segunda-feira, 1 de agosto de 2022

LMC - Julho - 01/08/2022

Julho chega ao fim, agosto pede passagem. Mas o novo mês não se iniciará antes do resumo da LMC. Então, vamos a ele! 

KUURNE BRUSSELS KUURNE

No dia 02, André Greipel se juntou aos ciclistas independentes em Flandres (norte da Bélgica) para mais uma clássica daquele país. A Kuurne Brussels Kuurne é uma prova difícil, com uma subida de 10% no início seguida por um trecho em pavê e um muro de 12%. Mas com a parte final totalmente plana. Por isso, mais até que os ciclistas de clássicas, quem tem o favoritismo aqui são os sprinters.


A prova foi disputada em um dia de céu azul e calor, ideal para uma clássica. Desde o início, Nairo Quintana saiu em fuga e ninguém o pegou. O colombiano da Movistar foi só aumentando vantagem e mostrando por quê seu apelido é Naironman, para vencer de forma arrasadora. Em segundo lugar, a uma boa distância, chegou o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) e, em terceiro, chegou o equatoriano Richard Carapaz, fechando a dobradinha da Movistar e um pódio totalmente sul americano.

O pódio da Kuurne Brussels Kuurne. No alto, o colombiano Nairo Quintana (Movistar), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama), segundo colocado. Abaixo do troféu, o equatoriano Richard Carapaz, terceiro e fechando a dobradinha da Movistar e a tripleta sul americana.

CRITERIUM DU DAUPHINÉ

No dia 03, um contra relógio dava início ao Criterium du Dauphiné 2022. A prova, preparatória para o Tour de France, é disputada nos Alpes Franceses e, por isso, é recheada de montanhas inclinadas. Aqui, os montanhistas são mais favoritos do que os ciclistas por etapas.


A primeira etapa, disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura agradável, foi de longe o pior contra relógio da História da LMC. Os ciclistas foram muito mal, a nota de corte foi altíssima, os ciclistas pareciam estar andando com o freio apertado. Quem não teve nada a ver com isso foi Domenico Pozzovivo. O italiano da AG2R, campeão de montanha em 2019, foi o único que se esforçou e conseguiu vencer, na mesma etapa onde fora terceiro no ano em que ganhou o prêmio de montanha. Na “disputa da ruindade”, Filippo Pozzato (Acqua & Sapone) completou a dobradinha italiana ao chegar em segundo. E o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep) finalizou em terceiro.


No domingo, dia 10, os ciclistas alinhavam para a última etapa de um Criterium du Dauphiné cujo nível subiu consideravelmente, com 8 atletas na disputa do título, a depender de combinações de resultados. O dia, parcialmente nublado e com temperatura agradável, deu o clima ideal para um desfecho espetacular para a competição deste ano, cuja última etapa tinha duas montanhas (em 7 e 8%) encadeadas.


A prova manteve o nível alto da competição, com os ciclistas se esforçando bem. Porém, um vento forte começou a bater na metade da corrida, levando vários ciclistas ao chão. Fernando Gaviria sentiu muitas dores numa queda e acabou abandonando.


No final, um grupo de três ciclistas se destacou dos demais e despontou com o favoritismo para vencer e é aí que se entende por que as coisas acontecem do jeito que acontecem. Eram dois ciclistas por etapas e um sprinter, em uma chegada em sprint. Esse sprinter era André Greipel, dono da maior streak da LMC atualmente (não vence desde a Fleche Wallonne 2020). A vitória não significaria apenas o fim da streak, mas o título, já que Greipel era um dos que disputavam o troféu máximo.


Mas a streak não está aí à toa. Com uma aceleração baixíssima, Greipel viu os dois ciclistas por etapas se distanciando e, ao final, quem venceu foi o espanhol Alberto Contador (Astana). Campeão em 2020, El Pistolero mostrou que a sexta etapa do Dauphiné é a sua etapa, já que venceu em 2020 e foi terceiro em 2019. O segundo lugar ficou com o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), atual campeão e segundo nesta mesma etapa em 2021. Em terceiro ficou o italiano Damiano Cunego (Lampre).

André Greipel ainda foi superado por Fabio Aru (Liquigás), terminando na quinta posição. O sprinter foi superado por dois ciclistas por etapas e dois montanhistas, naquela que seria a sua consagração. Com o quinto lugar, ele empatou em pontos com Romain Bardet, mas o francês da AG2R ficou com o título pelo critério de desempate, justamente o número de vitórias na competição.

