sexta-feira, 1 de março de 2024

LMC - Fevereiro - 01/03/2024

Fevereiro chega ao fim, recheado de competições ciclísticas ao redor do mundo. Vamos ver como foi o segundo mês do ano na LMC!

TROFÉU DO PAPA

O mês mais curto do ano iniciou suas ações no dia 3º, com o Troféu do Papa, que encerra de vez a Real Liga de Ciclismo. Novidade na temporada, o calendário independente será disputado apenas por ciclistas independentes, cujo número subiu de 6 para 12 em 2024. A prova, disputada no Reino de Jade e Ouro, tinha duas montanhas (com 5 e 6% de inclinação) e chegada em sprint.


Até a metade, o que se viu foi uma bela jogada da Movistar, com Nairo Quintana e Richard Carapaz partindo em fuga e se revezando, até Quintana tentar a “fuga de la fuga”. Neste momento, acabou a cooperação e o pelotão começou a trabalhar mais forte, para cansar os dois escapados. Após a última montanha, Quintana ficou para trás e os outros ciclistas começaram a se posicionar para a reta final. E quem conseguiu sair bem e atacar para vencer a solo foi o brasileiro Vinícius Rangel (Imperatriz), conquistando sua primeira vitória no Circuito Independente. Na eletrizante disputa pelos lugares restantes no pódio, o segundo lugar ficou com o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) e o terceiro, com o belga Woult Van Aert (Jumbo Visma).


Após o Troféu do Papa, Vinícius Rangel é o líder do ranking, com 5 pontos.

O pódio do Troféu do Papa 2024. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Vinícius Rangel (Imperatriz). Abaixo dele, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Woult Van Aert (Jumbo Visma), terceiro colocado.

TOUR DA MALÁSIA

No domingo, 4, os ciclistas faziam o primeiro contra relógio da temporada para abrir o Tour da Malásia. Voltada para os ciclistas por etapas, a competição não tem muitas montanhas. Disputado em um dia muito abafado, o contra relógio de abertura foi vencido pelo atual campeão, o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), segundo nesta etapa em 2022 e 2023. Em segundo ficou o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval) e em terceiro, o alemão André Greipel (Lotto Belisol).


No dia 10, um sábado de carnaval, os ciclistas largavam para a última etapa do Tour da Malásia com o campeão já definido. Não havia mais como alcançar Frank Schleck, bastando ao luxemburguês da Saxo Bank completar a prova para ser campeão. Mas o prêmio de montanha ainda estava em aberto e a última corrida, em montanha, definiria seu vencedor em um dia de calor e muito vento. Foi uma prova polêmica, com os sprinters saindo em fuga desde o início e ocupando as vagas que seriam dos montanhistas. Tivemos, também, muitas quedas, inclusive na linha de chegada, onde o TCB foi acionado e decidiu por eliminar Tom Boonen e Sylvain Chavanel, por envolvimento na queda de André Greipel, que disputava a vitória.


Polêmicas à parte, a vitória foi do colombiano Fernando Gaviria (Quickstep). Em segundo chegou o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), na mesma etapa que vencera em 2019 e fora terceiro em 2020 e 2021. Em terceiro chegou o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne), no mesmo lugar onde havia vencido em 2022.

O pódio da última etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep). Abaixo dele, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne), terceiro colocado.

O luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) fez uma corrida segura, na média baixa, terminando na vigésima sétima posição. Desta forma, conquistou o título do Tour da Malásia 2024, seu primeiro no ano e o nono na LMC. Campeão de montanha no ano passado, Frank Schleck foi brilhante aqui, conquistando duas vitórias e um segundo lugar, além de um quinto em outra etapa. Desta forma, se tornou o grande vencedor na Malásia com uma etapa de antecedência.


Quem também teve motivos para comemorar foi o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), que se sagrou campeão de montanha. Este foi o seu primeiro título no ano, o décimo segundo na LMC e, curiosamente, seu quinto título de montanha.

O francês Julian Alaphilippe (Quickstep), com o troféu de campeão de montanha.

Apesar de ainda ser início de temporada e ser comum o ritmo mais baixo, o Tour da Malásia foi decepcionante. Foram nada menos do que cinco abandonos e mais dois ciclistas sendo desclassificados pelo TCB, finalizando a competição com apenas trinta e três atletas.


