domingo, 21 de fevereiro de 2016

Torneio Apertura 2016 - Terceira Rodada - 21/02/2016

O domingo foi nublado, com ameaça constante de chuva, mas muito calor. Nenhum desses fatores impediu o público de comparecer em bom número ao Itaquá Dome, para o desfecho da terceira rodada do Apertura 2016. E os torcedores foram brindados com dois bons jogos e muita emoção.

RACING 0x2 RIVER PLATE

Vindos de vitória (3x2 no San Lorenzo), os jogadores do Racing queriam embalar o segundo triunfo para subirem na tabela e se empolgarem de vez para o Clássico de Avellaneda da próxima rodada. Já o River tinha problemas. Além da derrota para o Huracán na rodada anterior (2x4), viu a punição a seu treinador Francescoli aumentar para dois jogos. Com isso, Blue Steel iria para a beira do gramado neste jogo e no próximo, contra o San Lorenzo.

A estratégia do Racing era marcar forte e sair em contra ataques. A primeira parte fez bem, congestionando o meio de campo e impedindo o toque de bola do rival. Mas a segunda parte foi bem difícil, pois os jogadores estavam mais preocupados em super povoar o campo defensivo para se lembrarem de atacar. Com isso, o River foi procurando alternativas e, aos poucos, começou a criar jogadas diferentes das que está acostumado. A situação no campo de defesa do River era tão tranquila que uma das principais peças de ataque do primeiro tempo foi o zagueiro José Maria Paz.

O primeiro gol do River veio aos cinco minutos, quando Ortega tocou mal para Trezeguet no ataque. O camisa 7 recebeu de costas, com a marcação apertada e, ao invés de tentar o giro, tocou atrás. Ferrari apareceu como elemento surpresa e deu um lindo chute, que encobriu Saja e fez River 1x0.

No intervalo, Paralelo sacou Diego Capria e Latorre, para colocar Fariña e Hauche. A ideia era reforçar o lado direito, por onde o River atacava com bastante liberdade e trocar um jogador inoperante no ataque. Já o River não mexeu, contente com o bom jogo que fazia, tanto na marcação quanto na criação de jogadas.

O Racing não teve chances no segundo tempo, tão eficiente foi a marcação dos jogadores do River. Com mais espaço, o time de Buenos Aires chegava mais ao ataque e tinha chances mais claras de gol. Porém, o único gol saiu com apenas 30 segundos, quando o Racing errou a saída. Ruben Capria tocou para Pelletieri, que foi desarmado por Barrado e fez falta no meio. O camisa 19 tocou a Gallardo e foi tabelando com o camisa 11 até a entrada da área, quando Gallardo desferiu bonito chute e deu números finais ao confronto: River 2x0.

Destaque do jogo: David Trezeguet. Isolado no ataque, reclamou que a bola não chegava em condições, tanto que não concluiu no jogo. Seu grande trunfo, no entanto, foi perceber que poderia ser útil de outras formas e, com isso, voltou para buscar o jogo, conseguindo armar boas jogadas, inclusive na assistência para o primeiro gol, saindo de campo como o melhor da partida.

SAN LORENZO 4x3 VELEZ SARSFIELD

2 jogos, 2 derrotas e um time sem identidade. Esse é o problema do San Lorenzo, que ainda pegava um dos favoritos ao título. Nilson tentou um nó tático e surpreendeu, mandando a equipe no 4-3-3, com uma formação de frente conhecida como "peixe", com 6 jogadores chegando, dando a ideia de sufocar o adversário desde o início. Buffarini e Piatti seriam a dupla de volantes, que viriam para o ataque desde trás, auxiliando o armador Romagnoli, que jogaria centralizado e veria três homens na frente (Raul Estevez, Stracqualursi e Bordagaray). Já o Velez tinha problemas. A torcida não perdoou a derrota para o Boca (2x4), mas Tripa Seca tentava manter a tranquilidade e confiar na equipe.

O nó tático deu certo e o San Lorenzo surpreendeu o Velez, pressionando desde o início. Marcando em cima do meio de campo, a equipe de Almagro sufocava o rival e o forçava a se desfazer da bola, atacando como rolo compressor na sequência. Com isso, não foi surpresa quando o San Lorenzo abriu o marcador aos 3 minutos. Insua tentou sair jogando e foi desarmado por Raul 'Pipa' Estevez, que inverteu na esquerda para Bordagaray. O camisa 13 foi ao fundo e cruzou para o meio da área, onde Stracqualursi entrou testando forte e vencendo Saja, para fazer San Lorenzo 1x0.

O problema da estratégia do San Lorenzo é que ela é suicida. Se você sufocar o adversário, bem. Se ele conseguir passar pelo bloqueio, vai na cara do gol. Foi isso que aconteceu  aos 5 minutos, quando Sebá Dominguez desarmou Raul Estevez e tocou para Emiliano Papa na esquerda. O camisa 3 tocou no meio para Insua, que deu bom passe para Turco Assad no campo de ataque. O camisa 9 recebeu e viu pela frente somente o defensor Tulla. Com bom drible, Assad se livrou do marcador, invadiu a área e tocou na saída de Migliore, fazendo Velez 1x1.