O pódio da última etapa. No alto, o espanhol Alberto Contador (Astana), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o esloveno Primoz Roglic (Imperatriz), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Damiano Cunego (Lampre), terceiro colocado.

O título de montanha ficou com Remco Evenepoel, que correu justamente para conseguir esse título, foi cirúrgico nas etapas de montanha e saiu com o troféu, seu terceiro na LMC. Já Romain Bardet fez a festa da torcida, ao vencer em casa. Campeão de montanha no Dauphiné em 2020, Bardet levou seu oitavo título na LMC. Após a competição, Alberto Contador se isola ainda mais no ranking, com 109 pontos.


O pódio do Criterium du Dauphiné 2022. No alto, o francês Romain Bardet (AG2R), com o troféu de campeão. Abaixo dele, o alemão André Greipel (Lotto Belisol), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Remco Evenepoel (Quickstep), terceiro colocado e campeão de montanha.

CLASSIQUE DE PLOUAY
No dia 16, Fernando Gaviria e Murilo Fischer se juntavam aos ciclistas independentes em Plouay, no Noroeste da França, para a disputa da Classique de Plouay. Também conhecida como Bretagne Classic ou Grande Prêmio de Ouest France, a clássica é uma prova de montanha com subidas bem inclinadas, já começando com 8%, pegando 10% antes do único trecho plano e, dali em diante, subidas de 11, 10 e 9% na linha de chegada. Por esse motivo, os escaladores são os favoritos aqui.

A prova, disputada em um dia parcialmente nublado e de muito calor, recheada de montanhas, foi de um nível baixíssimo. Os corredores não se esforçavam muito, andavam sempre juntos e pareciam não ter pernas para arriscar. O único que tentou uma fuga foi o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), que viu sua distância para os demais aumentando até vencer com uma sobra incrível.


A disputa pela segunda posição foi acirrada. No ziguezague, Juan Jose Cobo Acebo acabou indo ao chão, após disputa com Magno Nazaret. O belga Axel Merckx (T-Mobile) não tinha nada com isso e, ao passar pelos adversários, conseguiu cruzar em segundo. O brasileiro Magno Nazaret (Vasco da Gama) cruzou em terceiro e o espanhol Juan Jose Cobo Acebo (Caja Rural) foi apenas o quinto.


O TCB foi acionado, analisou as imagens e resolveu não condenar Nazaret pela manobra que derrubou Cobo Acebo, decidindo por manter a classificação final da prova com a dobradinha brasileira no pódio francês.

O pódio da Classique de Plouay. No alto, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o belga Axel Merckx (T-Mobile), segundo colocado. Abaixo do troféu, Magno Nazaret (Vasco da Gama), terceiro colocado, fechando a dobradinha brasileira.

TOUR DA SUÍÇA

No dia 17, os ciclistas partiam em um contra relógio para o Tour da Suíça 2022. A prova, preparatória para o Tour de France, é recheada de montanhas e também muito especial. É a única prova que, em três edições, só teve um campeão. Oscar Pereiro Sio vem forte para o tetra, apesar dos montanhistas também terem o favoritismo aqui.


O contra relógio, disputado em um dia de céu azul e muito calor, foi de altíssimo nível, apesar de Filippo Pozzato destoar dos demais e quase ser eliminado por não atingir o tempo mínimo. No final, delírio local com a vitória do herói suíço Fabian Cancellara (Saxo Bank), que quase conseguiu o contra relógio perfeito. Em segundo ficou o italiano Filippo Ganna (Acqua & Sapone) e, em terceiro, o argentino Francisco Chamorro (Credite Agricole).


No dia 30, os ciclistas saíam para a última etapa com duas montanhas duras pela frente. 12 atletas ainda tinham chances de título, mas só na matemática, já que dos 11 que perseguiam Marcel Kittel (o camisa vermelha), 8 precisavam da vitória, 2 precisavam do segundo lugar e um (Philippe Gilbert) precisava chegar pelo menos em terceiro, além das combinações de resultados.


A prova, disputada em um típico dia suíço de céu azul e temperatura baixa, viu o pelotão andar junto e muitas quedas ocorrerem. No final, ocorreu uma eletrizante disputa pela vitória, com 6 ciclistas na disputa. Tendo uma montanha antes da chegada em sprint, os sprinters estavam com as pernas cansadas e, com isso, quem levou melhor foi o mais preparado nas montanhas. O francês Thibaut Pinot (FDJ) fez a escolha certa e venceu à frente dos dois sprinters que estavam na disputa. No segundo lugar ficou o espanhol Oscar Freire (Rabobank) e, em terceiro, o belga Tom Boonen (Quickstep) repetiu o lugar conquistado nesta etapa, em 2019.

