado troféu Senza Fine. Vamos ver, etapa a etapa, como foi o Giro D'Italia 2024!

Vai começar o Giro D'Italia 2024!

1ª Etapa

O Giro D’Italia 2024 começou no domingo, 05/05, com um contrarrelógio de 20 quilômetros em um dia de céu azul e temperatura elevada.


Foi uma prova de nível técnico altíssimo, com os ciclistas mostrando um ritmo elevado e com uma nota de corte muito baixa. Ao final, melhor para o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), que repetiu a vitória de 2023 e mostrou que, na abertura do Giro, não tem para ninguém. Em segundo chegou o espanhol Alberto Contador (Astana) e, em terceiro, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank).


A segunda vitória consecutiva nesta etapa do Giro deu a Alaphilippe o direito de ser o primeiro ciclista a vestir a maglia rosa na versão 2024 da competição.

O pódio da primeira etapa. No alto, com o scudetto de vencedor, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep). Abaixo dele, o espanhol Alberto Contador (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), terceiro colocado.

2ª Etapa

No dia 06 os ciclistas largavam para a primeira corrida de linha do Giro 2024. Totalmente plana, paraíso para os sprinters, e já com a primeira meta volante desta edição, na metade da prova.


Disputada em um dia de céu azul e temperatura agradável, foi mais uma prova de alto nível. Com tentativas de fuga a todo momento e um pelotão organizado, os escapados até tinham momentos para mostrar as cores de suas equipes, mas todo mundo se reagrupou para um emocionante sprint final nos últimos quilômetros.


E foi ali que as coisas desandaram. Não pelos dois que conseguiram escapar e disputaram a vitória em si, mas pelo que aconteceu atrás. Luciano Pagliarini vinha em terceiro e com chances de vencer, quando se desequilibrou e foi ao chão, causando um caos no pelotão, que teve que frear e desviar para evitar um boliche. Com a queda, Pagliarini terminaria em décimo sétimo.


A vitória acabou com Philippe Gilbert (Lotto Belisol), segundo aqui em 2022. O inglês Mark Cavendish (T-Mobile) foi o segundo colocado, na mesma etapa onde havia sido terceiro em 2019. Em terceiro e completando a dobradinha belga no pódio chegou Tom Boonen (Quickstep), na mesma etapa onde havia sido segundo em 2019 e 2021.


Ao analisar as imagens, o TCB percebeu que precisaria julgar (e punir) cinco ciclistas, incluindo um local. Para não polemizar logo na primeira vez que foi acionado, resolveu tirar um ponto de esforço de Lance Armstrong, Tom Boonen, Bauke Mollema, Frank Schleck e Vincenzo Nibali. Ficou de bom tamanho.


Com a vitória na etapa e o terceiro lugar na meta volante, Philippe Gilbert veste a maglia rosa.

O pódio da segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Philippe Gilbert (Lotto Belisol). Abaixo dele, o inglês Mark Cavendish, segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha belga no pódio, Tom Boonen (Quickstep), terceiro colocado.


3ª Etapa

No dia 07, a terceira etapa ainda era totalmente plana e com duas metas volante, mais um paraíso para os sprinters em um dia de temperatura alta e nenhuma nuvem.


As Grandes Voltas têm essa mística e não é por acaso. Aqui são escritas as grandes histórias do esporte e, na edição 2024 do Giro, não foi diferente. Em mais uma prova de altíssimo nível, com um ritmo tão elevado que chegou a quebrar o pelotão no início, a fuga só foi se formar na metade final do percurso e, mesmo assim, com um número elevado de ciclistas buscando se destacar dos demais.


Com uma prova inteiramente plana, era certo que teríamos sprinters buscando a vitória. E foi aí que a história foi feita. O espanhol Oscar Freire (Rabobank) mostrou sangue nos olhos desde o início da corrida, manteve-se sempre à frente e, na hora do sprint, correu como se sua vida dependesse disso, vencendo a terceira etapa da mesma forma como havia feito em 2022. Não bastasse isso e se igualar a Alejandro Valverde com a performance do ano até aqui (102 pontos de esforço, com média de 17 por trecho), derrubou a mais longa streak da história da LMC. Sua última vitória havia sido em setembro de 2022, na sétima etapa da Vuelta a España. De lá pra cá foram quase 2 anos sem subir no lugar mais alto do pódio e foi por isso que, entre muitas lágrimas, o ciclista espanhol celebrou muito ao cruzar a linha de chegada e foi cumprimentado por todos que passavam por ele.


