terça-feira, 1 de agosto de 2023

LMC - Julho - 01/08/2023

Com a chegada do segundo semestre, os ciclistas colocaram as bicicletas na rua e foram trazer mais emoção aos fãs do esporte que mais cresce no mundo botonesco. Vamos ver como foi o mês de julho na LMC!

TOUR DA SUÍÇA

O segundo semestre de competições na LMC começou no dia 02/07, na Suíça. Uma crono escalada deu início à última preparatória para o Tour de France. O Tour da Suíça é recheado de montanhas, algumas leves e outras pesadas, passando por paisagens espetaculares. Os favoritos aqui são os montanhistas, mas não se deve menosprezar os corredores por etapas.


Com algum atraso, o Tour da Suíça só chegou à sua derradeira etapa no dia 13/07, com nada menos do que 10 ciclistas disputando o título. Era necessária uma combinação enorme de resultados para cada um tirar a camisa amarela de Mark Cavendish, mas a etapa tinha uma subida de 8% e uma meta volante, então tudo podia acontecer.


Disputada em um dia de céu com algumas nuvens e temperatura agradável, a centésima prova da temporada teve os ciclistas relaxados para a disputa final. Após a única meta volante, o número de postulantes ao título caiu para 6.


Após a derradeira montanha, Chris Froome cansou e seu perseguidor, Oscar Pereiro Sio, percebeu uma oportunidade única para arriscar. Atacando forte, o espanhol da Caisse D’Epargne saiu a solo, não foi mais incomodado e venceu com uma sobra incrível para os demais no mesmo lugar onde vencera em 2021 e fora terceiro em 2020 . Na disputa pelo segundo lugar, Alejandro Valverde acabou indo ao chão e o TCB decidiu, de forma muito polêmica, punir Murilo Fischer, que vinha bem atrás e cruzou em segundo. Todos puderam ver que o brasileiro não teve culpa na queda do espanhol, mas o Tribunal o puniu com a desclassificação da etapa e, com isso, os suíços puderam comemorar o segundo lugar de Fabian Cancellara (Saxo Bank), enquanto o eslovaco Peter Sagan (Bora) foi o terceiro colocado.

O pódio da última etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne). Abaixo dele, o suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o eslovaco Peter Sagan (Bora), terceiro colocado.

Para ser um campeão, é preciso um coração vencedor. Distante da zona de pontuação até a penúltima etapa, Oscar Pereiro Sio resolveu botar o pé no pedal e acelerar. Acabou ganhando as duas últimas etapas e, com o vigésimo quarto lugar de Mark Cavendish, conseguiu ultrapassá-lo na classificação e comemorar o título. Ou melhor, o tetracampeonato do Tour da Suíça.


O espanhol da Caisse D’Epargne continua fazendo história na LMC. Primeiro bicampeão, primeiro tricampeão e, agora, o primeiro a conquistar quatro vezes a mesma competição. Em cinco anos de Tour da Suíça, o único que conseguiu interromper sua sequência vencedora foi Marcel Kittel, em 2022.


Alegria em dose dupla para a Espanha, pois além do tetra de Oscar Pereiro Sio (seu terceiro título no ano e nono na LMC), Alberto Contador levou o prêmio de montanha (seu primeiro título no ano e nono na LMC).

O espanhol Alberto Contador (Astana), com o troféu de montanha.


Após mais uma prova espetacular, Romain Bardet é o novo líder do ranking, com 117 pontos.

O pódio final do Tour da Suíça 2023. No alto, com os troféus de tetracampeão e de vencedor da última etapa, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne). Abaixo do troféu de campeão, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), vice-campeão. Abaixo do troféu de vencedor da etapa, o italiano Fabio Aru (Liquigás), terceiro colocado.

CLÁSSICA DE HAMBURGO

No dia 15, Julian Alaphilippe, Bradley Wiggins e Remco Evenepoel se juntaram aos ciclistas independentes na Alemanha para a EuroEyes Classic, HEW Classic, Vattenfall Classic ou, simplesmente, a Clássica de Hamburgo. Rodeando a cidade alemã em um circuito fechado, passa duas vezes por uma subida com 9% de inclinação, mas é plana em sua maioria, inclusive na chegada em sprint.


