domingo, 1 de maio de 2022

LMC - Abril - 01/05/2022

O quarto mês do ano trouxe mais emoção aos fãs de ciclismo, recheado de corridas emocionantes e novidades na Liga. Vamos ver como se desenrolou o mês de abril dos fãs de ciclismo!


VOLTA CICLÍSTICA AO ALGARVE

Parece mentira, mas foi no dia primeiro de abril que os ciclistas chegaram ao extremo sul de Portugal, para o início da Volta Ciclística ao Algarve 2022. A competição se dá em um local com boas montanhas em quase todas as etapas, algumas com inclinação aguda. Por esse motivo, não apenas os corredores por etapas têm favoritismo, mas também os montanhistas e até alguns ciclistas de clássicas. O número de favoritos ao título é grande


O contra relógio inicial se deu em um dia parcialmente nublado, com temperatura elevada. Uma boa disputa foi travada, mas só para ver quem ficaria com o último lugar do pódio e com o restante da pontuação, pois o inglês Chris Froome (Sky) fez um contra relógio sensacional e não deu chances aos rivais, vencendo pela primeira vez na temporada no mesmo lugar que havia vencido em 2019. Em segundo ficou o holandês Bauke Mollema (Rabobank) e, em terceiro, Bradley Wiggins conquistou seu primeiro pódio na temporada e fez dobradinha dupla: para a Inglaterra e para a Sky. Os três estão entre os favoritos ao título.


Na sexta-feira, dia 08, os ciclistas partiram para a última etapa com nada menos que 9 atletas ainda com chances de título, fruto da escolha da organização de colocar duas metas volante na corrida derradeira. Mas tudo indicava que a disputa ficaria entre o então camisa verde, Fabio Aru, e o inglês Chris Froome. Separados por um ponto, os dois venceram duas etapas cada (a outra foi vencida por Marcel Kittel) e sobravam na competição. A prova foi disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura amena.


Logo no início, um grande boliche aconteceu, levando oito ciclistas ao chão. Mas todos voltaram às suas bicicletas e continuaram a corrida. A primeira meta volante, em uma subida com 7% de inclinação, tirou dois atletas da disputa pelo título. Bradley Wiggins foi um deles, apesar de ter cruzado em segundo. Ele precisava ser o primeiro para continuar com chances. Após a segunda meta volante, os postulantes ao título se limitaram a 3: Bauke Mollema (que precisava vencer e torcer para Aru não chegar antes de sexto e Froome, de quinto), Chris Froome (que precisava pelo menos do sexto lugar e que Aru não pontuasse ou chegasse duas posições abaixo dele) e Fabio Aru (que tinha que torcer para nada disso acontecer).


Mas a prova foi de baixo nível, contrastando com as outras etapas. Ninguém queria se esforçar, houve várias paradas no pelotão e muitas quedas. Mollema e Froome andavam no meio do pelotão e Fabio Aru ficou no grupeto, torcendo pelo trabalho de Danilo Di Luca para poder sair campeão. Com isso, alguns poucos que se interessaram pela vitória atacaram e mostraram que a fuga venceria.


E foi mesmo a fuga quem resolveu. Na reta final, os três escapados se prepararam para um sprint sensacional e quem saiu com a vitória foi o brasileiro Murilo Fischer (Française De Jeux), com o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep) em segundo e o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), campeão do ano passado, em terceiro. Foi a volta do italiano ao pódio na mesma etapa que venceu em 2021.


Se o sprint foi espetacular, o que trouxe toda a emoção mesmo foi o pelotão vindo atrás. Chris Froome seria campeão se chegasse em sexto e começou a correr para isso. Os ciclistas à sua frente não queriam se indispor, então nem foram para a disputa. Fabio Aru percebeu e se desesperou, começando a correr também para tentar impedir o título de Froome. Mas à frente do inglês estava seu compatriota e companheiro de equipe, Bradley Wiggins. Este acelerava e não dava brecha para Froome passar, e o resultado foi Bradley Wiggins em sexto e Chris Froome em sétimo, gesticulando e reclamando sem parar.

O pódio da última etapa. No alto, o brasileiro Murilo Fischer (FDJ), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás), terceiro colocado.