O Tribunal roubou a cena duplamente. Na terceira etapa, fez dois julgamentos, sendo que no primeiro, desclassificou quatro ciclistas da etapa e os jogou para a última colocação. No segundo, tirou 4 pontos de Fabian Cancellara e Domenico Pozzovivo (que estavam no primeiro julgamento) por envolvimento em outro acidente. E, na última etapa, desclassificou do Tour Sylvain Chavanel (que chegara em segundo) e Tom Boonen (o quarto colocado). Muito criticado desde o ano passado, o auditor Dr. Concha Marítima já inicia o ano se envolvendo em polêmicas. A nova direção da Liga não está nada feliz…


Após o Tour da Malásia, Frank Schleck é o novo líder do ranking, com 46 pontos.

O pódio do Tour da Malásia. No alto, com o troféu de campeão, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank). Abaixo dele, com o troféu de campeão de montanha, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), vice-campeão. Abaixo do troféu, e com o troféu de vencedor da última etapa, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), terceiro colocado.

VUELTA A SAN JUAN

No dia 11, domingo de carnaval, os ciclistas independentes se encontraram na província de San Juan, na Argentina, para a disputa da clássica local. A prova era inteiramente plana, à exceção de uma subida de 5% logo no início, indicando o favoritismo para os sprinters.


Disputada em um dia de sol forte e muito calor, a prova trouxe a mesma situação da anterior, com os corredores da Movistar saindo na fuga e se revezando em ritmo veloz, dando show, porém caindo de produção na metade final e sendo alcançados pelos demais.


Quem ofereceu a melhor estratégia foi o francês Bryan Coquard (Cofidis). Por ser sprinter, sabia que não teria grandes chances na única montanha do traçado e, por isso, se poupou nesta parte para aumentar o ritmo no plano, vencendo com sobras no mesmo lugar onde fora terceiro no ano passado. Em segundo, também a alguma distância dos demais, chegou o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) e, em terceiro, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), em uma prova sem abandonos.


Após a Vuelta a San Juan, Bryan Coquard e Vinicius Rangel são os líderes do ranking, com 5 pontos. Porém, a Liga anunciou mudanças no ranqueamento do Circuito Independente. Agora, os pontos serão distribuídos como na LMC, com 9 para o primeiro colocado, 6 para o segundo, 4 para o terceiro, 3 para o quarto, 2 para o quinto e 1 para o sexto. Isso vale, inclusive, para cada corrida das provas por etapas. Esta mudança será aplicada na próxima corrida.


O pódio da Vuelta a San Juan 2024. No alto, com o troféu de vencedor, o francês Bryan Coquard (Cofidis). Abaixo dele, o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama), segundo colocado. Abaixo do troféu, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), terceiro colocado.

PROTOUR DO BENELUX

No dia 16, um crono relógio em Luxemburgo dava início ao Protour do Benelux 2024. A edição deste ano tem suas duas primeiras etapas naquele país, as duas provas de montanha na Holanda e o final na Bélgica, por conta do terceiro lugar de Remco Evenepoel no ano passado. O Protour do Benelux é mais voltado para os ciclistas de clássicas, por conta da maior parte das etapas serem deste tipo, porém os montanhistas também têm chances, dada a quantidade de subidas que terão que encarar.


Disputado em um dia nublado e de temperatura um pouco mais baixa, o contra relógio de abertura terminou com vitória do alemão Marcel Kittel (Katusha), na mesma etapa onde ficara em terceiro no ano passado. Em segundo chegou o francês Sylvain Chavanel (Quickstep) e, em terceiro, o italiano Filippo Pozzato (Acqua & Sapone). Apesar do show de Kittel, o primeiro a fazer um contra relógio no tempo mínimo na temporada, a prova foi de nível muito baixo. Os ciclistas precisam entrar no ritmo…


No dia 21, os 35 ciclistas restantes largaram na Bélgica para a última etapa do Protour do Benelux 2024 com 11 deles ainda na disputa pelo título. Para bater os líderes Danilo Di Luca e Marcel Kittel, alguns resultados teriam que ocorrer nesta prova, que tinha as duas últimas metas volantes da edição deste ano e também uma difícil subida após a metade da prova, com 10% de inclinação. Disputada em um dia parcialmente nublado, a prova viu o pelotão ser completamente esfacelado pelos muitos ataques e contra ataques realizados ao longo de seu percurso e com os sprinters ocupando as posições mais à frente.