O segundo lugar ficou com o brasileiro Murilo Fischer (FDJ) e o terceiro com o inglês Bradley Wiggins (Sky), em emocionante disputa com outros 10 ciclistas. A vitória nesta prova e os pontos em metas volante deram a Oscar Freire a maglia rosa na terceira etapa.

O pódio da terceira etapa. No centro, o espanhol Oscar Freire (Rabobank) é erguido pelos demais, após vencer uma corrida depois de quase 2 anos. À sua direita, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), segundo colocado. À sua esquerda, o inglês Bradley Wiggins (Sky), terceiro colocado.

4ª Etapa

No dia 08, os pontos começavam a surgir em profusão, assim  como a primeira subida do Giro, com uma leve inclinação de 5% na metade da prova.


Disputada em mais um dia de calor e céu sem nuvens, foi outra prova de altíssimo nível. O pelotão andou junto, em um ritmo elevado, e só permitia uma tentativa de fuga quando chegava a disputa por metas volante. Ao final, todos alinhados para um grande sprint e foi aqui que os italianos vibraram pela primeira vez nesse Giro, com a vitória de Vincenzo Nibali (Astana), que derrotou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. O terceiro lugar ficou com o inglês Bradley Wiggins (Sky).


Os pontos das metas volante foram muito bem distribuídos. Desta forma, Oscar Freire conseguiu manter a maglia rosa.

O pódio da quarta etapa. No alto, com o scudetto de vencedor, o italiano Vincenzo Nibali (Astana). Abaixo dele, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Bradley Wiggins (Sky), terceiro colocado.

5ª Etapa

No dia 09, as coisas começaram a inclinar, com duas colinas no meio de uma prova majoritariamente plana, sendo a primeira subida com 5% de inclinação e a segunda em 6%. Entre elas, farta distribuição de pontos.


Disputada em mais um dia de sol e temperatura elevada, a corrida foi para a fuga. Desde o início, muitas tentativas de ataque e, desta vez, o pelotão não conseguiu se organizar para diminuir o ritmo dos escapados.


Quem deu show com isso foi o holandês Bauke Mollema (Rabobank), que aproveitou as colinas para deixar seus rivais para trás e venceu com sobras a quinta etapa. Em segundo chegou o inglês Bradley Wiggins (Sky), no terceiro pódio seguido neste Giro. Em terceiro chegou o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), com um desempenho avassalador no sprint final.


Apesar de ainda não ter vencido, os três pódios seguidos e os pontos conquistados nas metas volante desta etapa deram a Bradley Wiggins a maglia rosa ao final.


O pódio da quinta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o holandês Bauke Mollema (Rabobank). Abaixo dele, o inglês Bradley Wiggins (Sky), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), terceiro colocado.

6ª Etapa

No dia 10 chegava a última prova antes de começarem as etapas de montanha, um prenúncio do que os ciclistas veriam a seguir. Com duas metas volante logo no início, uma delas era em uma subida, com 5% de inclinação. No final, uma subida com 6% de inclinação após a última meta volante e antes da chegada em sprint trazia uma dificuldade extra.


Outro dia de sol e calor apareceu como dificuldade extra para os atletas e, talvez prevendo que as montanhas compliquem as coisas, os sprinters resolveram tentar um último espetáculo antes de irem para a rabeira do pelotão. Desde o início, foram os velocistas que buscaram a fuga e aceleraram forte durante todo o percurso, de forma a não deixarem os corredores por etapas se aproximarem. Na última subida, havia um grupo com nove ciclistas, sendo que sete eram sprinters.


O brasileiro Murilo Fischer (FDJ) era um deles e deu um show à parte, conquistando a vitória com a performance do ano até aqui, com 106 pontos de esforço, uma média de 17,6 por trecho. Em segundo, bem distante, chegou o alemão André Greipel (Lotto Belisol) e, em terceiro, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz).


