sábado, 29 de julho de 2023

Tour de France 2023 - 29/07/2023

Domingo, 16 de julho de 2023. Um dia de céu azul e temperatura em elevação trouxe as condições ideais para o início da maior prova do ciclismo mundial. A segunda das 3 Grandes Voltas pede passagem, com 12 etapas nos mais variados estilos. Temos contra relógio, montanhas e chegadas em sprint, mostrando que os corredores por etapas são os favoritos aqui. Apesar disso, somente na última edição tivemos um ciclista deste tipo; nas outras três foram duas vitórias de contra relogistas e uma de sprinter.


Além do atual campeão, Chris Froome, outros ciclistas vêm embalados, com vitórias recentes nas provas preparatórias e também graças à posição de cada no ranking da LMC. O vencedor nós vamos conferir abaixo, etapa por etapa!

Vai começar o Tour de France 2023!

1ª Etapa

No dia 16/06, começava a maior prova do ciclismo mundial. O Tour de France 2023 se iniciava com um contra relógio em um dia de céu aberto e temperatura em elevação. E muitos torcedores nas ruas, esperançosos de uma grande competição.


A prova de abertura teve um sentimento misto. Metade dos ciclistas decepcionou, com uma nota de corte muito alta e uma quase eliminação. A outra metade correu bem e deixou uma boa impressão. A honra de ser o primeiro vencedor coube a quem levantou o último troféu do Tour. O inglês Chris Froome (Sky), campeão em 2022, venceu o contra relógio, com o espanhol Oscar Freire (Rabobank), campeão em 2019, repetindo o segundo lugar que conquistara no ano em que foi campeão. Os torcedores locais foram ao delírio com o terceiro lugar do francês Julian Alaphilippe (Quickstep).


Com os resultados, a primeira camisa amarela vai para quem a vestiu por último. Chris Froome é o líder do Tour após a etapa.

O pódio da primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o inglês Chris Froome (Sky). Abaixo dele, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Julian Alaphilippe (Quickstep), terceiro colocado.

2ª Etapa

A primeira corrida de linha do Tour de France 2023 foi totalmente plana, paraíso para os sprinters. O dia nublado e frio, parecia indicar que os ciclistas não teriam que se preocupar com condições adversas.


Foi uma prova acidentada, embora muito boa tecnicamente. Os ciclistas imprimiram um ritmo forte, houve tentativas de fuga, com o pelotão controlando e indo buscar os escapados, mas sempre que um ciclista conseguia ir a solo e abria vantagem, acabava caindo e era apanhado pelos demais.


Foi isso que aconteceu após a metade da prova e decidiu a corrida. Vincenzo Nibali conseguiu escapar, abriu boa vantagem, mas foi ao chão e viu Thor Hushovd, que também tentava a fuga, passar por ele. Sprinter, o norueguês da Credite Agricole aproveitou o terreno plano à sua frente e venceu a etapa. Ao italiano da Astana restou o consolo de chegar em segundo, ainda a  solo. O pelotão vinha distante e ainda viu mais um escapar e completar o pódio, dando outra alegria aos torcedores locais. O francês Sylvain Chavanel (Quickstep) conseguiu se destacar do grupo principal, abriu uma pequena vantagem e chegou em terceiro.


Com a vitória, Thor Hushovd divide com Chris Froome a camisa amarela, em uma etapa sem abandonos.

O pódio da segunda etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o norueguês Thor Hushovd (Credite Agricole). Abaixo dele, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep), terceiro colocado.

3ª Etapa

A terceira etapa do Tour era quase totalmente plana. Somente uma leve inclinação de 5% na metade do percurso aparecia como dificuldade em mais uma prova com chegada em sprint. Nesta etapa veríamos as primeiras metas volante do Tour 2023 em um dia nublado e de temperatura baixa.


O boliche logo na saída mostrou que seria uma prova bem acidentada. Várias quedas foram vistas ao longo da etapa, mas isso não diminuiu o ritmo dos ciclistas, que entregaram mais uma corrida muito técnica e com uma chegada incrível de sprint. Ao final, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ) foi o vencedor, batendo o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole) no sprint e deixando-o em segundo. Em terceiro veio o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), na mesma etapa onde fora segundo, em 2021.