Passada a última montanha, sobraram dois ciclistas e um deles atacou com força na parte final, para vencer na “fuga de la fuga”. Era o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), que deixou os demais para trás para vencer a sexta etapa, curiosamente, no mesmo lugar onde havia vencido pela primeira vez na LMC, em 2019. Em segundo chegou o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), repetindo a posição no pódio que conquistara em 2022. Em terceiro, para delírio do público, chegou o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol).

O pódio da última etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux). Abaixo dele, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), terceiro colocado.

Os postulantes ao título jamais se esforçaram para tentar mudar a situação da tabela e, ao término da corrida, a direção da LMC se debruçava no Regulamento Geral de Competições para ver os critérios de desempate, quando foram avisados de uma surpresa incrível. Com a vitória e os pontos em metas volante, Murilo Fischer acabou conquistando o título do Protour do Benelux 2024, seu primeiro título no ano e o sétimo na LMC. O brasileiro da Française de Jeux, que veio para o Benelux trabalhar pela vitória de Thibaut Pinot, se viu sozinho quando este abandonou e, somando pontos preciosos e pódios nas seis etapas, levou para casa mais um título.


O título de montanha ficou com o alemão Marcel Kittel (Katusha), seu primeiro título no ano, o terceiro de montanha e nono na LMC.


Abandonos, aliás, foram muitos. Com Frank Schleck e Chris Froome deixando a competição na última etapa, foram 7 os ciclistas que não completaram o Protour, superando o número do Tour da Malásia e mostrando que, apesar de ainda estarmos no início da temporada, a forma física dos atletas preocupa.


Entre os ciclistas locais, quem teve a melhor colocação foi o holandês Bauke Mollema (Rabobank), que ficou na terceira colocação geral e, por isso, levará para a Holanda as duas últimas etapas desta competição em 2025. O desempenho dos atletas de Bélgica, Holanda e Luxemburgo foi empolgante e decepcionante ao mesmo tempo. Se a Bélgica conseguiu uma vitória (Greg Van Avermaet, na quinta etapa) e um terceiro lugar (Philippe Gilbert, na sexta etapa), e a Holanda foi segunda três vezes (Mathieu Van Der Poel na segunda etapa e Bauke Mollema na terceira e quinta etapas), Luxemburgo decepcionou ao não conseguir nada. Mas a pior decepção veio com os abandonos de Tom Dumoulin e Frank Schleck.


Após o Protour do Benelux, a liderança do ranking ainda está com Frank Schleck, com 46 pontos.

O pódio do Protour do Benelux 2024. No alto, com os troféus de campeão e de vencedor da última etapa, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux). Abaixo do troféu de campeão, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás) e o alemão Marcel Kittel (Katusha), com o troféu de campeão de montanha. Ambos terminaram empatados no segundo lugar. Abaixo do troféu de vencedor da última etapa, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), terceiro colocado. Com esta posição, Mollema garante a Holanda como etapa final do Protour do Benelux 2025.

E3 HARELBEKE

Na quinta-feira, 22, os ciclistas independentes se encontraram em Flandres, na Bélgica, para uma típica clássica de primavera daquele país. O E3 Harelbeke é uma prova difícil, com subidas de 10 e 11% e trechos em pavê, traçado para quem é ciclista de clássicas.


Disputada em um dia parcialmente nublado, a corrida viu desde o início uma fuga de Egan Bernal que só aumentou com o passar do tempo. Sem ser incomodado, o colombiano da Ineos conseguiu cruzar a linha de chegada com uma vantagem absurda para os demais, vencendo pela primeira vez na temporada. Na emocionante disputa em sprint pelas demais posições, melhor para o francês Bryan Coquard (Cofidis), terceiro em 2023, que ficou com a segunda posição. Em terceiro chegou o equatoriano Richard Carapaz (Movistar). Ninguém abandonou.


Após o E3 Harelbeke, Bryan Coquard segue líder do ranking independente, com 15 pontos.

O pódio da E3 Harelbeke 2024. No alto, com o troféu de vencedor, o colombiano Egan Bernal (Ineos). Abaixo dele, o francês Bryan Coquard (Cofidis), segundo colocado. Abaixo do troféu, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), terceiro colocado.