Em mais uma prova de alto nível, Murilo Fischer pontuou bastante nas metas volante (além da vitória) e vestiu a maglia rosa ao final. Os 40 ciclistas chegam juntos, para encarar as montanhas.

O pódio da sexta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ). Abaixo dele, o alemão André Greipel (Lotto Belisol), segundo colocado. Abaixo do troféu, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), terceiro colocado.

7ª Etapa

No dia 11, começaram as montanhas, cada etapa com uma passagem especial, para iniciar a segunda metade do Giro. A primeira etapa de montanha trouxe o Passo di Gavia. Os ciclistas começaram no plano, pegando logo a seguir uma subida com 5% de inclinação e, logo após, outra passagem plana. A partir dali, as coisas complicavam, com subidas em 6%, 7% e chegada no Passo di Gavia, com 9%.


O calor, presente até aqui em todo o Giro, foi mais um fator de dificuldade para os ciclistas, que diminuíram bastante o ritmo e a toda hora pediam atendimento médico. Mas, como prova de montanha que é, a sétima etapa teve show da fuga, com o holandês Tom Dumoulin (Sunweb) partindo desde cedo e atacando sozinho na metade final para vencer na mesma etapa que havia sido terceiro em 2019. A uma distância curta chegou o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), o segundo colocado. E, a alguma distância deles, chegou o francês Sylvain Chavanel (Quickstep), terceiro colocado.


Murilo Fischer chegou em quarto lugar, com um grande esforço num terreno que não é o de sua preferência. Assim, mantém a maglia rosa e dispara na liderança. Já Tom Dumoulin, com a vitória não só na etapa mas também nas metas volante, é o primeiro a vestir a maglia ciclamino. Apesar dos inúmeros atendimentos durante a etapa, todos os ciclistas concluíram a prova.

O pódio da sétima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb). Abaixo dele, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep), terceiro colocado.

8ª Etapa

No dia 13, mais uma etapa de montanha, um pouco mais complicada. Os ciclistas já começaram com uma subida de 6% e só tiveram um trecho plano, no meio da prova. Dali, as coisas pioravam até a chegada, em 9%, no Passo del Mortirolo, com as três metas volante seguidas antes da última subida. E tivemos mais um dia de muito calor, para atrapalhar a vida dos ciclistas.


Mais uma etapa de altíssimo nível foi vista neste Giro. Os ciclistas arriscaram uma fuga desde cedo e, em etapas de montanha, isso é fatal para as pretensões do pelotão. Quem levou a melhor foi o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), que manteve uma boa distância para os demais e teve apenas que administrar para vencer pela primeira vez na temporada. O italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) fez um esforço enorme no Mortirolo para alcançar o vencedor, mas conseguiu apenas um segundo lugar. E, na disputa pelo terceiro lugar, melhor para o alemão Marcel Kittel (Katusha), vencedor desta prova no ano passado e segundo em 2021.


A vitória e os pontos em metas volante fizeram com que Roglic empatasse com Murilo Fischer e, agora, os dois usam a maglia rosa. Já Tom Dumoulin manteve a maglia ciclamino. Esta etapa viu o primeiro abandono do Giro, com Fernando Gaviria deixando a competição após uma queda na metade da corrida.

O pódio da oitava etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo dele, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone), segundo colocado. Abaixo do troféu, o alemão Marcel Kittel (Katusha), terceiro colocado.

9ª Etapa

No dia 14, a nona etapa chegou com uma dificuldade bem maior para os ciclistas, que começaram com uma subida de 6%, passaram para 8% e, depois, tiveram um momento de refresco com o único trecho plano, no meio da prova. Depois disso, as subidas eram bem pesadas, começando em 9%, passando a 10% e terminando em duríssimos 12%, no Courmayeur. Ao menos o calor deu uma trégua, em um dia nublado.


