Julho chega ao fim, agosto pede passagem. Mas o novo mês não se iniciará antes do resumo da LMC. Então, vamos a ele!
No dia 02, André
Greipel se juntou aos ciclistas independentes em Flandres (norte da Bélgica)
para mais uma clássica daquele país. A Kuurne Brussels Kuurne é uma prova
difícil, com uma subida de 10% no início seguida por um trecho em pavê e um
muro de 12%. Mas com a parte final totalmente plana. Por isso, mais até que os
ciclistas de clássicas, quem tem o favoritismo aqui são os sprinters.
No dia 03, um contra
relógio dava início ao Criterium du Dauphiné 2022. A prova, preparatória para o
Tour de France, é disputada nos Alpes Franceses e, por isso, é recheada de
montanhas inclinadas. Aqui, os montanhistas são mais favoritos do que os
ciclistas por etapas.
A primeira etapa,
disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura agradável, foi de longe o
pior contra relógio da História da LMC. Os ciclistas foram muito mal, a nota de
corte foi altíssima, os ciclistas pareciam estar andando com o freio apertado.
Quem não teve nada a ver com isso foi Domenico Pozzovivo. O italiano da AG2R,
campeão de montanha em 2019, foi o único que se esforçou e conseguiu vencer, na
mesma etapa onde fora terceiro no ano em que ganhou o prêmio de montanha. Na
“disputa da ruindade”, Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) completou a
dobradinha italiana ao chegar em segundo. E o colombiano Fernando Gaviria
(Quickstep) finalizou em terceiro.
No domingo, dia 10,
os ciclistas alinhavam para a última etapa de um Criterium du Dauphiné cujo nível subiu consideravelmente, com 8 atletas na disputa do título, a depender de combinações
de resultados. O dia, parcialmente nublado e com temperatura agradável, deu o
clima ideal para um desfecho espetacular para a competição deste ano, cuja
última etapa tinha duas montanhas (em 7 e 8%) encadeadas.
A prova manteve o
nível alto da competição, com os ciclistas se esforçando bem. Porém, um vento
forte começou a bater na metade da corrida, levando vários ciclistas ao chão.
Fernando Gaviria sentiu muitas dores numa queda e acabou abandonando.
No final, um grupo de
três ciclistas se destacou dos demais e despontou com o favoritismo para vencer
e é aí que se entende por que as coisas acontecem do jeito que acontecem.
Eram dois ciclistas por etapas e um sprinter, em uma chegada em sprint. Esse
sprinter era André Greipel, dono da maior streak da LMC atualmente (não vence
desde a Fleche Wallonne 2020). A vitória não significaria apenas o fim da
streak, mas o título, já que Greipel era um dos que disputavam o troféu máximo.
Mas a streak não está aí à toa. Com uma aceleração baixíssima, Greipel viu os dois ciclistas por etapas se distanciando e, ao final, quem venceu foi o espanhol Alberto Contador (Astana). Campeão em 2020, El Pistolero mostrou que a sexta etapa do Dauphiné é a sua etapa, já que venceu em 2020 e foi terceiro em 2019. O segundo lugar ficou com o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), atual campeão e segundo nesta mesma etapa em 2021. Em terceiro ficou o italiano Damiano Cunego (Lampre).
André Greipel ainda
foi superado por Fabio Aru (Liquigás), terminando na quinta posição. O sprinter
foi superado por dois ciclistas por etapas e dois montanhistas, naquela que
seria a sua consagração. Com o quinto lugar, ele empatou em pontos com Romain
Bardet, mas o francês da AG2R ficou com o título pelo critério de desempate,
justamente o número de vitórias na competição.
O título de montanha ficou com Remco Evenepoel, que correu justamente para conseguir esse título, foi cirúrgico nas etapas de montanha e saiu com o troféu, seu terceiro na LMC. Já Romain Bardet fez a festa da torcida, ao vencer em casa. Campeão de montanha no Dauphiné em 2020, Bardet levou seu oitavo título na LMC. Após a competição, Alberto Contador se isola ainda mais no ranking, com 109 pontos.
A prova, disputada em
um dia parcialmente nublado e de muito calor, recheada de montanhas, foi de um
nível baixíssimo. Os corredores não se esforçavam muito, andavam sempre juntos
e pareciam não ter pernas para arriscar. O único que tentou uma fuga foi o
brasileiro Murilo Fischer (FDJ), que viu sua distância para os demais
aumentando até vencer com uma sobra incrível.
A disputa pela
segunda posição foi acirrada. No ziguezague, Juan Jose Cobo Acebo acabou indo
ao chão, após disputa com Magno Nazaret. O belga Axel Merckx (T-Mobile) não
tinha nada com isso e, ao passar pelos adversários, conseguiu cruzar em
segundo. O brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) cruzou em terceiro e o
espanhol Juan Jose Cobo Acebo (Caja Rural) foi apenas o quinto.