Com a vitória e pontos em metas volante, Murilo Fischer é o novo camisa amarela, na etapa que viu o primeiro abandono do Tour. Campeão em 2020, Fabian Cancellara sequer largou.

O pódio da terceira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux). Abaixo dele, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.

4ª Etapa

Etapa bem parecida com a anterior, a quarta corrida do Tour seria quase que totalmente plana. Com apenas uma leve inclinação de 5% no início da prova, farta distribuição de pontos em metas volante e um grand finale em sprint. A prova foi disputada em um dia nublado e de temperatura amena.


Uma etapa de altíssimo nível, com tentativas de fuga controladas e neutralizadas pelo pelotão e tudo pronto para uma chegada eletrizante em sprint. Na disputa derradeira, no entanto, vários ciclistas disputaram posições e acabaram indo ao chão. Outros, no entanto, souberam se posicionar e aceleraram com vontade. Um deles, sprinter nato, foi o inglês Mark Cavendish (T-Mobile), que conseguiu sua primeira vitória neste Tour com uma aula de como sprintar. Em segundo ficou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank) e, em terceiro, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R).


O TCB analisou as imagens das quedas e decidiu não punir ninguém. Também não tivemos abandonos nesta prova sensacional. Ao fim da etapa, Murilo Fischer manteve a camisa amarela.

O pódio da quarta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o inglês Mark Cavendish (T-Mobile). Abaixo dele, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Domenico Pozzovivo (AG2R), terceiro colocado.

5ª Etapa

A quinta etapa trouxe a primeira montanha mais difícil deste Tour até então, na metade do percurso, com 7% de inclinação, além das metas volante logo no início e de uma chegada em sprint. O dia frio e tempestuoso se provou uma dificuldade extra para os ciclistas.


As condições climáticas derrubaram a velocidade (e a emoção) da corrida. O ritmo foi muito baixo, o que favoreceu quem tentou a fuga. Três ciclistas saíram, de vez em quando um tentava se descolar deste grupo e formar “la fuga de la fuga”, os outros o apanhavam e logo ficou claro que a vitória seria disputada entre os três. Os franceses foram ao delírio quando viram que, próximo ao sprint final, Julian Alaphilippe se destacou dos demais para repetir o feito de 2021 nesta etapa, mas a euforia se tornou decepção quando os torcedores locais viram que faltaram pernas ao seu herói e ele foi superado pelos demais.


A vitória coube ao italiano Fabio Aru (Liquigás), com um misto de alegria e tristeza nas posições seguintes, pois tivemos uma dobradinha francesa no pódio com Romain Bardet (AG2R) em segundo e Julian Alaphilippe (Quickstep) em terceiro, porém poderia ser primeiro e segundo.


Apesar das condições adversas, nenhum ciclista abandonou. Como Murilo Fischer fez uma péssima prova e terminou em último lugar, a camisa amarela agora é dividida entre Oscar Freire e Julian Alaphilippe

O pódio da quinta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Fabio Aru (Liquigás). Abaixo dele, Romain Bardet (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, Julian Alaphilippe (Quickstep), terceiro colocado, fecha a dobradinha francesa no pódio.

6ª Etapa

A última etapa antes das montanhas trazia duas subidas, como uma espécie de preparação para o que estava por vir. Com uma logo no início em 6% e uma mais dura em 7% antes do final em sprint, os ciclistas teriam que pensar em uma boa estratégia para vencerem. A prova foi disputada em um dia gélido, porém de sol aberto.


A corrida foi inteiramente controlada por Alberto Contador. Quando tinha meta volante, ele ia para a frente, acelerava e vencia. Quando alguém saía em fuga, ele ia para a cabeça do pelotão para buscar o escapado. Quando viu que os outros não tinham poder de reação, El Pistolero atacou, foi abrindo uma distância cada vez maior e venceu com uma sobra absurda, que quase bate a performance do ano de Romain Bardet. No sprint pelas posições restantes, o vencedor desta etapa no ano passado, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), ficou em segundo e o norte americano Lance Armstrong (USPS), em terceiro.