Foi mais uma prova de altíssimo nível, com os corredores dando o máximo de si aproveitando o dia mais ameno. No momento em que o terreno ficou plano, eles aproveitaram para descansar e reorganizar o pelotão. Todo menos Alejandro Valverde, que atacou e manteve um ritmo forte enquanto subia a pior parte da corrida. Mas, na hora H, suas pernas não responderam e, para piorar, viu um foguete passar com um belíssimo “sprint para cima”. Era Oscar Freire (Rabobank), que deu tudo de si no Courmayeur e venceu pela segunda vez neste Giro, deixando o ciclista da Caja Rural em segundo, para formar a dobradinha espanhola no pódio. Em terceiro chegou o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), em mais uma bela arrancada, repetindo o lugar no pódio que conquistara nesta etapa, em 2019.


A vitória na etapa e alguns pontos em metas volante devolveram a Oscar Freire a maglia rosa. Mas, os pontos ao longo do percurso foram bem diluídos entre os ciclistas e isso favoreceu Tom Dumoulin, que mantém a maglia ciclamino.

O pódio da nona etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Oscar Freire (Rabobank). Abaixo dele e completando a dobradinha espanhola, Alejandro Valverde (Caja Rural), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), terceiro colocado.

10ª Etapa

No dia 15, tivemos a Etapa Rainha deste Giro, já começando em 7%. Depois, passava para 8%, tinha um trecho plano e, dali, aumentava para 10%, 11% e terminava em 12%, no Pinerolo. O dia chuvoso fez com que a temperatura diminuísse bastante, um alívio para o calor das nove etapas anteriores.


Os ciclistas deixaram para a Etapa Rainha o maior espetáculo deste Giro. Andando num ritmo elevadíssimo, superaram a chuva fina que caiu durante quase todo o percurso e fizeram as montanhas duríssimas parecerem planas, tamanha a facilidade com que passavam por elas. Na subida ao Pinerolo, um grupo de 10 ciclistas disputava a vitória, com os outros grupos andando por perto e garantindo emoção de sobra até a linha de chegada.


Com tantos atletas disputando a vitória, venceria aquele que tivesse maior resistência para encarar a última subida e, nessas horas, a experiência conta muito. Segundo nesta etapa no ano passado, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural) soube o momento certo de atacar e, numa emocionante contenda, finalmente venceu uma etapa de Giro D’Italia, superando o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus) e o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), respectivamente segundo e terceiro colocados.


A excelente quarta posição conquistada nesta etapa manteve Oscar Freire com a maglia rosa, cada vez mais distante dos demais. Já a vitória e os pontos conquistados em metas volante deram a Alejandro Valverde a maglia ciclamino, praticamente sentenciando a conquista.

O pódio da décima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural). Abaixo dele, o holandês Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), terceiro colocado.

11ª Etapa

No dia 17, o Giro voltava ao plano. Superadas as montanhas, a penúltima etapa teria somente uma inclinação leve, de 5%, na metade da prova. Esta montanha separava as duas últimas metas volantes do Giro D’Italia 2024. Após isso, uma chegada em sprint, em mais um dia de sol e temperaturas altas.


Demonstrando o cansaço de um Giro de altíssimo nível, em meio a temperaturas elevadas, os ciclistas se pouparam visivelmente nesta prova, entregando um espetáculo de ritmo baixo, com poucos atletas buscando a vitória. Logo ficou claro que seria uma etapa para a fuga.


E realmente foi, com o alemão André Greipel (Lotto Belisol) sendo o único a acelerar com vontade, aumentando a distância para os demais a cada momento e vencendo com muita sobra, no mesmo lugar onde fora terceiro em 2019. A alguma distância, em segundo lugar, chegou o francês Sylvain Chavanel (Quickstep) e, em terceiro, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole).


Nenhum dos postulantes ao título fez alguma coisa aqui. Somente Primoz Roglic, com seu sexto lugar. Desta forma, Oscar Freire se mantém com a maglia rosa e se aproxima do título do Giro D’Italia 2024. Alejandro Valverde mantém a maglia ciclamino.

O pódio da décima primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o alemão André Greipel (Lotto Belisol). Abaixo dele, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole), terceiro colocado.