No dia 17, os
ciclistas partiam em um contra relógio para o Tour da Suíça 2022. A prova,
preparatória para o Tour de France, é recheada de montanhas e também muito
especial. É a única prova que, em três edições, só teve um campeão. Oscar
Pereiro Sio vem forte para o tetra, apesar dos montanhistas também terem o
favoritismo aqui.
O contra relógio,
disputado em um dia de céu azul e muito calor, foi de altíssimo nível, apesar
de Filippo Pozzato destoar dos demais e quase ser eliminado por não atingir o
tempo mínimo. No final, delírio local com a vitória do herói suíço Fabian
Cancellara (Saxo Bank), que quase conseguiu o contra relógio perfeito. Em segundo
ficou o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) e, em terceiro, o argentino
Francisco Chamorro (Credite Agricole).
No dia 30, os
ciclistas saíam para a última etapa com duas montanhas duras pela frente. 12
atletas ainda tinham chances de título, mas só na matemática, já que dos 11 que perseguiam Marcel Kittel (o
camisa vermelha), 8 precisavam da vitória, 2 precisavam do segundo lugar e um
(Philippe Gilbert) precisava chegar pelo menos em terceiro, além das combinações de resultados.
A prova, disputada em um típico dia suíço de céu azul e temperatura baixa, viu o pelotão andar junto e muitas quedas ocorrerem. No final, ocorreu uma eletrizante disputa pela vitória, com 6 ciclistas na disputa. Tendo uma montanha antes da chegada em sprint, os sprinters estavam com as pernas cansadas e, com isso, quem levou melhor foi o mais preparado nas montanhas. O francês Thibaut Pinot (FDJ) fez a escolha certa e venceu à frente dos dois sprinters que estavam na disputa. No segundo lugar ficou o espanhol Oscar Freire (Rabobank) e, em terceiro, o belga Tom Boonen (Quickstep) repetiu o lugar conquistado nesta etapa, em 2019.
O final emocionante
não escondeu o baixo nível da prova, com vários ciclistas indo ao chão e ameaça
de abandono do camisa vermelha, Marcel Kittel. O alemão da Katusha caiu duas
vezes e esteve próximo de deixar a disputa, por conta das lesões. Mas conseguiu
chegar em um vergonhoso 35º lugar e conquistou o título do Tour da Suíça 2022.
O público não vaiou, mas também não aplaudiu a chegada do campeão da
mediocridade da edição deste ano.
O italiano Vincenzo
Nibali conquistou o título de montanha, seu sétimo título na LMC, sendo o
terceiro de montanha. Já o tricampeão Oscar Pereiro Sio se destacou em várias
provas e deu sinais de que lutaria pelo tetra, mas não conseguiu uma
regularidade e terminou em quinto na classificação final.
O título de Marcel Kittel no Tour da Suíça 2022 foi o seu quarto na LMC. A competição deste ano foi de bom nível e bem disputada, principalmente quando as montanhas chegaram. Mas o grande número de quedas durante as etapas preocupa, já que os ciclistas parecem não ter equilíbrio para se manterem em cima da bicicleta. Mesmo assim, os 40 ciclistas completaram o Tour da Suíça e chegam inteiros para o Tour de France. Após a competição, Alberto Contador segue na ponta do ranking, com 111 pontos.
No dia 31, os
ciclistas independentes alinharam em Hamburgo para a Clássica daquela cidade.
Também conhecida como EuroEyes Classic, HEW Classic e Vattenfall Classic, a
prova é disputada em um circuito fechado que rodeia a cidade alemã, com duas
passagens por uma dura subida de 9% de inclinação, mas plana em sua maioria e
com chegada em sprint.
- O mês de julho chega ao fim com 5 provas disputadas, o mesmo número do mês anterior. Parece estar se formando um padrão na Liga.
- Mas o primeiro mês do segundo semestre não teve nenhuma prova de grande monta (Clássica Monumento, Grande Volta, etc.). O nível subiu um pouco, mas continua muito aquém do que os ciclistas conseguem produzir.
- O nível ainda baixo nas provas e as muitas quedas vêm preocupando a Liga, que já estuda medidas para melhorar a técnica e voltar a tornar o espetáculo agradável para os fãs.
- Tais medidas são necessárias, já que a primeira prova de agosto é justamente o Tour de France, a maior prova do ciclismo mundial e, após sua conclusão, teremos o Tour do Rio, a única prova por etapas do calendário independente.
- Por falar no Tour do Rio, a direção da LMC bateu o martelo e permitirá a participação dos ciclistas que abandonarem o Tour de France.
- Por conta do Tour do Rio adicionar mais 6 etapas para o calendário, a LMC também estuda as competições do ano e já se sabe que algumas irão sair do calendário, tanto da LMC quanto das independentes.
- Mas isso só será aplicado em 2023. Até lá, ainda tem muito chão para se percorrer em suas rodas!
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