O título da Volta Ciclística ao Algarve ficou com o italiano Fabio Aru (Liquigás), um ponto à frente do inglês Chris Froome (Sky), levantando um intenso debate sobre o trabalho em equipe. Enquanto a Liquigás trabalhou com força, com Danilo Di Luca não só chegando ao pódio como indo na fuga para fazer pontos em metas volante, a Sky expôs um racha entre seus ciclistas.

Desta forma, Fabio Aru conquista seu quinto título na LMC e mostra que os italianos dominam o Algarve. Em quatro edições da Volta, este é o terceiro título da Itália. O título de montanha ficou com o belga Greg Van Avermaet (CCC), seu segundo triunfo na LMC.

O belga Greg Van Avermaet (CCC), com o troféu de campeão de montanha no Algarve.

A Volta Ciclística ao Algarve foi uma competição de altíssimo nível, com provas espetaculares e muitas quedas. Mas o único abandono foi de Andy Schleck, na última etapa. Com o título na Volta (o segundo seguido da Liquigás no Algarve), Fabio Aru assume a liderança do ranking, com 48 pontos.

O pódio final da Volta Ciclística ao Algarve 2022. No alto, o italiano Fabio Aru (Liquigás), com o troféu de campeão. Abaixo dele, o inglês Chris Froome (Sky), vice-campeão. Abaixo do troféu, o colombiano Fernando Gaviria (Quickstep), terceiro colocado.

GP DE ESTORIL

No sábado, dia 09, Andy Schleck se juntava aos ciclistas independentes para a disputa do GP de Estoril. A prova, disputada em um dia de céu parcialmente nublado e temperatura amena, foi totalmente plana no início e, após a metade, tinha uma subida em 7% e chegada ao alto, em 9%. Por esse motivo, é classificada como prova de montanha.


Desde o início, Bryan Coquard atacou forte e partiu em uma fuga a solo com uma distância absurda para os demais, que se organizaram em pelotão e tentaram uma fuga aqui e acolá. Mas o francês da Cofidis usou uma estratégia muito boa, aproveitando que a prova era totalmente plana até a metade e, assim, aproveitou para aumentar a vantagem. Quando as montanhas chegaram, Coquard diminuiu o ritmo, administrou e venceu, pela segunda vez no ano. Em segundo lugar chegou o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural) e, em terceiro, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), em seu primeiro pódio no ano. Se Andy Schleck queria usar o GP de Estoril para se preparar para a primeira Clássica Monumento do Ano, usou muito mal a corrida. Andou em ritmo diminuto, sempre na parte de trás, e chegou apenas em sexto. E isso porque Magno Nazaret sofreu uma queda antes da última subida e terminou em último, com muitas dores.

O pódio do GP de Estoril. No alto, o francês Bryan Coquard (Cofidis), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), segundo colocado. Abaixo do troféu, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), terceiro colocado.

TOUR DE FLANDRES

No domingo, 10, os atletas alinhavam em Flandres, no norte da Bélgica, para a primeira das cinco Clássicas Monumento. Também conhecida como De Ronde van Vlaanderen e “a Mais Jovem”, o Tour de Flandres é disputado em um percurso duríssimo. Os ciclistas têm um início plano, logo depois aparecem os pavês e, dali em diante, é uma sucessão de muros e pavês. O primeiro muro tem 10% de inclinação e o segundo, o temido Muur-Kapelmuur, se inclina em 12%. Depois disso, tudo plano, para uma chegada em sprint. A prova foi disputada em um lindo dia de céu azul e temperatura agradável. Para este tipo de prova, os favoritos são os ciclistas de clássicas. Mas alguns contra relogistas e sprinters (como Mark Cavendish, atual campeão) podem escolher uma boa tática e surpreender.


Mas tudo isso ficou para trás quando a prova começou. Uma fuga foi formada logo no início e foi ganhando força conforme a corrida se desenrolava. Chris Froome puxava com velocidade essa fuga enquanto o pelotão ia lá atrás, desorganizado. Quando chegaram os muros, o pelotão se esfacelou completamente e os ciclistas formaram pequenos grupos em busca da sobrevivência.