12ª Etapa

Sábado, 18 de maio de 2024. 39 ciclistas ciclistas chegavam a Roma para a última etapa do Giro D’Italia 2024, mas apenas 5 deles ainda tinham chances de conquistar o cobiçado Trofeo Senza Fine, em uma disputa praticamente liquidada a favor de Oscar Freire, pois Primoz Roglic, Murilo Fischer, André Greipel e Alejandro Valverde só ficariam com o título se vencessem e Freire não chegasse entre os seis primeiros.

39 ciclistas atravessam as ruas de Roma, na última etapa do Giro D'Italia 2024!

Tônica da edição deste ano, mais um dia de céu azul e muito calor para dar um desfecho de ouro a uma competição incrível. Até a metade, os ciclistas andaram juntos, tiraram fotos, conversaram e confraternizaram. Após, no entanto, o ritmo começou a aumentar, mas sem uma fuga sendo formada.


Na parte final, empurrados pela torcida local, os ciclistas italianos começaram a acelerar mais, dispostos a fazer história. E foi isso que fizeram, com uma inédita tripleta justo na última etapa de um Giro D’Italia histórico. A vitória coube a Vincenzo Nibali (Astana), com Filippo Ganna em segundo (repetindo a sua posição nesta etapa do ano passado) e Filippo Ganna em terceiro e fechando uma dobradinha da Acqua & Sapone. Oscar Pereiro Sio não aguentou o ritmo das 12 etapas e abandonou pouco após a metade.

O pódio da décima segunda etapa do Giro, com uma inédita tripleta italiana. No alto, com o troféu de vencedor, Vincenzo Nibali (Astana). Abaixo dele, Filippo Ganna, segundo colocado. Abaixo do troféu, Filippo Pozzato, terceiro colocado e completando a dobradinha da Acqua & Sapone.

O ritmo foi tão alto que, mesmo ainda tendo disputa pelo título, nenhum dos postulantes conseguiu chegar perto da vitória que lhe daria o troféu. Oscar Freire se posicionou no início para marcar os adversários, mas viu que ninguém o ameaçaria e, assim, diminuiu o ritmo para cruzar em décimo sexto e garantir o título.


OSCAR FREIRE CAMPEÃO DO GIRO D’ITALIA 2024


As Grandes Voltas são pródigas em escrever as mais belas histórias do ciclismo. E a edição de 2024 do Giro não fez por menos. Com um incômodo jejum de vitórias que já durava 2 anos, Oscar Freire conseguiu derrubar este tabu, venceu duas vezes, conseguiu entrar na zona de pontuação em outras e atacou as metas volante como poucos, para sair da Itália com mais um troféu debaixo do braço.


A Espanha fez uma festa completa, pois além de Freire, Alejandro Valverde também se sagrou campeão, só que de montanha. Com uma vitória e um segundo lugar, fazendo muitos pontos nas metas volante e jamais deixando o ritmo cair, o espanhol da Caja Rural se tornou o primeiro a conquistar o personalizado troféu de montanha do Giro, que homenageia a altimetria do Pinerolo, a Etapa Rainha da competição. Este foi o segundo título de Valverde na temporada (todos de montanha), o quinto na LMC e o primeiro em uma Grande Volta.

O espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), no pódio com o troféu de montanha do Giro D'Italia 2024.

Já Oscar Freire conquistou seu segundo título na LMC. O outro havia sido no primeiro ano da Liga, em 2019, mas também foi icônico, já que ele vencera naquele ano o Tour de France. Uma grande Era sem títulos, porém seus dois triunfos são justamente em Grandes Voltas. Se ele conquistar a Vuelta a España em qualquer temporada, levará para casa a Tríplice Coroa.


Freire vestiu a maglia rosa em cinco etapas, até cruzar a linha de chegada pela última vez e conquistá-la em definitivo.

Era um peso enorme (o jejum de vitórias). Mas, depois que conquistei a primeira, fui atrás de mais e, quando vi, já estava na disputa do título. Aí, não pude deixar de sonhar com esse troféu. É claro que a estratégia da equipe era dar condições a Bauke Mollema de buscar a classificação geral, enquanto eu ficaria com as vitórias de etapa. Mas quando se pega a liderança na nona etapa, falta muito pouco para o título. Aí foi questão de confirmá-lo…” - Oscar Freire, emocionado após levantar o Trofeo Senza Fine.