Disputada em um dia frio e com o céu abrindo, a prova viu cada ciclista fazer seu ritmo e se mantendo próximos, apesar de tentativas de ataque daqui e de lá. Nas montanhas, quem ganhava distância era Remco Evenepoel e foi assim que o belga da Quickstep conseguiu vencer com uma boa diferença para os demais. Ajudou também o fato de termos duas caídas no pelotão, que disputava as posições seguintes no pódio. Com ciclistas caindo e voltando à bicicleta, vimos nova dobradinha da Movistar, com o equatoriano Richard Carapaz (terceiro no ano passado) chegando em segundo e o colombiano Nairo Quintana em terceiro.


Após a Clássica de Hamburgo, Juan José Cobo Acebo segue na liderança do ranking independente, com 40 pontos.

O pódio da Clássica de Hamburgo. No alto, com o troféu de vencedor, o belga Remco Evenepoel (Quickstep). Abaixo dele, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha da Movistar, o colombiano Nairo Quintana, terceiro colocado.

TOUR DE FRANCE

Domingo, 17 de julho de 2023. Neste lindo dia de céu azul e temperatura em elevação começava a maior prova do ciclismo mundial. O Tour de France 2023 é a segunda das 3 Grandes Voltas e todas as emoções da prova você confere aqui.


PARIS TOURS

No dia 29, Fabian Cancellara, Oscar Pereiro Sio, Luciano Pagliarini e Fabio Aru se juntaram aos ciclistas independentes na região central da França para a Paris Tours, a clássica que percorre essas duas cidades com apenas uma subida de 5% no início e o resto plano para fazer a festa para os sprinters. A prova foi disputada em um dia frio e chuvoso.


Disposto a provar que sua eliminação no Tour de France foi injusta, Fabio Aru deu show, arrancando em fuga e imprimindo um ritmo forte. Mas a experiência conta muito e, para vencer aqui, ninguém é mais experiente do que o colombiano Nairo Quintana (Movistar). Vencedor em 2022 e terceiro em 2021, Naironman foi aumentando o ritmo aos poucos, alcançou Fabio Aru, o ultrapassou, abriu vantagem e venceu pelo segundo ano consecutivo aqui, com uma estratégia impressionante.


Na disputa pelos lugares seguintes pelo pódio, Juan Jose Cobo Acebo vinha em segundo e acabou indo ao chão, mas desta vez o TCB resolveu não punir ninguém. Com isso, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval) ficou em segundo e o italiano Fabio Aru (Liquigás) terminou em terceiro.


Após a Paris Tours, Juan Jose Cobo Acebo se mantém na liderança do ranking independente, com 40 pontos.

O pódio da Paris Tours 2023. No alto, com o troféu de vencedor, o colombiano Nairo Quintana (Movistar). Abaixo dele, o brasileiro Luciano Pagliarini (Saunier Duval), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Fabio Aru (Liquigás), terceiro colocado.

CAMPEONATOS NACIONAIS

No dia 30, os três países com cinco ou mais representantes na LMC (calendário e independente) organizaram seus campeonatos nacionais. Vamos ver quem levou em cada país!


CAMPEONATO ITALIANO

Outrora conhecido como Roma Maxi Classic ou GP de Lazio, o Campeonato Italiano começa a rodar as outras regiões do país e, neste ano, foi em Puglia, no calcanhar da bota. Mesclando trechos planos com difíceis subidas (em 10, 8 e 9%), a prova foi disputada em um dia frio, nublado e de muito vento gelado.


Bem ao estilo clássica nacional, cada ciclista imprimiu seu ritmo, sem formação de pelotão. Dois ciclistas se destacaram e um foi aumentando a cada subida até não poder ser alcançado pelos demais. E foi desta forma que Domenico Pozzovivo (AG2R) venceu pela primeira vez na temporada. Vice-campeão no ano passado e terceiro em 2020, Pozzovivo finalmente cruza a linha de chegada em primeiro neste ano. Foi o primeiro título dele em 2023 e o segundo na LMC.


Em segundo chegou Fabio Aru (Liquigás), terceiro no ano passado. E em terceiro chegou Vincenzo Nibali (Astana), que havia sigo segundo em 2020.

O pódio do Campeonato Italiano. No alto, com o troféu de campeão, Domenico Pozzovivo (AG2R). Abaixo dele, Fabio Aru (Liquigás), segundo colocado. Abaixo do troféu, Vincenzo Nibali (Astana), terceiro colocado.

CAMPEONATO FRANCÊS

Disputado na região da Alsácia Lorena, o Campeonato Francês era plano até a metade, quando começavam as difíceis subidas em 11%, 10% e 9% na chegada.