A linda história de superação que ia se desenrolando, no entanto, perdeu fôlego num final que era em sprint e não tinha sprinters por perto. Os quatro primeiros colocados não eram ciclistas de clássicas, muito menos contra relogistas ou sprinters com boa estratégia, mas ciclistas por etapas e montanhistas. E quem acabou comemorando foi o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D’Epargne), que venceu e conquistou sua primeira Clássica Monumento na LMC. Em segundo chegou o inglês Chris Froome (Sky), que perdeu a disputa no sprint depois de dominar a prova inteira. Em terceiro chegou o italiano Fabio Aru (Liquigás), que mostrou que a belíssima disputa com Froome no Algarve ainda está viva.

Após a primeira Clássica Monumento de 2022, a liderança do ranking segue com Fabio Aru, com 52 pontos.

O pódio do Tour de Flandres. No alto, com o troféu de vencedor, o espanhol Oscar Pereiro Sio (Caisse D'Epargne). Abaixo dele, o inglês Chris Froome (Sky), segundo colocado. Abaixo do troféu, o italiano Fabio Aru (Liquigás), terceiro colocado.


TOUR DE FLANDRES ESPOIRS

Terminado o Tour de Flandres, Peter Sagan e os ciclistas independentes alinharam no mesmo lugar para a disputa do Tour de Flandres Espoirs, ou Ronde van Vlaanderen Beloften. Com apenas duas passagens pelo pavê (sendo uma em um duríssimo muro de 11% de inclinação), a prova só teve dois trechos planos, na largada e no pavê. O resto é com subidas apertadas (uma com 11% no início; outra após a metade da prova, com 10%; o muro de 11%) e chegada em sprint. O dia de céu limpo e muito calor não ajudou os ciclistas.


Sagan mostrou que é bom em clássicas, além de ótimo sprinter. Dominou a prova inteira, atacou nas montanhas e rendeu bem no pavê. Mas a fuga foi formada por outros dois ciclistas e, surpreendentemente, quem venceu no sprint foi o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), um montanhista, na sua primeira vitória no ano, deixando o eslovaco Peter Sagan (Bora) em segundo, em seu primeiro pódio na temporada. Na terceira posição chegou o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural).

O pódio do Tour de Flandres Espoirs. No alto, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o eslovaco Peter Sagan (Bora), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), terceiro colocado.

TIRRENO ADRIÁTICO

No dia 15, Sexta-Feira da Paixão, começava uma das provas mais queridas pelos fãs de ciclismo. O Tirreno Adriático, a Corrida Entre Dois Mares, se iniciava com uma crono escalada em um dia frio, nublado e com muito vento. O Tirreno Adriático é considerado preparatório para a Milan Sanremo. Com um perfil vasto em montanhas, é uma competição mais para escaladores, mas também há chances para ciclistas por etapas. O vencedor leva o cobiçado Tridente de Ouro, um dos troféus mais bonitos do mundo esportivo.


Uma crono escalada é um contra relógio que tem seu final em subida e, neste Tirreno Adriático, a parte final era bem inclinada. A isso soma-se o vento que pegou os ciclistas no percurso e o que tivemos foi todos correndo mal a parte final e chegando com tempos bem altos. O único que conseguiu fazer no tempo mínimo foi o vencedor desta etapa no ano passado, o francês Romain Bardet (AG2R), atual campeão. Em segundo ficou o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), continuando seu belo ano de 2022. Em terceiro ficou o espanhol Alberto Contador (Astana), campeão do Tirreno em 2020.


No dia 22, outra sexta-feira de feriado, os ciclistas partiram para a última etapa do Tirreno Adriático em uma prova que tinha montanhas até a metade e tudo plano para o final em sprint. Mas a fatura já estava liquidada desde a etapa anterior, quando Alberto Contador deu show e se postulou como virtual campeão da competição. Bastava cruzar a linha de chegada para confirmar o título, já que nenhum outro ciclista tinha chances de alcançá-lo.


Os ciclistas largaram em um dia de sol e muito calor para uma corrida muito bem disputada. Andando em altíssima velocidade, não deram muito espaço para as várias tentativas de fuga, controlando com um pelotão numeroso e muitas equipes atuando juntas. Algo comum em corridas da LMC que não foi visto no Tirreno Adriático, mas teve muito na última etapa foi a formação de escudos (quando mais de 4 ciclistas correm lado a lado), o que prejudicou na etapa final da prova, quando alguns ciclistas atacaram e não havia pelotão formado para alcançá-los.