O show de Alberto Contador não lhe rendeu apenas a vitória, mas também a camisa amarela, em uma etapa sem abandonos.

O pódio da sexta etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Alberto Contador (Astana). Abaixo dele, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), segundo colocado. Abaixo do troféu, o norte americano Lance Armstrong (USPS), terceiro colocado.

7ª Etapa

A segunda metade do Tour de France começou com as etapas de montanha, já com uma difícil prova nos Pirineus. A corrida começava plana, mas logo a seguir vinham as subidas, no início com 6%, depois chegando a 10% e terminando em 7%. O dia, de céu azul e muito vento, foi uma dificuldade extra para os ciclistas.


Quando há bordures, ou abanicos, você consegue cortes no pelotão se pedalar num ritmo elevado e constante durante um tempo, até que seus adversários não consigam te acompanhar. E foi isso que aconteceu. Com o vento forte, o pelotão foi cortado sem necessidade de ataques e, de resto, a montanha fez seu trabalho. Porém, também é preciso ter muito cuidado, pois a menor distração faz o vento te derrubar. Foi isso que aconteceu com Vincenzo Nibali, que liderava com folga, se distraiu na penúltima montanha, caiu e não conseguiu voltar para disputar a vitória, terminando em um decepcionante oitavo lugar e com muitas dores.


Decepção de uns, euforia de muitos. Na última subida, três ciclistas disputaram a vitória e o público acabou empurrando o ciclista local ao triunfo. Sylvain Chavanel (Quickstep) venceu pela primeira vez na temporada, com o espanhol Oscar Freire (Rabobank) em segundo e o italiano Damiano Cunego (Lampre) em terceiro.


O segundo lugar rendeu a Oscar Freire tanto a camisa amarela quanto a branca de bolinhas vermelhas, uma recompensa ao seu esforço no estilo que não combina com o seu. Também foi nesta etapa que Oscar Pereiro Sio abandonou o Tour de France.

O pódio da sétima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep). Abaixo dele, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Damiano Cunego (Lampre), terceiro colocado.

8ª Etapa

Ainda nos Pirineus, os ciclistas teriam um dia mais duro que o anterior, já começando com uma subida em 7% e chegando a 11% na linha de chegada, o temido Col du Tourmalet. Um dia de céu azul e temperatura agradável prometia ser um alento para os ciclistas.


A prova não teve um bom nível. Apesar de seguir o roteiro da montanha, com ataques e formação de pequenos grupos, o ritmo foi baixo e com muitas quedas. Só em uma montanha foram vistos mais de 5 ciclistas indo ao chão.


Mas também tivemos show e, do grupo de escapados, os italianos dominaram até o Tourmalet, quando conseguiram uma dobradinha. Em primeiro, repetindo seu triunfo de 2020, chegou Danilo Di Luca (Liquigás), com Domenico Pozzovivo (AG2R) em segundo. Em terceiro, com uma arrancada espetacular, chegou o inglês Bradley Wiggins (Sky).


Oscar Freire sofreu, chegando apenas em vigésimo primeiro. Mesmo assim, conseguiu manter a camisa amarela. Mas a camisa branca de bolinhas vermelhas, agora, é de Danilo Di Luca. Apesar do registro de muitas quedas, nenhum ciclista abandonou nesta etapa.

O pódio da oitava etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Danilo Di Luca (Liquigás). Abaixo dele e completando a dobradinha italiana no pódio, Domenico Pozzovivo (AG2R), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Bradley Wiggins (Sky), terceiro colocado.

9ª Etapa

Superados os Pirineus, era hora de encarar os Alpes franceses. As montanhas ficam piores a cada etapa e, aqui, os ciclistas já começavam em 10%, mas a chegada seria em 7%. O dia, de céu azul e temperatura agradável, trazia as condições ideais para a prática do ciclismo de alto nível.


Parecia mais uma etapa normal do que uma de montanha. O pelotão correndo junto e uma fuga formada desde o início, mostrando que iria ficar com a vitória. E quem deu show foi o italiano Fabio Aru (Liquigás), que venceu com uma sobra incrível para os demais escapados. Nas posições seguintes tivemos uma dobradinha holandesa, com Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus) em segundo e Tom Dumoulin (Sunweb) repetindo o terceiro lugar do ano passado.