O gol mostrou que um pingo de organização daria a vitória ao Velez. E isso ficou claro aos 7 minutos, quando novamente uma bola roubada e um contra ataque rápido levaram o time ao ataque. Gago roubou bola que ia para Romagnoli e tocou a Claudio Hussain no meio. O camisa 8 viu Turco Assad se movimentando em diagonal e passou no ponto futuro. Assad recebeu no meio, invadiu a área sem ser incomodado e chutou colocado para vencer Migliore e fazer Velez 2x1.

A estratégia do San Lorenzo já era equivocada a este ponto e as coisas pioraram nos acréscimos, quando Sebá Dominguez se antecipou a um passe e roubou a bola, tocando a Papa na esquerda. O camisa 3 tocou rápido para o ataque e encontrou Insua livre. O camisa 11 avançou até a entrada da área e chutou com curva antes da chegada de Tulla, fazendo Velez 3x1.

No intervalo, Nilson fez ajustes no esquema e trocou Buffarini e Piatti por Reynoso e Tellechea. Com dois volantes de marcação forte e pouca habilidade na frente, ele reforçava a marcação e liberava o ataque com 4 homens. Já Tripa Seca tirou Romero e Dario Hussain para colocar Cubero e Lucas Pratto. A ideia era reforçar a marcação no meio e ter mais um homem se movimentando na frente, coisa que Hussain não foi.

O Velez voltou relaxado para o segundo tempo e pagou um preço altíssimo. Com apenas um minuto, Insua perdeu uma bola no meio de campo para Reynoso, que deu rápido a Romagnoli. O camisa 10 passou em profundidade para Stracqualursi, que invadiu a área e foi derrubado por Sosa. Romagnoli cobrou o pênalti no canto direito e, enquanto Sosa ia para o lado esquerdo, ele batia no peito, apontava ao chão e fazia a taunt da Paloma: San Lorenzo 2x3.

O Velez continuou errando muito. Insua não acertava nada e atrasava todas as jogadas, o que levava os outros jogadores a irem para o ataque na tentativa de ajudarem e deixarem espaços lá atrás. Foi assim que o San Lorenzo foi armando contra ataques perigosos e obrigando Sosa a fazer milagres.

A pressão deu resultado e, após mais um erro de Insua no ataque, o San Lorenzo organizou um contra ataque letal. Stracqualursi recebeu livre na direita e Gino Peruzzi teve que fazer uma falta na entrada da área. Romagnoli cobrou com perfeição e, na sequência, bateu no peito, apontou ao chão e fez a taunt da Paloma novamente: San Lorenzo 3x3 aos 8 minutos.

O Velez se desesperou por ver sua fácil vitória se transformar em empate num segundo tempo desastroso. Com isso, os jogadores começaram a correr para buscarem o placar favorável novamente. Porém, aos 10 minutos, um novo erro bisonho decretou uma derrota bem dolorosa. Gino Peruzzi recebeu na direita e olhou para a intermediária para reiniciar a jogada. Lucas Pratto correu e pediu a bola, no que Peruzzi tocou. Pratto levantou a cabeça e se esqueceu de dominar a bola, que passou entre as suas pernas. O problema é que atrás dele vinha Bordagaray. O camisa 13 chutou de primeira, com muita violência, e surpreendeu Sosa, que só viu quando a bola já estufava suas redes: San Lorenzo 4x3.

Destaque do jogo: Leandro Romagnoli. Turco Assad era o destaque até Bordagaray fazer o gol da vitória do San Lorenzo. O próprio Bordagaray se destacou muito bem, fazendo o gol da vitória e dando assistência no primeiro gol. Mas a alma desse time do San Lorenzo é mesmo seu camisa 10. Romagnoli fez dois gols (um de falta e outro de pênalti), se movimentou no campo de ataque e distribuiu bolas em todas as jogadas de perigo de sua equipe, ajudando o time de Almagro a conseguir sua primeira vitória.

CLASSIFICAÇÃO

1° Independiente - 9 pontos
2° River Plate - 6 pontos, 11 gols pró
3° Boca Juniors - 6 pontos, 9 gols pró
4° Huracán - 6 pontos, 8 gols pró
5° San Lorenzo - 3 pontos, 6 gols pró, 9 gols contra
6° Velez Sarsfield - 3 pontos, 6 gols pró, 9 gols contra
7° Racing - 3 pontos, 4 gols pró
8° Estudiantes - 0 ponto

ARTILHARIA

1° Guillermo Barros Schelloto (Boca Juniors), Facundo Parra (Independiente), Marcelo Gallardo (River Plate), Leandro Romagnoli (San Lorenzo) e Turco Assad (Velez Sarsfield) - 4 gols
2° Martin Palermo (Boca Juniors) e Daniel Cigogna (Huracán) - 3 gols

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