E para delírio do público, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás) fez um sprint incrível e derrotou o belga Tom Boonen (Quickstep) para vencer, em uma performance que se falará durante muitas décadas. Em terceiro, derrotando três sprinters de qualidade, chegou o francês Julian Alaphilippe (Quickstep).


O pódio da última etapa. No alto, com o troféu de vencedor, o italiano Danilo Di Luca (Liquigás). Abaixo dele, o belga Tom Boonen (Quickstep), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Julian Alaphilippe, terceiro colocado, fechando a dobradinha da Quickstep.


O espanhol Alberto Contador (Astana) correu com segurança dentro do pelotão e cruzou em décimo nono para conquistar o título do Tirreno Adriático, além do título de montanha, chegando a 8 títulos na LMC e voltando a conquistar o Tirreno Adriático, como havia feito em 2020.


Os italianos tiveram momentos para celebrar apenas na segunda etapa (quando Domenico Pozzovivo foi terceiro) e na vitória de Danilo Di Luca na última etapa. De resto, aguardaram uma boa apresentação que não houve. O Tirreno Adriático se encerra com apenas dois abandonos, de Bradley Wiggins na terceira etapa e Primoz Roglic na última. Com o título da competição, Alberto Contador assume a liderança do ranking, com 74 pontos. Fabio Aru, agora, é o segundo, com 53.


O pódio final do Tirreno Adriático 2022. No alto, com os troféus de campeão e de montanha, o espanhol Alberto Contador (Astana). Abaixo do tridente, o belga Philippe Gilbert (Lotto Belisol), vice-campeão. Abaixo do troféu de montanha, o espanhol Alejandro Valverde (Caja Rural), terceiro colocado.


BRABANTE PRIJS

No dia 23, Primoz Roglic e Bradley Wiggins se juntaram aos ciclistas independentes na região central da Bélgica para a Brabante Prijs, uma das clássicas de Flandres. Disputada com muitas subidas, trechos em pavê e muros, prometia ser um sufoco para os competidores. O calor infernal que fez no dia de céu limpo não ajudou nem um pouco.


Não bastassem as dificuldades da prova, os ciclistas correram em ritmo próprio, formando duplas bem espaçadas e definindo a prova logo de início. A dupla de frente, com muita sobra, era composta por Richard Carapaz e Bryan Coquard, mas após o último muro, Carapaz ganhou vantagem. O equatoriano da Movistar venceu na fuga de la fuga, sua segunda vitória na temporada. Coquard vinha zigue-zagueando na subida final (em 8%) e acabou indo ao chão. Com isso, o belga Axel Merckx (T-Mobile) passou por ele e chegou em segundo, seu primeiro pódio no ano. Quem também passou foi o inglês Bradley Wiggins (Sky), que conseguiu a terceira posição. Por ter caído sozinho, o acidente de Coquard foi considerado erro do próprio e, assim, nenhum ciclista foi punido pelo TCB.

O pódio do Brabante Prijs. No alto, o equatoriano Richard Carapaz (Movistar), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o belga Axel Merckx (T-Mobile), segundo colocado. Abaixo do troféu, o inglês Bradley Wiggins (Sky), terceiro colocado.

MILAN SANREMO

No dia 24, os ciclistas alinhavam em Milão para a segunda Clássica Monumento do ano. A Milan Sanremo, ou La Classicissima, seria disputada em um dia de muito sol e calor. A prova teve subidas duríssimas, como o Passo del Turchino (em 7%) logo no início, o Capo Mele (em 6%) após a metade e, antes do fim em sprint, os temidos Cipressa (em 10%) e Poggio (em 11%).


A Milan Sanremo é uma prova própria para ciclistas de clássicas. Mas, diferente das provas do mesmo gênero disputadas na Bélgica, esta não tem trechos em pavê ou enlameados, então os escaladores e até alguns corredores por etapas e sprinters têm chances, desde que saibam se posicionar nos trechos mais difíceis. Em outras palavras, é uma clássica para todos os estilos.


Logo no início, um grande strike levou vários ciclistas ao chão, mas eles voltaram à bicicleta (alguns ainda com dores) e continuaram. Antes do Cipressa, novo boliche e mais ciclistas ao chão. Presente nos dois momentos, Thor Hushovd acabou abandonando a prova. Mais à frente foi a vez de Alejandro Valverde deixar a competição, com muitas dores.