Disputada em um dia parcialmente nublado e muito frio, a prova foi de um nível técnico baixíssimo. Julian Alaphilippe saiu em fuga logo no início e os demais, organizados em pelotão, não se esforçaram para pegá-lo. A distância aumentou de tal forma que ninguém pôde evitar a vitória do atleta da Quickstep, superando o seu terceiro lugar do ano passado.


Nas montanhas, outros ciclistas resolveram tentar a sorte em uma fuga e também não foram incomodados. Assim, Sylvain Chavanel chegou em segundo e fez a dobradinha da Quickstep. Em terceiro chegou Romain Bardet (AG2R).


Foi o segundo título de Alaphilippe no ano e o décimo primeiro que ele conquistou na LMC.

O pódio do Campeonato Francês. No alto, com o troféu de campeão, Julian Alaphilippe (Quickstep). Abaixo dele, Sylvain Chavanel (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, Romain Bardet (AG2R), terceiro colocado.

CAMPEONATO ESPANHOL

Os ciclistas espanhóis alinharam em Buitrago del Lozoya, Madrid, para a disputa do seu campeonato nacional com duas voltas em um circuito fechado, que tinha a largada no plano, uma subida em 10% e a passagem pela meta, no plano.


A fase dos espanhóis, com o título de Alberto Contador no Tour de France, o tetracampeonato de Oscar Pereiro Sio no Tour da Suíça e Juan Jose Cobo Acebo liderando o ranking independente, se refletiu neste Campeonato Espanhol, disputado em um dia parcialmente nublado e frio.


A prova foi de altíssimo nível com os ciclistas correndo juntos em ritmo veloz e arriscando uma fuga aqui e acolá, que logo era neutralizada. Tudo preparado para um chegada eletrizante, acabou tendo um toque entre Oscar Pereiro Sio e Alberto Contador. Ninguém foi ao chão e o atleta da Caisse D’Epargne cruzou a linha de chegada em primeiro. O TCB foi acionado, concordou que Oscar Pereiro Sio foi temerário ao tocar Contador, mas como este não foi ao chão, a pena acabou sendo de advertência.


Assim, Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne) e o vencedor, com Alberto Contador (Astana) em segundo, melhorando uma posição com relação a 2022, e o campeão do ano anterior, Alejandro Valverde (Caja Rural) em terceiro.


Foi o quarto título de Oscar Pereiro Sio no ano e o seu décimo na LMC. Os Campeonatos Nacionais não dão pontos para o ranking.

O pódio do Campeonato Espanhol 2023. No alto, com o troféu de campeão, Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne). Abaixo dele, Alberto Contador (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, Alejandro Valverde (Caja Rural), terceiro colocado.

CAMPEONATOS REGIONAIS

No dia 31, foi a vez da disputa dos campeonatos regionais. Estes são campeonatos reconhecidos pela LMC que não se enquadram nas categorias de Nacionais ou Continentais. Vamos ver como foi a disputa em cada um deles!


COPA BENELUX

Os ciclistas da Bélgica, Holanda e Luxemburgo se encontraram no norte daquele último, em Clervaux, nas Ardenas, para a Copa Benelux. Mesclando trechos planos com subidas, tinha difíceis montanhas em 10, 11 e 12%, sendo esta última na chegada. A Copa foi disputada em um dia de céu azul e temperatura baixa.


Logo no início, dois ciclistas saíram em fuga e, a alguma distância, outros dois começaram a persegui-los. O resto, em pelotão, não imprimiu um ritmo para buscar os escapados, fruto das montanhas inclinadas espalhadas ao longo do percurso.


Porém, para ganhar uma prova com este estilo, é preciso saber correr uma clássica, e não só ser bom escalador. Os primeiros escapados, Bauke Mollema e Remco Evenepoel, deram tudo de si nas primeiras montanhas, enquanto os perseguidores, Andy Schleck e Philippe Gilbert, mantiveram um ritmo constante e muita paciência. Ao pé da última subida, os perseguidores aproveitaram para atacar e os primeiros não tiveram pernas para contra atacar. Assim, a vitória seria disputada palmo a palmo entre Andy Schleck e Philippe Gilbert. E quem levou a melhor, por uma diferença mínima, foi o luxemburguês da Saxo Bank, que deixou o belga da Lotto Belisol em segundo. Em terceiro, a alguma distância, chegou o holandês Bauke Mollema (Rabobank), vice-campeão em 2022.