O pódio do Giro D'Italia 2024. No alto, com o troféu Senza Fine de campeão, o espanhol Oscar Freire (Rabobank). Abaixo dele, com o troféu de vice-campeão, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz). Abaixo do Senza Fine, com o troféu de terceiro lugar, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux).

NOTAS RÁPIDAS

  • Desde 2022, toda edição do Giro D’Italia vem com a missão de superar aquela que foi eleita a melhor. É uma tarefa difícil, mas este Giro conseguiu chegar bem próximo, com um espetáculo para o fã. Só para se ter uma ideia do altíssimo nível, somente 5 ciclistas não pontuaram;
  • Oscar Freire e Vincenzo Nibali foram os maiores vencedores do Giro 2024, com duas vitórias cada;
  • Bradley Wiggins e Alejandro Valverde foram os que mais subiram ao pódio, três vezes cada;
  • No total, 10 ciclistas diferentes venceram neste Giro, enquanto 24 subiram ao pódio;
  • No total, 10 ciclistas diferentes venceram neste Giro, enquanto 24 subiram ao pódio;
  • Entre as equipes, a Rabobank foi a que mais venceu, três vezes. Já Quickstep foi a que mais subiu ao pódio, cinco vezes;
  • Entre as nações, a Espanha foi a que mais venceu, três vezes. A Espanha também foi a que mais subiu ao pódio, só que empatada com a Itália. Cada uma viu a sua bandeira tremular seis vezes nos pódios do Giro;
  • Foram três dobradinhas nacionais no pódio. Na segunda etapa, Philippe Gilbert em primeiro e Tom Boonen em terceiro fizeram a dobradinha belga. Na nona etapa, Oscar Freire em primeiro e Alejandro Valverde em segundo fizeram a dobradinha espanhola. E, na décima segunda, não foi o caso de uma dobradinha em si, mas uma histórica e inédita tripleta, com a vitória de Vincenzo Nibali, o segundo de Filippo Ganna e o terceiro de Filippo Pozzato;
  • Aliás, os italianos deram show. Em que pese jamais terem vestido as maglias rosa e ciclamino, conseguiram duas vitórias, dois segundos lugares e dois terceiros, totalizando seis pódios que lhe fizeram a nação recordista nesta edição do Giro, ao lado da Espanha. Dos oito que disputaram o Giro, metade conseguiu chegar ao pódio. Somente Damiano Cunego, Fabio Aru, Domenico Pozzovivo e Michele Scarponi não conseguiram nada;
  • A competição foi tão espetacular que somente dois ciclistas abandonaram: Fernando Gaviria, na oitava etapa, e Oscar Pereiro Sio, na décima segunda;
  • Mais um indicativo do nível altíssimo do Giro, o TCB só foi acionado uma vez, na segunda etapa. E, para preservar o espetáculo, puniu os envolvidos apenas com um ponto de esforço na etapa seguinte;
  • Desta forma, é difícil falar em decepções. Talvez os que abandonaram (embora seja algo em comum) e o fato de Rafael Andriato jamais ter conseguido mostrar que disputaria o bicampeonato, mas isso não tirou o brilho da competição. Principalmente porque a Imperatriz conquistou o vice-campeonato, com Primoz Roglic;
  • Oscar Freire saindo de dois anos sem vencer para conquistar o título, Primoz Roglic e Murilo Fischer disputando o título até o final, Alejandro Valverde brilhando nas montanhas e os italianos dando show foram os principais destaques. Mas, no geral, todos entregaram uma competição de primeiríssima linha;
  • Após o Giro D’Italia, Luciano Pagliarini é o novo líder do ranking, com 88 pontos.

A volta dos campeões do Giro D'Italia 2024. Na frente, o campeão Oscar Freire. Atrás dele, Primoz Roglic (vice-campeão) e Murilo Fischer (terceiro colocado). Mais atrás, Alejandro Valverde (campeão de montanha) e Vincenzo Nibali (vencedor da última etapa).

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