Alguns grupos pedalaram forte na frente e os sprinters souberam se posicionar bem por ali para uma chegada em altíssima velocidade. Só para se ter uma ideia, dos oito primeiros colocados, cinco eram sprinters. Assim, não foi surpresa ver o belga Tom Boonen (Quickstep) arrancando forte para vencer pela primeira vez na temporada e conquistar sua primeira Clássica Monumento e seu segundo título na LMC. Em segundo ficou o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), campeão em 2019. Em terceiro ficou o eslovaco Peter Sagan (Bora), que venceu um sprint incrível contra Mark Cavendish, Marcel Kittel, André Greipel e outros.


Os italianos saíram decepcionados mais uma vez. O mais bem colocado foi Filippo Ganna, em oitavo, mas o resto ficou bem longe das primeiras posições. Após a Milan Sanremo, Alberto Contador segue na liderança do ranking.

O pódio da Milan Sanremo. No alto, o belga Tom Boonen (Quickstep), com o troféu de vencedor da Clássica Monumento. Abaixo dele, o luxemburguês Frank Schleck (Saxo Bank), segundo colocado. Abaixo do troféu, o eslovaco Peter Sagan (Bora), terceiro colocado.

OMLOOP HET NIEUWSBLAD

No dia 25, Thor Hushovd e Alejandro Valverde se juntaram aos ciclistas independentes para a disputa do Omloop Het Nieuwsblad, mais uma clássica belga da região de Flandres. A prova começa tranquila, no plano. Depois disso, um muro em 11%, um trecho em pavê, uma subida em 10%, mais um muro em 12% e a chegada em sprint para quem resistisse a isso. O dia, de sol entre nuvens e temperatura amena, ajudou os ciclistas na difícil tarefa de correr no pavê.


O pelotão até andou junto durante um tempo, mas o pavê causa estouro de pneus e, assim, alguns ciclistas ficaram para trás enquanto outros atacavam. Os que precisavam trocar a roda tinham que se esforçar mais para voltar ao pelotão e, embora a maioria tenha chegado junto, um ciclista partiu em uma fuga a solo e venceu com uma sobra incrível. Foi o belga Axel Merckx (T-Mobile), que mostrou sua linhagem lendária e conquistou uma vitória em casa, para delírio dos torcedores locais, apaixonados pela temporada de clássicas da Bélgica. Os demais ciclistas vieram juntos e se prepararam para um sprint eletrizante e foi justamente o sprinter quem conseguiu a segunda colocação. O francês Bryan Coquard (Cofidis) foi mais rápido que os demais e chegou em segundo pela primeira vez na LMC. Em terceiro ficou o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), em prova que teve o abandono de Magno Nazaret, com problemas físicos.

O pódio da Omloop Het Nieuwsblad. No alto, o belga Axel Merckx (T-Mobile), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o francês Bryan Coquard (Cofidis), segundo colocado. Abaixo do troféu, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), terceiro colocado.

PARIS ROUBAIX

No dia 29, os ciclistas alinhavam em Paris para a disputa da terceira Clássica Monumento da temporada. A Paris Roubaix, a Rainha das Clássicas, o Inferno do Norte chegava para trazer muito sofrimento aos atletas, mas a glória eterna ao vencedor. Com uma leve subida em 6% logo no início, tinha trechos duríssimos em pavê logo depois, espalhados pela prova, além da chegada no Velódromo de Roubaix, com uma volta completa. E seria disputada em um dia de sol entre nuvens, mas com temperatura alta. A prova é típica de corredores de clássica, mas alguns contra relogistas e poucos sprinters têm chances, se conseguirem sobreviver ao pavê.


A edição 2022 foi uma Paris Roubaix típica. Vários grupos numerosos se formaram, com um ou outro ciclista saindo em fuga e muitos furos de pneu no pavê, que fez os atletas sofrerem bastante. Andy Schleck e Francisco Chamorro não completaram a dura prova.


Na entrada do velódromo, um grupo composto por quatro ciclistas chegava com chances de vitória, ainda que estivessem um pouco espaçados. Embora a chegada fosse em sprint, a arrancada num velódromo é diferente, uma vez que a pista é circular e inclinada. E foi por isso que o italiano Fabio Aru (Liquigás) conseguiu superar os sprinters e vencer de forma espetacular, faturando sua primeira Clássica Monumento e o sexto título na LMC. Em segundo chegou o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), que é sprinter, estava na frente, mas não conseguiu escolher o melhor traçado para vencer. Em terceiro chegou Danilo Di Luca, completando a dobradinha dupla, da Itália e da Liquigás.