Andy Schleck leva seu primeiro título em 2023 e o quarto na LMC. E repete a conquista de seu irmão Frank, que conquistara a Copa Benelux no ano passado. Com isso, a competição de 2024 continua em Luxemburgo.

O pódio da Copa Benelux. No alto, com o troféu de campeão, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank). Abaixo dele, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), terceiro colocado.

CAMPEONATO SULAMERICANO

Os ciclistas de Argentina, Brasil, Colômbia e Equador se encontraram na região da Cordilheira Central da Colômbia, para uma difícil disputa do Campeonato Sulamericano. Com duas montanhas bem difíceis, no Páramo Las Hermosas (com 12%) e no Alto Santa Inês (com 11%), tinha o resto plano, inclusive na chegada em sprint.


Foi uma prova espetacular, em todos os sentidos. A questão que domina o continente é como parar os colombianos, que fazem jogo de equipe e são os atuais campeões sulamericanos e bicampeões panamericanos. Nairo Quintana e Fernando Gaviria se ajudam quando vestem a camisa da seleção, se revezam para irem juntos e um trabalha para o outro que tiver melhores pernas vencer. Os brasileiros poderiam fazer isso, já que são 4 os representantes daquele país, mas preferem correr cada um ao seu ritmo.


Nesta prova, Murilo Fischer, Magno Nazaret e Rafael Andriato começaram puxando o ritmo, obrigando Fernando Gaviria a atacar cedo para tentar acompanhá-los. Aos poucos, no entanto, o egoísmo foi batendo e os brasileiros pararam de se ajudar. Neste momento, Murilo Fischer atacou e começou a abrir uma boa vantagem. Mas caiu após a metade da prova e, com muitas dores, abandonou a competição. Neste momento, Fernando Gaviria não tinha mais ninguém à sua frente e ainda via Nairo Quintana se esforçando para chegar e começar o jogo colombiano. Mas, junto deles, vinha Richard Carapaz. O equatoriano da Movistar aproveitou o Alto Santa Inês e, como bom montanhista, atacou na subida, abrindo boa vantagem. Nairo Quintana reagiu e puxou um ritmo fortíssimo para levar Fernando Gaviria ao sprint final. Gaviria sprintou como nunca, mas Carapaz foi mais forte e venceu. Ao colombiano da Quickstep restou o consolo de terminar com o vice-campeonato. Exausto, Quintana ainda viu o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) o ultrapassar e chegar em terceiro.


Foi o primeiro título de Richard Carapaz na LMC. E, com esta conquista, o Sulamericano de 2024 será no Equador. Os Campeonatos Regionais não contam pontos para o ranking.



RANKING

1º Romain Bardet (AG2R) - 127 pontos;
2º Marcel Kittel (Katusha) - 121 pontos;
3º Filippo Ganna (Acqua & Sapone) - 115 pontos.

RANKING INDEPENDENTE

1º Juan Jose Cobo Acebo (Caja Rural) - 40 pontos;
2º Axel Merckx (T-Mobile) - 36 pontos;
3º Richard Carapaz (Movistar) e Magno Nazaret (Vasco da Gama) - 33 pontos.

NOTAS RÁPIDAS
  • Restam apenas cinco competições na temporada. Como o calendário andou rápido, os campeonatos nacionais e regionais tiveram que ser antecipados, para a Vuelta a España não ficar grudada no Tour de France. Isso porque o Troféu Brasil só é disputado no dia 7 de setembro, mas pelo calendário seria depois do Tour de France.
  • Assim, a Vuelta a España já começará nesta sexta-feira e, após seu encerramento, iremos direto para o Giro a Lombardia (a última Clássica Monumento do ano), a Settimana Ciclística Internazionale e o Tour de Hogwarts.
  • Se, neste ínterim, chegarmos ao dia 07/09, a competição que estiver em disputa será paralisada, os ciclistas disputam o Troféu Brasil e voltam para encerrar a temporada.
  • Já as provas do circuito independente se mantém. Após a Vuelta, será disputada a Clássica de Almería; após a Lombardia, a Milan Torino; após a Settimana, o GP di Indústria Larciano; e após o Tour de Hogwarts, o GP de Hogsmeade.
  • Como se vê, falta pouco para conhecermos os campeões da LMC e do circuito independente em 2023. E também falta pouco para termos definidos os 10 ciclistas que irão disputar o Rock & Roll Racing. É tempo de decisões!

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