O pódio da sexta etapa do Tour da Suíça 2022. No alto, o francês Thibaut Pinot (FDJ), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o espanhol Oscar Freire (Rabobank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o belga Tom Boonen (Quickstep), terceiro colocado.


O final emocionante não escondeu o baixo nível da prova, com vários ciclistas indo ao chão e ameaça de abandono do camisa vermelha, Marcel Kittel. O alemão da Katusha caiu duas vezes e esteve próximo de deixar a disputa, por conta das lesões. Mas conseguiu chegar em um vergonhoso 35º lugar e conquistou o título do Tour da Suíça 2022. O público não vaiou, mas também não aplaudiu a chegada do campeão da mediocridade da edição deste ano.


O italiano Vincenzo Nibali conquistou o título de montanha, seu sétimo título na LMC, sendo o terceiro de montanha. Já o tricampeão Oscar Pereiro Sio se destacou em várias provas e deu sinais de que lutaria pelo tetra, mas não conseguiu uma regularidade e terminou em quinto na classificação final.


O título de Marcel Kittel no Tour da Suíça 2022 foi o seu quarto na LMC. A competição deste ano foi de bom nível e bem disputada, principalmente quando as montanhas chegaram. Mas o grande número de quedas durante as etapas preocupa, já que os ciclistas parecem não ter equilíbrio para se manterem em cima da bicicleta. Mesmo assim, os 40 ciclistas completaram o Tour da Suíça e chegam inteiros para o Tour de France. Após a competição, Alberto Contador segue na ponta do ranking, com 111 pontos.


O pódio do Tour da Suíça 2022. No alto, o alemão Marcel Kittel (Katusha), com o troféu de campeão. Abaixo dele, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), vice campeão. Abaixo do troféu, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), campeão de montanha, e o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), empatados com o terceiro lugar.

CLÁSSICA DE HAMBURGO

No dia 31, os ciclistas independentes alinharam em Hamburgo para a Clássica daquela cidade. Também conhecida como EuroEyes Classic, HEW Classic e Vattenfall Classic, a prova é disputada em um circuito fechado que rodeia a cidade alemã, com duas passagens por uma dura subida de 9% de inclinação, mas plana em sua maioria e com chegada em sprint.


O dia frio e parcialmente nublado foi um alento para os ciclistas, que entregaram uma boa prova, andando juntos em pelotão até a metade, mas as duas passagens pelas montanhas foram decisivas. Foi na segunda passagem que o belga Axel Merckx (T-Mobile) atacou, foi ganhando distância para os demais e administrou para ganhar pela terceira vez no ano, com muita diferença para o resto. O espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural) acelerou forte no final, se distanciou dos concorrentes mas não conseguiu chegar em Merckx, se contentando com um segundo lugar. Em terceiro chegou o equatoriano Richard Carapaz (Movistar).

O pódio da Clássica de Hamburgo. No alto, o belga Axel Merckx (T-Mobile), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), segundo colocado. Abaixo do troféu, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), terceiro colocado.

RANKING
1º Alberto Contador (Astana) - 111 pontos;
2º Philippe Gilbert (Lotto Belisol) e Marcel Kittel (Katusha) - 104 pontos;
4º Alejandro Valverde (Caja Rural) - 103 pontos.

NOTAS RÁPIDAS
  • O mês de julho chega ao fim com 5 provas disputadas, o mesmo número do mês anterior. Parece estar se formando um padrão na Liga.
  • Mas o primeiro mês do segundo semestre não teve nenhuma prova de grande monta (Clássica Monumento, Grande Volta, etc.). O nível subiu um pouco, mas continua muito aquém do que os ciclistas conseguem produzir.
  • O nível ainda baixo nas provas e as muitas quedas vêm preocupando a Liga, que já estuda medidas para melhorar a técnica e voltar a tornar o espetáculo agradável para os fãs.
  • Tais medidas são necessárias, já que a primeira prova de agosto é justamente o Tour de France, a maior prova do ciclismo mundial e, após sua conclusão, teremos o Tour do Rio, a única prova por etapas do calendário independente.
  • Por falar no Tour do Rio, a direção da LMC bateu o martelo e permitirá a participação dos ciclistas que abandonarem o Tour de France.
  • Por conta do Tour do Rio adicionar mais 6 etapas para o calendário, a LMC também estuda as competições do ano e já se sabe que algumas irão sair do calendário, tanto da LMC quanto das independentes.
  • Mas isso só será aplicado em 2023. Até lá, ainda tem muito chão para se percorrer em suas rodas!

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