Os franceses decepcionaram enormemente o público local. Campeão em 2021, Sylvain Chavanel andou sempre entre os últimos e terminou em trigésimo quinto, à frente de Romain Bardet (38º) e Julian Alaphilippe (39º). O melhor francês foi Thibaut Pinot, o vigésimo nono.

O pódio da Paris Roubaix. No alto, o italiano Fabio Aru (Liquigás), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o brasileiro Rafael Andriato (Imperatriz), segundo colocado. Abaixo do troféu, completando a dobradinha italiana e da Liquigás, Danilo Di Luca, terceiro colocado.

GENT WEVELGEM

No dia 30, Andy Schleck e Francisco Chamorro se juntavam aos ciclistas independentes em Flandres, para mais uma clássica daquela região, a Gent Wevelgem. A prova seria plana até a sua metade, quando começaria o pavê. Depois disso, uma dura subida em 11%, um muro em 9% e a chegada em sprint. O dia, de céu azul e temperatura amena, prometia ser um refresco para os ciclistas.


A corrida foi disputada de uma forma bastante peculiar. Dois ciclistas saíram em fuga, aceleraram forte durante a prova inteira e o resto fez o seu próprio ritmo. Magno Nazaret sofreu uma queda e, ainda com os problemas físicos da última corrida, teve muita dificuldade para retomar o ritmo. Acabou passeando apenas para cruzar a linha de chegada em último, bem atrás dos demais.


Lá na frente, Axel Merckx novamente fez belíssima prova, dando show nas clássicas belgas. Porém, após o último muro, ele se desequilibrou da bicicleta e foi ao chão, sendo ultrapassado pelo espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), que venceu pela primeira vez na temporada. Ao belga da T-Mobile restou o segundo lugar. O TCB foi acionado e não viu nada que pudesse ser atribuído a Cobo Acebo com relação à queda de Merckx, pelo que manteve as posições. Em terceiro chegou o francês Bryan Coquard (Cofidis), que sofreu em alguns trechos, mas soube escolher ótima estratégia para mais uma clássica difícil como esta.

O pódio da Gent Wevelgem. No alto, o espanhol Juan José Cobo Acebo (Caja Rural), com o troféu de vencedor. Abaixo dele, o belga Axel Merckx (T-Mobile), segundo colocado. Abaixo do troféu, o francês Bryan Coquard (Cofidis), terceiro colocado.

RANKING

1º Alberto Contador (Astana) - 77 pontos;

2º Fabio Aru (Liquigás) - 62 pontos;

3º Chris Froome (Sky) - 50 pontos.


NOTAS RÁPIDAS

  • Com 10 provas, abril foi o mês mais agitado da LMC até aqui. Muito disso se deve ao começo das Clássicas Monumento, que puxaram o ritmo com provas de um dia.
  • O número de provas também contribuiu para uma mudança radical no ranking. Nenhum dos 3 primeiros colocados no mês anterior se manteve após o mês de abril. Dos três primeiros em março, o melhor colocado agora é Oscar Pereiro Sio, em sexto.
  • A LMC já colocou em prática algumas das mudanças estudadas no primeiro trimestre. Foram adicionadas três competições ao calendário. Na parte de competições nacionais, foram colocados dois campeonatos "regionais", o sul-americano e o de Benelux, que será como um campeonato nacional, mas com ciclistas da Bélgica, Luxemburgo e Holanda. Para reparar o problema diplomático do Protour do Benelux, a primeira competição será na Bélgica.
  • A outra competição é um troféu para definir o campeão independente. Incluída no item 4 do Regulamento Geral de Competições, a competição distribui 5 pontos ao vencedor de uma prova independente, 3 ao segundo colocado e 2 ao terceiro. Ao final do calendário, aquele que tiver mais pontos será o campeão independente da LMC, podendo tanto ser um ciclista independente quanto um do calendário regular.
Os novos troféus da LMC. Da esquerda para a direita, o troféu de campeão independente, o de campeão sul-americano e o de campeão do Benelux.



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