Como o pelotão vinha junto e é comum ziguezaguear nas montanhas, Sylvain Chavanel acabou caindo e o TCB analisou as imagens, resolvendo punir os ciclistas que vinham atrás. Assim, Vincenzo Nibali, Filippo Pozzato e Alejandro Valverde perderam 2 pontos na classificação geral. Mas continuam na disputa.


A Liquigás comemora triplamente esta etapa. Além da vitória, Fabio Aru fica com a camisa amarela. E Danilo Di Luca mantém a branca de bolinhas.

O pódio da nona etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Fabio Aru (Liquigás). Abaixo dele, Mathieu Van Der Poel (Corendon Circus), segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha holandesa no pódio, Tom Dumoulin (Sunweb), terceiro colocado.

10ª Etapa

O pior ficou para o final. A última etapa de montanha, ainda nos Alpes, levaria os ciclistas ao Mont Ventoux. O começo da prova foi em 9% e o final, em 12%. Jamais tivemos menos de 9% de inclinação nesta etapa duríssima, a não ser um trecho plano na metade. Para a Etapa Rainha do Tour, um dia de céu azul e temperatura agradável.


Foi uma prova de altíssimo nível. Sobreviver ao Mont Ventoux não é tarefa para os fracos, nem para os medianos. Mas os ciclistas souberam dar show, com ataques e contra ataques, pelotão indo buscar os escapados e emoção até o final.


E foi justamente no final que aconteceu uma reviravolta sem precedentes. Um grupo numeroso de ciclistas disputava a vitória, ziguezagueando, quando Marcel Kittel foi ao chão. O líder do Tour, Fabio Aru, deu um show de estratégia, soube buscar o espaço correto e atacou para vencer. Mas o TCB foi acionado, analisou as imagens e decidiu de uma forma muito polêmica. Não só culpou Fabio Aru e Luciano Pagliarini pela queda de Marcel Kittel, mas pior, os eliminou do Tour de France. Com duas etapas ainda por correr, a camisa amarela estava grudada ao corpo de Fabio Aru, que parecia pronto para conquistar a maior prova do ciclismo mundial e, de repente, se viu alijado da competição.


Assim, a vitória foi herdada pelo belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), que repete 2021 quando venceu aqui. Em segundo ficou o espanhol Alberto Contador (Astana) e, em terceiro, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), repetindo o lugar conquistado nesta etapa em 2020.


Os próprios ciclistas ficaram atônitos com a polêmica decisão do Tribunal. Fabio Aru chorava copiosamente, enquanto os que foram ao pódio sem celebrar eram vaiados. Nas entrevistas, os ciclistas não sabiam o que dizer e muitos foram consolar os desclassificados.


Diante dessa decisão muito contestada, Alberto Contador fica com a camisa amarela. Danilo Di Luca e Philippe Gilbert dividem a camisa branca de bolinhas. Além dos dois eliminados, nenhum ciclista abandonou nesta etapa.

O pódio da décima etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol). Abaixo dele, o espanhol Alberto Contador (Astana), segundo colocado. Abaixo do troféu, o luxemburguês Andy Schleck (Saxo Bank), terceiro colocado.


11ª Etapa

Superadas as montanhas, o Tour de France entra em sua reta final. Esta prova tinha as duas últimas metas volantes deste Tour e duas colinas, com apenas 5% de inclinação para dar alguma dificuldade aos ciclistas. A corrida foi disputada em um dia frio e parcialmente nublado.


O mundo do ciclismo ainda estava abalado, após a decisão do TCB de eliminar do Tour o camisa amarela e principal favorito. Os ciclistas resolveram protestar contra isso de forma elegante e fizeram da décima primeira etapa um passeio ciclístico. O pelotão andou junto, em um ritmo diminuto que não era de ordem técnica, mas para mostrar seu desagrado. No final, todos diminuíram mais e deixaram o italiano Danilo Di Luca passar na frente. Companheiro de Liquigás de Fabio Aru, Di Luca não comemorou sua segunda vitória no Tour; apenas se virou para os demais ciclistas e agradeceu. Em segundo veio o belga Greg Van Avermaet (CCC) e em terceiro, completando a dobradinha italiana no pódio, Filippo Ganna (Acqua & Sapone), campeão do Tour em 2021.