STRADE BIANCHI

No dia 23, os ciclistas alinharam na Toscana, região central da Itália, para a primeira clássica do ano. A Strade Bianchi tem apenas uma subida, em 7% no meio da prova, porém vários trechos em sterrato. E seria disputada em um dia nublado, porém quente, ingredientes perfeitos para os corredores de clássicas e até para alguns sprinters.


Logo no início, houve um grande boliche e vários ciclistas foram ao chão. Numa clássica, isso é fatal. O pelotão se dividiu e jamais conseguiu voltar a se reagrupar. A cada trecho de sterrato, mais ciclistas atacavam e se distanciavam dos demais. No final, quatro atletas estavam escapados e prontos para um sprint sensacional. E quem levou a melhor foi Fernando Gaviria. Segundo em 2020, desta vez o colombiano da Quickstep quem levou a melhor, conquistando seu primeiro título no ano e o nono na LMC. Em segundo ficou o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank) e, em terceiro, o alemão Marcel Kittel (Katusha). Em quarto ficou o francês Julian Alaphilippe (Quickstep). Apesar das várias quedas e problemas mecânicos, ninguém abandonou a Strade Bianchi 2024, que teve um bom nível, mostrando que os ciclistas estão entrando no ritmo.


Após a corrida, Frank Schleck segue na liderança do ranking, com 48 pontos.


O pódio da Strade Bianchi 2024. No alto, com o troféu de campeão, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep). Abaixo dele, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o alemão Marcel Kittel (Katusha), terceiro colocado.

GIRO DE LAIGUEGLIA

No dia 26, a região norte da Itália recebeu os ciclistas independentes para o Giro de Laigueglia 2024. Disputada em Laigueglia (ou Ligúria), começava com uma subida de 8% de inclinação e depois tinha duas passagens por um circuito com uma subida de 9% antes da chegada em sprint, uma prova para montanhistas e ciclistas de clássicas.


Realizada em um dia de sol e temperatura em elevação, a prova viu três ciclistas saírem em fuga e o resto do pelotão vir atrás, mas sem um ritmo que pudesse alcançar os escapados, mostrando que a vitória ficaria entre eles. Magno Nazaret aumentava sua vantagem a cada pedalada, mas ao entrar no circuito e encarar as montanhas com 9% de inclinação, sentiu o ritmo e viu os montanhistas assumirem o protagonismo. Melhor para Nairo Quintana, que passou nas montanhas, abriu vantagem e cruzou em primeiro lugar. O colombiano da Movistar havia vencido esta prova em 2022 e, agora, volta a triunfar. O restante do pódio viu uma dobradinha brasileira, com Vinícius Rangel (Imperatriz) em segundo e um exausto Magno Nazaret (Vasco da Gama) em terceiro, repetindo o lugar que conquistara em 2022.


No sprint final, houve uma queda massiva, mas ninguém abandonou. O TCB Independente, dirigido por Dave Brailsford, analisou as imagens e decidiu por não punir ninguém. Desta forma, a corrida terminou com todos os ciclistas cruzando a linha de chegada.


Após o Giro de Laigueglia, Bryan Coquard e Vinícius Rangel lideram o ranking independente, com 16 pontos.

O pódio do Giro de Laigueglia 2024. No alto, com o troféu de vencedor, o colombiano Nairo Quintana (Movistar). Abaixo dele, Vinícius Rangel (Imperatriz), segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha brasileira no pódio, Magno Nazaret (Vasco da Gama), terceiro colocado.

RANKING
1º Frank Schleck (Saxo Bank) - 48 pontos;
2º Murilo Fischer (FDJ) - 39 pontos;
3º Danilo Di Luca (Liquigás) - 38 pontos.


RANKING INDEPENDENTE
1º Bryan Coquard (Cofidis) e Vinícius Rangel (Imperatriz) - 16 pontos;
3º Magno Nazaret (Vasco da Gama) - 10 pontos.


NOTAS RÁPIDAS
  • Fevereiro se encerra com 7 competições disputadas, tendo tanto a primeira prova por etapas como a primeira clássica;
  • O Circuito Independente passará a usar a bandeira da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) em seus pódios;
  • Novidades estão sendo preparadas para outros esportes de mesa. Ainda esse ano poderemos ter novidades!

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