A prova não teve abandonos. Alberto Contador manteve a camisa amarela e Danilo Di Luca e Philippe Gilbert, a branca de bolinhas.

O pódio da décima primeira etapa. No alto, com o troféu de vencedor, Danilo Di Luca (Liquigás). Abaixo dele, o belga Greg Van Avermaet (CCC), segundo colocado. Abaixo do troféu e completando a dobradinha italiana no pódio, Filippo Ganna (Acqua & Sapone), terceiro colocado.

12ª Etapa

Quinta-feira, 27 de julho. Os 36 ciclistas remanescentes chegam à última etapa do Tour de France 2023. Os atletas iriam até Paris e dariam três voltas em um circuito fechado, com chegada na Avenida Champs Elysées, de frente para o Arco do Triunfo, em uma corrida totalmente plana e disputada em um dia de céu azul e temperatura agradável. Dos quatro ciclistas ainda na disputa, apenas Murilo Fischer tinha que vencer e torcer para os demais não montarem. Oscar Freire, Danilo Di Luca e Alberto Contador (o camisa amarela) estavam separados por até 3 pontos.

Enfim o pelotão chega a Paris, para a última corrida do Tour!

Passada a etapa de protesto, os ciclistas imprimiram uma velocidade altíssima nesta derradeira corrida, puxados por Chris Froome, que ia cada vez mais longe e obrigava os demais a trabalharem para tentar pegá-lo. Não deu certo e o inglês da Sky, campeão no ano passado, venceu com autoridade a mesma etapa que fora segundo em 2020. O Tour de France 2023 começa e termina com triunfo de Chris Froome!


Os demais aceleraram e fizeram um sprint eletrizante, com o público vibrando ao ver o francês Sylvain Chavanel (Quickstep) chegar em segundo. O vencedor desta etapa em 2019, o holandês Bauke Mollema (Rabobank) foi o terceiro.

O pódio da última etapa do Tour de France 2023. No alto, com o troféu de vencedor, o inglês Chris Froome (Sky). Abaixo dele, o francês Sylvain Chavanel (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o holandês Bauke Mollema (Rabobank), terceiro colocado.

Dos postulantes ao título, o máximo que chegou perto do resultado pretendido (um quinto lugar) foi Danilo Di Luca, mas o italiano foi batido pelos adversários no sprint e chegou apenas em décimo quarto lugar. E foi com muita tranquilidade e como uma forma de fechar um Tour de France inesquecível que Alberto Contador diminuiu o ritmo, deixou o pelotão chegar e cruzou a linha final sozinho, em trigésimo sexto e último lugar, para comemorar o título do Tour de France.


ALBERTO CONTADOR CAMPEÃO TOUR DE FRANCE 2023


Antes de falar do campeão do geral, vamos falar de montanhas. Neste Tour tivemos um empate, com Danilo Di Luca e Philippe Gilbert.


O italiano da Liquigás brilhou na oitava etapa, ao vencer e pontuar em todas as metas volante e conseguiu uma vantagem confortável para conquistar seu primeiro título no ano e sexto na LMC.


Já o belga da Lotto Belisol foi o nome da décima etapa, aquela da polêmica com Fabio Aru e Luciano Pagliarini, mas também brilhou e conquistou com merecimento seu primeiro título no ano e na LMC. Outrora a maior sequência de corridas sem vencer, Gilbert voltou a triunfar no ano passado e não parou mais, conquistando seu primeiro título na Liga justamente nas montanhas do Tour de France.

O pódio de montanha do Tour de France 2023. O italiano Danilo Di Luca (Liquigás) e o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), com o troféu entre eles.


Mas o nome deste Tour foi Alberto Contador. O espanhol da Astana se preparou muito bem nas provas anteriores a esta competição, conquistando o título de montanha na Suíça. Venceu uma etapa e foi segundo em outra neste Tour, sempre aparecendo nas metas volante, conquistando a camisa amarela na sexta etapa e voltando a vesti-la na décima, para não perder mais. O Tour de France é a conquista máxima de sua carreira na LMC e é o décimo título que conquista na Liga.

O pódio do Tour de France 2023. No centro, com o troféu de campeão, Alberto Contador (Astana). À sua direita, com os troféus de vice-campeão e de campeão de montanha, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás). À esquerda do campeão, com o troféu de terceiro colocado e completando a dobradinha espanhola no pódio, Oscar Freire (Rabobank).

NOTAS RÁPIDAS

  • Danilo Di Luca, Chris Froome e Fabio Aru foram os que mais venceram neste Tour, com 2 vitórias cada;

  • Sylvain Chavanel foi quem mais subiu ao pódio, 3 vezes;

  • Ao todo, 9 ciclistas diferentes venceram e 26 subiram ao pódio;

  • A Liquigás foi a equipe que mais venceu, 4 vezes. A Quickstep foi a que mais subiu ao pódio, 5 vezes;

  • A Itália foi a nação que mais venceu, 4 vezes, e a que mais subiu ao pódio, 9 vezes;

  • Mas os ciclistas locais deram show. Conquistaram uma vitória com Sylvain Chavanel (o ciclista que mais subiu ao pódio neste Tour), terminando a competição com uma vitória, dois segundos lugares e três terceiros. E Julian Alaphilippe chegou a usar a camisa amarela após a quinta etapa. Somente Thibaut Pinot não foi ao pódio;

  • Foram somente dois abandonos neste Tour por lesão. Fabian Cancellara deixou a competição na terceira etapa e Oscar Pereiro Sio abandonou na sétima;

  • Mais dois ciclistas também deixaram o Tour e foi a coisa mais lamentável da edição deste ano, pois tanto Luciano Pagliarini quanto Fabio Aru foram punidos pelo TCB com a desclassificação após a décima etapa. Mais doloroso ainda foi ver que seria a terceira vitória de Fabio Aru, que já estava com a camisa amarela e vinha para conquistar a competição. Além dessa mancha deixada em uma competição que vinha encantando, o Tribunal já havia punido Vincenzo Nibali, Filippo Pozzato e Alejandro Valverde com a perda de dois pontos na competição após a nona etapa, por envolvimento em um acidente. Isso só reforça como houve um exagero na desclassificação de Pagliarini e Aru;

  • Fabian Cancellara poderia ser considerado uma decepção neste Tour. Campeão em 2020, abandonou a competição cedo e frustrou quem gosta de ver os campeões provando por que conquistaram o título. Mas qualquer desempenho ruim de qualquer ciclista é esquecido diante da decepção maior que foi o TCB. A atuação do Tribunal mandou uma competição que, se não foi tão espetacular quanto o Giro D’Italia, não ficou atrás e deixou muita emoção para os torcedores. O Tour merecia passar sem essa carga negativa;

  • Além do campeão Alberto Contador, que herdou a camisa amarela com a saída de Aru e soube segurá-la com muita maestria, podemos destacar o próprio Fabio Aru (campeão moral do Tour), Danilo Di Luca (que deu um show após a saída de seu companheiro de Liquigás) e o campeão do ano passado, Chris Froome, que venceu as etapas de abertura e encerramento;

  • E assim o Tour de France baixa as suas cortinas. Como dito anteriormente, o Giro D’Italia continua como a melhor das 3 Grandes Voltas até aqui (ainda falta a Vuelta a España), mas a competição na França foi sensacional. Emocionante, teve várias reviravoltas, superação, disputas eletrizantes e uma linda mensagem de união deixada pelos ciclistas após o Tribunal decidir de forma polêmica pela eliminação do então líder. O público sai agradecido por um espetáculo de primeira;

  • Após o Tour de France, Romain Bardet permanece na liderança do ranking, com 127 pontos.


A volta dos campeões com a Torre Eiffel ao fundo. Na frente, com o troféu de campeão, Alberto Contador. Atrás dele, com o troféu de vice-campeão e o de campeão de montanha, Danilo Di Luca. Ao seu lado, com o troféu de campeão de montanha, Philippe Gilbert. Atrás de Gilbert, com o troféu de terceiro colocado, Oscar Freire. Ao fundo, com o troféu de vencedor da última etapa, Chris Froome.


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